terça-feira, 22 de outubro de 2019

JUSTIÇA | Tribunal Constitucional nega pedido do PSD sobre votos dos emigrantes

Mapa oficial seguiu para publicação

O Tribunal Constitucional (TC) decidiu hoje "não tomar conhecimento" dos recursos do PSD e da Aliança sobre a contagem dos votos dos círculos eleitorais da emigração, disse à Lusa fonte oficial daquele tribunal.
Os acórdãos relativos àquelas decisões seguiram para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), adiantou a mesma fonte.
Na sequência das decisões do TC, das quais já tomou conhecimento, a CNE mandou seguir para publicação em Diário da República o mapa oficial dos resultados das legislativas de outubro, disse à Lusa o porta-voz da CNE, João Tiago Machado.
O mapa oficial não sofreu qualquer alteração face ao que tinha sido aprovado na semana passada e cuja publicação tinha sido suspensa até que o Tribunal Constitucional se pronunciasse sobre os recursos do PSD e da Aliança, adiantou.
Segundo o jornal Público, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já foi notificado e "deverá levar à conferência de líderes marcada para as 19h a proposta de que a reunião de verificação de mandatos ocorra na sexta-feira, com a tomada de posse dos novos deputados", sendo que, se tal ocorrer, "a tomada de posse do Governo deverá ter lugar no sábado, tal como foi já conversado entre o Presidente da República e o primeiro-ministro".
O pedido do PSD foi feito na passada quinta-feira, tendo na altura explicado José Silvano que o recurso não afetaria os resultados das eleições nem os deputados eleitos, mas sim "a forma como os votos nulos - cerca de 35 mil - foram contabilizados".
"São os votos que não trazem a identificação do cidadão que foram classificados como nulos. Entendemos que o principio constitucional deve ser o mesmo dos votos em território nacional. O cidadão que se apresente numa assembleia de voto sem o cartão de cidadão não vota. Portanto, deve ser considerado abstencionista. Queremos que o TC diga se é abstenção ou voto nulo", disse o dirigente do PSD.
Já o partido Aliança apresentou um recurso na sexta-feira para impugnar os resultados das eleições legislativas nos círculos da emigração, alegando que mais de 142 mil eleitores não conseguiram votar por não terem boletins de voto.
A primeira reunião da Assembleia da República, já com a nova configuração resultante das eleições, só poderá ocorrer depois da publicação dos resultados eleitorais em Diário da República, que estava até agora pendente da decisão do Tribunal Constitucional sobre o recurso do PSD. Só depois da instalação do parlamento poderá o novo Governo tomar posse.
A lei eleitoral para a Assembleia da República prevê que após receber um recurso no âmbito do contencioso eleitoral, o presidente do Tribunal Constitucional "manda notificar imediatamente os mandatários das listas concorrentes no círculo em causa para que estes, os candidatos e os partidos políticos respondam, querendo, no prazo de vinte e quatro horas".
Depois, "nas 48 horas subsequentes", o Tribunal Constitucional, em plenário, decide definitivamente do recurso, comunicando imediatamente a decisão à Comissão Nacional de Eleições.
De acordo com a lei eleitoral para a Assembleia da República, “a votação em qualquer assembleia de voto e a votação em todo o círculo só são julgadas nulas quando se hajam verificado ilegalidades que possam influir no resultado geral da eleição no círculo”.
O número de votantes nas legislativas nos círculos da emigração aumentou em quase 130 mil, em virtude do recenseamento automático dos não residentes, mas a taxa de abstenção foi mais alta do que em 2015.
A percentagem de votos dos emigrantes nulos (22,33%) foi uma das surpresas da contagem dos votos dos emigrantes, concluída quinta-feira, tendo sido anulados 35.331 boletins, de um total de 158.252 boletins recebidos de emigrantes portugueses.
Tais resultados levaram o movimento Também somos portugueses e o Comité Cívico Português do Reino Unido a exigirem um inquérito à forma como decorreram as legislativas, criticando a anulação dos votos dos emigrantes. Para as duas entidades, “não se trata de votos nulos no sentido mais habitual do termo, que é um voto de protesto”, mas antes, “na sua esmagadora maioria, de votos validamente expressos, manifestando escolhas legítimas de cidadãos eleitores portugueses, mas que foram desconsiderados, por exemplo, por faltar a cópia do cartão de cidadão”.
De recordar que, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna, os votos dos emigrantes portugueses elegeram dois deputados do PS e dois do PSD. Pelo círculo da Europa, o PS elegeu Paulo Pisco e o PSD Carlos Gonçalves, e pelo circulo fora da Europa foram eleitos José Cesário (PSD) e Augusto Santos Silva (PS).
Lusa
Foto: Luís Ruivo / Lusa

Castelo de Paiva | Almoço de confraternização juntou 400 pessoas


Banda Marcial de Bairros promoveu Convívio e Concerto de encerramento de época
Um história de sucesso com 209 anos de existência

A exemplo de anos anteriores, a Banda Marcial de Bairros, em Castelo de Paiva, promoveu no passado Sábado, nas instalações do Agrupamento de Escolas de Sobrado, o seu convívio e Concerto de Encerramento relativo à presente temporada, numa iniciativa marcada por uma salutar confraternização entre dirigentes, regente e músicos que integram a reconhecida filarmónica paivense, que já conta mais de dois séculos de existência, tendo marcado presença o presidente da Câmara Municipal, Gonçalo Rocha.

Num almoço de confraternização que reuniu cerca de 400 pessoas, entre associados, amigos e convidados, o presidente da Direcção, Gualter Rocha, considerou que este é sempre um momento por todos desejado, depois de uma época de intensa actividade, com participação em festas e arraiais por todo o país e em iniciativas municipais, procurando proporcionar um momento festivo a todos os seus componentes, tendo aproveitado a ocasião festiva para homenagear pessoas que se distinguiram ao longo dos anos na colaboração e apoio à filarmónica, como Adriano Moreira, que foi durante largos anos presidente da direcção, bem como António Correia da Silva, que foi musico, compositor e maestro da Banda Marcial de Bairros.

Na sua intervenção, o edil paivense realçou a importância da iniciativa e, ao mesmo tempo, confirmando a razão porque esta associação musical se assume como uma referência na cultura paivense, um porta-estandarte da nossa terra, sendo uma filarmónica com um passado grandioso e bastante reconhecida, que soube impor-se graças a um assinalável crescimento técnico, agora com jovens e experientes músicos, ajudando a consolidar e a exaltar o mérito e o prestigio que esta banda musical orgulhosamente apresenta, daí destacar esse reconhecimento público merecido, traduzido pela Medalha de Mérito Municipal - Grau Ouro recentemente atribuída.

José Manuel Carvalho evidenciou esta história de sucesso e todos aqueles que foram contribuindo para a grandeza da instituição, nomeadamente os maestros que a dirigiram, sempre na expectativa do êxito; os dirigentes e colaboradores, que não pouparam esforços para suplantar dificuldades, para a manter viva; os músicos, muitos deles autodidactas e muitos outros formados nas escolas que, ao longo de gerações compuseram elencos e foram pilares fundamentais da sua existência.

Para o responsável municipal, as bandas de música do concelho estão, com inteira justiça e de modo inequívoco, na primeira linha daqueles que merecem o reconhecimento municipal pela sua relevantíssima actividade nas áreas da música e da cultura, pela sua entrega e dedicação à causa pública, daí relevar o grande apoio municipal que tem sido atribuído às três filarmónicas do concelho, nos últimos anos.
O programa festivo contemplou durante a manhã um jogo de futebol, a celebração de uma missa e um concerto comemorativo, recordando-se que a Banda Marcial de Bairros, sob a regência do maestro Rui Sampaio, protagonizou na temporada que agora encerra, mais de 15 actuações, entre concertos e participações em festas e romarias, merecendo particular destaque a deslocação a Zamora, em Espanha, onde participou no Festival Luso Espanhol de Bandas de Musica 2019.





Carlos Oliveira

Oeste | Campeão do Mundo Jorge Fonseca Planta uma Árvore na Marinha Grande


O próximo dia 28 de outubro,assinala a comemoração do Dia Mundial do Judo, data do nasciento do fundador Jigoro Kano,reconhecido por muitos como o pai da Educação Física no Japão.

Esta modalidade olímpica com mais de 200 milhões de praticantes em todo o mundo afirma se como um símbolo de paixão, cooperação, entreajuda, dedicação, superação, valorização e de inclusão.

Este ano, a Federação Internacional de Judo escolheu como tema das comemorações da efeméride  “Planta uma Árvore”, demonstrando enorme preocupação de cariz ambiental, pretendendo envolver e valorizar os jovens praticantes como agentes de transformação projetando-os para a verdadeira cidadania ativa e participativa.  

O Agrupamento de Escolas Marinha Grande Poente, em conjunto com a Câmara Municipal da Marinha Grande, Federação Portuguesa de Judo e Judo Clube da Marinha Grande assinalarão a data através de uma ação intergeracional e interinstituicional com os seus projetos enquadrados no âmbito do Desporto Escolar, JUDO4ALL (judo de inclusão, atividade recentemente galardoada com a bandeira de ética desportiva) e JUDO4EVER (Projeto  de “envelhecimento ativo” com a Universidade Sénior) na Escola Guilherme Stephens.

O Judoca Olímpico Jorge Fonseca, Campeão do Mundo em Tóquio 2019, juntar-se-á à iniciativa “Plantando uma Árvore”, na Escola que acolhe a ação,  partilhando com os jovens marinhenses a importância e os valores associados à prática desportiva e o seu percurso inspirador com os mais novos. No Tapete de Judo fará parte da demonstração  que reunirá a participação de todos   em torno da temática.


O evento contará também com a presença do Presidente da Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, do Presidente da Associação Distrital de Judo de Leiria, Valdemiro Teixeira, do selecionar Nacional de Judo, mestre António Saraiva e do Olímpico no Rio Nuno Saraiva.

Durante a demonstração serão exibidos vídeos com algumas das atividades realizadas no Âmbito do JUDO4EVER e do JUDO4ALL.

A iniciativa desenvolve-se entre as 10H00 e as 12H00.

Oeste | “Intimidade” artística nos museus da Marinha Grande


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O Museu do Vidro e o Núcleo de Arte Contemporânea vão acolher o projeto de intervenção artística “Intimidade”, de 26 de outubro a 15 de dezembro, cuja participação é gratuita mas sujeita a inscrição prévia.

Através do desafio do artista Alexandre Sampaio, a comunidade é convidada a mostrar o quanto de si há no património de todos, criando uma performance a partir da recolha e reinterpretação de histórias do seu quotidiano.

Realizar-se-ão duas edições: uma no Palácio Stephens e outra no Núcleo de Arte Contemporânea do Museu do Vidro.

A experiência decorre em sete sessões ao fim de semana, de duas horas para cada edição. Estas sessões consistem num ateliê de drama, escrita criativa e contador de histórias e incluem: visita guiada ao museu, análise das obras selecionadas, recolha e interpretação de histórias do quotidiano pessoal e profissional, inspiradas nas obras do acervo do museu.

O projeto culminará com uma apresentação / performance final, a realizar no âmbito das comemorações do 21.º aniversário do Museu do Vidro.

A calendarização das sessões é a seguinte:

Intimidade – Edição Palácio Stephens
Duração de cada sessão: 2h00
Sessão I: 26 de outubro de 2019, das 10h30 às 12h30
Sessão II: 27 de outubro de 2019, das 09h00 às 11h00
Sessão III: 09 de novembro de 2019, das 10h30 às 12h30
Sessão IV: 10 de novembro de 2019, das 09h00 às 11h00
Sessão V: 23 de novembro de 2019, das 10h30 às 12h30
Sessão VI: 07 de dezembro de 2019, das 10h30 às 12h30
Sessão VII: 08 de dezembro de 2019, das 09h00 às 11h00
Performance: 14 ou 15 de dezembro de 2019, em horário a definir

Intimidade – Edição Núcleo de Arte Contemporânea
Duração de cada sessão: 2h00
Sessão I: 26 de outubro de 2019, das 14h30 às 16h30
Sessão II: 27 de outubro de 2019, das 11h30 às 13h30
Sessão III: 09 de novembro de 2019, das 14h30 às 16h30
Sessão IV: 10 de novembro de 2019, das 11h30 às 13h30
Sessão V: 23 de novembro de 2019, das 14h30 às 16h30
Sessão VI: 07 de dezembro de 2019, das 14h30 às 16h30
Sessão VII: 08 de dezembro de 2019, das 11h30 às 13h30
Performance: 14 ou 15 de dezembro de 2019, em horário a definir

As inscrições são limitadas a 12 participantes por cada edição, devendo ser realizadas através do número de  telefone 244573377, do email servico.educativo@cm-mgrande ou presencialmente no Museu do Vidro.

Público-alvo: maiores de 16 anos.


Évora | Sobre os Resultados do Concurso da DGArtes para Évora e Alentejo



Conhecidos alguns dos resultados dos concursos da Dgartes, o município de Évora denuncia e manifesta a sua preocupação com a intenção de excluir do financiamento público para a criação artística agentes culturais que ao longo de décadas vêm garantindo o acesso à arte e à cultura no nosso concelho e região.

É particularmente preocupante a diminuição do investimento público na Cultura e nas Artes na região Alentejo (-8%), única região do país em que há redução de verbas, com as consequências que são de todos conhecidas para a coesão do território nacional que os governos tanto elegem como bandeira dos seus programas.

A não serem revertidos os resultados agora tornados públicos, o Alentejo Central pode vir a perder agentes, companhias e criadores que são essenciais para a afirmação da Cultura no território.

O crónico subfinanciamento às artes e à cultura só diminuirá a sua expressão com cumprimento da afectação ao Orçamento de Estado de pelo menos 1% da riqueza produzida no país.

O Município de Évora exige à tutela governativa a dotação das verbas necessárias para que todos os projectos em condições de aprovação possam obter o financiamento necessário à prossecução dos seus projectos.

O Presidente da CM Évora,
Carlos Pinto de Sá

Cantanhede | Centro Local da Universidade Aberta fez receção aos novos alunos


No passado sábado 19 de outubro, o Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta (CLA) local, em colaboração com o CLA de S. João da Madeira e com o apoio do Município de Cantanhede, realizou a receção aos estudantes da Universidade Aberta da região. 

A iniciativa decorreu na sala do CLA Cantanhede e contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Pedro Cardoso, do Pró-Reitor para o Desenvolvimento Institucional e Assuntos Jurídicos da UAb, João Caetano, do estudante João Rodrigues em representação da Associação Académica da UAb e das coordenadoras dos CLA de S. João da Madeira, Cátia Lemos, e de Cantanhede, Sónia Valente. 

Participaram nesta ação 15 estudantes da UAb, dos quais 3 iniciaram este ano letivo o seu percurso académico. O encontro possibilitou a partilha de experiências entre estudantes e a valorização desta opção de investimento na formação académica, bem como o encorajamento por parte de colegas, familiares e as entidades representadas na sessão. O dia culminou com a participação na bela Missa de Bênção do Estudante na Igreja Matriz de Cantanhede.


Oeste | População homenageou o “fundador” da Marinha Grande



Guilherme Stephens foi homenageado pela Câmara Municipal e pela população, nos dias 19 e 20 de outubro, no âmbito das comemorações que assinalaram os 250 anos da chegada do industrial inglês à Marinha Grande.

O programa organizado pelo Município contou com a presença de Jenifer Roberts, investigadora e familiar de Guilherme Stephens que, a convite da autarquia, deslocou-se de Inglaterra para participar nas celebrações e mostrou-se sensibilizada com os eventos realizados e com a enorme adesão da população aos mesmos.

A presidente da Câmara, Cidália Ferreira, foi a anfitriã destas comemorações que “muito honraram o Município, a população do concelho e, sobretudo, a memória de Guilherme Stephens, pela forma digna como decorreram e pela forte adesão do público”.

“Quisemos realizar a recriação com data coincidente com o aniversário da abertura da Real Fábrica de Vidros e o resultado foi o brilhantismo e o sucesso que tivemos oportunidade de assistir”, afirma a presidente. Cidália Ferreira agradece “ao marinhense e amigo desta terra Norberto Barroca, pelo profissionalismo e excelência que dedicou a este projeto e por aceitar o meu desafio de encenar e dirigir a peça. Sabia que o resultado só poderia ser este e que foi uma honrosa homenagem a Guilherme Stephens”, continua.

“Devemos o que somos hoje enquanto território a Guilherme Stephens que, em 1769, a convite do Marquês de Pombal e do Rei D. José I, reativou a Real Fábrica de Vidros e mudou para sempre a Marinha Grande”, continua.

Para Cidália Ferreira “Guilherme Stephens foi um homem empreendedor, vanguardista para o seu tempo e humanista ímpar, sempre preocupado com a instrução, educação, cultura, cuidados de saúde e bem-estar social dos seus trabalhadores. Não se limitou a erguer uma fábrica de vidros lucrativa, mas que colocou sempre o seu foco nas pessoas que com ele e para ele trabalhavam”.

Guilherme Stephens promoveu “ainda diversas inovações na agricultura, reservando os terrenos onde hoje se encontra o Parque da Cerca, entre outros, para o cultivo da terra e o desenvolvimento técnicas e práticas agrícolas e introduzindo vegetais no nosso país, a partir de sementes importadas de Inglaterra, como alface, rabanete, agrião e chicória”, reforça.

A presidente da Câmara salienta “que todo este legado empresarial, cultural e social que reconhecemos a Guilherme Stephens e que a Marinha Grande tão bem tem sabido preservar durante estes dois séculos e meio, sendo o território de excelência e vanguarda tecnológica que é hoje”.

Estas comemorações “permitiram dar a conhecer, uma vez mais, o homem brilhante que foi Guilherme Stephens e todo o reconhecimento que temos pelo que fez da Marinha Grande”, conclui Cidália Ferreira.

Jenifer Roberts, familiar do industrial inglês, confessa estar “muito orgulhosa porque a Câmara Municipal decidiu fazer esta homenagem e o povo da Marinha Grande correspondeu. Tenho a certeza que William Stephens estaria feliz por saber que 250 anos depois os marinhenses continuam a amá-lo desta forma”.

Como membro da família de Guilherme Stephens, Jenifer Roberts admite ter “imenso orgulho nele. Era um génio. Um grande homem em muitos aspetos. Introduziu o estado de bem-estar aos operários 20 ou 30 anos antes de qualquer outro país ou industrial que cuidava dos operários como ele cuidava dos seus operários. Trouxe cultura como o teatro e a música e ideias mais modernas de agricultura”.

Marinha Grande recuou 250 anos para receber família Stephens

O ponto alto das comemorações ocorreu no domingo, dia 20 de outubro, com a realização da recriação histórica “Os Stephens na Marinha Grande - Abertura da Real Fábrica de Vidros (1769)”, com direção e encenação de Norberto Barroca e coordenação de guarda-roupa e tratamento visual de Mário Dias Garcia.

O evento esteve inicialmente marcado para o dia 19, mas devido às condições climatéricas adversas, foi adiado para o dia seguinte. Milhares de cidadãos assistiram a este espetáculo a partir do Jardim Stephens, perante os quais foi retratada a chegada de alguns convidados de honra à Marinha Grande, para assinalar a abertura e o início da fabricação da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande, em 16 de outubro de 1769.

Pretendeu-se ainda reconhecer o papel que Guilherme Stephens e a sua família tiveram para o desenvolvimento da Marinha Grande e instrução dos seus operários e recriar o ambiente cultural e social fervilhante que se vivia no Palácio dos Stephens, junto à fábrica.

O espetáculo contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre atores, figurantes, músicos e equipa técnica. Os atores e figurantes foram assegurados através da colaboração do Sport Operário Marinhense, Sport Império Marinhense, ASURPI - Associação Sindical União Reformados Pensionistas Idosos,  Associação Cultural e Recreativa da Comeira e  Agrupamentos de Escolas Marinha Grande Nascente e Marinha Grande Poente.

Existiram momentos musicais interpretados pelos Tocándar, Orquestra Juvenil da Marinha Grande e Orquestra de Câmara de Sintra. A encenação foi ainda complementada com carruagens de época de particulares e do Exército Português, assim como cavalos da Associação Equestre Cavalo Dourado da Marinha Grande. Culminou com um espetáculo de pirotecnia que coloriu o céu em redor do Património Stephens.

Além da recriação histórica, o programa comemorativo incluiu demonstrações de fabrico de vidro ao vivo no Estúdio Poeiras Glass, localizado no Edifício da Resinagem.

No sábado, 19 de outubro, o Auditório da Resinagem foi palco da apresentação do inteiro postal CTT com circulação nacional alusivo a Guilherme Stephens e da apresentação do livro “A Luz dos Tempos - Notas biográficas” sobre as personalidades do concelho dos últimos 250 anos da autoria de Gabriel Roldão e Luís Abreu e Sousa.

Editada pela Hora de Ler, a obra reúne mais de 800 biografias de marinhenses já falecidos, que, sob as mais diversas formas, tiveram um contributo para o desenvolvimento económico, social e cultural do concelho.

"O objetivo desta obra é para falar de muitos «Guilhermes Stephens» que povoam a Marinha Grande e que, de um modo ou de outro, fizeram com que esta «Marinha» seja «Grande» como hoje é. É destas personagens, que jamais deixaremos esquecer, que vamos tratar. Umas serão menos conhecidas que outras, pela sua atividade com inferior visibilidade, mas mesmo assim, terão contribuído, não só com a sua condição de cidadãos mas, conferindo sempre mais qualquer coisa que os outros. É por isso que vão ser citados para se eternizarem”, é referido pelos autores.

CANTANHEDE | DE NATAÇÃO DA SOCIEDADE COLUMBÓFILA RECEBE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE FPNCQ2019

No passado dia 19 de outubro, realizou-se a Gala da Natação 2019, evento coorganizado pela Federação Portuguesa de Natação e Câmara Municipal de Portimão, que este ano é capital Europeia do Desporto, tendo como palco o Autódromo Internacional do Algarve e contou com cerca de 300 pessoas. 
Neste evento foram entregues os prémios distribuídos por várias categorias, nomeadamente atletas e técnicos, nas várias disciplinas, nomeadamente, Natação Artística, Polo Aquático, Natação Adaptada, Águas Abertas e Natação Pura.
Durante esta gala a Seção de Natação da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhede, através do seu responsável Paulo Ferreira recebeu das mãos do Diretor da Federação Portuguesa de Natação, Pedro Mortágua, responsável pelo Pelouro da Certificação, a Certificação de Qualidade FPNCQ2019.
Este reconhecimento deve-se ao percurso efetuado pela escola de natação da Sociedade Columbófila, que ao longo dos últimos anos desenvolveu, manteve e melhorou os seus processos pedagógicos, didáticos e de gestão, tendo atingido um nível de excelência que importa destacar de forma positiva, reconhecendo assim as suas boas práticas podendo servir de exemplo, não sendo alheio a esta certificação, a qualidade dos técnicos e colaboradores da Columbófila de Cantanhede, das instalações municipais e o permanente apoio do Município de Cantanhede, União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça, patrocinadores e sobretudo os nadadores e as suas famílias.

Alentejo | Município de Reguengos de Monsaraz organiza visita ao “Palácio Assombrado” no Halloween



O Halloween em Reguengos de Monsaraz vai ter como tema uma visita ao “Palácio Assombrado”. A iniciativa que assinala a noite das bruxas vai decorrer na quinta-feira, dia 31 de outubro, a partir das 21h, no Palácio Rojão, local onde funciona a Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz.

A autarquia propõe uma visita histórica em família até ao ano de 1422. Nesse ano, D. Nuno Álvares Pereira decidiu entrar para a vida monástica e doou Monsaraz ao seu neto D. Fernando, Conde de Arraiolos, ficando juridicamente incorporada no património da Casa de Bragança.

Os participantes poderão apresentar-se vestidos de acordo com o Halloween e vão ter um percurso assustador no edifício, decorado para a noite das bruxas. As inscrições para esta iniciativa para maiores de seis anos de idade são gratuitas e devem ser efetuadas até ao dia 28 de outubro na biblioteca municipal.

O Palácio Rojão foi construído na primeira metade do século XIX para residência urbana da família Papança. Uma obra considerada arrojada para a época, pois, para além da inspiração que foi buscar ao estilo romântico, que na altura ditava a linha de construção dos grandes edifícios, denota também, ao nível da fachada, elementos de conceção mourisca.

Fotorreportagem completa no Litoral Centro




Castelo de Paiva | DEPOIS DO ÊXITO NO “ EUROPEAN CHOIR GAMES” NA SUÉCIA CÔRO DE CÂMARA DA ACADEMIA DE MUSICA RECEBIDO NA CÂMARA MUNICIPAL DE CASTELO DE PAIVA


Duas medalhas de prata e uma de ouro em Gotemburgo

Na sequência do êxito alcançado recentemente em Gotemburgo, na Suécia, onde participou na grande final dos World Choir Games, o Côro de Câmara da Academia de Música de Castelo de Paiva, foi recebido na tarde de Sábado, nos Paços do Concelho, pelo Executivo Municipal presidido por Gonçalo Rocha, numa cerimonia realizada em jeito de felicitação, que serviu para prestar tributo a esta valência da Academia de Musica, pela conquista de duas medalhas de prata e uma de ouro nas categorias de Musica Sacra e Coros Mistos, onde foi a única representação portuguesa presente, entre várias dezenas de coros de todo o mundo, reunindo representações dos cinco continentes.

O edil paivense Gonçalo Rocha, que esteve acompanhado do Vice-Presidente, António Rodrigues, do Vereador da Cultura, José Manuel Carvalho, e do presidente da Assembleia Municipal, Gouveia Coelho, voltou a congratular-se com este sucesso e com esta participação ao mais alto nível, destacando o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pela Academia de Musica, o seu espírito empreendedor numa envolvência empenhada de directores, professores, alunos e os encarregados de educação, ao mesmo tempo que realçou a importância destas prestações internacionais, num evento desta grandeza mundial, evidenciando o seu contentamento pelo facto dos responsáveis da Academia de Musica terem apostado forte nestas presenças no festival mundial de coros, não deixando de evidenciar, na sua intervenção, a sua imensa satisfação de voltar a ver premiado o esforço empenhado deste jovens, que conseguiram repetir um êxito notável, honrando e dignificando a Academia de Musica e o concelho de Castelo de Paiva, entre os melhores do mundo.

Evidenciando a sua satisfação por esta terceira internacionalização e pelo êxito alcançado pelo Coro de Câmara da Academia de Música de Castelo de Paiva, em terras escandinavas, o presidente Gonçalo Rocha realçou que esta recepção concretizada na Câmara Municipal, deve ser entendida como forma de expressar uma profunda gratidão pelo notável trabalho que vem sendo realizado e pelo brilhante desempenho protagonizado nesta competição mundial, destacando obviamente, a projecção obtida além fronteiras, que é um grande motivo de orgulho para todos.

Recorde-se que, o Côro de Câmara da Academia de Música de Castelo de Paiva participou, de 3 a 7 de Agosto, nos “IV European Choirs Games” que decorreu na cidade de Gotemburgo na Suécia, competindo nas modalidades de Youth Choirs (Champions Competition) e Musica Sacra with Accompaniment (Champions Competition).

O evento, organizado pela INTERKULTUR reuniu coros de todo o mundo em diferentes categorias. O Coro de Câmara da AMCP participou em anteriores edições, nomeadamente em Barcelona (2014) onde obteve o primeiro prémio em “Youth Choirs” e Sochi, Federação da Rússia (2016) tendo conquistado duas medalhas de prata. Na presente edição, o Côro foi galardoado com medalha de prata na modalidade de Youth Choirs e medalha de Ouro em Musica Sacra with Accompaniment. Nesta categoria, o júri do concurso composto por sete personalidades de diferentes países, qualificou o coro para o “Grand Prix of Nations”, o nível superior da competição e nesta categoria extra o côro obteve mais uma medalha de prata, sendo que esta classificação apura o Coro para competir no nível Grand Prix of Nations em todas as competições da INTERKULTUR durante os próximos 5 anos.

O Côro de Câmara da Academia de Musica de Castelo de Paiva, foi criado em Setembro de 2010, como disciplina curricular do Plano de Estudos da Academia e é dirigido pelo Prof. César Freitas.

Carlos Oliveira


S. Pedro do Sul | CANDIDATURA DO CANTO FEMININO A PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE


Decorreu no sábado passado, dia 19 de outubro, no auditório do Centro Escolar de S. Pedro do Sul, uma reunião de trabalho sobre a candidatura do canto feminino a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.

Esta reunião teve como objetivo a apresentação do trabalho realizado por S. Pedro do Sul, em parceria com a Universidade de Aveiro e financiado pelo Município, tendo sido delineadas algumas estratégias para dar seguimento à candidatura.

Desta parceria resultou o levantamento do património musical do concelho de S. Pedro do Sul, sendo que o passo seguinte será inscrever o mesmo na matriz do Património Nacional.

Marcaram presença, nesta reunião, vários grupos nacionais de vozes femininas à capela, que pretendem fazer parte da candidatura, uma vez que a mesma terá um cariz nacional, ou seja, irá candidatar-se o canto feminino em Portugal, à capela, com três ou mais vozes.


Cláudia Costa


Alvaiázere | Trail do Chícharo com mais de 400 participantes


No passado dia 05 de outubro o Município de Alvaiázere organizou mais uma edição do Trail do Chícharo, tendo-se verificado mais de 400 atletas inscritos. 

A III edição do Trail do Chícharo teve quatro provas, sendo três delas cronometradas e uma caminhada de lazer. Na caminhada tivemos mais de 200 participantes; no trail curto 12 Km – Prova Licor Beirão participaram mais de 130 atletas, no trail Longo 20Km participaram 60 atletas e no trail kids participaram 10 atletas. 

A atividade iniciou-se pelas 09h00, no Estádio Municipal, e encerrou pelas 15h00 com a entrega de prémios aos vencedores. 

A organização da III Edição do Trail do Chícharo contou com vários patrocinadores e parceiros, que contribuíram de forma muito positiva para que mais uma vez este evento fosse um grande sucesso. A todos eles, sem exceção, se expressa o profundo reconhecimento da parte da autarquia. 

O Município agradece a presença de todos os participantes nesta atividade que pretende fomentar hábitos de vida saudável e, em simultâneo, dar a conhecer, promover e valorizar o riquíssimo património paisagístico, cultural e natural do concelho de Alvaiázere, contando-se com a presença de todos na próxima edição do Trail do Chícharo.

Góis entre os municípios mais seguros para viver

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O Município de Góis encontra-se entre os mais seguros para viver, em Portugal, conforme notícia avançada pela National Geographic online. De acordo com a Pordata - Base de Dados Portugal Contemporâneo - foi possível identificar as cidades com menos índices de violência.
Em 1.º lugar encontra-se o Município de Torres Novas, ocupando uma posição cimeira no ranking das cidades mais seguras do país. Seixal e Alvito ocupam os 2.º e 3.º lugares, respetivamente. Góis encontra-se no 4.º lugar, seguindo-se de Vila Franca de Xira, a ocupar o último lugar do top 5 da contagem.
Destaca-se a nota da National Geographic sobre Góis: "Se procura um novo local para viver em Portugal, Góis está em 4.º lugar na lista das cidades mais seguras do país. Deixe-se encantar pela natureza rural de Góis, pelas paisagens deslumbrantes e pelas praias fluviais." (www.natgeo.pt, em 17 de outubro).


Região de Aveiro I Encontro da CPCJ de Estarreja debate o sucesso escolar das crianças e jovens

Não podemos conhecer bem uma realidade sem a “Ver por Dentro…”! É este o mote para o momento de reflexão e de partilha para o I Encontro da CPCJ de Estarreja, que decorre em Estarreja esta sexta-feira, dia 25, das 09h às 17h, no auditório da Biblioteca Municipal.

O encontro, que conta com a participação de psicólogos, docentes, investigadores, pediatras e enfermeiros, pretende que pais, professores e técnicos conheçam melhor o impacto das perturbações do desenvolvimento e comportamento no sucesso escolar das crianças e jovens, encontrando estratégias positivas para uma interação mais assertiva, entre os diversos atores da vida das Crianças e Jovens. Quais os desafios que pais, professores, educadores e técnicos têm de enfrentar hoje de modo a estarem melhor preparados para poderem proteger e cuidar das crianças e jovens em “apuros”?

Isabel Simões Pinto, Presidente da CPCJ de Estarreja, afirma que “é verdade que estamos mais atentos ao desenvolvimento dos nossos filhos, dos nossos alunos… a todos os sinais, sintomas e experiências sociais e emocionais negativas que possam afetar o seu desenvolvimento global. Mas também é certo que, muitas vezes, não percebemos as angústias que acompanham pais, professores e técnicos, por não saberem como lidar com tais perturbações, com as novas formas de estar de uma nova “geração que não desliga”.” Para Isabel Simões Pinto, importa “assim, “ver por dentro…”, conhecer as diferentes perspetivas dos pais, dos professores, dos médicos, dos técnicos e das famílias, nestes diferentes contextos.” Reitera ainda que “só assim estaremos cada vez mais capazes e seremos melhores cuidadores e protetores das nossas crianças e jovens!”

Durante todo o dia e com um programa composto por seis painéis de discussão dar-se-á a conhecer as diferentes perspetivas dos pais, dos professores, dos médicos, dos técnicos e das famílias, nos diferentes contextos que podem afetar o desenvolvimento global das crianças e dos jovens.

A sessão de abertura do encontro, marcada para às 09h30, contará com intervenções de Diamantino Sabina, Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, de Isabel Simões Pinto, Presidente da CPCJ de Estarreja, e de Maria de Fátima Gonçalves, Equipa Técnica Regional do Centro da Comissão.

O painel “Sinto-me Triste na Idade da Alegria”, às 10h, terá a intervenção de Ivo Pinto, Psicólogo Clínico da equipa do centro de desenvolvimento PIN - Progresso Infantil.  Às 11h30, Luís Mesquita, Diretor da Escola de Segunda Oportunidade, apresenta o projeto “Escola de Segunda Oportunidade”, um exemplo de boas práticas no sistema educativo. Às 12h15, no painel “Dependência Online – O Poder das Tecnologias” será oradora Ivone Patrão, Psicóloga Clínica, Docente e Investigadora do ISPA e colaboradora do Núcleo de Utilização Problemática da Internet do Hospital Santa Maria.

Durante a tarde, às 14h30, o painel “Dislexia e Hiperatividade” terá como convidado o neuropediatra, Luís Borges. Às 15h15 será lançado o tema “Hipnoterapia na Infância com Cristina Infante Borges, Master e Doutorada em Hipnose Clínica pela Asociación Internacional de Hipnosis Clínica y Experimental. Já a fechar o I Encontro da CPCJ de Estarreja, às 16h15, Rosa Tomás, coordenadora de projetos na CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, dá a conhecer o programa “EDUC@REGIÃO AVEIRO” - Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar.


Daniela Couto

MUNDO | “A Vale deve ser reprivatizada”

Helio Brambilla

Com estas lúcidas palavras em epígrafe o Secretário de desestatização do governo federal, Salim Mattar, definiu bem a situação de uma das maiores mineradoras do mundo: a Vale do Rio Doce. Com efeito, ela foi privatizada no governo Fernando Henrique, mas ficou sempre tutelada pelos governos do PT, sobretudo na gestão Dilma.

Na ocasião, Rousseff retirou da presidência da empresa o Sr. Rogério Agnelli, morto num desastre de avião, ainda não totalmente esclarecido, para colocar em seu lugar o Sr. Murilo Ferreira, sob a gestão de quem ocorreu a tragédia do rompimento da barragem de Mariana.

Até a insuspeita Miriam Leitão criticou Murilo Ferreira, que a cada aparecimento público se evanescia pela inépcia ao lidar com o problema das sequelas da barragem rompida. Ele acabou saindo sem prestígio e com os bolsos cheios de milhões de reais dados pela empresa, pelo fim antecipado do contrato.
A região atingida pelo desastre em Brumadinho

Para o seu lugar foi indicado o sindicalista Fábio Schwartzman que afirmou, diante dos senadores, que a Vale não poderia ser condenada por se tratar da joia da coroa, uma das maiores empresas brasileiras, pagadora de impostos, além de trazer divisas com exportações. De fato, a empresa deve indenizar as vítimas, mas a responsabilidade sobre o desastre cabe aos seus diretores, devendo responder processos e, no caso de condenados, punidos exemplarmente.

Conto isso para que o problema fique bem focalizado e, assim, poder entrar na acusação de que a Vale fora convertida num “paquiderme estatal”, amarrada à burocracia amalucada que vigorava no País até há pouco.

Não posso deixar de mais uma vez citar as considerações coerentes e práticas do Dr. Thiago de Andrade Lima, fundamentadas em pesquisas desenvolvidas em 2015 pelo laboratório da Universidade Federal de Minas Gerais, para transformar rejeitos de mineradoras em insumo para construção civil (“Valor” 14-12-2019), chegando a exibir um vídeo de residências construídas com tais resíduos.

O jornal “Estado de São Paulo” de 26 de maio do corrente, sob o título “como esvaziar barragens e fazer cimento” publicou viva reportagem de Giovana Girardi, deixando claro como transforma um problema em solução!

A tecnologia só foi desenvolvida pelo laboratório de geotecnologia e geomateriais do Centro de Produção Sustentável da Universidade Federal de Minas Gerais, em Pedro Leopoldo, a cargo do pesquisador Evandro Moraes da Gama.

Diz a repórter: “A pesquisa experimental conseguiu transformar o rejeito em uma espécie de cimento — pozolana — em areia e em pigmento. Os produtos já se mostraram úteis como base de concreto, argamassa e pelotas de minério e pode ser aplicado na construção civil, na pavimentação de estradas e também na agricultura”.

O pesquisador Moraes da Gama explica que “tudo o que estiver na barragem de minérios pode virar produto. A proposta é termos um sistema sustentável completo na cadeia de mineração. Isto é técnica e economicamente viável”.

Continua a jornalista: Na fábrica experimental é possível ver tijolos, lajotas, pisos e blocos, além do produto base a pozolana, pó semelhante ao cimento e tem a vantagem de ser colorido, de acordo com as características do minério: vermelho, alaranjado, ocre e marrom.

No local há uma casa vermelha de 46 m2 feita com este material, cujo custo é equivalente a um terço de uma casa do mesmo tamanho construída com materiais de construção convencionais. Quem sabe a Vale criar o slogan: “Transforme a ‘morte’ em minha casa, minha vida”.

A matéria de Giovanna Girardi confirma o que já havíamos dito em artigo de maio passado, ou seja, de que tal processamento não precisa ser feito diretamente pela Vale, pois bastaria estabelecer parcerias com ceramistas. Lembramos que os industriais deveriam ter um incentivo do governo como ocorre em outros países. Aliás, o porcelanato chinês que compramos no Brasil é feito com resíduo de minério.

O projeto começou há quatro anos e teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, recursos da Vale e da Samarco, sócias da parte. Conclusão: “Só não fazem esse aproveitamento porque não querem, dizem que o estatuto social não permite fazer outra coisa que não ferro”.

Ao que parece, alguns dirigentes da Vale têm a cabeça de tecnocratas muitas vezes bitolados, o que acontece com quase a totalidade dos especialistas, ou seja, saberem muito do pouco e pouco do muito… Um diretor da Vale que chega a dizer que a Vale só sabe mexer com ferro, torna-se surdo à opinião pública brasileira e mundial. 

Até do ponto de vista dos investidores, a Vale fica prejudicada, pois ninguém investe numa empresa que esquece a dimensão social de seu trabalho, relegando-o a um plano secundário, comprometendo centenas de vidas humanas. Em razão disso, a Vale perdeu R$ 19 bilhões, com prejuízos causados pelo rompimento, indenizações, estancamento na produção, entre outros.

Se seu estatuto está errado ou incorreto, que o mudem ou o adaptem; terceirizem aos ceramistas que saberão aproveitar os rejeitos. Caso contrário, vai continuar matando pessoas, poluindo o ambiente e levando prejuízos bilionários.

A reportagem ressalta que 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos das barragens da Vale alcançariam pavimentar até 4.200 km de estradas, ou seja, quase a distância entre Manaus e Curitiba. Quantas ruas e avenidas poderiam ser pavimentadas com esse produto reutilizável?

Moraes da Gama — que durante a sua carreira ajudou a projetar barragens — diz que elas hoje não fazem mais sentido: “Isso ajudaria a Vale. Vai desobstruir a área dela, de qualquer modo eles terão de tirar esses rejeitos. Vai fazer o que com eles? Mandar para a lua?”

Procurada por jornalistas, tecnocratas da Vale responderam ter já apresentado às autoridades competentes um plano de descaracterização de suas barragens de alteamento, sendo que os rejeitos já são recuperados e incorporados à produção mineral. Por favor, façam antes as vítimas falarem, pelo menos as que sobreviveram, pois muitas se calaram para sempre…

No dia 23-6-19.no mesmo “Estado de São Paulo”, reportagem de Irani Teresa informa que a empresa está buscando soluções alternativas para as barragens, pelo beneficiamento do minério de ferro sem uso da água. Trata-se de tecnologia utilizada em pequena escala e que pode não dar resultado.

Essa reportagem cita o consultor João Carlos Martins, da Neelix Consulting Metals& Mining: “Não é uma solução simples. Embora exista tecnologia para processamento a seco, o processo é para pequena escala. Para as grandes ainda não existe uma tecnologia aprovada”.

“Outra questão importante é que não há como eliminar o rejeito que deverá ser transportado por caminhões, e que não pode ser muito distante da mina, caso contrário o custo fica proibitivo. Então, o processamento a seco elimina as barragens, mas não elimina os rejeitos. Vejo isso como trocar seis por meia dúzia”.

Teimosa, a Vale pagou 500 milhões de dólares pela empresa New Steel que está fazendo os testes para produzir o minério sem água, mas pode demorar de 5 a 10 anos… O jornal “Valor” (14-5-19), afirma que a Vale investirá R$ 11 bilhões na produção a seco, apesar de o grande problema ser a produção em escala, ou seja, a tese há pouco mencionada.

É novamente a incompetência ‘paraestatal’ com a solução já aprovada por especialistas, isto é, a terceirização para empresas privadas fazerem pó da pozolana e vendê-lo aos ceramistas como matéria-prima para blocos, tijolos e pavimentação.

Podemos dar como certo que não faltarão compradores do precioso insumo nesta hora em que as normas ambientais draconianas criam todos os tipos de obstáculos para a obtenção da argila para confecção de tijolos, cerâmica, telhas etc.

Há poucos dias saiu mais uma notícia negativa para a empresa, de um navio da Vale, adaptação de um petroleiro, ter sido utilizado para transportar ferro, o que não condizia com a estrutura adequada de um barco de transporte de minério líquido. Este barco com 260 mil toneladas de pelotas sólidas de ferro afundou em março 2015, a 1.700 milhas da costa uruguaia. 

A pergunta que fica no ar: — Por que essa tragédia só foi noticiada alguns anos depois!? Que Deus e nossa padroeira de Aparecida ajudem a dar luzes aos novos governantes para que destravem o Brasil da maldição estatizante e burocrática.

Em tempo: até o fechamento do presente artigo, nenhum diretor ou funcionário da Vale foi condenado ou preso…

ABIM