segunda-feira, 1 de março de 2021

Zoo de Santo Inácio em Gaia ajuda animais a ultrapassar ausência de visitantes

 

Sem os habituais estímulos visuais e auditivos dos visitantes, os animais do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia, tiveram "mudanças de comportamento", estando a equipa a reforçar algumas atividades para colmatar essa ausência.

A situação do zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia, é "viável", especialmente em comparação ao primeiro confinamento, mas a pergunta que Teresa Guedes, diretora do espaço, coloca é: "Até quando?"

A esperança é que as portas do zoo voltem a abrir-se "logo após a Páscoa", em abril, até porque as habituais "gargalhadas dos visitantes já fazem falta", tanto aos trabalhadores, como aos animais.

"Olá, olá, olá", ouve-se ao passar na jaula das araras.

Noutros tempos, este seria o cumprimento de uma das mais de 40.000 crianças que por aqui passam anualmente com as escolas ou de outro visitante, mas desta vez é de uma das araras verdes.

Sincronizados com os "olá" da arara, do outro lado da passagem, os cinco macacos aranha vão-se aproximando do vidro e exibindo as suas mais habilidosas acrobacias.

Habituados à constante movimentação de pessoas, estes animais selvagens mas em cativeiro têm sentido a notória falta daqueles que os visitavam diariamente.

"Há uma mudança de atitude e comportamento que se nota nas fases de transição, quando temos visitantes e deixamos de ter, e quando passamos a ter novamente", afirma Carla Monteiro, médica veterinária do zoo.

Sem estímulos visuais, auditivos ou olfativos, os animais "estão mais calmos, dormem mais e passam mais tempo sossegados".

Os primatas não têm arranjado "chatices" com os companheiros e os mamíferos carnívoros, como os tigres, leões e hienas, dormem entre "20 a 23 horas por dia".

Se a presença de pessoas junto à jaula dos tigres da Sibéria pouco desperta a curiosidade do único macho e das duas fêmeas, nas jaulas das hienas, ao mínimo movimento, a família de cinco aproxima-se para perceber de quem se trata.

Para compensar a falta de estímulos, a equipa do zoo tem trabalhado em "enriquecimentos" e interage com os animais tanto através do corredor técnico como do lado dos visitantes.

Aos "primatas curiosos" são oferecidas "caixas com bolinhas de papel dentro", o suficiente para se entreterem durante algumas horas: "eles abrem as caixas, colocam-se dentro delas, pegam nas caixas e põem na cabeça é uma animação", conta a veterinária.

Já nos habitats dos leões, tigres, hienas, pantera e mabecos, a equipa do zoo coloca caixas com restos de feno de outros animais ou ossos de bovinos para estimular os comportamentos por procura de presas.

"Estes animais têm o hábito de encontrar e ver diariamente pessoas a passarem. Este período é estranho, espero que não se prolongue e que não exista um efeito secundário muito grande para que eles voltem à rotina normal, porque todos eles estão habituados a isso", salienta Carla Monteiro.

Do mesmo modo que o confinamento mostrou a necessidade de se aumentarem algumas práticas, a pandemia reforçou a importância de se manterem certos cuidados com os animais, uma vez que "o risco de transmissão existe".

"Nós temos interação com o animal, mas evitamos ao máximo o contacto direto. Tivemos um parto recente e estávamos todos equipados, com luvas, botas, máscaras. Desde março que temos esses procedimentos", esclarece a veterinária.

"Manter o instinto selvagem dos animais sempre foi uma das missões do zoo", que devido à pandemia e minimização de contactos acabou por se acentuar, afirma Teresa Guedes.

"Não vão ser estes os animais devolvidos à natureza, caso seja preciso, mas poderão ser os seus netos ou bisnetos, não sabemos, por isso, quanto mais natural o comportamento do animal for e quanto mais longe do humano melhor", disse.

Neste espaço, onde habitam 600 animais de 200 espécies distribuídos por 15 hectares, juntar-se-ão em abril novos companheiros provenientes do zoo de Lagos e de zoos de França para "reproduzir e melhorar os grupos".

"Os novos animais vão completar grupos para reproduzir e também melhorar, porque os alguns animais não gostam de estar sozinhos", revela Teresa Guedes.

Enquanto a equipa do zoo aguarda, tanto por visitantes como por novos animais, estão a ser "melhorados e ampliados alguns serviços" como a entrada, loja e bilheteira.

"Vamos condensar tudo numa área mais ampla, para garantir também que as pessoas estão mais afastadas. Pretendemos ter isso pronto para a Páscoa", esclarece.

O desejo de Teresa Guedes é que "este ano seja melhor do que 2020", ano em que receberam 135.000 visitantes (menos 22% do que em 2019), e que "traga de volta as gargalhadas das crianças, dos adultos e volte a reunir toda a equipa" composta por 42 pessoas, 28% das quais em casa em lay-off.

Lusa

RONDA Leiria Poetry Festival recebe mais de 200 convidados de 40 países

Entre 𝟏𝟐 𝐞 𝟐𝟏 𝐝𝐞 m𝐚𝐫𝐜̧𝐨, mais de 𝟐𝟎𝟎 𝐜𝐨𝐧𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐨𝐬 oriundos de cerca de 𝟒𝟎 𝐩𝐚𝐢́𝐬𝐞𝐬 vão apresentar-se no RONDA Leiria Poetry Festival, em entrevistas, conferências, debates, workshops, vídeo-poemas, espetáculos musicais e performances poéticas.

O Festival terá este ano a sua primeira edição internacional: Passa de Ronda Poética a RONDA Leiria Poetry Festival e, para se afirmar numa dimensão global, foram convocadas as cidades da Rede das Cidades Criativas UNESCO, nas diversas áreas, e alguns festivais e instituições internacionais. Todos responderam prontamente, montando mesas e entrevistas, convocando os seus poetas e projetos poéticos.

O programa do RONDA Leiria Poetry Festival foi apresentado em conferência de imprensa (online) esta segunda-feira, dia 01 de março, e contou com a presença do presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, da vereadora da Cultura e Educação, Anabela Graça, e dos responsáveis pela Produção e Curadoria do evento, entre os quais Celeste Afonso, também coordenadora do RONDA, e de João Nazário, em representação da Livraria Arquivo, associada do projeto.

Do ponto de vista do Município este será um dos eventos mais importantes em termos culturais para Leiria, além de representar a sua - imagem de marca -, dado que é um evento colaborativo que surge da vontade e capacidade de diversas pessoas e entidades que se unem para tornar a cultura mais abrangente”, afirmou Gonçalo Lopes, para quem “este evento vai contribuir para tornar Leiria mais interventiva e conhecida no contexto cultural internacional”.

Para Anabela Graça, é importante que o RONDA seja, além de um encontro de poetas, uma festa das palavras. “Leiria é uma cidade de poetas e, porque estamos a comemorar os 400 anos da morte do nosso poeta maior, Francisco Rodrigues Lobo, lançámos o festival com dimensão mundial – do mundo para Leiria e de Leiria para o mundo, numa afirmação de Leiria como Cidade Cultural”, concluiu.

Para Paulo Costa, mentor da Ronda Poética e ligado ao projeto desde o início, “Leiria é uma cidade que tem a poesia na sua génese”, destacando que “a poesia não é para nichos, mas para toda a gente”.

É com muito orgulho que a Arquivo está associada a este projeto”, adiantou João Nazário, para quem a ambição de levar autores portugueses ao estrangeiro e trazer autores estrangeiros a Portugal, é, entre outros aspetos, a demonstração de que Leiria vê na Cultura uma das principais apostas para o seu futuro.

A decorrer ao longo de dez dias, de 12 a 21 de março de 2021, o RONDA Leiria Poetry Festival, apresenta-se online num formato inovador e pioneiro, devido ao estado de exceção vivido em todo o mundo, encontrando-se alojado numa plataforma online a partir de Leiria, em https://leiriapoetryfestival.com/  e de alguns hubs na Europa, Américas e África, com oradores e performers a juntarem-se simultaneamente, podendo também ser acompanhado em https://www.facebook.com/LeiriaCultura

Entre as mesas, as entrevistas, os lançamentos de livros e os concertos, ao longo dos 10 dias, teremos poetas de todo o mundo a lerem os seus poemas, vídeo-poemas e pequenas performances poéticas, numa verdadeira babel poética em que todas as apresentações serão feitas na língua de origem. 

Esta dimensão global do Ronda permite-nos ter uma programação que coloca lado a lado poetas, pensadores e artistas conhecidos do público português com outros que são referência no seu país e até internacionalmente, mas que não o são em Portugal.

Ao lado de Gilles Lipovetsky (FR) ou de Jack Hirschman (USA) temos Tyehimba Jess - distinguido com o Prémio Pulitzer por explorar na forma poética noções contemporâneas de raça e identidade, sem abrir mão da experiência estética;  Dwayne Betts - que descobriu a poesia na prisão de segurança máxima, de onde saiu para ser tornar um poeta premiado, advogado renomado pelos seu trabalho em defensória pública e um palestrante requisitado no mundo todo; ou Bejan Matur -  poeta curda que transita entre a tragédia e o místico, um dos nomes mais premiados e ilustres da poesia que emerge do Médio Oriente; e a também premiada Yoko Tawada, japonesa que vive em Berlim e é celebrada pelo domínio e reinvenção da escrita tanto em japonês como em alemão. E o inverso também é verdadeiro: poetas da lusofonia, como João Luís Barreto Guimarães , Marilia Garcia, (BR) Conceição Lima (São Tomé), vão ser dados a conhecer na Ásia ou América.

Ao mesmo tempo que o Festival Internacional de Poesia de Medellín nos oferece uma mesa com grandes poetas, Ras Takura, jamaicano, dá-nos a conhecer o festival Dis Poem Wordz & Agro Festival, num formato novo para nós: a poesia ao serviço da agricultura sustentável e dos bancos de sementes.

O Ronda Leiria Poetry Festival faz uma ronda pelo mundo e traz poetas europeus, dos PALOP, países mais presentes nos nossos festivais, mas também Colômbia, Equador, México, Guatemala e até Sérvia, Roménia, Filipinas, Turquia, Tunísia ou Quénia, pouco presentes nos nossos eventos literários.

Porque Leiria é uma cidade Criativa da Música UNESCO, a relação música / poesia não foi descurada. Ao longo dos 10 dias do festival, terminaremos cada dia com um concerto, como As Cancões Possíveis, de Manuel Freire (a partir de Os poemas possíveis, de José Saramago), Rita Redschoes, que musicou poemas de Francisco Lobo Rodrigues, ou Pinhal del Rei com um concerto assente no cancioneiro tradicional português e nas cantigas de D. Dinis, entre muitos outros.

Também assente na estratégia que Leiria submeteu à UNESCO e que lhe valeu a designação de Cidade Criativa, este evento cria pontes com as outras áreas artísticas, como o teatro, com o espetáculo O Globo de Saramago – 1933, ou a pintura, com um diálogo entre Nuno Júdice e Isabel Pavão, ou a dança, com Fernando Duarte e Solange Melo a dançarem poesia, ou as media arte, com o projeto do Paulo Costa «Nas suas Casas os Homens.

Toda a programação do RONDA Leiria Poetry Festival pode ser consultada em https://leiriapoetryfestival.com/

Parcerias:

Em comum, as instituições que se associam a esta edição são reconhecidas nacional e internacionalmente por desempenharem acções educativas e culturais das mais fundamentais nos seus países de origem. Mobilizam grandes parceiros nos domínios público e privado e atraem milhares de pessoas nos seus centros físicos, plataformas e redes digitais. Reflectem o espírito do Ronda no que tem de mais contemporâneo e no desejo de se comunicar com o mundo.

 Rede das Cidades Criativas UNESCO – música https://en.unesco.org/creative-cities/home

Fundação José Saramago https://www.josesaramago.org

Fundação Roberto Marinho – Brasil  https://frm.org.br

Literariches Colloquium Berlim – Alemanha https://lcb.de

Words Without Borders – Estados Unidos https://www.wordswithoutborders.org

Museu da Língua Portuguesa – Brasil https://www.museudalinguaportuguesa.org.br

Revista Pessoa https://www.revistapessoa.com

Associação Cultural Mombak

Metropolis Blue https://metropolisbleu.org

Art Institute http://www.arteinstitute.org

Festival Internacional de Poesia de Medellín https://www.festivaldepoesiademedellin.org

Metropolis Bleu   https://metropolisbleu.org

Centro Cultural Português, São Tomé https://saotome.embaixadaportugal.mne.gov.pt/pt/a-embaixada/centro-cultural-portugues

Ministério da Cultura Cabo Verde através da Direção Geral das Artes

Arte Institute, http://www.arteinstitute.org

IPOR - Instituto Português do Oriente  https://ipor.mo

Fundação do Oriente - Delegação de Macau http://www.foriente.pt/62/macau.htm#.YC1kRi0qLOQ

RHI - https://www.rhi-think.com

World Poetry Movement  https://www.wpm2011.org

 

Organização:

Câmara Municipal de Leiria, Leiria Cidade Criativa da Música UNESCO, Livraria Arquivo

Coordenação: 

Celeste Afonso

Produção e curadoria: 

Celeste Afonso, Mirna Queiroz, Ana Miranda, Xana Vieira e Paulo Costa

 

Proença-a-Nova | Biblioteca Municipal promove leitura de contos infantis à hora de dormir

Todos os dias, de segunda a sexta-feira, durante os meses de março e abril a Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova apresentará na sua página do Facebook, às 20h30, um conto infantil pela voz de um voluntário no âmbito da atividade “Chichi Cama – Histórias para Sonhar”. “Com esta iniciativa queremos, continuar as tradicionais horas do conto, mantendo o relacionamento possível com todas as crianças que participavam nesta atividade da Biblioteca e, ao mesmo tempo, também manter ativos os nossos leitores e descobrir novos voluntários para esta honrosa tarefa de leitura, agora leitura de cabeceira on-line”, considera João Manso, vice-presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova.

Antecipando a comemoração do 26º aniversário da Biblioteca, a 29 de abril, e as celebrações do Dia Internacional do Livro Infantil, a 2 de abril, e do Dia Mundial da Poesia, a 21 de março, pretende-se divulgar livros que a qualquer momento, e mediante a disponibilidade, podem ser requisitados na Biblioteca Municipal e promover uma atividade que tem muitos benefícios junto do público a que se destina, nomeadamente a capacidade de escutar a história, de imaginar e de sonhar, preparando os mais pequenos para a hora de dormir.

No total serão apresentadas 45 histórias durante os dois meses da iniciativa e qualquer pessoa pode voluntariar-se para fazer a leitura (inscrição junto da Biblioteca Municipal pelo email biblioteca@cm-proencanova.pt ou 274 670 007). Ficando disponíveis no Facebook da Biblioteca Municipal, estas “histórias para sonhar” podem ser revisitadas a qualquer momento e em qualquer hora do dia.

Marinha Grande | Câmara Municipal difunde espetáculos online em março

 

O projeto #marinhaficaemcasa, promovido pela Câmara Municipal da Marinha Grande, vai continuar a apresentar espetáculos culturais difundidos na página de Facebook e no canal do Youtube.

Esta iniciativa visa transmitir atuações de artistas e grupos do concelho e também nacionais e, simultaneamente, alguns eventos que estavam agendados para o Teatro Stephens, para levar a cultura até à população, no momento de combate ao COVID-19 e do atual confinamento. Deste modo, a Câmara Municipal oferece à população momentos de qualidade e apoia os artistas mantendo a produção e exibindo o que de melhor sabem fazer.


Os espetáculos do #marinhaficaemcasa vão ser transmitidos nos seguintes canais:

Facebook

Youtube

Estão agendadas as seguintes atuações para o mês de março:

06 de março . sábado . 18h00
Rodrigo Cavalheiro
07 de março . domingo . 18h00
Orquestra Juvenil da Marinha Grande

11 de março . quinta-feira . 18h00 . Aniversário da elevação da Marinha Grande a Cidade
Teatro à Solta apresentam "Gaitas, Mantas e Chouriças" #casadaculturapromoveaculturaemcasa

13 de março . sábado . 18h00
Ana Santo
14 de março . domingo . 18h00
Carlos Vicente

20 de março . sábado . 18h00
Rafael Viva
21 de março . domingo . 18h00
Joana Rosa

27 de março . sábado . 16h00
Concerto para Bebés em Casa - “Música para os Olhos”

27 de março . sábado . 18h00
Teatro online . “O Actor que pensava que o teatro era a vida”, com Tiago Mateus - Comemoração do Dia Mundial do Teatro.

28 de março . domingo . 18h00
Concerto de Inês Pereira Martins.




Câmara de Cantanhede transfere 2,5 milhões de euros para as juntas de freguesia

 Para projetos submetidos à votação da Assembleia Municipal

A cooperação do Município de Cantanhede com as juntas de freguesia do concelho tem associado um pacote financeiro na ordem dos 2,5 milhões de euros, parte significativa do qual ao abrigo dos acordos de transferência de competências para construção de vários tipos de infraestruturas e equipamentos coletivos e o restante em subsídios pontuais e obras asseguradas pela edilidade em regime de administração direta.

Parte daquela verba global já começou a ser transferida pela autarquia cantanhedense, em função da execução dos projetos negociados pela presidente da Câmara com os presidentes de junta, tendo entretanto a Assembleia Municipal, durante a sessão ordinária do passado dia 26 de fevereiro, aprovado mais uma série de propostas nesse sentido. Até ao final do ano, outros processos idênticos serão submetidos à votação do plenário do órgão deliberativo municipal, de modo a serem desencadeados os mecanismos necessários para realização de diversas obras em equipamentos coletivos e na requalificação urbana das comunidades locais, entre outros aspetos.

A este propósito, Helena Teodósio enfatiza “a importância da cooperação institucional que a Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a manter com as juntas de freguesia”, no que considera ser “uma solução eficaz para agilizar processos e resolver situações, na medida em que favorece a racionalização e rentabilização dos recursos, num quadro de corresponsabilização e solidariedade entre as entidades parceiras”.

Para a presidente da autarquia, “o modelo que tem vindo a ser seguido a esse nível oferece indiscutíveis vantagens, sobretudo porque a juntas de freguesia têm uma relação de maior proximidade com as comunidades, o que, além de facilitar a identificação das situações que requerem investimento, permite maior celeridade na sua concretização. Conheço muito bem o território do concelho e tenho uma inventariação muito completa das necessidades, mas como não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, o executivo camarário tem feito o planeamento das obras a realizar conjuntamente com os presidentes de junta, definindo as prioridades numa lógica de equidade e reforço da coesão territorial tão acentuadamente quanto possível”, sublinha.

Além das verbas inerentes aos acordos de transferência de competências, o apoio da Câmara Municipal às freguesias contempla subsídios específicos decididos caso a caso e ainda a realização de diversas intervenções em regime de administração direta, com enfoque especial na reabilitação da rede viária, através dos meios humanos e técnicos da Divisão de Administração Direta e de Apoio às Freguesias. Em 2021, os custos desse processo deverão ascender a uma verba estimada de milhão de euros, da qual 316.377 euros reportam à aquisição de massas betuminosas quentes e 274.646 euros à compra de materiais inertes para aplicações diversas, incluindo a recuperação de caminhos vicinais.

Em todo o caso, a reabilitação viária por administração direta é apenas uma pequena parte do ambicioso programa de requalificação de estradas que o Município de Cantanhede tem em curso, desde o final do ano passado, no âmbito do qual estão em curso ou em vias de adjudicação várias empreitadas num valor total superior a oito milhões de euros.



Marinha Grande | Dia Internacional da Proteção Civil - Dia Nacional da Proteção Civil

 Dia Internacional da Proteção Civil, Dia Nacional da Proteção Civil

Celebra-se hoje, 1 de Março, o Dia da Proteção Civil.


O atual Sistema de Proteção Civil teve início em 1975 com a publicação do Decreto-Lei n.º 78/75, de 22 de fevereiro, que criou na dependência do Ministério da Defesa Nacional o Serviço Nacional de Proteção Civil, determinando à Comissão Instaladora a sua estrutura e regulamentação. A organização, atribuições e competências do Serviço Nacional de Proteção Civil ficaram estabelecidas com a publicação do Decreto-Lei n.º 510/80, de 25 de outubro.


Somente em 1991 com a publicação da Lei n.º 113/91, de 29 de agosto – Lei de Bases da Proteção Civil, se procurou sistematizar a arquitetura legislativa dispersa e insuficiente e dar início a uma outra fase, de implementação progressiva do Sistema. Num primeiro nível, os princípios gerais, o enquadramento, a coordenação, a direção e execução da política de proteção civil, dando competências à Assembleia da República e ao Governo, a par da criação de um Conselho Superior de Proteção Civil e uma Comissão Nacional de Proteção Civil. Esta Lei definiu igualmente a estrutura, serviços e agentes de proteção civil, fixando que o Sistema Nacional de Proteção Civil integrava o Serviço Nacional, os Serviços Regionais e os Serviços Municipais de Proteção Civil. Estabeleceu ainda o modo de organização dos centros de operações de proteção civil e a necessidade de existirem planos de emergência, como instrumentos privilegiados da aplicação da conduta das operações de proteção civil pelos referidos órgãos de coordenação.


Decorridos 30 anos, os objetivos da Proteção Civil mantém-se, dando enfase à sensibilização e alerta ás comunidades para a importância da proteção civil face à ocorrência de acidentes graves e catástrofes e ao papel incontornável que cada um de nós, enquanto cidadãos, pois a proteção civil em cada um de Nós.


A consolidação dos serviços municipais de proteção civil, foi concretizada no âmbito das autarquias locais através da descentralização de competências, pela melhorando os níveis de coordenação operacional à escala concelhia, com um enfoque significativo no patamar local da proteção civil.


Desde grandes a pequenos lugares, desde grandes a pequenos aglomerados populacionais, os riscos e os desafios inerentes são enormes, tal como as diferenças que os tão bem os caracterizam. Cabe, portanto, à proteção civil o especial papel da avaliação de riscos e vulnerabilidades dos territórios, planeando, prevenindo, sensibilizando e prestando as informações públicas necessárias.


A situação que vivemos presentemente, resultante da crise de saúde pública COVID´19, coloca um desafio de assegurar a missão de proteger e socorrer os cidadãos e defender o ambiente e o património, sem deixar de garantir, em todos os momentos, a segurança de todos aqueles que socorrem e protegem.


Este ano, no atual contexto, a crise pandémica impõe-nos a reserva e contenção necessárias que nos privam da comemorações públicas, mas a Câmara Municipal da Marinha Grande através do Serviço Municipal de Proteção Civil não deixa de assinalar a importância do dia, continuando a desenvolver todos os esforços que diariamente realizar a bem das pessoas e bens.


Assim, agradecemos o esforço, o espírito de sacrifício, a dedicação e a determinação, a TODOS os Agentes de Proteção Civil que contribuem ativamente para a Proteção, Socorro, Resiliência de Pessoas e Bens, sem nunca esquecer o Cidadão, o mais importante Agente de Proteção Civil.

Marinha Grande | Apurados alunos que representam concelho no Concurso de Leitura


Estão apurados os alunos que vão representar o concelho da Marinha Grande na Fase Intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura, que vai decorrer no dia 21 de abril e reunirá os alunos apurados nos restantes nove municípios que constituem a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
Devido às restrições impostas pela Covid-19, este ano o concurso teve um novo formato, já que se realizou à distância, com recurso a plataformas digitais, garantindo-se desta forma a participação de todos os alunos apurados na fase escolar em cada nível de escolaridade.

O Concurso Nacional de Leitura já vai na sua 14.ª edição e é uma iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL), da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Instituto Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, em articulação com os Agrupamentos de Escolas e os Municípios, com o objetivo de estimular o gosto e os hábitos de leitura e melhorar a compreensão leitora. A iniciativa tem como destinatários os alunos dos 1.º,2.º, 3.º ciclos do ensino básico e alunos do ensino secundário.
No dia 24 de fevereiro, realizou-se a prova escrita, com recurso a plataformas digitais, concretamente, Google Forms e Microsoft Teams, envolvendo alunos de todos os níveis de escolaridade dos três Agrupamentos de Escolas do concelho. Do 1.º CEB estavam 87 alunos a concurso, do 2.º CEB estavam inscritos 15 alunos, do 3º ciclo foram 14 alunos e do ensino secundário participaram 7 alunos. No dia 26 de fevereiro, realizou-se a prova oral, através da plataforma Zoom, por nível de escolaridade, em sessão síncrona com os concorrentes e os membros do júri do concurso.

As obras selecionadas para a Fase Municipal foram as seguintes:
1º CEB - “O galo da velha Luciana”, de António Mota
2º CEB - “Três histórias do futuro”, de Luísa Ducla Soares
3º CEB - “A lua de Joana”, de Maria Teresa Maia Gonzalez
SECUNDÁRIO - “O carteiro de Pablo Neruda”, de Antonio Skármeta.

Os quatro vencedores em cada nível de escolaridade irão representar o concelho na fase seguinte do Concurso - Fase Intermunicipal, que se irá realizar em Leiria, no próximo mês de abril.

Foram apurados os seguintes alunos para a Fase Intermunicipal:

1º CEB
1.º Pedro Miguel da Luz Calado - EB1 Cumeira - 4.º ano - Agr MG Nascente
2.º Maria Leonor Coelho Cardoso - EB1 Engenho - 4.º ano - Agr MG Nascente
3.º Inês Margarida Ferreira Gaspar - EB1 Amieirinha - 3.º ano - Agr MG Poente
4.º Margarida Soares Maia - EB1 Engenho - 4.º ano - Agr MG Nascente

2º CEB
1.º Maria Baptista Gameiro - EB2/3 Guilherme Stephens - 5.º ano - Agr MG Poente
2.º Pedro Fonseca Oliveira - EB2 Padre Franklim - 6.º ano - Agr Vieira Leiria
3.º Henrique Charters Ribeiro Costa - EB2/3 Nery Capucho - 5.º ano - Agr MG Nascente
4.º Maria Sobreira Mota - EB2/3 Nery Capucho - 5.º ano - Agr MG Nascente


3º CEB
1.º Marta Alexandra de Santos Fonseca - EB3/Sec Calazans Duarte - 9.º ano - Agr MG Poente
2.º Bruna Miguel Clemente Ribeiro - EB2/3 Guilherme Stephens - 7.º ano - Agr MG Poente
3.º Izabela Fialho Candido  - EB2/3 Nery Capucho - 8.º ano - Agr MG Nascente
4.º Inês Bonjardim Ventura - EB2/3 Nery Capucho - 7.º ano - Agr MG Nascente

SECUNDÁRIO
1.º Mariana da Silva Simões - EB3/Sec Calazans Duarte - 11.º ano - Agr MG Poente 
2.º Ariana Galo Roque - EB3/Sec Calazans Duarte - 12.º ano - Agr MG Poente
3.º Beatriz Santos - EB3/Sec Calazans Duarte - 11.º ano - Agr MG Poente
4.º Janna Velgan - EB3/Sec Calazans Duarte - 12.º ano - Agr MG Poente

Novos casos de Covid-19 caem para 394. É o número mais baixo desde 8 de setembro

 

Portugal regista esta segunda-feira mais 34 mortes e mais 394 novos casos de infeção por Covid-19 do que os registados no boletim epidemiológico de domingo.Trata-se do valor mais baixo de novos casos diários registados em quase seis meses (desde o dia 8 de setembro de 2020).

O total de mortes confirmadas devido à Covid-19 em Portugal, é agora 16.351 e o número total de infeções registadas é 804 956.

Há, neste momento, 68.370 casos ativos, sendo que, nas últimas 24 horas, foram dadas como recuperadas mais 1258 pessoas (elevando número total de doentes recuperados para 720.235).

O boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) revela ainda que estão, nesta altura, internados 2.167 doentes (mais dois do que no domingo), mas há menos 15 pessoas nos cuidados intensivos (são agora 469).

TSF

Mapa: DGS

MUNICÍPIO DA COVILHÃ PROMOVE 2º FÓRUM DO ASSOCIATIVISMO

A Câmara Municipal da Covilhã organiza o 2º Fórum Associativismo, no próximo dia 13 de março de 2021, a partir das 15h00. Devido aos constrangimentos provocados pela atual situação pandémica, o evento realiza-se em formato online, com transmissão direta em streaming nas páginas de Facebook e Youtube do Município da Covilhã.

Importa recordar que o 1º Fórum do Associativismo teve lugar em março de 2018, com o propósito de ter uma periodicidade bianual. Devido ao início da pandemia, não foi possível realizar o 2º Fórum em março de 2020, tendo sido adiado para este ano.

O 2º Fórum do Associativismo terá como principais objetivos:

. promover a reflexão e o debate sobre a implementação do Regulamento de Apoio ao Associativismo;

. apresentar a “Plataforma do Associativismo” - plataforma eletrónica direcionada especificamente para o movimento associativo, que se traduzirá numa ferramenta muito relevante para a divulgação de atividades e partilha de informação, criando um importante “triângulo de ação” entre as Associações, a Câmara Municipal e os Munícipes.

O Fórum contará com a participação do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, do Presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, Augusto Flores, e do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira.

Aveiro | Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal

 

Parecer e Contributos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro


  1. Nota de Introdução

A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) participa na consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (PRR) numa lógica contributiva para a sua melhoria, defendendo um plano verdadeiramente nacional, que promova o investimento público e privado no âmbito dos seis pilares definidos no Regulamento Europeu do Mecanismo de Recuperação e Resiliência: Resiliência, Transição Ambiental, Transição Digital, Empresas, Coesão Territorial e Juventude (criação de emprego jovem).

Partilhamos também a nossa proposta para que o Governo abra de imediato um processo de concertação ao nível do Conselho de Concertação Territorial e do Conselho de Concertação Social, para definir as áreas de projeto e os projetos que vamos financiar com as verbas do Portugal 2020 (que ainda tem verbas e execução até ao final de 2023), com o PRR e com o Quadro Financeiro 2021/2027 (o Portugal 2030), de forma a maximizarmos a sua utilização, cuidarmos da sua devida articulação e complementaridade, e utilizarmos o tempo de forma eficiente.

O PRR padece de um grave deficit de participação do País na sua elaboração, na consideração de propostas apresentadas por diversas entidades. Como exemplo expressivo, partilhamos a nota factual respeitante às oito propostas concertadas e aprovadas pelo Conselho Regional do Centro (onde estão os representantes das forças vivas, Municípios, Universidades, Empresas, Administração Pública desconcentrada, Empresas, Sindicatos,…), de investimentos considerados estruturantes (e cinco deles na área da saúde), sendo que nenhuma delas foi acolhida no PRR, nomeadamente a ampliação (com Centro Académico Clínico) e ampliação do Hospital de Aveiro no âmbito do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, a primeira prioridade na Região de Aveiro.

Neste documento de parecer e de contributos da CIRA ao PRR, que quisemos sucinto e muito objetivo, apresentamos notas e propostas de âmbito geral, e com uma incidência sobre o território da Região de Aveiro (embora muitas delas com importância à escala da região Centro, de Portugal e da Europa), apresentamos omissões e pontos fracos a corrigir, aspetos positivos e desenvolver e a clarificar, e ainda sobre o modelo de governação e de operacionalização do PRR.

  1. Notas de Âmbito Geral

Dos principais defeitos de âmbito geral que elencamos no documento e cuja correção entendemos como absolutamente relevante, destacamos os seguintes:

  1. Secundarização da Saúde

O PRR nasce de uma crise social e económica que tem origem num problema sanitário, numa Pandemia que veio evidenciar ainda mais fragilidades estruturais do Sistema Nacional de Saúde.

Tendo o PRR uma área de investimento nos Cuidados Primários de Saúde dotada com 463 M€ (o que é positivo), não tem uma área de investimento nos Cuidados de Saúde secundários ou hospitalares (com exceção para 196 M€ para equipamentos dos Hospitais de Lisboa, Sintra e Seixal), o que não faz qualquer sentido.

A Saúde, que assume a Componente 1 do PRR, tem apenas 9,8% da dotação financeira do PRR e 24% da dotação do pilar da resiliência, o que é manifestamente insuficiente e incoerente com a situação que vivemos.

  1. Visão e Opções Centralizadas excessivamente em Lisboa

Em áreas tão diversas como a Rede Ferroviária e a Administração Pública, entre várias outras, a visão e as opções centralistas ocupam excessivamente o documento e assumem uma dimensão financeira excessiva, retirando-lhe a dimensão total de portugalidade e de coesão territorial.

Este é um caminho errado que na década que estamos a começar tem de ser corrigido. A aposta na totalidade do País é fundamental para que se possam desenvolver potenciais endógenos de todas as zonas do País, e também para que se reduza a pressão urbana, económica e populacional de Lisboa.

  1. Papel pouco relevante dos Municípios

A participação de Unidades do Estado com conhecimento direto do território e representatividade dos Cidadãos é absolutamente fundamental para conseguirmos executar bem o PRR e para que seja estruturante e mobilizador de energias e potenciais endógenos, no entanto a participação prevista dos Municípios e das suas Associações é pouco relevante.

O cúmulo dessa situação e que entendemos deverem ser corrigidas, é o verificado em áreas como a “Eficiência Energética em Edifícios” (Componente 13) que tem uma medida dotada de 250 M€ exclusiva para a Administração Pública Central com a expressa exclusão da Administração Local, na Componente 17 da “Qualidade e Sustentabilidade das Finanças Públicas” com nova exclusão da Administração Local, estando esta muito afetada pela Pandemia da Covid-19, na Componente 19 da “Administração Pública: Digitalização, Interoperabilidade e Cibersegurança” onde a Administração Local também está excluída, ou ainda na Componente 10 da Mobilidade Sustentável.

  1. Transição Climática Sem Território

A importante área da Transição Climática está no PRR com a surpresa de não incorporar o território que lida de forma crítica e direta com a matéria das alterações climáticas.

Matérias como a Defesa Costeira e a qualificação e valorização de zonas sensíveis e delicadas na gestão dos valores ambientais e da presença do Homem, como a Ria de Aveiro e a Ria Formosa (entre outras) deviam constar dos investimentos do PRR.

A defesa do Litoral, da zona costeira e do território adjacente, é absolutamente capital, com técnicas tradicionais e inovadoras como as defesas destacadas, devendo o PRR assumir investimentos na zona do País onde o problema é mais crítico e a necessidade de investimento é mais premente: a costa Aveirense, de Ovar a Vagos.

  1. Transição Digital Tem de Ser Inclusiva

Na Transição Digital é necessário o investimento para a criação de condições de igualdade de acesso pelas populações aos meios digitais (redes de internet, equipamentos,…), com especial atenção aos meios rurais e de menor densidade (que existem na Região de Aveiro e em todo o País), e que têm sofrido ainda mais com a Pandemia COVID-19, carência essa evidenciada em exercícios como o ensino à distância e o teletrabalho (sobrecarga de redes ou inexistência de redes que suportem as necessidades), o que tem gerado dificuldades e protestos aos quais se tem de dar a devida resposta por ação concertada do Governo e das Operadoras.

  1. Inclusão Social, Economia e Emprego Jovem

No PRR é necessário acentuar o seu contributo fundamental para capacitar o País no sentido da elevação do seu nível de inclusão social, com investimentos e políticas ativas que promovam a criação de emprego, com especial atenção para os Jovens, e um apoio mais forte e estruturante para as Empresas, nomeadamente no que respeita à criação de Emprego qualificado e ao seu crescimento do seu nível de competitividade.

Fortalecer o pilar das Empresas, com linhas específicas de apoio aos setores mais penalizados pela Pandemia, como por exemplo a Restauração, a Hotelaria e outras empresas da área do Turismo, assim como na área da Cultura, aos Pequenos Comerciantes e Produtores, é uma opção óbvia a integrar no PRR.

O PRR tem de ajudar o País a transitar de uma subsidiação à inatividade (necessária na gestão da pandemia) para o financiamento do empreendedorismo, da criação de emprego e de riqueza, do aumento da sua produtividade e competitividade de forma estruturante.

  1. Omissões e Pontos Fracos a Corrigir / Região de Aveiro

Das principais omissões e pontos fracos que entendemos existirem no PRR, com uma incidência direta sobre o território da Região de Aveiro e a vida dos seus Cidadãos, apresentamos quatro que entendemos que têm de integrar o PRR, com um enfoque de urgente prioridade para o que referenciamos em primeiro lugar.

a) Capacitação do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) / Ampliação do Hospital de Aveiro e Qualificação dos Hospitais de Águeda e Estarreja

Construção da ampliação do Hospital Infante D. Pedro (Aveiro) com um edifício para a Consulta Externa e outro para o Centro Académico Clínico, e a qualificação do edificado atual. No quadro do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) realizar a qualificação dos Hospitais de Águeda e Estarreja. Realização de um estudo de viabilidade de integração no CHBV dos Hospitais de Ovar e Anadia. Capacitação da sua relação intensa com a população dos onze Municípios que integram a Região de Aveiro;

valor previsional do investimento: 180 M€ (milhões de euros).

b) Vias para a Competitividade (PIMTRA)

Conjunto de Vias Estruturantes de sustentabilidade dos acessos a áreas de Localização Empresarial da Região de Aveiro, definidas no Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes / PIMTRA, e cuja concretização tem como principal objetivo, a redução dos custos de logística das empresas e das emissões de CO2 das viaturas pesadas de transporte de matérias-primas e produto acabado das Empresas da Região de Aveiro. Esta estratégia de investimento assume-se como fundamental para a dinamização económica de toda a Região, valorizando também os grandes eixos viários já construídos, que, pela falta de adequados acessos, não assumiram devidamente a sua função indutora de desenvolvimento regional. Também é relevante referir que a construção dos acessos rodoviários citados vai alterar o paradigma da mobilidade na Região retirando dos aglomerados urbanos o transporte de mercadorias que hoje se faz à custa de arruamentos municipais e de alguns nacionais que atravessam núcleos de elevada densidade populacional, o que terá como consequência um incremento de qualidade de vida dessas populações que passarão a estar expostas a menores emissões de CO2. Em simultâneo vamos promover a mobilidade elétrica e os modos suaves de mobilidade (pedonal e ciclável).

A título de exemplos mais expressivos das “Vias para a Competitividade” que devem integrar o PRR, destacamos:

- o Novo Nó Rodoviário no IP1/A1 e Via Rápida de Ligação ao IP1/A1, de enorme importância para as Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE) de Anadia e de Oliveira do Bairro;

- o Prolongamento da EN224 para a Murtosa (até à EN109-5), de enorme importância para a AAE da Murtosa.

Há aspetos positivos do PRR nesta área que se referem no capítulo seguinte deste parecer;

valor previsional do investimento: 77 M€.

c) Qualificação da Ria de Aveiro, Defesa Costeira e Gestão das Alterações Climáticas

É necessário prosseguir o investimento desenvolvido pela Polis Litoral Ria de Aveiro na qualificação e valorização da Ria de Aveiro, articulando essas ações com os investimentos necessários na defesa da orla costeira (verdadeiro desígnio nacional de defesa do território), nomeadamente nas zonas de maior risco dos Municípios de Ovar, Ílhavo e Vagos. Tendo em conta a especificidade reconhecida deste território, é também fundamental promover a sua capacitação, competência e resiliência para as alterações climáticas. Com a devida articulação e sustentabilidade no crescimento turístico da Região e da Ria de Aveiro, vamos investir na promoção da náutica desportiva e de recreio, com a ativação das Estações Náuticas nos Municípios da orla costeira da Ria de Aveiro e na Região;

valor previsional do investimento: 200 M€.

  1. Ligação Ferroviária Aveiro / Viseu / Salamanca e o Porto de Aveiro

A Ligação Ferroviária entre Aveiro, Viseu, Guarda e Salamanca, com o perfil técnico para ser competitiva face ao transporte rodoviário, é uma aposta fundamental para a competitividade das nossas exportações e para a redução da pegada ecológica deste setor dos transportes.

Esta importante Ligação Ferroviária ficará ancorada no Porto de Aveiro, que tem de receber mais investimento de capacitação e estruturação das suas áreas de acolhimento empresarial e da sua acessibilidade marítima.

Este investimento de expressão Nacional e em especial nas Regiões do Norte e do Centro, irá propiciar às empresas exportadoras para a Europa uma oferta de transportes competitiva e ambientalmente equilibrada, em bitola europeia para a devida integração na rede ferroviária europeia, com um troço novo entre Aveiro e Viseu, e a utilização do traçado da Linha da Beira Alta entre Mangualde e Guarda, saindo para Espanha por Vila Franca das Naves;

valor previsional do investimento: 1.200 M€.

  1. Aspetos Positivos a Desenvolver e a Clarificar / Região de Aveiro

O PRR tem aspetos positivos que realçamos e saudamos, e que queremos que sejam criadas condições para o seu desenvolvimento, com a máxima brevidade possível, destacando aqui os aspetos que entendemos mais relevantes

a) Eixo Rodoviário Aveiro - Águeda e Outros Troços Rodoviários

A integração do “Eixo Rodoviário Aveiro - Águeda”, assim como do “IC35. Sever do Vouga / IP5 (A25)”, “EN333. Ligação do Nó de Águeda do IC2 à EN235 em Perrães, para acesso à A1” e a “Ligação do Parque Empresarial do Casarão ao IC2”, é um aspeto positivo do PRR, que saudamos, sendo necessário tratar de definir desde já os modelos de desenvolvimento de projetos e obras para que o tempo que temos pela frente seja utilizado cumprindo os prazos a que estamos obrigados no PRR, garantindo a execução destes importantes objetivos.

b) Habitação Social com as Autarquias

A aposta na Habitação Social é um aspeto positivo do PRR, e seguramente que a intervenção dos Municípios é fundamental para a boa aplicação destas medidas, nomeadamente as que estão definidas na Componente 2, carecendo de definição urgente o acesso dos Municípios ao “Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”, à “Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário”, às medidas do “Parque público e habitação a custos acessíveis” e do “Alojamento Estudantil a custos acessíveis”.

c) Áreas de Acolhimento Empresarial

O PRR define na sua Componente 7 as “Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE)” como uma linha de investimento. Sendo esta matéria de relevante importância na Região de Aveiro, entendemos que o valor inscrito de 110 M€ é muito baixo, sendo também necessário definir rapidamente os mecanismos de acesso dos Municípios para financiarem operações de AAE que são prementes para possibilitar a expansão de unidades industriais e empresarias existentes e propiciar melhores condições de atração de novos investimentos privados.

d) Cuidados Primários de Saúde

Na Região de Aveiro ainda existem algumas necessidades de investimento na área da qualificação e/ou ampliação de edifícios existentes, assim como para a criação de novos edifícios, de prestação de cuidados primários de saúde, sejam UCSP’s ou USF’s.

Definindo o PRR 96 intervenções neste âmbito, é importante e necessário conhecer a lista que está por detrás desse número e verificar se as necessidades dos Municípios da Região de Aveiro estão assumidas, ou se devemos enviar desde já (colocando-se a questão: para quem?) a relação das necessidades que temos devidamente cadastradas em trabalho de equipa com o Ministério da Saúde (ACeS do Baixo Vouga).

  1. Governação: Descentralização e Contratualização

É absolutamente Urgente definir o modelo de governação do PRR, que deve, o mais possível, assentar em entidades existentes, e que tem de tratar desde já, de estruturar, negociar e formalizar acordos de contratualização da sua execução, nomeadamente com os Municípios e com as Comunidades Intermunicipais, garantindo capacidade de execução em devido tempo.

  1. Nota Final

A CIRA e os seus onze Municípios associados têm um total empenho em materializar na década que estamos a viver, a Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial da Região de Aveiro que desenvolvemos com os Parceiros que integram o Conselho Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal, bem representativo da Comunidade Aveirense, e elaborada com a participação especial da Universidade de Aveiro.

O PRR é seguramente um instrumento muito importante para materializar essa estratégia e para apoiar a recuperação social e económica da Região de Aveiro, da Região Centro e de Portugal, sendo que tem de ser cuidada a sua complementaridade com o Quadro de Fundos Comunitários 2021/2027, assim como com outros instrumentos financeiros onde incluímos as receitas dos orçamentos dos Municípios e da Comunidade Intermunicipal.

Estamos empenhados em continuarmos a ser obreiros de Mais e Melhor Região de Aveiro, Portugal e Europa, em trabalho de equipa com o Governo, entidades pública e privadas, e em especial com os Nossos Concidadãos.

Os Membros do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro:

José Ribau Esteves, Presidente do CI/CIRA e Presidente da CM Aveiro

Jorge Almeida, Presidente da CM Águeda

António Loureiro, Presidente da CM Albergaria-a-Velha

Teresa Belém, Presidente da CM Anadia

Diamantino Sabina, Presidente da CM Estarreja

Fernando Caçoilo, Presidente da CM Ílhavo

Joaquim Batista, Presidente da CM Murtosa

Duarte Novo, Presidente da CM Oliveira do Bairro

Salvador Malheiro, Presidente da CM Ovar

António Coutinho, Presidente da CM Sever do Vouga

Silvério Regalado, Presidente da CM Vagos


Albergaria-a-Velha, 22 de fevereiro de 2021.