sexta-feira, 15 de abril de 2022

A ADASCA vende inscrições para a Caminhada Maratona da Europa. Amanhã a partir das 9 horas até 18 junto à antiga Câmara de Aveiro

 

Elementos da ADASCA (imagens) é parceira da Maratona da Europa estiveram com a viatura na Praça da República (Aveiro), hoje (Dia 15) a partir das 15 horas, amanhã (Dia 16, Sábado) a partir das 9 horas até às 18 horas, numa acção para angariação de inscrições alusivas à Campanha para os 5kms, com identificação para o efeito.

A ADASCA tem disponíveis 50 inscrições






Metade do valor (5€) reverte a favor desta associação. Uma oportunidade para serem solidários connosco.

Contamos convosco. 964 470 432

Pavilhão dos Desportos de Anadia recebe Aqui na Bairrada

A Câmara Municipal de Anadia aprovou, na sua reunião de executivo do passado dia 13 de abril, a atribuição de um apoio de 30.000,00€ à Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) para comparticipar a organização da 2ª edição do “Aqui na Bairrada” que vai ter lugar, nos dias 7 e 8 de maio, no Pavilhão dos Desportos de Anadia.

O evento tem como intuito promover o que de melhor se faz na região, tanto em termos de produtos vitivinícolas, como ao nível da gastronomia local e doçaria. A edição deste ano do “Aqui na Bairrada” contempla a realização de provas temáticas e exclusivas, showcooking e outras atividades complementares a levar a efeito com os produtores e restaurantes presentes.

Recorde-se que o “Aqui na Bairrada” resultou da renovação da iniciativa “Bairrada Vinhos & Sabores”, promovida pela CVB, em conjunto com a Associação Rota da Bairrada, com o apoio do Município de Anadia, e teve a sua 1ª edição em 2019, coincidindo com o lançamento da marca “Bairrada, Terras de Bem Viver”.

De referir que o evento obteve um grande sucesso, com um grande impacto na dinâmica da economia concelhia, revelando-se como um local de excelência para a divulgação turística do Município e da Região e, sobretudo, para a promoção dos seus produtores de vinho, daí a importância de a autarquia anadiense se associar à organização deste certame.

Mais de 200 militares portugueses partem para a Roménia com missão de “preversar e defender a paz”

Marcelo Rebelo de Sousa disse que o objetivo desta missão é defender um país amigo.

Mais de 200 militares portugueses partem esta sexta-feira numa missão para a Roménia. O contingente vai fortalecer a segurança do flanco leste do espaço da Aliança Atlântica e tem como missão dissuadir qualquer ataque a um país membro da NATO.

Esta força nacional destacada é composta por 222 militares da companhia de atiradores e uma equipa de operações especiais.

A cerimónia de despedida contou com a presença do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas. Marcelo Rebelo de Sousa disse que o objetivo desta missão é defender um país amigo.

O Presidente da República salientou ainda a solidariedade e coesão dos militares portugueses que partem com o sentido de preservar a paz.

Na cerimónia, estiveram também presentes a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro e os chefes militares dos três ramos.

Portugal prepara também o envio do terceiro pacote de apoio à Ucrânia, com 99 toneladas de armamento e medicamentos.

Fonte e Imagem: SIC Notícias

Gabinete de Apoio ao Agricultor implementado há quatro anos


Para além de ajudar os agricultores em processos de candidaturas a fundos comunitários e subsídios, este gabinete presta apoio em várias áreas relacionada com a atividade agrícola

O Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor (GMAA) presta apoio a 505 agricultores de todo o concelho, ajudou na legalização de 56 novas explorações agrícolas e já captou para o concelho mais de 713 mil euros, entre subsídios anuais e apoios ao investimento. Estes são os principais indicadores de um serviço que foi criado pela Câmara Municipal de Águeda, que esta semana assinala quatro anos de atividade.

“Consideramos esta uma aposta estratégica para o setor primário do nosso concelho, disponibilizando um serviço que, de uma forma prática e acessível, apoia os agricultores e explorações agrícolas espalhadas pelo concelho”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, sublinhando que, como os números evidenciam, este é um serviço que beneficia de uma forma direta os cidadãos e que desempenha um papel de simplificador de processos burocráticos, para além de ser uma ajuda “imprescindível para cativar apoios e fundos comunitários”.

Ao fim de quatro anos, o balanço “é naturalmente positivo”, declarou o Edil, acrescentando que o GMAA está constantemente atento a novas formas de capacitação para “estar dotado das ferramentas necessárias e mais eficazes para dar as respostas que o setor procura”.

Para o seu funcionamento, este gabinete conta com a colaboração da Confederação Nacional da Agricultura, com base num protocolo firmado entre as duas entidades, que permitiu ao GMAA ser parceiro do IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P.), podendo submeter, através deste organismo, candidaturas aos subsídios agrícolas anuais, bem como proceder à legalização de explorações agrícolas e pecuárias e ainda o controlo da movimentação de animais pecuários.

Assim sendo, através do iDigital, uma plataforma do IFAP onde se efetuam as ações de legalização das explorações, as candidaturas aos apoios anuais e as guias de movimentações de animais, o Gabinete aguedense submeteu, nestes quatro anos, um total de 157 formulários IB (Identificação do Beneficiário), que é o ponto de partida para registar/legalizar uma nova exploração agrícola e/ou pecuária. Entre estes formulários, 101 respeitam a atualização de dados do beneficiário e 56 foram para novas explorações.

No GMAA é feita ainda a formulação e disponibilização de guias de movimentação de animais, quer para abate quer entre explorações, oferecendo um serviço simplificador e que elimina a burocracia associada a este trabalho, sendo que, nestes quatro anos, foram emitidas 1.150 guias.

O GMAA tem também potenciado candidaturas a apoios ao investimento e submissão de candidaturas aos subsídios agrícolas, sendo que, até ao momento, foram captados cerca de 713 mil euros de apoios às explorações do Concelho.

Entre estes, destaque para os projetos de beneficiação de regadio do Raivo e de Soutelo, cujos processos de candidaturas foram aprovados e estão a ser acompanhados pelo GMAA. O primeiro, financiado ao abrigo do PDR2020, contou com um investimento total de 127.743,32 euros, está já concluído e envolveu um total de 11,5 hectares, tendo beneficiado 56 agricultores. Com base neste projeto, foram criados dois grandes reservatórios de água que, para além de apoiar a atividade agrícola local, poderão servir de meio de defesa contra incêndios.

Quanto ao segundo projeto, o de Soutelo, com um preço elegível 100% financiado (ao abrigo do mesmo programa) de 146.438,50 euros (+IVA), está em fase de contratação para a sua execução.

Criado em abril de 2018, o GMAA tem como objetivo impulsionar o setor agro-pecuário, dando condições aos munícipes para desenvolverem a sua atividade, nomeadamente no que respeita ao esclarecimento de dúvidas sobre alterações da legislação que os agricultores por vezes têm dificuldade em interpretar. Neste gabinete são ainda feitas outras solicitações, como o resgate de subsídios agrícolas de pessoas falecidas para os herdeiros, os pedidos de pareces à CCDRC por ocupações de áreas REN e o levantamento de prejuízos agrícolas causados por tempestades.

O GMAA apoia os agricultores na sua interação com as diversas entidades do Estado, como o IFAP (Instituto do Financiamento da Agricultura e Pescas), DRAPC (Direção Regional da Agricultura e Pescas do Centro), DGAV (Direção-Geral da Alimentação e Veterinária) etc., para além de ajudar nos processos de pedidos de Estatuto de Agricultura Familiar ou Estatuto de Jovem Empresário Rural.

De referir ainda que os interessados podem solicitar o Cartão de Gasóleo Agrícola neste serviço.

Eunice Muñoz (1928-2022). “Uma mulher simples” que deu 80 anos ao teatro português

 De uma vida inteira no teatro, o seu "grande amor", a única queixa de Eunice Muñoz prendia-se com a ditadura do Estado Novo e as peças que gostava de ter feito e que lhe "foram roubadas" pela censura.

A atriz Eunice Muñoz, que morreu hoje, em Lisboa, aos 93 anos, nunca não se imaginou fora do teatro, apesar de sempre se ter considerado "uma mulher como as outras, mãe de seis filhos, com netos e bisnetos". Com 80 anos de carreira, Eunice Muñoz, porém, é o teatro.

"Sou uma pessoa como outra qualquer", e gostava de ser lembrada assim, como uma "mulher simples", embora não pudesse "deixar de ser atriz", disse à agência Lusa, no passado mês de setembro.

Na altura, preparava o regresso aos palcos para mais um ciclo de representações da sua derradeira peça, "A margem do tempo", do alemão Franz Xaver Kroetz, que interpretou com a neta Lídia Muñoz, em diferentes palcos do país.

Dez anos antes, quando assinalou os 70 anos sobre a sua estreia, ocorrida no palco do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, as suas declarações tinham já a essência dessa vontade, de ser lembrada como a pessoa comum que, no entanto, procurou "fazer sempre melhor", pois "não podia ser outra coisa, só podia ser atriz".

Eunice Muñoz só se afastou dos palcos dos 23 aos 27 anos, depois do nascimento da primeira filha, quando já somava uma década de trabalho e dezenas de personagens por si interpretadas, no final da carreira, em 2012, e entre 1972 e 1976, altura em que a televisão e a gravação de poetas portugueses ocuparam os seus dias.

De uma vida inteira no teatro, o seu "grande amor", a única queixa de Eunice Muñoz prendia-se com a ditadura do Estado Novo e as peças que gostava de ter feito e que lhe "foram roubadas" pela censura.

"Eu e toda a minha geração apanhámos efetivamente esse corte medonho, como quem tira um bocado duma perna", disse Eunice Muñoz à agência Lusa em novembro de 2011, referindo-se à ditadura, que marcou 33 anos do seu percurso profissional.

"Esse repertório proibido, fez muita falta", prosseguiu então Eunice Muñoz, exemplificando com "Mãe Coragem", de Bertolt Brecht, que só interpretou em 1986, no Teatro Aberto, dirigida por João Lourenço, mas também com a "Cantora Careca" de Ionesco, que não consta do seu percurso.

"E hoje olho para estes jovens com uma grande satisfação, porque, desde a Revolução, não sabem o que isso é, e ainda bem", assegurou.

Nascida a 30 de julho de 1928, na Amareleja, Moura, no distrito de Beja, numa rua que tem o seu nome, Eunice Muñoz descende de uma família de três gerações de atores, dos espanhóis Muñoz, no teatro, e dos sicilianos Cardinalli, no circo.

Aos cinco anos, já realizava números musicais, na companhia teatral ambulante da família, a Troupe Carmo. Tímida, chegava a inventar dores de barriga para evitar as caras que olhavam para ela em palco, como recordou em diferentes entrevistas, recordando a sua "infância nómada".

Fixou-se em Lisboa em 1934. Poucos anos depois, "sem saber como", repararam nela e estreou-se em "Vendaval", de Virgínia Vitorino, no Teatro Nacional D. Maria II, na então companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Foi em 28 de novembro de 1941.

Fazia de Isabel e a seu lado estavam atores consagrados como Palmira Bastos, Amélia Rey Colaço, Maria Lalande, Lucília Simões, Raul de Carvalho, Alves da Cunha, João Villaret.

Tinha 13 anos e viria a entrar pouco depois para a histórica companhia, ainda adolescente, onde teve como mestra Amélia Rey Colaço. "Senhora D. Amélia Rey Colaço", como dizia.

"Eu era uma miúda e ela foi sempre uma pessoa maravilhosa para mim. Tinha por mim uma imensa ternura e eu, por ela, um respeito enorme e veneração".

Aos 14 anos, pôde entrar para o Conservatório, de onde saiu aos 17, com o curso de Teatro e uma média final de 18 valores.

Mas atuou, atuou sempre, como em 1943, na "Riquezas da sua avó", ao lado de Palmira Bastos.

"As coisas na minha vida foram sempre acontecendo", disse à Lusa, em 2011. "Nunca mexi muito, nunca fiz grandes esforços para representar peças de que gostaria".

"Sou muito pouco ambiciosa (...) Isso não me orgulha nada. Se fosse mais ambiciosa, provavelmente não teria ficado em Portugal, teria partido quando acabei o Conservatório. Nessa altura podia ter escolhido o estrangeiro para fazer uma carreira, mas não... Sou muita agarrada".

Apesar de confessar que, no começo, nem sempre representou as peças de que gostaria -- porque era muito nova e "não tinha poder para dizer que sim ou que não" -, admitiu que a vida profissional sempre "lhe correu bem".

Entre 1941 e 1944, interpretou 21 peças no D. Maria com a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Fez a primeira opereta, "O João Ratão", em 1943, no Teatro Avenida, ao lado de Estêvão Amarante, ator a que daria corpo, quase 50 anos mais tarde, em "Passa por mim no Rossio", de Filipe la Féria (1991). Foi ainda dirigida por Maria Matos, em "A portuguesa", de Carlos Vale, em 1945.

A grande popularidade chegou nesse ano quando, no Teatro Variedades, fez parte do elenco de "Chuva de Filhos", de Margaret Mayo, ao lado de Vasco Santana e de Mirita Casimiro.

A estreia no cinema aconteceu em 1946, em "Camões", de Leitão de Barros, que lhe valeu o prémio de melhor atriz. Na altura, entrou também em "Um Homem do Ribatejo", de Henrique de Campos, que também a dirigiria em "Ribatejo" (1950) e "Cantiga da rua" (1955).

"Os vizinhos do rés-do-chão" (1947), de Alejandro Perla, "A morgadinha dos canaviais" (1949), de Caetano Bonucci e Amadeu Ferrari, "O trigo e o joio" (1965), de Manuel Guimarães, "Manhã submersa" (1980), de Lauro António, "Lisboa cultural" (1983), de Manoel de Oliveira, "Repórter X" (1986), "Matar saudades" (1987), de Fernando Lopes, e "Tempos difíceis" (1988), de João Botelho, constam da carreira no cinema. O último filme em que entrou, "Olga Drummond", de Diogo Infante, data de 2019.

Na sua carreira, porém, é o teatro que prevalece.

No final dos anos de 1940, entrou em peças como "Outono em flor", de Júlio Dantas (1948), e "Espada de Fogo", de Carlos Selvagem (1949).

Em 1950 e 1951, protagonizou as comédias "Ninotchka", de Melchior Lengyel, ao lado de Igrejas Caeiro, e "A loja da esquina", de Edward Percy, dois textos celebrizados no cinema por Ernst Lubitsch.

Eunice Muñoz fez então parte da Companhia de Teatro Gynásio, em Lisboa, dirigida por António Pedro, e passou ainda pelo Teatro da Trindade, antes de se retirar de cena, entre os 23 e os 27 anos.

Queria dedicar-se à família. Trabalhou numa loja de cortiça, no Príncipe Real, onde o público ia vê-la, por não a encontrarem em palco. Agastada com a situação, fez um curso de secretariado. Trabalhou então como secretária de direção numa loja de materiais elétricos no Barreiro.

Regressou aos palcos em 1955, para ser "Joana d'Arc", de Jean Anouilh, no Teatro Avenida, em Lisboa, a convite de Vasco Morgado.

Em 1957, interpretou "A desaparecida", de Pirandello, e, pouco depois, com Maria Lalande, Isabel de Castro, Ruy de Carvalho e Curado Ribeiro, entrou para o Teatro Nacional Popular, sob a direção de Francisco Ribeiro (Ribeirinho).

"Noite de Reis", de Shakespeare, "Um serão nas laranjeiras", de Júlio Dantas, "Pássaros de Asas Cortadas", de Luiz Francisco Rebello, foram algumas das peças em que entrou, nos anos seguintes.

Francisco Ribeiro (Ribeirinho), pioneiro na divulgação do drama contemporâneo, que fez a estreia portuguesa de Samuel Beckett, e Carlos Avilez, que impulsionou o Teatro Experimental de Cascais, destacam-se no trabalho da atriz, na década de 1960.

Com Avilez foi "Fedra", de Jean Racine (1967). Em Cascais, trabalhou também com o encenador argentino Victor Garcia, com quem fez "As Criadas" (1972), de Jean Genet.

Nos anos de 1960, fez também comédia na Companhia de Teatro Alegre, no Parque Mayer, com António Silva e Henrique Santana.

Monumental e Variedades foram outros teatros da capital onde atuou, nomeadamente ao lado de Virgílio Teixeira e Mimi Muñoz, sua mãe. Em 1963, partilhou com Laura Alves o prémio de melhor atriz, pelo seu papel em "O milagre de Ana Sullivan", de William Gibson (1963).

Em 1965, na Companhia Portuguesa de Comediantes, fundada por Raul Solnado no recém-inaugurado Teatro Villaret, entrou em "Verão e fumo", de Tennessee Williams (1965), e "As Raposas", de Lillian Hellman (1966), peças que lhe valeram prémios de Imprensa de Melhor Atriz, e de Popularidade, da então revista Rádio e Televisão.

Em 1970, estreou-se na encenação, na Companhia Somos Dois, que criara, com "A Voz Humana", de Jean Cocteau, uma das peças que levou em digressão por Angola e Moçambique, num repertório que se estendeu a "Dois num baloiço", de William Gibson, e "Os dactilógrafos", de Murray Schisgal, com José de Castro.

Cerca de um ano mais tarde, no regresso a Lisboa, a poucas horas da estreia de "A mãe", de Stanislaw Wiktiewicz, sob a direção de Luiz Francisco Rebello, no Teatro S. Luiz, a censura proibiu o espetáculo.

De 1972 a 1976, voltou a afastar-se dos palcos. Fez pequenos trabalhos de televisão e gravou em disco autores como Florbela Espanca e Soror Mariana.

No regresso ao teatro, fez "Equus", de Peter Shaffer (1976), com a empresa Vasco Morgado, e, no Teatro D. Maria, "Felizmente há luar", de Luís de Sttau Monteiro (1978), "A casa de Bernarda Alba", de Lorca (1983), "As memórias de Sarah Bernhardt" (1984), "O gebo e a sombra", de Raul Brandão, "Romance de lobos", de Valle-Inclán (1987), "As fúrias", de Agustina Bessa-Luís (1994), "As troianas", de Sartre (1996).

"O parque" (1985), de Botho Strauss, numa tradução de Alberto Pimenta, com encenação de Stephan Stroux, no Teatro da Cornucópia, "Mãe coragem e os seus filhos" (1986), encenada por João Lourenço, no Teatro Aberto -- que viria a ser posto em filme, no ano seguinte, pelo realizador Nuno Teixeira -, "Zerlina", dirigida por João Perry, em 1988, no Teatro da Trindade, cinco anos mais tarde reposta no D. Maria II, são outras das peças que interpretou.

Na televisão, aceitou o desafio de Nicolau Breyner e participou nas séries cómicas "Nicolau no país das maravilhas" e "Nico d'Obra".

Em 1993, protagonizou "A Banqueira do Povo", de Walter Avancini, seguindo-se outras telenovelas, entre as quais "Todo o Tempo do Mundo", "Porto dos Milagres", "Olhos de Água", "Sonhos Traídos", "Olhos nos Olhos", "Mar de Paixão".

"A Impostora", "Coração malandro", "Mistura fina", "Dei-te quase tudo", "Ilha dos amores" e "Destinos cruzados" contam-se entre as várias telenovelas em que entrou, tendo também participado na versão televisiva de "Equador", de Miguel Sousa Tavares.

Entre os encenadores com quem trabalhou e que reconheceu como mestres, citou Francisco Ribeiro (Ribeirinho), Carlos Avilez, João Perry, João Lourenço, João Mota e Ricardo Pais, com quem fez "Madame", de Maria Velho da Costa.

"Cinemascope", de Norton Azruk, pelo Teatro Plástico, e "A casa do lago" (2002), dirigida por Filipe la Féria, estão entre os trabalhos de palco de Eunice Muñoz, nos primeiros anos 2000, seguindo-se "Eunice, nome de atriz palco e vida", no âmbito do ciclo Grandes Actores do Teatro São Luiz.

"Miss Daisy", de Alfred Uhry, encenada por Celso Cleto (2006), "A dúvida", de JP Shanley, por Ana Luísa Guimarães (2007), e o monólogo "O ano do pensamento mágico", de Joan Didion (2009), por Diogo Infante, estão entre os últimos trabalhos em palco.

A estes somam-se "O comboio da madrugada", de Tennessee Williams, encenada por Carlos Avilez, e "Cerco a Leninegrado", de José Sanchis Sinisterra, por Celso Cleto, ambas em 2011, nos 70 anos de carreira.

Com a comédia "Cerco a Leninegrado", que a atriz considerou especial por voltar a um género teatral de que dizia gostar e que fez poucas vezes, apresentou-se no início de 2012, no Círculo de Bellas Artes, de Madrid, a sua estreia em palco, na capital espanhola.

Em agosto de 2016, Filipe La Féria anunciou o seu nome para o elenco de "As árvores morrem de pé", mas a atriz não chegou a entrar em cena. A 17 de outubro, a família anunciava que se retirava do elenco, por motivos de saúde.

Em 1991, o historiador Vítor Pavão dos Santos, então diretor do Museu do Teatro, organizou a mostra "Eunice Muñoz: 50 anos da vida de uma actriz" e, 12 anos mais tarde, a homenagem "Eunice, palco e vida", no teatro de S. Luiz, em Lisboa.

A um vasto palmarés de prémios, como o de Carreira da Academia Portuguesa de Cinema, em 2015 (quando o D. Maria II promoveu "74 Eunices - Homenagem a Eunice Muñoz", a um ano da celebração dos seus 75 anos de atividade), somam-se distinções oficiais de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1981), grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2011), Grã Cruz da Ordem do Mérito (2018) e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2021). Em 1990, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural.

Afastada dos palcos desde 2012, regressou em abril do ano passado ao Auditório Eunice Muñoz, em Oeiras, para estrear "A margem do tempo", com a neta, Lídia Muñoz, produção que levou a diferentes palcos do país, numa digressão que culminou no Teatro D. Maria II, em Lisboa, no passado dia 28 de novembro, o mesmo palco, onde exatamente 80 anos antes fizera a sua estreia.

Na altura, chegava às salas de cinema o documentário "Eunice, ou cartas a uma jovem atriz", de Tiago Durão.

Cadáver encontrado no interior de poço em Vila Verde

O cadáver “estava em elevado estado de decomposição”.

Um cadáver foi encontrado esta quinta-feira no interior de um antigo poço, em Vila Verde, no distrito de Braga, durante a realização de obras numa habitação privada, disseram à agência Lusa fontes de socorro.

Segundo as mesmas fontes, o cadáver “estava em elevado estado de decomposição”, razão pela qual não é possível, neste momento, saber se se trata de um homem ou de uma mulher.

O poço situa-se junto à casa que está a ser reconstruída.

O alerta foi dado cerca das 16:30 e aPolícia Judiciária está no local a desenvolver a investigação.

SIC Notícias/Lusa