segunda-feira, 3 de junho de 2019

COIMBRA | Turismo do Centro destaca as 93 “praias douradas” da região eleitas pela Quercus

O Centro de Portugal é a região que apresenta mais praias classificadas com “qualidade de ouro” pela Quercus, num total de 93 praias distinguidas entre as 375 zonas balneares nacionais, revelou hoje a Turismo Centro.

Das 93 praias galardoadas no Centro de Portugal, 67 são costeiras, 25 são interiores e uma é de transição.
“Merecem destaque, pelo número, as 12 praias do concelho de Torres Vedras, as 11 de Peniche e as nove da Figueira da Foz”, destaca a Entidade Regional presidida por Pedro Machado.
Para poderem receber a distinção “qualidade de ouro” da Quercus, as praias têm de ter obtido classificações de “Excelente” nas análises da água durante as últimas quatro épocas balneares.
Além disso, em 2018, não poderão ter registado ocorrências ou avisos de desaconselhamento da prática balnear.
“Esta lista é mais uma confirmação da excelência das praias do Centro de Portugal. Longe das zonas balneares massificadas, onde muitas vezes se torna difícil encontrar lugar para estender uma toalha, nestas praias há espaço – e tempo – para usufruir de um descanso merecido”, refere Pedro Machado, que preside a uma entidade que agrupa cem municípios.
Entre as localidades galardoadas, destacam-se no litoral todas praias situadas entre São Jacinto e a Figueira da Foz, nomeadamente Vagueira e Areão (Vagos), São Jacinto (Aveiro), Barra e Costa Nova (Ílhavo), Mira e Poço da Cruz (Mira), Palheirão e Tocha (Cantanhede).
Destaque também para o número (mais de 20) praias do interior contempladas, a maioria de rio ou de barragem.
As praias do Centro de Portugal, quer estejam junto à beira-mar quer sejam de interior, nos rios, lagos e albufeiras, têm verdadeira qualidade de ouro. São um luxo nos dias de hoje”, sublinha Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal.

Porto de Mós | Beatriz Monteiro é a vencedora de Crianças ao Palco 2019




Sair da Casca – Atividade de Educação no Concelho de Porto de Mós teve início no passado dia 1 de junho, Dia da Criança, com o concurso Musical “Crianças ao Palco”.

Os 12 finalistas apurados ao longo dos últimos meses subiram ao palco para cantar e encantar o júri, composto por Jorge Vala, Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Alexandre Rodrigues, sócio fundador do Conservatório de Música e Artes do Centro, Cláudia Franco cantora e compositora e José Carlos Farinha, professor do quadro do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós na disciplina de Educação Musical.

O concurso, que contou com a apresentação de Miguel Leitão, elegeu como vencedores Rafael Carvalho Nogueira, da EB1 de Arrimal, com a canção “Tempo”, em terceiro lugar e um prémio de 75€. Lia Duarte Grave, da EB1 de São Jorge, com a canção “Dia de Folga”, em segundo lugar e um prémio de 100€. E, finalmente, Beatriz Castelo Monteiro, da EB1 de Calvaria, com a canção “Canção do mar”, em primeiro lugar e um prémio de 200€.

Já na categoria de melhor claque, quem levou o prémio para casa foi o Centro Escolar de Porto de Mós, que arrecadou 100€ pelo seu apoio ao candidato da escola de Porto de Mós.

De referir, ainda, que este projeto contou com Paulo Sanches nas guitarras e direção musical, com Sérgio Fernandes nas teclas e coordenação pedagógica, com Manuel Sousa no baixo, com João Maneta na bateria, com João Vaz na guitarra portuguesa e com Inês Bernardo no coro.

Patrícia Alves

Vouzela | Final realizou-se em Viseu, Escola Profissional de Vouzela vence Concurso Intermunicipal de Ideias de Negócios


A Escola Profissional de Vouzela (EPV) foi a grande vencedora do Concurso Intermunicipal de Ideias de Negócio que se realizou ontem, dia 31 de maio, em Viseu. 

Na grande final, que reuniu as 14 melhores propostas empreendedoras da Região Dão Lafoes, Vouzela venceu com o “BombomZela”, das jovens empreendedoras Ana Henriques e Alexandra Lourenço. 

O projeto vencedor da 8a Edição do Projeto Wanted é então um bombom, com sabor a pastel de Vouzela, desenvolvido pelas alunas dos cursos de Cozinha /pastelaria e Restaurante /bar e pelas professoras Sandra Nogueira, Maria Alexandrina e Catarina Pinheiro. 

Para além do reconhecimento do seu projeto, as duas jovens empreendedoras ganharam uma viagem aos Açores para participar num Bootcamp Internacional.

Adeus Agustina

É de Agustina o primeiro livro editado pela Guerra e Paz.
Hoje dizemos-lhe adeus.


A escritora Agustina Bessa-Luís morreu hoje, dia 3 de Junho, aos 96 anos. Neste momento de profundo pesar, a Guerra e Paz recorda a tarde do dia 10 de Abril de 2006, data de lançamento da editora, de que a escritora foi a primeira autora. Agustina devia ter presidido a essa sessão no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, para lançamento do livro Fama e Segredo na História de Portugal, mas um problema de saúde forçou a que a sua amiga Inês Pedrosa a substituísse.
Agustina não voltou a recuperar e esse foi o último livro que escreveu para a Guerra e Paz, que conta ainda no seu catálogo com a única autobiografia da maior escritora portuguesa do século XX, O Livro de Agustina.
Além destes dois títulos, a Guerra e Paz orgulha-se de ter sido a escolha desta incontornável figura da cultura nacional para a publicação de As Meninas, um livro único onde a escrita de Agustina encontra a pintura de Paula Rego. À família e amigos da escritora, a Guerra e Paz apresenta as mais dolorosas condolências.

AgustinaTestemunho do Editor, Manuel S. Fonseca
Conheci Agustina quando, com aquele descaramento tintado pela confiança que perpassa por certos heróis masculinos dos romances dela, arranjei maneira, primeiro de lhe telefonar, depois de a visitar na casa da Buenos Aires, em Lisboa, e por fim de lhe invadir a casa do Gólgota, no Porto. Nunca fiz isso com mais ninguém. E corrijo: a outra excepção é Mécia de Sena.
Conheci Agustina e, apesar de muito ter gostado de a conhecer, rói-me o desmedido e irrealizado desejo de não a ter conhecido menina. Vejam bem, a Agustina que eu conheci sempre teve o riso de menina, o gesto inocente de menina, como se a menina usurpasse nela a plenitude da mulher.
E se me é permitido dar asas megalómanas aos meus desejos, muito mais teria gostado de ter conhecido Agustina menina e na praia. Há um retrato dela, num dos livros que lhe publiquei, em que está de vestidinho de étamine cor de morango às pintinhas, as mãos postas no regaço. Está ao lado da mãe e na mãe já está a mulher que viria a ser a Agustina adulta. Até o vestido de seda crua. 
Eu diria que nos meus esparsos encontros com Agustina, nas apresentações de livros e até numa festa com Manuel de Oliveira (nos 90 anos dele?), a menina e a mulher se acotovelavam dentro de Agustina, entregando-se a essas conversas e reservados exercícios femininos que, por tão bem os conhecer, Agustina com facilidade atribuiu a Paula Rego no maravilhoso As Meninas,  o mais belo livro que me foi dado publicar, de texto tão irreverente, tão fino, tão caprichoso.
Sucessivamente, Agustina, ou a mulher com riso de menina e gestos de menina, escreveu para mim, depois de As Meninas,  também a sua autobiografia até ao 25 de Abril, a que chamou O Livro de Agustina dando-lhe por subtítulo A Lei do Grupo, o belíssimo texto com o provocantíssimo título Um Tijolo Quente na Cama”, para prefaciar o Cântico dos Cânticos, e resgatou a História de Portugal e os nosso heróis à chatice e ao convencionalismo, cantando-lhes a fatalidade com imaginação, e um humor que desce às cavernas de Ali Babá da irrisão, em Fama e Segredo da História de Portugal. 
E agora, sabendo o que foi esta última década de vida de Agustina, essa forma mais imponderável do que nefelibata de viver a vida, tenho dela esta visão: estou a vê-la e voltou a ser a menina de três anos que sai, sozinha, de um hotel de Espinho e caminha, levada pelo seu vestido de voile azul claro, rumo ao que ela chamava um fio de epilepsia. E rematava: «Talvez a liberdade seja um sintoma epiléptico.»
Morreu Agustina e ficou, com os seus vestidinhos leves, cabelos alourados, a menina que guardaremos para sempre: e a menina é um rio de palavras, sobressaltado rio de incertezas profundas. É mais do que literatura, é milagre infantil e criação do mundo.

Mário Alexandre Borges 

Barcelos| IPCA recebe Atelier Digital da Google - Formação gratuita de três dias em Marketing Digital


O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) recebe de 11 a 13 de junho, o Atelier Digital da Google, no âmbito do protocolo que a Escola Superior de Tecnologia (EST) tem com a Google.

A formação presencial do Atelier Digital da Google visa formar os portugueses (com ou sem formação académica, empregados ou desempregados) em competências digitais, dotando-os das ferramentas necessárias para aproveitarem as oportunidades da digitalização da economia e a contribuir para fomentar o empreendedorismo em Portugal.

Esta formação presencial tem como tema central o Marketing Digital e inclui formação em otimização para motores de pesquisa (SEO), marketing para motores de pesquisa (SEM), marketing nas redes sociais e mobile, análise de Web e Internacionalização conciliando teoria e prática. No final, e após testes com aproveitamento, cada formando recebe um certificado.

À semelhança de edições anteriores desta iniciativa, a formação presencial em competências digitais continuará a decorrer em várias cidades em paralelo com a formação online. Nos cursos online, a formação baseia-se em tutoriais em vídeo seguidos de atividades. No final, os formandos terão disponível um teste que lhes permitirá obter uma certificação.

A formação presencial decorreu ao longo do ano, nas cidades de Lisboa, Leiria, Aveiro, Peniche, Setúbal, Porto e termina em Barcelos.

De acordo com a Comissão Europeia, vão surgir, nos próximos anos, mais de 820.000 vagas em competências digitais e as empresas com maior probabilidade de sucesso e crescimento serão aquelas que possuam competências digitais. Porém, os mesmos estudos revelam que 90% das empresas europeias não possuem competências digitais apesar de as considerarem um fator de vantagem competitiva. Em Portugal, os indicadores apontam que mais de metade da população portuguesa denota falta de competências digitais.

Através do site do Atelier Digital qualquer interessado pode registar-se e fazer a formação online à medida da sua disponibilidade ou inscrever-se na formação presencial gratuita, que decorre de 11 a 13 de junho, no IPCA, no Auditório Engenheiro

António Tavares.

A formação é aberta ao público e sujeita a inscrição: https://atelierdigitalportugal.withgoogle.com/marketingdigital/

SOCIEDADE | Os doentes ressuscitados do Hospital de São João: quem morre, pode salvar


Christiana Martins

02.06.2019 às 16h40

Quando o ECMO, máquina que consegue substituir o coração e os pulmões, não recupera um doente, pode ajudar outro. Decretado o óbito, liga-se a máquina e tiram-se os órgãos.


Na passagem do ano de 2016 para 2017 foi feita a primeira recolha de rins no São João de um doente em paragem cardiocirculatória não programada (quando a paragem cardíaca é inesperada, habitualmente fora do hospital). Foi decretado o óbito e o doente ligado ao ECMO - a máquina que substitui o coração e os pulmões - para manter a circulação e os órgãos poderem ser recolhidos em melhor estado. O procedimento entrou na rotina do centro, mas Roberto Roncon, o coordenador, não se dá por satisfeito e quer avançar para o transplante de pulmões e para a recolha de órgãos de doentes em paragem cardiocirculatória programada (quando a paragem é prevista e ocorre no hospital, normalmente com doentes com hemorragias cerebrais catastróficas que não evoluem para morte cerebral mas que não recuperam a consciência). Não há data para os próximos passos e, até lá, é com o transplante de rins que a “tropa” — como Roncon define a equipa — continuará a mudar vidas.

Como a de Carlos Freitas, que desde 2013 passou mais de quatro mil horas sentado a filtrar o sangue. Com uma doença poliquística hereditária, o eletricista de 55 anos fazia diálise três vezes por semana. Uma rotina pesada até que, em janeiro do ano passado, Carlos foi chamado ao São João para receber um novo rim. Uma mulher de 67 anos entrara em paragem cardiocirculatória e foi ligada ao ECMO, permitindo que duas pessoas beneficiassem dos seus rins. Carlos teve então oportunidade para mudar de vida: “Voltei a ser dono do meu tempo.”

A extração de órgãos só pode acontecer em Portugal de dadores vivos, em morte cerebral e em paragem cardiocirculatória não programada. No entanto, o número de órgãos colhidos é insuficiente para responder às necessidades crescentes, sobretudo porque diminuíram os óbitos de origem traumática, como os acidentes de viação. Os especialistas reconhecem que é preciso encontrar alternativas. Um despacho de 2017 do então secretário de Estado-adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, afirma que “um programa nacional de colheita de órgãos em dadores em paragem cardiocirculatória é um objetivo fundamental para melhorar a resposta às necessidades dos doentes que carecem de um transplante”.

O documento cita a experiência do São João e refere que “tendo sido previsto inicialmente oito casos por ano de dadores em paragem cardiocirculatória, registaram-se 27 casos de potenciais dadores” e que “encontrando-se prevista a colheita inicial de 16 rins por ano, registou-se a colheita de 44”. E dos 13 transplantes previstos, ocorreram 30. Com os olhos nestes resultados, a experiência do Porto foi exportada para Lisboa (para os centros hospitalares Lisboa Norte e Lisboa Central).

Questionado pelo Expresso sobre o alargamento do programa de recolha de órgãos aos pulmões, o conselho diretivo do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) explica que “a menor qualidade de alguns órgãos traduz-se em limitações na sua utilização para transplantação” e que “a experiência de menos de três anos [do São João] poderá vir a permitir que a colheita seja alargada no futuro a outros órgãos”. Quando? O IPST não é claro: “Todos os processos melhoram com a experiência e este caso não será diferente.” Mais distante ainda parece estar a possibilidade de recorrer à paragem cardiocirculatória programada, que, para ser adotada em Portugal, exige, primeiro, uma alteração legislativa.


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Moçambique | Governo de Nyusi quer pagar dívida ilegal da EMATUM mais cedo com receitas do gás natural e sem passar pelo Parlamento

Há poucos meses do fim do seu mandato o Governo de Filipe Nyusi anunciou, na passada sexta-feira (31), uma nova proposta para reestruturar a dívida ilegal da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) reiniciando a amortização, sem a aprovação da Assembleia da República, já no próximo mês. A hipoteca directa das receitas da exploração da Área 1 e 4 da Bacia do Rovuma foi retirada mas as receitas do gás natural de Cabo Delgado serão a principal fonte para pagar os 850 milhões de Dólares norte-americanos ilegalmente contraídos e criminosamente gastos que custarão aos moçambicanos 1,8 biliões de Dólares até 2031.
Através de um comunicado de imprensa o Ministério da Economia e Finanças (MEF) anunciou ter chegado a “acordo de princípios sobre os principais termos comerciais de uma projectada operação de reestruturação” da dívida contraída em 2013 pela EMATUM com Garantia Soberana assinada por Manuel Chang sem a constitucional obrigação de aprovação pela Assembleia da República.
O “acordo de princípios” foi alcançado com os membros do Grupo Global de Obrigacionistas de Moçambique, que controlam 60 por cento da dívida da EMATUM transformada sem o consentimento dos moçambicanos em Títulos de dívida soberana do nosso país.
Neste novo “acordo de princípios” o Executivo de Nyusi em vez dos juros que propunha-se a pagar de 4 por cento quer pagar 5 por cento até 2023, cerca de 45 milhões de Dólares em duas prestações semestrais, e daí em diante aumentar os juros para 9 por cento até 2031, o que custará aproximadamente 81 milhões de Dólares anualmente ao erário público. Dinheiro que daria para construir pelo menos 10 escolas primárias completas, à prova de Calamidades Naturais e com as carteiras incluídas.
No “acordo de princípios” de Novembro o Governo pretendia amortizar o capital em seis prestações entre 2029 e 2033, pouco mais de 200 milhões de Dólares por ano, e na proposta actual propõe que quem governar Moçambique em 2028 resgate o capital em apenas 4 anos, “oito prestações semestrais iguais de 112,5 milhões Dólares cada em 15 de Março e 15 de Setembro dos anos 2028, 2029, 2030 e 2031”, pode-se ler no comunicado do MEF.
A vertente aparentemente melhor do novo acordo é já não incluir o prémio de 500 milhões de Dólares que seriam pagos aos credores indexados à receita fiscal agregada de Moçambique no ano antecedente derivada de projectos de gás natural de Área 1 e Área 4.
850 milhões ilegalmente contraídos custarão aos moçambicanos 1,8 biliões de Dólares
No entanto os moçambicanos não devem ter ilusões que as receitas do gás natural da Bacia do Rovuma não serão usadas para amortizar esta dívida considerada soberana ilegalmente. As actuais receitas do Estado não chegam para pagar o Orçamento de Estado anual, só em 2019 o Governo tem um défice orçamental de 93 biliões de Meticais. A expectativa é que as receitas fiscais, que actualmente rondam os 2,8 biliões de Dólares norte-americanos, ascendam a 6,2 biliões em 2023, ano em que os projectos de gás natural prevêem iniciar a sua exportação, e poderão triplicar para 18 biliões de Dólares em 2032.

Contas feitas pelo @Verdade indicam que no total os moçambicanos irão pagar, ao abrigo deste novo acordo, pouco mais de 1,8 bilião de Dólares norte-americanos pelo total do empréstimo de 850 milhões que foi usado para comprar barcos de pesca que não pescam.
Entretanto este acordo, a ser levado adiante, será outra ilegalidade pois o Governo assume reiniciar as amortizações, dos juros, já a 15 de Julho próximo. Acontece que o Decreto 77/2017, que aprova os procedimentos relativos à emissão e gestão da dívida pública e das garantias do Estado, determina no seu artigo 3 que “A contratação e emissão da dívida pública deve observar as disposições da Lei que aprova o Orçamento de Estado, do presente Decreto e demais legislação aplicável”.
Ora a Lei do OE de 2019 não inclui esta reestruturação que na verdade trata-se de novo endividamento. Mesmo que o Governo pretenda realizar um orçamento rectificativo para incluir este “acordo de princípios” será uma corrida contra o tempo pois a Assembleia da República está em “mini-férias” até Julho.
Além disso a “Lei Mãe” continua impor que compete a Assembleia da República autorizar o Governo, definindo as condições gerais, a contrair ou a conceder créditos.
Contudo, e a julgar pelo comunicado de imprensa o Ministério da Economia e Finanças, a “lei inglesa” é que rege estas negociações tornando facultativo a lei moçambicana, particularmente a Constituição da República de Moçambique.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique


Moçambique | Doadores prometem apenas 1,2 dos 3,2 biliões de Dólares que Moçambique precisa para reconstrução pós ciclones


Foto da Presidência da República
Os doadores internacionais não abriram os cordões das suas bolsas e, embora tenham prometido ajudar na reconstrução das províncias fustigadas pelos ciclones Idai e Kenneth, deverão dar somente 1,2 bilião de Dólares norte-americanos, menos de metade dos 3,2 biliões de Dólares estimados pelo Governo. Apenas o Município da Beira quantificou em 888 milhões de Dólares o Plano de Reconstrução e Resiliência da Cidade. Filipe Nyusi, que aproveitou a estadia na capital da Província de Sofala para campanha eleitoral já tem mais uma desculpa para atrasar o futuro melhor: “O Idai e o Kenneth violentaram o caminho traçado para o desenvolvimento progressivo de Moçambique e do seu povo”.

O Governo abalou novamente para a Cidade da Beira, na passada sexta-feira (31) e sábado (01), para tentar conseguir que os Parceiros de Cooperação doassem o que foi quantificados como necessidades dos impactos dos ciclones mas também muitos outros milhões para financiar obras e actividades que são a sua responsabilidade financiar.

“O Idai e o Kenneth violentaram o caminho traçado para o desenvolvimento progressivo de Moçambique e do seu povo” começou por afirmar o Presidente Filipe Nyusi, que tem assim mais uma desculpa para adiar o futuro melhor prometido por sucessivos governos do partido Frelimo.

O Chefe de Estado anunciou a mais do que esperada revisão em baixa do Produto Interno Bruto em 2019, “prefiro dizer que o crescimento será de apenas 2 por cento”, discorreu sobre os danos que os ciclones deixaram frágeis infra-estruturas do Centro e Norte de Moçambique e alertou que “1,5 milhão de pessoas necessitarão de apoio alimentar de Setembro deste ano à Março do próximo ano, nos próximos meses prevemos grande situação de crianças e mulheres grávidas sofrendo de desnutrição aguda ou moderada”.

Mas apesar dos apelos, até das Nações Unidas que revelou que do apelo humanitário de emergência de 282 milhões de Dólares, lançado há 2 meses, registou contribuições “muito aquém daquele valor”, os doadores internacionais não abriram os cordões das suas bolsas e assumiram o compromisso de disponibilizar apenas 1,2 biliões de Dólares.

Embora o pedido do Governo tenha sido claramente exorbitante, até porque os ciclones não causaram danos massivos nas seis províncias como se pretende fazer crer, só o Município da Beira apresentou um Plano de Reconstrução e Resiliência orçado em 888.447.517 Dólares.

Porém, se o Executivo conseguir que grande parte da ajuda prometida seja disponibilizada até ao final de 2019, será um importante tónico para a economia e um impulso na campanha eleitoral, por isso o Presidente Nyusi pediu a “simplificação dos métodos como esses apoios serão feitos” e ainda “urgência na sua concretização na mobilização do montante global é crucial para que os alicerces da estabilidade macroeconómica não sejam demasiadamente afectados, facto que, a acontecer, tornaria a recuperação muito mais lenta”.

Aliás Filipe Nyusi aproveitou a viagem paga por todos os moçambicanos para acções de campanha eleitoral com os simpatizantes do seu partido na Província de Sofala.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Moçambique | Durante oito anos forneceu ilegalmente água a perto de 370 clientes: Operador privado facturou perto de 15 milhões MT à custa da ADeM

Foto de Fim de Semana

A empresa Águas da Região de Maputo (AdeM) detectou e desactivou uma ligação clandestina no bairro de Laulane, efectuada por um operador privado, através da qual retirava a água da conduta de transporte da AdeM para, posteriormente, fornecê-la aos seus clientes.

A recente descoberta da ligação, que está inserida na campanha de desactivação e remoção de ligações clandestinas e irregulares, partiu de uma suspeita, depois de se ter constatado que há mais de oito anos que o referido operador, identificado por “Chavana”, fornecia o precioso líquido aos seus clientes no mesmo período que a AdeM, inclusive quando o abastecimento era feito com restrições.

Diante da suspeita, a AdeM destacou uma equipa ao terreno para averiguar a situação, o que veio a confirmar-se depois de ouvir os clientes do operador, que também não entendiam o que estava a acontecer. A seguir, efectuou-se uma escavação na rua onde está instalado o sistema do operador, onde foi detectada uma ligação clandestina à conduta de transporte, que foi imediatamente desactivada pelos técnicos da empresa.

“A ligação conectava a nossa conduta ao tubo que abastece os clientes do operador privado, uma vez que ele já não usa o seu reservatório (de água), feito de betão. Ou seja, é como se os clientes (do operador) fossem, também, nossos”, explicou Fenias Cutane, gestor do Departamento de Fiscalização da AdeM.

Os técnicos da AdeM fizeram um levantamento no terreno e constataram que o operador tem uma carteira de 369 clientes, que ficaram sem água depois da desactivação da ligação. Os resultados do trabalho de levantamento indicam, igualmente, que o operador defraudou a empresa Águas da Região de Maputo em cerca de 372.690 metros cúbicos durante 8 anos e 5 meses, o que corresponde a 14.833.062,00 meticais.

Entretanto, na manhã da terça-feira, 28 de Maio, a AdeM manteve um encontro com membros da família Chavana, tendo aqueles referido que a ligação clandestina tinha "sido feita pelo pai, já falecido, que era o proprietário do sistema".

Na ocasião, para além de fornecer informação relativa ao número de clientes, a família solicitou o cálculo do prejuízo para poder negociar o seu pagamento, evitando, assim, a via judicial.

Ainda no âmbito desta campanha, técnicos da AdeM afectos à Área Operacional de Laulane desactivaram duas outras ligações clandestinas no bairro de Mapulene, uma com 100 metros de extensão e outra com sete. Em relação a estas ligações, dois jovens, identificados por Alberto Maúngue e Jaual Chele, por sinal proprietários das residências que beneficiavam ilegalmente da água, foram detidos na 13ª Esquadra, localizada no bairro do Triunfo.

Ambos assumiram ter efectuado as ligações, que prejudicaram a AdeM e os seus clientes: “Nunca nos aproximámos à empresa (Águas da Região de Maputo) para celebrar um contrato, muito menos para nos inteirarmos das condições necessárias para o efeito.

Simplesmente comprámos o material e efectuámos as ligações, mas cientes de que eram clandestinas”, confessaram os visados, que aproveitaram a ocasião para "pedir desculpas" à AdeM, assim como desincentivar outras pessoas a enveredar por esta prática ilegal e criminosa.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Mundo | “Festival da Criança” termina em tragédia em Maputo


Um evento alusivo ao Dia da Criança na Cidade de Maputo, organizado pela empresa da artista Elisabete James, terminou com a morte de cinco pessoas, duas delas menores, e vários feridos. A superlotação do local, que tinha apenas um portão para a saída de pessoas, terá contribuído para que as vítimas fossem empurradas violentamente e caíssem desamparadas na vala de drenagem existente entre o Aqua park e a rua.

O “Festival da Criança” era um dos programas apetecíveis para a celebração do Dia 1 de Junho na capital moçambicana, desde as 11 horas de sábado (01) o intenso tráfego de viaturas, que resultou em congestionamento rodoviário na Rua Eng. Santos Resenoe, vulgarmente chamada de Dona Alice, e o movimento de pessoas indiciava uma enchente sem precedentes no chamado Aqua park.

O local com piscinas e amplo espaço aberto não tem infra-estruturas para acolher mais do que 5 mil pessoas, de acordo com um autoridade pública ouvida pelo @Verdade, “tem apenas dois acesso do exterior, meia dúzia de casas de banho e muros demasiado altos para realizar eventos com muita gente”.

O @Verdade apurou que terão sido vendidos cerca de 10 mil bilhetes, apenas para o 1º dia, o “Festival da Criança” tinha previsto acontecer também no domingo (02), aos quais se juntaram perto de 10 mil adultos, que como acompanhantes dos menores não pagavam a entrada.

“Segundo informações preliminares que recebemos o evento estava previsto receber cerca de 15 mil pessoas no entanto existe a hipótese de ter-se excedido este número, terá recebido 20 mil pessoas, que é um número que extravasa a capacidade do recinto”, disse a jornalistas este domingo (02) o porta-voz do Comando da Polícia da República de Moçambique, Leonel Muchina.

Eram cerca das 17 horas e o evento tinha terminado quando os presentes começaram a abandonar o local, contudo muitos com alguma pressa e originaram uma avalanche de pessoas no único portão que estava a permitir a saída de pessoas o que originou, de acordo com a fonte policial, que algumas pessoas caíram por cima de outras na vala de drenagem que fica junto a estrada, “resultou em desmaio e ferimento de nove indivíduos que prontamente foram socorridos ao Hospital Central de Maputo”.

“Infelizmente cinco das vítimas acabaram por perder a vida, nas quais quatro do sexo feminino e um masculino, sendo três adultos de aproximadamente 75, 60 e 45 anos de idade e dois menores de 7 12 anos de idade. Dos feridos um ficou internado e três que haviam desmaiado foram reanimados pelas equipas de socorro” esclareceu ainda Leonel Muchina.

Embora a organização tenha garantido que todas as medidas de preparação estavam acauteladas, além da sobrelotação, existem relatos que não existiam ambulâncias no Aqua park, aliás ao Hospital Central de Maputo as vítimas chegaram transportadas numa viatura da PRM, três, e as restantes numa viatura particular.

O @Verdade apurou que duas das vítimas eram mãe e filha, e que a idosa falecida tinha levado a neta para a festa do 1 de Junho. Durante o domingo algumas famílias ainda procuravam crianças que estiveram no “Festival” mas não tinha regressado à casa.

Enquanto decorrem investigações das autoridades o segundo dia do Festival foi cancelado. A lei de Espectáculos e Divertimentos Públicos prevê que em 48 hora o público deve ser reembolsado na totalidade o valor pago na aquisição do bilhete.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Moçambique | Nyusi e Momade anunciam reedição de Acordo de Paz antes das Eleições Gerais


Foto da Presidência da República
O Presidente Filipe Nyusi e Ossufo Momade anunciaram neste domingo (02) que pretendem assinar um Acordo de Paz em Agosto próximo, tal como o fizeram Armando Guebuza e Afonso Dhlakama em Setembro de 2014, à tempo das Eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais de 15 de Outubro.

Depois da falta de entendimento sobre a integração dos guerrilheiros do partido Renamo na Polícia da República de Moçambique e nos Serviços de Informação e Segurança do Estado, e farpas trocadas através dos meios de comunicação social, Nyusi e Momade, que se reuniram na Cidade de Chimoio, disseram a jornalistas ter constado existirem condições para o desfecho do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), considerando a evolução do processo de descentralização, exigência que levou a Renamo a retornar as matas após as eleições de 2014, e os passos dados pela Comissão de Assuntos Militares, assessorada pelos Peritos Internacionais.

“Chegamos a consenso que temos que avançar, temos que integrar as forças residuais da Renamo e o Grupo de DDR terá que iniciar com o seu trabalho. Gostaríamos que até Agosto pudéssemos ter o Acordo de Cessar Fogo”, declarou neste domingo (02) Ossufo Momade a jornalistas.

Indiferente aos problemas do Recenseamento eleitoral que havia afirmado, na semana passada, estar inquinado de “esquemas fraudulentos” protagonizados pelo partido Frelimo como forma “perpetuar-se no poder de forma ilícita e ilegítima” o líder do maior partido de oposição em Moçambique prometeu ainda “vamos realizar as eleições sem que tenhamos forças da Renamo nas matas” sem no entanto garantir que as armas serão entregues.

Por seu turno o Chefe de Estado detalhou que “durante o mês de Junho vamos começar com o processo de desarmamento e também a reintegração, naturalmente há aspectos jurídicos que tem que nortear isso, por exemplo a Lei de Amnistia tem que ser criada para as pessoas ficarem certas que não serão perseguidas”.

“(...) Decidimos que o mais tardar no início do mês de Agosto o Acordo de Paz Definitivo tem que ser celebrado” afirmou o Presidente Nyusi que anunciou ainda que as partes acordaram iniciar a preparação da Conferência Internacional para pedir dinheiro aos Parceiros de Cooperação para custear a Reintegração dos guerrilheiros da Renamo.

Recorde-se que ao abrigo do Memorando de Entendimento sobre os Assuntos Militares rubricado pelos beligerantes em Agosto de 2018 o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração deveria ter ficado concluído em Abril passado e por essa altura também deveria ter sido firmado o novo Acordo de Paz, que será o terceiro depois de Guebuza e Dhlakama em 2014 e de Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama em 1992.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Caldas da Rainha | BILHETES PARA A FRUTOS À VENDA A PARTIR DE HOJE


Já estão à venda nos locais habituais os ingressos para a 31ª Frutos - Feira Nacional de Hortofruticultura das Caldas da Rainha, que se realiza de 16 a 25 de Agosto no Parque D. Carlos I.

Os passes gerais custam 12 euros se comprados até 31 de Julho. A partir de 1 de Agosto passam a custar 20 euros.
Os bilhetes diários custam 4 ou 5 euros, consoante os dias.

A par da componente profissional ligada ao sector agroalimentar, o certame apresenta um cartaz de concertos com grandes nomes da música portuguesa eanimação constante em todos os espaços do recinto: venda de frutas, artesanato, iniciativas ligadas à saúde e bem- estar, nutrição, actividades para as crianças, showcookings com chefs conceituados, exposições, workshops, entre muitas outras.

Preços dos Bilhetes:
Diários: 5€ (dias 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24 e 25) | 4 € (dias 19 e 20)
Passe Geral: Compra até 31 de Julho de 2019 – 12€
Compra mês de Agosto – 20€
Para além do site (www.blueticket.pt) e site mobile (m.blueticket.pt) é possível comprar os bilhetes nos seguintes locais:
18 20 (24H) Mais info aqui
Lojas FNAC
Lojas WORTEN
El Corte Inglés
ABEP
Bilheteira Altice Arena
Turismo de Lisboa (Aeroporto e Praça do Comércio)
ACP
Lojas PAGAQUI
The Phone House

Figueiró dos Vinhos recebeu o Concurso Intermunicipal de Ideias “Empreendedorismo nas Escolas”


Foi perante uma plateia lotada que a CIMRL - Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria realizou o Concurso Intermunicipal de Ideias “Empreendedorismo nas Escolas”, na Casa da Cultura, em Figueiró dos Vinhos, no dia 31 de maio.

A apresentação dos 10 projetos municipais selecionados nos concursos dos 10 municípios da Região de Leiria, previamente realizados, permitiu ao Júri escolher “o melhor entre os melhores” e o eleito foi o projeto “CasBat” dos alunos Ana Gomes, Rodrigo Tomás e Pedro Silva, orientados pela professora Rosa Gonçalves que representaram o Agrupamento de Escolas de Ansião.

Esta iniciativa da CIMRL é o culminar de um projeto que envolveu cerca de 350 alunos no território da Região de Leiria, professores, orientadores e a comunidade escolar, para além dos municípios que promovem ativamente o empreendedorismo na região.

Leiria | Programa “Valoriza-te” põe jovens em contacto com empresas


O projeto “Valoriza-te” regressa de 1 a 12 de julho e de 15 a 26 de julho, numa iniciativa que pretende promover o contacto entre os jovens do concelho e o mundo empresarial.

Este programa é dirigido a adolescentes dos 16 aos 18 anos e proporciona a oportunidade de adquirir experiência profissional ao nível da complexidade de uma organização e do seu mercado, hábitos de trabalho, partilha de responsabilidades, empreendedorismo e trabalho em equipa.

Os participantes terão direito a um vale no valor de 75 euros, seguro e certificado de participação, garantido pela empresa de acolhimento, bem como uma sessão de preparação para a experiência no mundo do trabalho.

Organizado pelo Município em colaboração com a NERLEI e a ACILIS, este é um programa ocupacional, cujas inscrições decorrem de 3 a 13 de junho e são feitas no site da Câmara Municipal.

Manteigas Comemora Dia Mundial da Criança



No âmbito da Comemoração do Dia Mundial da Criança, tiveram lugar no dia 31 de maio, no Parque da Várzea, um conjunto de iniciativas destinadas às crianças da educação pré-escolar e aos alunos do 1.º ciclo do ensino básico, numa organização do Município de Manteigas e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

O dia foi preenchido com diversas atividades lúdico-didáticas e de sensibilização ambiental, nomeadamente: pinturas faciais, insufláveis, trampolim, jogos, ação «Vem conhecer o Geopark Estrela», análise e recolha de águas, investigação de incêndios, bem como demonstração de equipamentos de combate a incêndios florestais, de emergência e de cinotécnica.


A iniciativa contou com a colaboração das seguintes entidades: AFACIDASE - Associação de Familiares e Amigos do Cidadão com Dificuldades de Adaptação da Serra da Estrela, Associação Geopark Estrela, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Manteigas, Escola Profissional de Hotelaria de Manteigas e GNR (Posto Territorial de Manteigas, Escola Segura, Equipa de Proteção da Natureza e do Ambiente em Zonas Específicas - EPNAZE de Manteigas e Equipa Cinotécnica da Guarda).

Um dia repleto de alegria e muita animação, que juntou cerca de uma centena de crianças do Concelho de Manteigas.

Coimbra | Projeto europeu liderado pela FCTUC recorre a drones e ao Programa Copernicus para deteção remota de pragas florestais

Vasco Mantas

O uso combinado de informação obtida através de imagens fornecidas pelo programa europeu de satélites de observação da Terra Copernicus e por drones é eficaz na deteção precoce de pragas florestais, especialmente do nemátode da madeira do pinheiro, indicam os primeiros resultados do projeto europeu FOCUS, liderado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Com um financiamento de 1,9 milhões de euros da União Europeia, através do programa Horizonte 2020, o projeto FOCUS – Forest Operational monitoring using Copernicus and UAV hyperSpectral data –, que envolve equipas dos departamentos de Ciências da Terra, Ciências da Vida e Engenharia Civil da FCTUC, centra-se no desenvolvimento de métodos inovadores para a deteção e monitorização remota, através de satélites e veículos aéreos não tripulados, de pragas e doenças florestais.

«Num território florestal de grandes dimensões é extremamente difícil e dispendioso detetar a presença de árvores doentes através dos métodos tradicionais. Com os nossos sistemas, o objetivo é precisamente detetar as árvores infetadas que estão nesses contextos mais complexos, de forma detalhada, para permitir que os utilizadores da floresta possam ir aos locais corretos efetuar as ações de remoção (abate de árvores), evitando que o problema se alastre», explica Vasco Mantas, investigador do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC e coordenador do estudo.

O objetivo final do projeto, iniciado há um ano, é contribuir para «um serviço operacional e acessível, desenvolvido num projeto anterior (Silvisense), que monitorize todo o território florestal e faça chegar informação aos utilizadores finais, que também participam neste projeto, entre os quais associações de produtores florestais, centros de investigação ligados à floresta, como é o caso do SerQ, e indústrias do setor», refere. O projeto conta ainda com parceiros da Noruega (S&T) e Bélgica (VITO). 

Embora o FOCUS pretenda abranger várias perturbações da floresta, no momento o caso de estudo é a deteção de árvores afetadas pelo nemátode da madeira do pinheiro (doença da murchidão do pinheiro), um problema complexo com elevado impacto económico nas regiões afetadas. Além do mais, explica o coordenador do projeto, «ao detetar o nemátode, como os primeiros resultados demonstram, vai ser possível detetar outras doenças com sintomas semelhantes».

A grande mais-valia destas tecnologias inovadoras que os investigadores estão a desenvolver com recurso a drones e satélites é, desde logo, as grandes manchas de floresta que conseguem monitorizar. «De uma forma muito mais rápida, e com custos muito menores em comparação aos métodos convencionais, conseguimos ter uma cartografia das árvores afetadas que de outra forma teria de ser feita no terreno, com elevado dispêndio de horas, de recursos humanos e materiais, etc.», exemplifica Vasco Mantas.

Por outro lado, a partir do momento em que essa informação espacial detalhada fica disponível, também é possível uma análise da distribuição, ou seja, avaliar quais são os processos que governam a distribuição do nemátode e do inseto vetor. 

A opção de combinar dados de satélite e de drones neste projeto, a que se junta uma forte componente de trabalho de campo, é vantajosa porque «enquanto os dados provenientes dos satélites nos dão uma visão mais global, a informação obtida através dos drones é interessante para a cartografia muito detalhada das zonas afetadas», conclui o coordenador do FOCUS. 

Um outro objetivo do projeto é, nomeadamente através dos estudos de campo, identificar árvores que aparentem ser tolerantes a pragas, para que sejam estudadas e eventualmente possam servir de base ao repovoamento de zonas afetadas.

Cristina Pinto

Pontos de Vistas | Morreu Agustina Bessa-Luís

Morreu Agustina Bessa-Luís. A escritora nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922.

A sua infância e adolescência são passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da escritora.
Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, tendo desde então mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas, contando até ao momento com mais de meia centena de obras. 
Tem representado as letras portuguesas em numerosos colóquios e encontros internacionais e realizado conferências em universidades um pouco por todo o mundo. 
Foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962). 


Entre 1986 e 1987 foi Diretora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. 

É membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant’Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de “Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres”, atribuído pelo governo francês (1989). 
É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático. 
Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem foi amiga e com quem trabalhou de perto. Estão neste caso Fanny Owen (“Francisca”), Vale Abraão e As Terras do Risco (“O Convento”), para além de “Party”, cujos diálogos foram igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995). 
Em Maio de 2002 Agustina Bessa-Luís é pela segunda vez contemplada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), relativo a 2001, com a obra “O Princípio da Incerteza – Jóia de Família”, obra que Manoel de Oliveira adaptou ao cinema com o título “O Princípio da Incerteza”, e que foi exibido dias antes da atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.
Agustina Bessa-Luís foi distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais alto galardão das letras em português.
Fonte: Wook