domingo, 7 de setembro de 2025

CCDR CENTRO DISTINGUE CARLOS COUCEIRO COMO EMPREENDEDOR 50+ DA REGIÃO CENTRO EM 2025

 
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, I.P. (CCDR Centro) distingue amanhã, dia 8 de setembro, o empresário Carlos Couceiro como Empreendedor 50+ da região Centro em 2025. A cerimónia de distinção terá lugar nas instalações da empresa Measindot - Engineering Lda, propriedade do Empreendedor, localizada na Mealhada.

A iniciativa Empreendedor 50+ da região Centro, que conta já com seis edições, é promovida pela CCDR Centro, em parceria com 25 entidades da região, e tem como objetivo valorizar publicamente empreendedores com trajetórias de vida inspiradoras, além de incentivar o espírito empresarial em pessoas com mais de 50 anos.

Sendo a região Centro uma região envelhecida e a envelhecer rapidamente, importa criar condições para que cada vez mais pessoas se mantenham ativas por mais tempo, prolonguem ou alterem as suas carreiras profissionais e se envolvam na transmissão e partilha de conhecimentos, dando assim um valioso contributo para a economia e para a sociedade. Com esta iniciativa, a CCDR Centro vai ao encontro desse desígnio regional e contribui para o combate ao idadismo.

Os candidatos a esta distinção são indicados pelas entidades parceiras (Associações Empresariais, Comunidades Intermunicipais, Parques de Ciência e Tecnologia, Instituto do Emprego e Formação Profissional, Portugal Inovação Social e Turismo Centro de Portugal). Todas as candidaturas são analisadas por um júri, constituído por representantes de entidades relacionadas com o emprego, o empreendedorismo e o envelhecimento ativo e saudável.

Além do reconhecimento e distinção do Empreendedor 50+, o prémio inclui a atribuição, pela CCDR Centro, de cheques-prenda no valor total de 5.000 mil euros, destinados a instituições com impacto social e cultural na região Centro. Este ano, as entidades beneficiadas serão:

.Centro de Santo Amaro da APPACDM de Anadia (indicada pelo Empreendedor 50+), que receberá 4.000 euros.
.Casa dos Pobres de Coimbra (indicada pelo IPN – Instituto Pedro Nunes, entidade que propôs o empresário distinguido nesta edição), que receberá 1.000 euros.
As instituições têm sede na Mealhada e em Coimbra, reforçando assim o impacto territorial desta distinção.

Programa:
16h00 – Receção de Convidados
16h15 – Sessão de Abertura
16h30 – Distinção do Empreendedor 50+ da Região Centro
16h45 – Entrega de prémios às entidades sociais
Centro de Santo Amaro da APPACDM de Anadia (indicado pelo Empreendedor 50+)
Casa dos Pobres de Coimbra (indicada pela Entidade Parceira – Instituto Pedro Nunes)
17h00 – Sessão de Encerramento
Isabel Damasceno - Presidente da CCDR Centro

Nota: Mais informações sobre o empreendedor Carlos Couceiro podem ser consultadas em: https://envelhecimentoaocentro.ccdrc.pt/Empreendedor50.aspx?ano=2025

Opinião | O lado negro do prémio Nobel do português Egas Moniz


O nome de António Egas Moniz ocupa um lugar singular na história portuguesa. Médico e homem de ciência, tornou-se conhecido por uma operação que hoje se reconhece como um erro doloroso: a lobotomia. O procedimento consistia em cortar ligações no cérebro de doentes mentais graves. O resultado raramente correspondia às promessas iniciais. Muitos pacientes ficavam apáticos, sem energia e sem identidade, sobrevivendo sem verdadeira vida.

A prática espalhou-se com rapidez. Nos Estados Unidos, milhares de pessoas foram operadas. Na Dinamarca, de forma que causa espanto, o método prolongou-se até ao início da década de 80, aplicando-se mesmo a cidadãos com deficiência mental. O prolongamento desta intervenção revela até que ponto a medicina pode iludir-se com falsas soluções.
A carreira de Egas Moniz não se limitou a este campo. Conquistas anteriores no estudo do cérebro deram-lhe reconhecimento internacional. Em 1949, o Prémio Nobel coroou esse percurso, com particular destaque para a lobotomia. O Estado Novo aproveitou o momento para apresentar Portugal como país capaz de se afirmar na ciência mundial, transformando a distinção em propaganda nacional.
Lisboa foi o palco das experiências que abriram caminho ao prémio. Hospitais ligados à Universidade serviram de espaço para a aplicação da técnica, apoiada por organismos oficiais que financiavam a investigação. A celebração internacional acabou por premiar uma prática que poucos anos depois cairia em descrédito.
A vida de Egas Moniz teve ainda outros contornos. Político ativo na Primeira República, afastou-se da cena pública com a ascensão de Salazar. Escritor e intelectual, publicou obras variadas que confirmam o seu interesse pelo debate de ideias. Já doente, recebeu o Nobel em sua casa, sem nunca viajar a Estocolmo.
O médico cruzou-se também com figuras inesperadas. Fernando Pessoa foi um dos seus pacientes, em 1907, e saiu da consulta com a recomendação de praticar exercício físico. A reação do poeta, marcada pela ironia, ficou registada: para ser cadáver, apenas lhe faltava morrer.
A memória de Egas Moniz oscila entre a luz e a sombra. O génio que procurou respostas para os enigmas do cérebro foi também o homem que acreditou numa solução brutal. O Nobel de 1949 permanece como símbolo dessa ambiguidade: motivo de orgulho nacional, mas também recordação do lado negro da ciência quando se esquece da dignidade humana.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor

Obra contou com um apoio municipal de 98.400 euros. Grupo Desportivo de Sepins inaugurou nova bancada coberta


Foi um dia de festa em Sepins, este sábado, 6 de setembro, com o clube local a dar mais um passo importante na requalificação do recinto desportivo. Com efeito, foi inaugurada a nova bancada coberta do Campo de Futebol Eng.º Barreiros, que vem trazer outra comodidade a quem assiste aos jogos, mas também permite um apoio diferenciado à atividade desportiva.
A sessão contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, do vereador do Desporto, Adérito Machado, do presidente da União de Freguesias de Sepins e Bolho, Luís Arromba, do presidente do Grupo Desportivo de Sepins, António Santos, além de dirigentes e atletas do clube e população local.
Na ocasião, a presidente da autarquia destacou o importante trabalho no domínio desportivo, mas também social, que o clube desenvolve, elogiando o espírito de comunidade de todos quantos trabalham em prol do desenvolvimento do Grupo Desportivo de Sepins e da própria freguesia.
A autarca enfatizou ainda a importância que o clube dá ao futebol de formação, com todos os benefícios que daí decorrem, nomeadamente na adoção de comportamentos mais ativos e saudáveis.
Para avançar com a construção desta importante estrutura, com capacidade para mais de 200 lugares sentados, o clube contou com um apoio da Câmara Municipal de 98.400 euros, ao abrigo do Subprograma 3 do Regulamento de Apoio ao Associativismo Desportivo, que prevê apoio a obras de beneficiação/requalificação e apetrechamento de equipamentos desta natureza.
Com trabalho meritório no futebol de formação, o Grupo Desportivo de Sepins terá na época desportiva 2025/26 6 escalões até aos sub-13, num total aproximado de 70 atletas. Conta ainda com uma equipa sénior, que disputa o segundo escalão mais importante das competições da Associação de Futebol de Coimbra.

Fim de vida para o Ferry "Cale de Aveiro" Caixa de entrada Simao Santana


Aveiro, 06 de setembro – O antigo Ferry Boat “Cale de Aveiro”, que saiu de operação a 01 de fevereiro de 2024 e foi substituído pelo novo ferry 100% elétrico “Salicórnia”, deixou na manhã deste sábado (06 de setembro), o cais de São Jacinto com destino a Lisboa, onde será abatido física e formalmente.
Após a realização de um procedimento por hasta pública para alienação e abate da embarcação, que ficou deserto, a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) decidiu avançar com a aquisição direta de serviços especializados de remoção, transporte, desmantelamento e abate, adjudicando o contrato ao agrupamento de empresas Navalrocha – Sociedade de Construção e Reparação Navais, S.A. / ETE – Fluvial, S.A. / Batistas – Reciclagem de Sucatas, S.A., no valor global de 39.200€.
O “Cale de Aveiro”, construído em 1960 e adquirido pelo Município em 2001, desempenhou durante mais de duas décadas um papel essencial na ligação fluvial entre São Jacinto e o Forte da Barra, antes de ser substituído pelo “Salicórnia”. A nova embarcação, financiada pelo POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo de Coesão, num investimento global de cerca de 10 milhões de euros, entrou em operação a 02 de fevereiro de 2024, garantindo zero emissões de CO2 e uma redução de cerca de 30% no consumo energético face ao modelo anterior.
Com a saída do “Cale de Aveiro” para abate, a CMA dá cumprimento às obrigações assumidas junto dos financiadores (Fundo Comunitário do PT2020 - POSEUR) no âmbito do projeto de renovação do Transporte Fluvial Municipal, encerrando em definitivo o ciclo de vida do histórico Ferry, cuja operação representava elevados custos de manutenção e uma pegada ecológica de cerca de 300 toneladas de CO2 por ano.

*Simão Santana
Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro