sábado, 28 de agosto de 2021

COIMBRA | Presidente do CHUC sofreu um enfarte agudo do miocárdio


Carlos Santos, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), sofreu um enfarte agudo do miocárdio ontem de manhã, dia 27 de agosto, tendo sido submetido de imediato, com apenas 45 minutos de evolução, a uma angioplastia primária, que é o melhor tratamento atualmente disponível a nível mundial para o tratamento desta situação, informa a unidade hospitalar em comunicado.

Isso permitiu a sua recuperação rápida, encontrando-se hoje internado, na Unidade de Cuidados Intensivos do Serviço de Cardiologia, estável e a evoluir favoravelmente, acrescenta o CHUC.


Fundação Portuguesa do Pulmão diz que é prematuro abandonar a máscara

A Fundação Portuguesa do Pulmão considera que é prematuro abandonar a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção respiratória e outras medidas de proteção individual contra a propagação da pandemia de covid-19.

"Apesar dos indiscutíveis avanços que temos registado no combate à presente pandemia, sobretudo na sequência do sucesso da campanha de vacinação, a respetiva situação epidemiológica aconselha que se deva manter um robusto nível de medidas preventivas", defende a instituição em comunicado enviado à agência Lusa.

A fundação sustenta que a variante Delta, com uma capacidade de contágio 60% superior à anterior, e o conhecimento de que a vacina não tem eficácia suficiente para impedir totalmente, quer a infeção, quer a transmissão do vírus, justificam medidas acrescidas.

A instituição destaca também como fatores "não tranquilizadores" a elevada incidência de casos (310 por 100.000 habitantes, com uma média de 2.317 novos casos diários na última semana), um nível elevado de casos ativos (45.542) e um nível de mortalidade "ainda muito expressivo" (média diária de 11 óbitos na última semana), a par dos níveis de hospitalização, quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos (733 e 151, respetivamente).

"É prematuro considerar o fim da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória nos espaços públicos exteriores sempre que a distância social de segurança não esteja garantida. No mesmo sentido é nossa opinião que o uso de máscara deverá continuar a ser obrigatória em todos os espaços públicos interiores", defende a Fundação Portuguesa do Pulmão.

"A decisão de liberalizar o uso de máscara só deve ser considerada quando sairmos da quarta onda epidémica, quando tivermos uma maior percentagem da população totalmente vacinada (a tão almejada imunidade de grupo) e os marcadores epidemiológicos da infeção pelo SARS-Cov-2 evidenciarem um mais seguro controlo da pandemia", acrescenta.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou no dia 19 que a decisão sobre o uso de máscara na rua é uma competência da Assembleia da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na semana passada o fim do uso obrigatório da máscara só em meados de setembro e apelou aos jovens para se vacinarem contra a covid-19 antes do início do ano letivo.

Lusa

Grupo de 37 afegãos chegou hoje a Portugal

Um grupo de 37 refugiados afegãos, retirados de Cabul nos últimos dias, chegou hoje a Lisboa, disse à Lusa fonte do Ministério da Defesa Nacional.

Um primeiro grupo, de 18 pessoas, chegou ao aeroporto de Lisboa durante a madrugada em voo fretado e o segundo, de 19, aterrou em Lisboa, já hoje de manhã, num avião C295 da Força Aérea, acrescentou a mesma fonte.

Estes grupos juntam-se a um outro de 24 cidadãos afegãos, e suas famílias, que colaboraram com as forças portuguesas que nos últimos anos estiveram em missão no Afeganistão, no aeroporto da capital.

A retirada deste grupo de afegãos segue-se à tomada do poder, em Cabul, dos talibãs, que levou milhares de pessoas a aglomerar-se no aeroporto para tentar deixar o país.

Os 24 cidadãos afegãos que trabalharam com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas para o Afeganistão, assim como os seus familiares, chegaram na sexta-feira, por volta das 21:15, ao aeroporto de Lisboa, em resultado de uma missão de resgate feita por quatro militares portugueses que estiveram em Cabul.

No total, segundo o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, terão sido retirados 58 cidadãos afegãos, que chegam a Portugal entre hoje e domingo.

Os quatro militares portugueses encontravam-se em Cabul desde quarta-feira de madrugada, tendo como missão apoiar a retirada de cidadãos afegãos, após a tomada do poder no Afeganistão pelos talibãs, a 15 de agosto.

Lusa

Costa prevê 70% dos menores entre 12 e 17 anos com uma dose da vacina até domingo

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro prevê que, "se tudo correr bem", até domingo 70% dos menores de idade entre os 12 e os 17 anos estejam vacinados com uma dose da vacina contra a covid-19.

Na abertura do 23.º Congresso Nacional do PS, no Portimão Arena, António Costa elogiou os portugueses em geral "pelo extraordinário sentido cívico" com que têm enfrentado a covid-19 e "pela forma extraordinária como, vencendo as agruras, os receios, todas as campanhas, confiaram na ciência e confiaram na vacinação como grande arma para vencer esta pandemia".

"E o que dizer desse extraordinário exemplo de maturidade cívica que nos têm dado as nossas crianças e os nossos jovens, que neste fim de semana, se tudo correr bem, vão permitir chegarmos ao final de domingo com 70% das crianças e jovens entre os 12 de os 17 anos com a primeira dose da vacina contra a covid-19? Que extraordinário exemplo e grande lição para todos nós", acrescentou.

António Costa referiu que graças à adesão da população, Portugal pode orgulhar-se de ser "um dos países do mundo com maior taxa de vacinação" contra a covid-19.

A vacinação generalizada dos jovens de 16 e 17 anos começou em 14 de agosto.

Em 10 de agosto, a Direção-Geral de Saúde (DGS) recomendou também a vacinação universal das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos, deixando de a restringir a casos considerados de risco, que teve início no dia 21.

Em Portugal, desde março de 2020, já morreram mais de 17 mil pessoas com covid-19 -- que hoje o secretário-geral do PS e primeiro-ministro recordou, no seu discurso de abertura do Congresso de Portimão -- e foram contabilizados mais de um milhão de casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a DGS.

Lusa

Estado de saúde de Jorge Sampaio está “estável”

O estado de saúde do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, internado desde sexta-feira no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, está "estável", informou hoje o seu gabinete.

Fonte do gabinete do antigo Presidente disse à Lusa que o estado de Jorge Sampaio "está estável" e que "as dificuldades respiratórias continuam a ser acompanhadas pela equipa médica que o segue", sem adiantar mais pormenores.

O ex-presidente Jorge Sampaio foi internado no hospital de Santa Cruz, em Lisboa, na sequência de dificuldades respiratórias.

Segundo a fonte, Sampaio estava no Algarve, mas após sentir dificuldades respiratórias, e "dado o seu historial de doente cardíaco", foi transferido para Lisboa, onde está a ser acompanhado no Hospital de Santa Cruz.

Jorge Sampaio tem 81 anos e foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.

Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente preside à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Lusa

Protoiro acusa PAN de incitar ao ódio e à violência durante protesto contra touradas

A Protoiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia acusou o partido PAN de incitar ao ódio e à violência numa manifestação na quinta-feira, em Lisboa, contra as touradas e o cavaleiro João Moura, suspeito de maus-tratos a cães.

"Condenamos o uso de um discurso de incentivo ao ódio e de justicialismo público, por parte do PAN, que criaram um contexto promotor de violência, como ontem [na quinta-feira] sucedeu, com insultos e agressões, por vezes em frente a crianças, insultadas e intimidadas junto com os pais", refere em comunicado a Protoiro, reagindo aos protestos ocorridos junto à praça de touros do Campo Pequeno.

Cerca de 1.500 pessoas estiveram concentradas na quinta-feira junto à praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, em protesto contra as touradas e à homenagem ao cavaleiro João Moura, gritando palavras de ordem como "assassinos" ou "vergonha".

A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, marcou presença na manifestação e, em declarações aos jornalistas, defendeu que "é absolutamente revoltante que o setor tauromáquico tenha feito esta homenagem, ainda para mais uma homenagem que se diz ser mundial", apontando que "este não é o cartão de visita" de Portugal.

"Homenagear alguém que já faz a sua vida a sacrificar animais na arena é absolutamente incompreensível, mas mais incompreensível ainda quando se trata de alguém que tem contra si um processo-crime a correr por maus-tratos a animais de companhia, nomeadamente 18 galgos que foram deixados a morrer à fome", frisou.

Em fevereiro do ano passado, João Moura foi detido na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua propriedade, em Monforte, que resultou, ainda, na apreensão de 18 cães subnutridos.

No comunicado, a Protoiro acusa o PAN de desrespeitar os "mais básicos princípios de um Estado de Direito democrático, como a presunção de inocência até existência de uma sentença transitada em julgado, embarcando num julgamento em praça pública, impróprio de democratas".

Segundo a Federação Portuguesa de Tauromaquia, o PAN fez um "aproveitamento político" e "transformou um caso de justiça" numa "tentativa de ataque à cultura tauromáquica e aos valores de tolerância e respeito pela liberdade e diferença de pensamento".

No comunicado, a organização condena "a violência, insultos, vandalismos, intimidações e agressões que foram realizadas pelos manifestantes, atacando cidadãos e famílias, muitas vezes na presença de crianças, numa demonstração de ódio e total ausência de civismo", elogiando "a forma ordeira, pacífica e civilizada com que os aficionados suportam estas demonstrações de violência".

Durante a manifestação, como constatou a Lusa, houve alguns momentos de tensão entre manifestantes e pessoas que se deslocaram ao Campo Pequeno para assistir à tourada de homenagem a João Moura, mas foram rapidamente resolvidos com a intervenção de agentes da PSP.

Lusa

Imagem: SAPO24

Estudante universitário cabo-verdiano cria projeto que transforma lodo em gás de cozinha

De uma necessidade de reaproveitar as águas utilizadas em casa, o estudante universitário cabo-verdiano Patrick Gomes criou um projeto que pretende não só a reutilização do líquido para rega, como também transformar os dejetos em gás de cozinha.

"É uma ideia que veio devido às necessidades de uma família rural, em que tentamos resolver as dificuldades que uma família normal sente, que é o consumo das energias", descreveu à Lusa Patrick Gomes, 40 anos, natural da cidade da Praia.

Técnico profissional da construção civil e projetista, está no 4.º ano do curso de arquitetura na Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, e a ideia que tem é de filtrar a água que é utilizada em casa e reaproveitá-la para regar plantas e também para alimentar os animais.

Recordou que o projeto começou a ganhar forma no período em que Cabo Verde enfrentou um período de seca, quando constatou que, no interior da ilha de Santiago, toda a gente se queixava da falta de água, mas todos utilizavam água para satisfazer as necessidades básicas, como lavar a casa, tomar banho e lavar a louça.

"E toda essa água não é reaproveitada", sublinhou à Lusa, indicando que o projeto, denominado de RECYCLE BE, é um tanque de esgoto portátil para colmatar a necessidade de filtrar a água e canalizá-la automaticamente para rega.

"Toda a água que é utilizada em casa, principalmente as águas negras, vem para o nosso depósito, e com isso também conseguimos aproveitar esses dejetos para produção de gás", descreveu o mentor, avançando que o projeto já está concluído a 80%.

Depois disso, dar-se-á início à implementação piloto, o que deverá acontecer entre final de agosto e início de setembro, na localidade de Ribeira da Cidadela, onde será selecionada uma família, que vai ajudar a finalizar os estudos e as observações necessárias.

Para já, ainda não está definida uma quantidade de gás a ser produzido, o que, segundo Patrick Gomes, vai depender da quantidade do lodo acumulado no depósito de esgoto, do tempo de uso do projeto e da capacidade do depósito.

"Só com a implementação do projeto piloto é que tiramos estas últimas conclusões, sobre a quantidade de gás, a qualidade da água, para vermos até onde podemos chegar", projetou o técnico cabo-verdiano, que neste projeto de reciclagem vai utilizar materiais que demoram muito tempo para se degradar na natureza, num processo autónomo por gravidade e decantação.

"Mas por enquanto sabemos conseguimos produzir o gás cozinha, que é o objetivo primário do projeto para que as famílias consigam reduzir um pouco o gasto mensal", espera o estudante universitário, que não dispensa uma boa música enquanto está a trabalhar.

Por agora, o projeto está a ser implementado para uma habitação, com um depósito de filtragem de água de três toneladas e outro para produção de gás de uma tonelada.

Segundo o mesmo responsável, o depósito vai funcionar como uma fossa séptica, para reaproveitar de forma económica e acessível todas as águas que as famílias utilizam em casa, quer negras, provenientes da cozinha, quer saponáceas, resultantes do banho.

"A funcionalidade do projeto é enorme", salientou o seu mentor, acreditando que, para além da Praia, poderá "ajudar muito na sustentabilidade de cada família" noutros pontos do país onde as condições financeiras são mais escassas.

Além da produção do gás, Patrick Gomes referiu que os dejetos podem ser igualmente aproveitados para a produção do adubo, sólido ou líquido, para a zona de cultivo e futuramente na produção de energia, através do processo de filtragem do lodo que se acumula no reservatório.

Assim que estiver a ser implementado, disse acreditar que o projeto vai ajudar na eliminação de gases prejudiciais para a camada de Ozono, numa altura em que se fala muito de aquecimento global e da necessidade de mais ideias sustentáveis.

"Em termos ambientais o depósito tem vantagens, é um projeto que nos traz a capacidade de sermos autónomos e abranger tudo o que diz respeito ao ambiente e à ecologia", descreveu à Lusa, na oficina da Universidade Jean Piaget, onde está a montar tudo, pensando em cada detalhe.

Patrick Gomes idealizou e vai implementar o projeto praticamente sozinho, mas no futuro pretende associar profissionais de outras áreas, tanto no país como no estrangeiro, para poder ter melhores informações da produção.

O projeto foi financiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Cabo Verde através do programa "Accelerator Lab" e será executado com apoio logístico da Universidade Jean Piaget e parceria da Câmara Municipal da Praia.

Fonte e Imagem: Lusa

Violência doméstica: Quatro armas e mais de mil munições apreendidas

O Comando Territorial de Coimbra, através do Posto Territorial de Souselas, apreendeu ontem, dia 27 de agosto, quatro armas de caça e mais de 1 000 munições, no âmbito de um processo por violência doméstica, no concelho de Coimbra.

Na sequência de uma investigação por violência doméstica, os militares da Guarda apuraram que o agressor de 57 anos era detentor de diversas armas e munições. No decorrer das diligências policiais, foi dado cumprimento a um mandado de busca domiciliária, tendo sido apreendido diverso material, destacando-se:

  • Quatro armas de caça;
  • 1 019 cartuchos.

Foi constituído arguido um homem de 57 anos, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Coimbra.


O melhor é se preparar para o pior

  • Péricles Capanema

Montadoras chinesas no Brasil. Começo lembrando ditado antigo. O melhor é se preparar para o pior? Sim, desde que a atitude não seja fatalista, derrotista, mas animosa; que haja esforço estrênuo para evitar o pior. Os amigos apontam os perigos da caminhada. Acautelamento necessário. Os inimigos, para obter vitória rápida, procuram escondê-los. Velhacaria. O “Estado de S. Paulo” (19-8-21) noticiou que montadora chinesa privada, a Great Wall Motors — de outro modo, quase uma surpresa, não é estatal — comprou a fábrica de automóveis de luxo da Mercedes-Benz em Iracemópolis (SP). O negócio envolve a fábrica, área de 1,2 milhão de metros quadrados, prédios e equipamentos. Não inclui transferência de pessoas; a Mercedes-Benz tem 370 empregados em Iracemópolis. Não foi divulgado o valor da operação. A Great Wall pretende aplicar 4 bilhões de reais no Brasil e proximamente (carros dela já circularão entre nós em 2022) fazer da montadora uma das grandes “players” do mercado brasileiro e sul-americano. A Great Wall divulgou, a fábrica em Iracemópolis sairá da produção atual de 20 mil veículos por ano e alcançará 100 mil anuais. Cinco vezes mais. No fim do processo, mil empregos novos diretos na região, além de irrigar a área de novos fornecedores.

Vitória onde outros fracassam. Tudo num contexto de dificuldades para as montadoras. O Brasil tem três fábricas de veículos automotores à venda. A fábrica de Camaçari (Bahia) e a de Taubaté (São Paulo) estão fechadas desde janeiro. A unidade de jipes Troller, localizada em Horizonte (CE), encerrará atividades em setembro. A mais, a Ford fechou sua unidade de São Bernardo do Campo em 2019. O novo “player” vem da China, os antigos são dos Estados Unidos e Europa. O melhor é se preparar para o pior (ditado da sabedoria antiga), repito desconsolado.

Great Wall vende por ano mais de um milhão de veículos na China. Seis grandes estatais têm 75% do mercado chinês, cerca de 25 milhões de veículos novos por ano. A maior montadora privada é a Great Wall, agora em Iracemópolis. Sua presença no Brasil, embora já exista muita aplicação privada de capital chinês, tem especial significado. De um lado, foge do que tem sido usual: as aplicações de capital chinês no Brasil, via de regra, têm origem em estatais de lá, corporações dirigidas pelo governo, de outro modo, pelo Partido Comunista Chinês.

No caso em questão, empresa de propriedade particular. Tranquiliza? Em termos e, digamos, superficialmente. Melhor, não preocupa tanto. A China é uma ditadura de partido único, o Partido Comunista Chinês tem o controle inteiro e indisputado da economia e da sociedade. A Great Wall agirá no Brasil em consonância total com os interesses do Partido Comunista Chinês. Qualquer passo em falso, que não haverá, seria asfixiado na fonte.

Presença chinesa tida como normal. Agora o que pretendo destacar. O público brasileiro, é o previsível, se acostumará a ver com normalidade marcas da China comunista. Estarão no meio dos veículos Volkswagen, GM, Honda, mesmo padrão, talvez até superior. Compreensivelmente, diminuirá a resistência popular contra a inserção do Brasil na área de influência chinesa. Área de influência não apenas econômica; haverá repercussões na política. A mais, nossa economia terá mais um laço importante a ligá-la à China.

Continuidade na marcha para o abismo. Lembrei atrás dito da sabedoria popular, o melhor é se preparar para o pior. Não é pessimismo, é realismo, evita más surpresas. Vou continuar por aí. Desde o governo Itamar Franco, para marcar uma data, quando foi assinado em 1993 um acordo de cooperação estratégica, o país se insere paulatinamente na área de influência chinesa. Marcha batida. Hoje, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, desbancou liderança norte-americana de quase um século. Esse impulso contínuo só poderia ser enfraquecido ao longo de anos com o fortalecimento gradual dos laços com os Estados Unidos, União Europeia, Japão, entre outros parceiros, coisa que infelizmente fazemos pouco e mal, quando fazemos. Com petulância suicida altas figuras do governo brasileiro têm dado caneladas em representantes dos Estados Unidos. Tem mais, cuidamos pouco, tantas vezes com irresponsabilidades demolidoras, de nossas relações com os países da Europa. O final do processo será macabro, imersão inevitável na condição real e inconfessada de protetorado chinês. É preciso enxergar o óbvio, a coisa mais difícil de ver, lembrando Nelson Rodrigues.

Um ensinamento chinês oportuno. Recordo agora dito da sabedoria chinesa: espere o melhor, prepare-se para o pior, aceite o que vier. Apresenta algo de fatalista, discordo da aceitação passiva. Tem em comum um ponto com nosso ditado popular: prepare-se para o pior. E não só popular, e frase conhecida de Fernando Pessoa: esperar pelo melhor e preparar-se para o pior, eis a regra. Penso com meus botões, o melhor só virá se lutarmos para evitar o pior.

Marcha à ré urgente. Em tal situação, retrocesso seria continuar com o automóvel na mesma direção. Avanço é a marcha à ré. A presença de uma grande montadora chinesa, mesmo privada, entre os grandes fornecedores de veículos automotores, acelera nossa caminhada para o que, nesse quadro, é o pior: despencar para a condição de protetorado efetivo, mesmo que inconfessado. Ameaças e desafios vazios em ambiente de deboche e palavrões só piorarão as perspectivas, já sombrias. Minha sugestão: marcha à ré rumo aos Estados Unidos e à Europa.

ABIM

Festival Literário de Ovar 2021 evoca Júlio Dinis


Júlio Dinis, escritor com fortes ligações a Ovar, estará em destaque no Festival Literário de Ovar, entre 8 e 12 de setembro, a propósito da evocação dos 150 do seu falecimento.
Pelo sétimo ano consecutivo, a Câmara Municipal de Ovar organiza, entre 8 e 12 de setembro, o FLO - Festival Literário de Ovar, com o objetivo de promover o livro e a leitura, num formato que privilegia o encontro e a proximidade entre os leitores e os escritores. Tal como em 2020, esta edição apresenta um formato descentralizado, decorrendo em vários equipamentos e em diferentes freguesias do concelho.

A sessão de abertura de FLO está agendada para quarta-feira, dia 8, às 21 horas, no Centro de Arte de Ovar e conta com intervenções de Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal, e Carlos Nuno Granja, programador dos conteúdos literários do FLO, a que se segue a primeira mesa do Festival, com Fernando Ribeiro, conhecido vocalista e letrista da banda portuguesa de metal gótico Moonspell, já com vários livros publicados, nomeadamente na área da poesia e da ficção, e João Tordo, vencedor do Prémio Literário José Saramago 2009, com “As Três Vidas”, com livros publicados em diversos países. Para fechar este primeiro dia, subirá ao palco o projeto RUGE, com Rodrigo Guedes de Carvalho, Daniela Onis e Ruben Alves; um encontro de poesia e música no cruzamento entre a palavra escrita, cantada e falada.

O FLO tem um programa com 11 mesas, reunindo mais de 40 escritores/autores, espetáculos com música, poesia e teatro; exposições, oficinas e sessões de contos; apresentações de livros e umas Jornadas Literárias / Formação Creditada para Professores.

Este ano, o FLO integra ainda um conjunto de iniciativas do Programa de evocação dos 150 anos do falecimento de Júlio Dinis, escritor com fortes ligações a Ovar, onde está a “Casa Museu” que habitou num período de grande inspiração literária. Em parceria com o Agrupamento de Escolas Ovar Sul, cuja Escola Secundária tem o escritor como patrono, a autarquia assinalará o dia 12 de setembro com a entrega dos prémios do concurso literário e de ilustração “Júlio Dinis em Ovar”, a apresentação do “teaser” do documentário “Júlio Dinis em Ovar”, que está a ser produzido por Rui Pedro Lamy, em residência artística no Museu Júlio Dinis, e o lançamento de uma edição especial de “O Canto da Sereia” de Júlio Dinis, com ilustrações de Pedro Podre e um Estudo de Ana Ferreira.
Na antecâmara do FLO’ 21, já no sábado, dia 4, o Museu Júlio Dinis inaugurará a Exposição dos trabalhos do Concurso Literário e de Ilustração “Júlio Dinis em Ovar”, uma iniciativa do Agrupamentos de Escolas Ovar Sul que conta com o apoio da Câmara Municipal de Ovar, e será apresentado o programa do Festival Literário, havendo ainda espaço para uma conversa com o editor João Manuel Ribeiro e “Espaço Leituras” com autores locais.

Colheitas de sangue em Setembro de 2021

Colheitas de sangue em Setembro de 2021: pstrongA vida s tem um sentido e o nico sentido que a vida tem quando investimos nossa vida na vida dos outros ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa a luta do colectivo. stro