A denúncia é feita à Renascença pelo presidente da Câmara de Gondomar e da Comissão Distrital da Proteção Civil, Marco Martins.
A Administração Regional de Saúde (ARS) Norte não vê resultados numa cerca sanitária por causa do coronavírus, como acontece em Ovar, e recusou que fosse ativada em quatro concelhos do Grande Porto. A denúncia é feita na Renascença pelo presidente da Câmara de Gondomar e da Comissão Distrital da Proteção Civil, Marco Martins.
Ovar pertence à ARS Centro e faz fronteira com concelhos da região Norte.
O presidente da Câmara de Gondomar admite que o pedido de cerca sanitária foi feito por duas vezes, esta semana, e que a recusa se manteve.
A explicação dada pela ARS Norte ao autarca é a de que a cerca sanitária não é eficaz, tem mesmo sido dado como exemplo o caso de Ovar, onde os responsáveis da ARS Norte dizem não estar a resultar.
“Enquanto autarca de Gondomar e presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil já no domingo coloquei essa questão à autoridade [de saúde], perante o aumento de casos. Só que a autoridade de saúde diz que isso não se justifica porque não é eficaz, como não está a ser eficaz em Ovar. A meio da semana voltei a insistir no assunto”, conta Marco Martins em declarações à Renascença.
Então por que é que confinamento geográfico continua em Ovar? O autarca diz que a pergunta é “pertinente” e ele próprio a fez à ARS Norte.
“É uma questão da ARS Centro. A ARS Norte defende que não está a ser eficaz em Ovar e não se justifica [nos concelhos da sua competência]”, reforça.
O pedido do cordão sanitário seria para os municípios de Vila Nova de Gaia, Maia, Valongo e Gondomar, onde existem neste momento 690 casos confirmados, para além dos 317 existentes no Porto. Estas municípios estão entre os que mais casos tem no pais.
Esta sexta-feira foram conhecidos os primeiros casos num lar de Santa Maria Feira, concelho vizinho de Ovar.
Emídio Sousa, presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, concorda que a cerca sanitária não está a resultar. “Isto é uma opinião de um presidente de câmara, não é de um especialista em saúde pública. Quando se toma uma posição destas é tomada isoladamente parece-me que tem pouco resultado. Ou era tudo ou não era ninguém”, defende.
O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, com uma posição que vai de encontro à defendida pela Administração Regional de Saúde (ARS) Norte.
Rádio Renascença