Estudem o que o general (John) Pershing fazia com os terroristas quando os capturava.
Não houve mais terrorismo islâmico em 35 anos!”, escreveu Trump no Twitter, citando o militar que liderou tropas dos EUA na Primeira Guerra Mundial, que teria sido responsável pela captura e morte de 49 radicais islâmicos filipinos com balas banhadas de sangue de porco (animal cujo consumo é proibido no Islã).
Outras fontes dizem que Pershing banhava estes capturados com sangue de porco.
Trump havia assumido uma polidez mais cedo.
“Os Estados Unidos condenam o ataque terrorista em Barcelona, Espanha, e fará o que for necessário para ajudar. Sejam duros e fortes, amamos vocês”, escrevera mais cedo o presidente no Twitter.
O secretário de Estado Rex Tillerson também disse que os americanos na cidade espanhola receberão assistência consular para que possam contatar suas famílias.
“Terroristas do mundo todo deveriam saber… os Estados Unidos e nossos aliados estamos decididos a achá-los e levá-los ante a justiça”, afirmou Tillerson em coletiva de imprensa com o secretário de Defesa Jim Mattis.
Já a primeira-dama Melania Trump enviou “pensamentos e orações a Barcelona”, em mensagem no Twitter.
A premier do Reino Unido, Theresa May, afirmou que o Reino Unido apoia a Espanha contra o terror e que seus pensamentos estão com as vítimas do terrível ataque em Barcelona.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também expressou solidariedade após o atentado.
O papa Francisco também afirmou ter “grande preocupação” pelo ataque terrorista:
— O papa reza pelas vítimas desse atentado e deseja exprimir sua proximidade a todo o povo espanhol, em particular aos feridos e às famílias das vítimas — disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
Em seu Twitter, Lula deu uma declaração ridícula: “Se eu pudesse nascer outra vez, não queria ser um ser humano de carne e osso. Queria ser uma ideia, porque é indestrutível”.
Veja:
Se eu pudesse nascer outra vez, não queria ser um ser humano de carne e osso. Queria ser uma ideia, porque é indestrutível. #LulaPelaBahia
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) August 18, 2017
Obviamente, a Internet não perdoou:
Você já representa uma ideia: tudo o que existe de sujo neste país.
— Dom Sérgio (@dom_sergio) August 18, 2017
pic.twitter.com/9TsweRYlO1
— Voltaic Lab (@voltaiclab) August 18, 2017
Químico ele já foi ! Transformou o dinheiro do BNDES e do Brasil em merda …
— Kalef João Francisco (@kalef_spfc) August 19, 2017
Essa frase deve ter sido escrita e soprada pra ele pela Dilma. É padrão maluquice tipo estocar vento
— Carlos Eduardo (@cepguedes) August 19, 2017
Você é Lula, você é uma péssima ideia!!!
— Kareka#DiretasSó2018 (@pbkareka) August 20, 2017
É a marvada pinga que atrapaia….. kkkkk Caducou o molusco!!
— Kleide Grava (@KleideGrava) August 20, 2017
Se fosse nascer novamente a gente comprava a pílula do dia seguinte pra sua mae
— Ronald Graff (@ronaldgraff) August 20, 2017
o estagiário dele é pior ou igual ao chefe kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
— ELZA EDELY (@ElzaEdely) August 20, 2017
Seria uma ideia tipo: “Estou com uma ideia de roubar uma Petrobras…”.
Um idoso assediando uma garotinha, um repugnante flagrante acontecido na cidade de Passo Fundo, a maior cidade da região Norte do Rio Grande do Sul, com cerca de 200 mil habitantes.
A polícia de posse das imagens está investigando o caso que envolve o idoso, que teria assediado diversas menores de idade do bairro Maggi de Cesáro, na periferia da cidade.
O suspeito tem 78 anos de idade e segundo relatos de vizinhos abusa sexualmente da própria filha de 11 anos.
O vídeo abaixo foi gravado por populares e entregue à Polícia Civil e ao Conselho Tutelar.
Veja o vídeo:
As imagens foram realizadas por uma criança, que durante a execução estava sendo vigiada pelos pais.
No vídeo percebe-se claramente quando o homem fala as seguintes frases: ‘quero te pegar’, ‘quero te beijar’, ‘te dou R$ 10,00’ e ‘você não conta para sua mãe’.
A filha do acusado já está aos cuidados de uma Casa de Apoio. A garota nega o abuso pelo pai e os exames deram ‘negativo’.
A Policia Civil pediu a prisão preventiva do idoso, que deve ser decretada nas próximas horas.
Inúmeras pessoas estão ameaçando atear fogo na casa do investigado.
Abaixo, outro vídeo sobre o caso.
A atitude flagrada é repugnante e não deixa dúvidas sobre a intenção do ancião.
Necessário todo o rigor da lei.
Certamente outras crianças já foram vítimas deste sujeito.
Um caso gravíssimo e extremamente lamentável.
As imagens divulgadas pelo Jornal da Cidade Online já proliferam nos grupos de WhatsApp de Passo Fundo e região.
Piruka, You Can’t Win, Charlie Brown, Blind Zero e Capitão Fausto estiveram presentes no segundo dia do Douro Rock, em Peso da Régua.
Os Capitão Fausto atuaram pouco antes das 2h da manhã, mas o cansaço e o tempo de espera não prejudicaram em nada o desempenho da banda de Lisboa. O Domingos, o Francisco, o Manuel, o Salvador e o Tomás trouxeram uma boa dose de energia ao Douro Rock e não faltou quem vibrasse no público.
Algumas horas antes do concerto, o Francisco esteve à conversa conosco, contou-nos as suas expectativas para o concerto e falou-nos um pouco do percurso dos Capitão Fausto.
Os Capitão Fausto estão a poucas horas de atuar no Douro Rock. Quais são as expectativas para logo à noite?
Francisco: Uma das expectativas é que esteja um bocado cansado e ensonado, porque tocamos quase às 2h da manhã (risos). Confesso que preferia que fosse um pouco mais cedo. Isso é uma das expectativas. A outra é que me vou divertir muito. Acho que o festival ontem também correu bem, os nossos colegas gostaram muito e, por isso, acho que se formos competentes vai ser muito fixe!
O vosso álbum mais recente chama-se Capitão Fausto Têm os Dias Contados mas vocês têm tudo menos os dias contados porque este álbum tem sido um sucesso...
Francisco: Não me cabe a mim chamar-lhe isso (risos). No entanto, estamos muito felizes com o ano que tivemos e que estamos a ter depois do lançamento do disco! Acho que, na verdade, tanto nós como a banda temos os dias contados, mas não são assim tantos como aparentam ser. Não vão ser assim tão poucos dias. Espero eu que sejam milhares de dias.
Vocês entraram diretamente para o primeiro lugar do top de vendas em Portugal...
Francisco: Sim. Curiosamente, isso até nem é uma coisa que seja assim tão rara para qualquer artista nacional porque, normalmente, para entrares para o top de vendas precisas de vender não muito discos. As pessoas estão mais voltadas para ouvir as músicas em streaming e vendem-se poucos discos hoje em dia, em geral. Então, quando o artista lança o disco e faz o concerto de lançamento, normalmente, pelo menos uma semana ou duas, fica nos tops. A grande dificuldade é aguentar-se lá. Nós não aguentámos muito tempo (risos). Mas, felizmente, ganhámos muito mais ouvintes do que nos outros discos. E estamos muito felizes!
A propósito dos outros discos. Este disco é um bocadinho mais contido e dá mais importância à palavra. É mais importante um vocalista transmitir uma determinada mensagem do que se limitar a cantar bem?
Francisco: Ainda ontem me apontaram uma coisa que gostavam na performance e nas letras do Tomás: tanto a escrever como a cantar, ele tem um tom muito familiar, digamos assim. Embora as letras sejam muito bem escritas e muito bem ordenadas, quando ele está a escrever parece que as letras são uma coisa que dirias no dia a dia. E mesmo quando ele canta, ele não está a mostrar que é um grande cantor. Resumindo, ele não dava um cantor de um programa qualquer de talentos. Ele canta de uma maneira natural e muito na forma como é a voz dele de falar e isso é das coisas que eu mais gosto nas vozes dos nossos discos. Não é uma voz muito esforçada.
E achas que as pessoas se identificam mais assim?
Francisco: Acho que sim! Há muita gente que, de facto, gosta de uma voz mais esforçada e a dar o seu melhor, uma voz no topo e a chegar aos tons mais agudos e graves. Mas acho que também há muita gente que se identifica com este tipo de cantoria mais leve, mais aquele cantarolar... E nos concertos aparecem algumas pessoas que estão lá a cantar à frente e que gostam disso.
Às vezes o simples cativa mais...
Francisco: Sim, claro que sim. Nós somos mais fãs do simples.
“Somos uma banda rock de Lisboa”. Ainda se definem assim?
Francisco: Sim, porque tocamos música à volta desse género e vivemos todos em Lisboa. É o sítio onde nascemos e onde vivemos.
Mas existe uma vontade de se internacionalizarem?
Francisco: Existe! Aliás, existe tanta quanto existe vontade de nacionalizar. Nós temos a vontade de tocar o máximo que conseguirmos e no máximo de sítios que pudermos. Sim, é verdade que já percorremos bastante do país, mas ainda não todo. Por exemplo, é a primeira vez que estamos em Peso da Régua. Já estivemos em algumas zonas aqui à volta mas neste sítio específico é a primeira vez. Mas claro que temos muito prazer em ir a qualquer sítio onde nos queiram ouvir! Seja desde a Mongólia até à Croácia, se nos chamarem, nós vamos. Nós queremos é tocar!
Ganhar um globo de ouro coloca algum tipo de pressão em cima de vocês enquanto banda?
Francisco: Não, pressão não coloca. Põe-nos a nós se calhar nos ouvidos de pessoas que não nos conheciam. Tenho quase a certeza que há pessoas que viram a cerimónia e não nos conheciam de lado nenhum e, de facto, nunca tínhamos chegado a essa audiência. Acho que foi muito bom chegarmos a mais pessoas e se calhar houve muita gente que foi ouvir e não gostou mas também houve muita gente que foi ouvir e, de facto, gostou mesmo. Penso que não fez muita diferença para as pessoas que já nos ouviam, porque elas já gostavam de nós. Mas foi positivo no geral.
Francisco, para terminar vou perguntar-te o que é que nós podemos esperar dos Capitão Fausto logo à noite?
Francisco: Podem esperar um concerto bem ensaiado, com muita genica, apesar do cansaço de ontem à noite (risos), e acho que vão ter o melhor possível de nós. Vamos mesmo dar tudo.
E deram tudo. A genica esteve lá. E o melhor dos Capitão Fausto também. Encerraram a segunda edição do Douro Rock da melhor forma possível: com uma boa dose de energia.
Cátia Barbosa. Licenciada em Jornalismo e Comunicação, pela FLUC.
Manuel Machado dissera que este FC Porto é muito peludo e tem pelo na venta e o jogo não lhe tirou a razão. Os dragões venceram (3-0) o Moreirense e um avançado camaronês, seguindo o raciocínio, mostrou como está a enrijecer a pilosidade facial.
Poucos passes, mais rápidos, para a frente e a descortinarem jogadores entre as linhas contrárias, em terra de ninguém. Os extremos a irem pedir a bola dentro para os laterais, por foram, ficarem com mais metros livres. Um dos avançados, sempre, a dar opção no meio, frontal, para receber e dar a bola. E tudo a ser feito a alta rotação, a desenhar coisas na vertical, e obrigar o adversário a tentar sair a jogar pelo centro, para ali pressionarem ferozmente e roubarem bolas e passes.
No dicionário de uma certa pessoa, peculiar, eloquente embora, ao mesmo tempo, estranha, uma figura do futebol cá do burgo (se ainda duvida, leia isto), há uma expressão que usa para uma equipa que joga assim - “ter pelo na venta”.
Que é como quem diz que o FC Porto, essa tal equipa, é ousado, arrojado e corajoso com uma pitada de mau feitio, por querer o problema de um jogo começar zero a zero de forma rápida e vertiginosa. E não no embalo de uma lenga-lenga de ter muito a bola, circulá-la com calma, mais para o lado do que para a frente, como muitas vezes se viu nas épocas de Julen Lopetegui para cá. Essa nova forma, mais drástica, de Sérgio Conceição encarar as coisas é o que vale aos dragões, que em dois minutos mostram o que Manuel Machado quererá dizer.
Primeiro, uma jogada de poucos passes e muito olhar para a frente solta Alex Telles, na esquerda, e o mais requisitado municiador de bolas na área faz a bola chegar à cabeça de Aboubakar, um de três dragões na área que sozinho está pela forma como o trio se mexe e desmarca. Depois, o Moreirense é convidado a construir uma jogada pelo centro e, em dois segundos, é cercado, perde a bola, e o camaronês marca o segundo na recarga às paradas que o guarda-redes Jonathan faz aos remates de Marega e Óliver. Tudo muito rápido, repentino e imediato.
Nos entretantos, os dragões vão ficando mais peludos e barbudos, como náufragos solitários numa ilha onde a pilosidade lhes cresce à mesma velocidade a que se esntem num monólogo com uma bola. Continuam a ser intensos, a só olharem para a frente e, parafraseando em manuel-machadês, a comportar-se como uma equipa “mais agressiva, mais vertical, mais incisiva na sua ação por relação com as últimas épocas”. Há remates de Marega, outros mais de Aboubakar, de Alex Telles e até de Danilo.
O ritmo a que as coisas aconteciam para o FC Porto não iriam abrandar, deduzia. Mas, na segunda parte, tudo foi mais lento. Pareceu ser propositado: a bola olhava mais para o lado, Óliver já a pisava mais e jogava menos a um ou dois toques, os passes longos e pelo ar repetiam-se, a diligência de virar o jogo só porque sim.
E o jogo mais lento, com menos espetáculo e mais enfadonho ficou, também, porque o intervalo ficou com Brahimi, lesionado ou a para prevenir uma mazela - e nunca houve Ricardo Pereira, o extremo-lateral que está bem de saúde e nem para o banco de suplentes foi. Porque o argelino é o tipo que mais coisas inventa com a bola nos pés, deste campeonato, e o português é quem mais velocidade tem dado à forma de jogar do FC Porto.
Sem eles, os dragões ficam menos peludos, apenas com uma barba de três dias.
Aos poucos, foram afastando uns dos outros, deixaram de se movimentar em campo como um bloco e, portanto, não estavam juntos quando era preciso pressionar e reagir e recuperar. Três érres em que foram menos eficazes para deixarem que Rafael Costa, Peña e Arsénio tivessem mais espaço, o trio à boleia de quem o Moreirense, aos poucos, foi crescendo. Aproximaram-se da área portista e o derradeiro bruá na partida até foi para reagir ao voo de Iker Casillas que parou uma bomba rebentada por Arsénio, à distância.
Aí já restavam poucos minutos e estava-se no último quarto de hora, depois de Marega curvar uma bola contra a barra e de Aboubakar aproveitar a verdura e desorientação dos dois centrais adversários. Deixaram a bola chutada para a frente por Marcano bater na relva, passar-lhes por cima e ficar com o camaronês, cujo sexto remate no jogo serviu para lhe dar um hat-trick.
Manuel Machado, no seu tal jeito peculiar, eloquente com um toque de estranho, ao seu estilo, dissera que não gastaria gasóleo se não houvesse uma mínima chance de isto não acontecer - o Moreirense perder, sofrer três golos, poder ter sofrido muito mais e ver como a expressão do seu treinador se confirma.
O FC Porto, para já, continua a ser peludo e a ter muito pelo, coisas que o põem a par de Benfica, Sporting e Rio Ave, com nove pontos. E Vincent Aboubakar, com este hat-trick, já vai com quatro golos no campeonato e começa a ficar com barba rija.
O veterano ator de comédia Jerry Lewis morreu este domingo, na sua casa em Las Vegas. O ator tinha 91 anos.
A morte ocorreu às 9:15 locais e foi já confirmada pelo agente do ator, segundo a revista Variety.
Nascido a 16 de março de 1926, Jerry Lewis ficou mais conhecido pelo seu tipo de humor slapstick, mas era também cantor, argumentista, produtor e realizador.
O seu caminho para o êxito mundial começou com a dupla que fez com Dean Martin, em 1946, que ficou conhecida simplesmente como Martin e Lewis e encheu os clubes noturnos de Los Angeles.
Seguiu-se um contrato com a Paramount Pictures e uma carreira no cinema que se manteve ativa durante mais de 60 anos.
Ainda no ano passado pudemos vê-lo no filme The Trust, dos irmãos Alex e Benjamin Brewer, com Nicolas Cage e Elijah Wood (fazia do pai de Nicolas Cage).
GNR diz que proprietários preferem pagar multas de 140 euros a mandar limpar terrenos, o que custa entre 500 a mil euros
Até ao dia 18 de agosto, a GNR já tinha levantado 782 processos de contraordenação por incumprimento da legislação que estabelece o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. São multas por comportamentos negligentes dos donos das terras, como a falta de gestão das faixas combustíveis, as fogueiras ou queimas, ou a falta de limpeza dos terrenos ou da limpeza junto às estradas, refere a Guarda Nacional Republicana. Mas até ao momento apenas foram pagos 74.040 euros em coimas (65.240,00 euros por singulares e 8.800,00 por empresas)."A maior parte dos proprietários prefere pagar a coima, no valor de 140 euros, do que mandar limpar o terreno, o que custa 500 a mil euros", diz o major Ricardo Alves, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.
Os 74 mil euros são uma gota no vasto oceano de danos causados pelos fogos. A título de exemplo, o incêndio de Pedrógão Grande causou 497 milhões de euros em prejuízos totais. O Estado só conseguiu arrecadar um milhão de euros em autos de contraordenação pagos por proprietários de terrenos florestais desde 2014 até agora, segundo os dados avançados pela GNR. Em três anos e meio, há ainda 1177 processos em instrução.
Por outro lado, as câmaras municipais, que se podem substituir aos proprietários na limpeza dos terrenos e depois pedir o ressarcimento das verbas gastas, raramente cumprem esse papel. "Sabemos que em apenas 5% das situações, a autarquia se substituiu aos proprietários. Nos restantes 95% dos casos, alguns donos dos terrenos limpam mas muitos não o fazem e preferem pagar as multas."
Na realidade, e como o DN noticiou a 29 de junho, ficam por pagar 40% das multas por falhas na limpeza florestal. Em todo o ano de 2016, a GNR levantou 2095 autos de contraordenação. Desses apenas 1278 foram cobrados, cerca de 40%.
Incúria em 40% dos fogos
É à GNR que compete "carregar" a estatística das causas dos incêndios para o Sistema de Gestão Florestal. Até ao dia 2 de agosto, a Guarda tinha investigado as causas de 8122 fogos, concluindo que 40% das ocorrências, ou seja, 3320 incêndios tiveram causas negligentes. Depois houve 1374 fogos que foram causados com dolo ou intenção, 17% do total. Registados ainda 699 fogos, 9% do total, que tiveram origem em reacendimentos e apenas 82, apenas 1%, que surgiram por causas naturais. A destacar, um conjunto apreciável de incêndios com causa desconhecida: 2647, ou seja, 33% do total. "Nestes, em que não foi possível apurar a causa dado o estado do terreno por causa da deflagração, ou por outros motivos, podem ter sido intencionais ou negligentes. A verdade é que em 85% dos casos os incêndios foram causados por intervenção humana", sublinha o major Ricardo Alves. Quanto aos fogos causados por reacendimentos, mostram "que a vigilância pós incêndio não funcionou".
Segundo disse na quarta-feira o comandante nacional da Proteção Civil, Rui Esteves, 38% das ocorrências da última semana aconteceram "no período noturno", ou seja, tiveram "mão criminosa".
Este ano, a Guarda já identificou 700 indivíduos como potenciais incendiários, nas aldeias e zonas rurais do país. Ficam referenciados no sistema. "Dos 62 detidos que a Polícia Judiciária fez este ano pelo crime de incêndio florestal, cerca de 40 eram suspeitos que a GNR já tinha identificado". A Guarda só pode deter suspeitos do crime de incêndio florestal em flagrante delito: já deteve 32 (29 homens e três mulheres).
Já são então 94 os detidos pelos dois órgãos de investigação criminal, um "recorde" assinalado na semana passada pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.Dos 62 detidos pela PJ este ano, 26 ficaram em prisão preventiva.
A Câmara Municipal de Lisboa está reforçar a segurança nas zonas de maior afluência da capital, depois do ataque terrorista de quinta-feira na cidade de Barcelona, Espanha, que vitimou 13 pessoas e causou mais de cem feridos - seguido de um segundo ataque em Cambrils, que vitimou outra pessoa.
“A Câmara Municipal de Lisboa está a proceder ao reforço da instalação de medidas passivas de segurança na via pública, tendo em vista melhorar a protecção em zonas com elevada afluência de pessoas”, diz a um comunicado emitido este domingo pela autarquia alfacinha.
O comunicado do município diz que se trata de “soluções compatíveis com o acesso rápido para eventuais operações de socorro, em particular por parte de bombeiros e ambulâncias”.
Esta intervenção está a ser feita em coordenação com a PSP na zona do Chiado, Rua Augusta e Mosteiro dos Jerónimos.
Mais de quatro mil operacionais, apoiados por 1.195 meios terrestres e 37 meios aéreos estavam hoje, pelas 18:00, a combater 108 incêndios pelo país, sendo que nove são significativos, refere o 'site' da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Dos 108 incêndios, 29 estão em curso, 28 estão em resolução e 51 em conclusão.
As ocorrências consideradas como significativas pela ANPC são atualmente nove e mobilizam 1.278 operacionais, apoiados por 358 veículos e 19 meios aéreos.
As chamas que mobilizam mais meios lavram na Covilhã (distrito de Castelo Branco), e estão a ser combatidas por 387 homens, 115 veículos e 10 meios aéreos.
O segundo incêndio que mobiliza mais meios localiza-se em Ribeira de Pena (Vila Real) e, apesar de estar em fase de resolução, ainda mobiliza 191 operacionais e 54 meios aéreos.
Ainda no distrito de Vila Real, mas no concelho de Alijó, estão 153 operacionais, 40 veículos e quatro meios aéreos.
Numa atualização pelas 18:00, a Proteção Civil aponta que se encontram encerradas ao trânsito várias estradas, nomeadamente a Estrada Nacional 26, em Sever do Vouga (Aveiro), a Estrada Municipal entre Lemenhe e Jesufrei, em Vila Nova de Famalicão (Braga), a Estrada Municipal 508 em Cortes do Meio, e ainda a Nacional 15, em Sabrosa, Vila Real.
Contactada pela agência Lusa, a GNR informou que o trânsito já flui na Autoestrada 4, que esteve encerrada desde as 13:40.
A circulação encontra-se dificultada também na Estrada Nacional 16, em Alquerubim (Albergaria-a-Velha), a Estrada Nacional 243, na zona de Alto dos Alvados (Porto de Mós), e ainda a Estrada Municipal 553, em Ovadas (Resende)
Homem de 78 anos foi detido pela GNR quando ateava um incêndio no Parque Natural de Sintra Cascais. Seria a quinta vez que o faria
A GNR deteve no sábado um homem, de 78 anos, quando ateava um fogo no Parque Natural Sintra-Cascais, indica a Guarda Nacional República em comunicado.
A GNR explica que os militares do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) do Destacamento Territorial de Sintra detetaram um homem na localidade da Atalaia a fugir do mato onde se iniciava mais um incêndio florestal.
Após a detenção, adianta a GNR, "o idoso confirmou a autoria do crime de incêndio, acrescentando que já era a quinta vez que tentava colocar fogo naquela zona do parque natural", tendo sido encontradas provas do crime no seu veículo.
Quando foi constituído de arguido, o suspeito cometeu mais um crime de corrupção ativa na forma tentada, ao tentar oferecer "230 euros em dinheiro aos elementos da GNR para o libertar".
O detido será presente a tribunal na segunda-feira para primeiro interrogatório judicial.
Este ano já foram emitidos 164 vistos gold para a maior comunidade de estrangeiros a residir no país, os brasileiros. Esta vaga, com dinheiro e estatuto, está a criar novos negócios: empresas que lhes tratam do dia-a-dia, consultores que lhes ensinam a ganhar dinheiro em imóveis.
A sala de jantar inteira, o quarto dela e o do filho, os móveis de design, a colecção de 90 quadros com fotografias originais, os serviços de louça, os lençóis. Tudo. A vida de Cristiane Rondon chegou a Lisboa por mar em Dezembro de 2016 dentro de um contentor com 40 metros cúbicos. Estava ali o que juntou ao longo dos seus 51 anos e que até então enchia o apartamento de 250 metros quadrados no condomínio no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo, onde vivia. Para trás, deixou apenas os electrodomésticos. Vendeu o imóvel e mudou-se para Portugal com o seu filho de 14 anos. Alugou uma casa em Cascais, onde está agora à procura de uma outra para ficar a viver. No Brasil trabalhava na área financeira e, nos últimos anos, especializou-se em gerir fortunas.
“Agora, em vez de tratar do dinheiro dos meus clientes, vou gerir as suas casas aqui em Portugal”, conta, explicando que muitos estão a mudar-se também ou a comprar casa em Lisboa e arredores. Trata-se de uma elite económica e social que está a sair do Brasil e a escolher Lisboa e Porto para viver e, assim, fugir da falta de segurança e da instabilidade política e financeira que se instalou do outro lado do Atlântico. Ao mesmo tempo, vêem Portugal como um local ideal para investir e ganhar uma entrada para a Europa. Com isto, vão surgindo, especialmente em Lisboa, novos negócios dedicados a estes brasileiros com dinheiro e estatuto social.
O Consulado-Geral do Brasil em Lisboa confirma o fenómeno. “Há uma nova leva de imigrantes brasileiros, bem diferentes das anteriores. Têm um nível económico e social elevado e vêm em busca de uma vida mais tranquila e segura”, refere a cônsul-geral adjunta, Maria Rita Fontes Faria, acrescentando que, apesar de terem dinheiro, estes brasileiros não o podiam aproveitar devido à violência e à crise política brasileira. “Aqui não andam com vidros à prova de bala”, resume.
As estimativas, segundo o consulado, apontam para que neste momento residam em Portugal cerca de 85 mil brasileiros com documentos — dos quais, 55 mil na área de jurisdição do Consulado de Lisboa, que abrange os distritos de Castelo Branco, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal (excepto os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines), Açores e Madeira. Se se contabilizarem os imigrantes com outro perfil, os irregulares, então as estimativas chegam a mais de 120 mil.
“O Brasil lidera a lista de nacionalidades estrangeiras residentes em Portugal”, refere a responsável diplomática. Esta realidade vem descrita no Relatório de Imigração Fronteiras e Asilo, de 2016, cuja divulgação está prevista para este mês. Segundo adiantou ao P2 o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o “documento confirma a tendência de crescimento do fluxo de novos cidadãos brasileiros que procuram Portugal para residir, tanto em 2016 como já no primeiro semestre de 2017, em que se nota um claro aumento, continuando a ser a primeira nacionalidade no cômputo dos residentes” no país.
Agora, em vez de tratar do dinheiro dos meus clientes, vou gerir as suas casas aqui em Portugal”, diz Cristiane Rodon. No Brasil trabalhava na área financeira e especializara-se em gerir fortunas
Número de vistos dourados disparou
A chegada constante de compatriotas levou Cristiane Rondon, que se movimenta nestes círculos de classe alta, a apostar num negócio exclusivo para esse fenómeno: “Faço a realocação de brasileiros.” Com uma sócia, que ficou no Brasil, ajuda quem se está a mudar para Lisboa, tratando de todo o processo, seleccionado e catalogando os bens a transportar, ajudando a trazer os animais de estimação, promovendo a instalação de água, luz, etc. Ao mesmo tempo, Rondon montou uma empresa com o seu nome para gerir o dia-a-dia de quem transferiu a vida para a capital portuguesa, cidade que ela conhece bem por há 20 anos ser o seu destino de férias. Procura a melhor zona para os clientes morarem, tendo em conta os vários perfis, encontra as escolas ideais para os filhos dos clientes estudarem e trata da decoração. Neste momento, está a trabalhar com detalhe na vinda de uma família inteira em 2018.
“Há também alguns brasileiros que compram casa em Lisboa, mas só passam aqui algumas temporadas”, acrescenta, explicando que nesses casos ela resolve tudo durante as suas ausências, como pagar as contas ou abrir a correspondência. Muitos decidiram investir por causa da autorização de residência para actividade de investimento (ARI), vulgarmente conhecido como “visto gold” — um programa lançado em 2012, a que os brasileiros chamam “golden visa” e que concede a estrangeiros que invistam no país uma autorização de residência que lhes permite, ao fim de seis anos, pedir a nacionalidade.
Luciana Trajano, de 37 anos, foi uma das primeiras a usarem este mecanismo para captar investimento. Em 2014, quando se mudou para Portugal e recorreu ao visto dourado, apenas outros 51 brasileiros o fizeram. E no ano anterior só 13 o tinham solicitado. De acordo com dados avançados pelo SEF, os números dispararam nos últimos tempos: passaram daqueles 13 em 2013, para 142 em 2016. E este ano bateu todos os recordes — só nos primeiros cinco meses de 2017, o Governo emitiu 164 vistos destes. Ao todo, já 423 brasileiros o obtiveram. À sua frente apenas estão os chineses, a quem o Governo já deu 3428 autorizações de residência deste tipo.
“Quando decidi mudar-me e investir num imóvel em Portugal, os meus amigos, no Brasil, olhavam para mim e não percebiam a minha opção”, recorda Luciana, que até então era publicitária. Sabia que queria sair do seu país e o facto de ter um namorado português ajudou-a a escolher o destino. Mas foi apanhada no meio do escândalo do vistos gold que, em 13 de Novembro de 2014, levou à detenção de várias pessoas por suspeitas de corrupção na atribuição desses vistos — e cujo julgamento teve início este ano, num processo que envolve o antigo ministro Miguel Macedo, o então presidente do SEF e o director do Instituto de Registos e Notariado. “Por causa disso, o deferimento do meu visto demorou um ano e três meses”, recorda Luciana Trajano, explicando que, nessa altura, e com o Brasil cada vez mais afundado numa crise política, muitos dos seus amigos começaram também a mudar-se para Lisboa.
Aliás, por todos lhe pedirem opinião sobre a melhor forma de conseguir o visto gold e lhe solicitarem todo o tipo de dicas, juntou-se a uma amiga portuguesa, Mariana Roque do Vale, e, a pensar na nova tendência, montaram também elas um negócio — a empresa Lisboa Se Faz Favor. “Ajudamos a obter os vistos gold e outros documentos, mas também procuramos casa para eles e arranjamos-lhes advogado, médico, arquitecto ou até headhunters”, conta Mariana, dizendo que quase todos os meses surgem clientes do Rio de Janeiro, São Paulo ou outras cidades.
Muitos têm elevada capacidade financeira. Até Abril, 32 brasileiros receberam visto gold por terem transferido, no mínimo, um milhão de euros para Portugal; num total de 33.852.788,48 euros, de acordo com dados do SEF. E outros 123 compraram imóveis de mais de 500 mil euros cada um. A corrida aos imóveis levou a que muitos arquitectos começassem a desenhar casas à medida dos novos clientes. “Como sabem que os brasileiros gostam muito de suítes, estão a construir apartamentos em que todos os quartos têm banheiro”, conta Luciana Trajano, explicando que outra das apostas tem sido nas grandes varandas, fazendo lembrar os prédios brasileiros.
Com base naquilo que os clientes lhes costumam solicitar, Luciana diz não ter dúvidas de que, além da luz, do clima e da facilidade da língua, gostam da autenticidade portuguesa: “Das tradições, dos azulejos, das comidas das tascas, do pão alentejano, da senhora da Rua da Rosa que às quartas-feiras vende queijos artesanais. Tudo o que não há no Brasil.”
Chiado atrai milionários
Um dos bairros mais procurados é o Chiado. Foi aqui, segundo o jornal Folha de São Paulo, que comprou casa a milionária e herdeira da Camargo Corrêa, Regina Camargo, de 66 anos, cujo nome apareceu associado à Lava-Jato — a mega-operação iniciada em Março de 2014 que expôs uma teia de desvios de dinheiros públicos, concursos públicos pré-combinados e pagamento de subornos e que envolve altas esferas políticas e empresariais. Também a arquitecta brasileira Fernanda Marques adquiriu com o marido, em 2014, um apartamento de 140 metros quadrados num prédio do século XVI nesta zona. Esta última abriu também um escritório em Lisboa, além dos que tem em São Paulo, em Londres e em Lausanne.
Os brasileiros gostam dos bairros históricos. Ana Maria Diniz, filha do magnata Abílio Diniz, que liderou o grupo Pão de Açúcar, comprou uma casa num edifício remodelado, na Rua de São Mamede, junto à Sé de Lisboa e a poucos minutos do Chiado, onde costuma ir de vez em quando.
Por cima, num apartamento que tem sete portas para uma enorme varanda com uma vista sobre Lisboa e o Tejo, vive outro brasileiro, o dono da produtora de filmes Fabrika, José Luiz Nogueira, de 57 anos. Deixou São Paulo e mudou-se para a capital portuguesa com a mulher e os dois filhos, em Julho de 2015. “Adoro Lisboa”, confessa. O seu caso não é comum. Vive em Portugal, mas continua a trabalhar no Brasil, onde se desloca algumas vezes ao longo do ano. “O mundo já dispõe de várias tecnologias que permitem viver numa cidade e trabalhar noutra. Isso será cada vez mais natural, a vida mudou em todo o planeta”, diz. E explica: “A tecnologia ajudou-me a cruzar o Atlântico. Uso um software de gestão que é português e, sem ele, não poderia morar aqui. O mundo está todo na nuvem, e o outro lado do Atlântico ficou mais perto.” Antes de optar por Portugal, ele e a mulher, Juliana Caus, ainda pensaram em França, onde chegaram a escolher um bairro para viver. Mas o receio do terrorismo, entre outros factores, dissuadiu-os.
Um dia, quando estavam num café na capital francesa, tiveram uma conversa que foi decisiva. “Zé, você tem certeza que é Paris, você imagina os seus filhos morando aqui?”, perguntou Juliana ao marido, que admitiu que não os imaginava a crescer ali, pois os “franceses nem gostam muito de crianças, além de haver trânsito, conflitos étnicos e atentados”.
“E foi aí que ela me fulminou quando me sugeriu: ‘Por que não Lisboa? A cidade é linda, não é tão grande como Paris e o clima é maravilhoso’.” José Luiz Nogueira acrescenta que não demorou muito tempo até perceber que Juliana tinha razão. “E entendi Lisboa melhor quando velejei no Tejo. Vista do rio, a cidade parece um presépio, com os seus vales e colinas.”
No momento em que começou a abrir as caixas que vieram de contentor com os livros, quadros, brinquedos dos filhos e roupas, Luiz percebeu: “Portugal era agora o nosso novo lar.” E recorda que, depois de passarem um dia a arrumar, ele e Juliana foram com os filhos, Arthur, de 13 anos, e Felipe, de 10, passear a pé por Alfama, onde jantaram para comemorar. José Luiz e a família não precisaram de visto gold, pois Juliana Caus é Italiana e tem por isso passaporte europeu.
Gozar a reforma
O mesmo sucedeu com Michaela de Charbonniers, filha de holandeses, que se mudou do Rio de Janeiro para Lisboa com o marido, o francês Antoine Charbonniers, de uma família de diplomatas. Antiga produtora musical e colaboradora do Rock in Rio, Michaela tinha decidido que, quando atingisse os 60 anos e os filhos estivessem todos independentes, iria sair do Brasil para gozar uma reforma mais tranquila. No ano passado vieram residir para Lisboa e optaram por comprar um imóvel junto ao Castelo de São Jorge. Para a decisão contribuiu a mudança que Michaela viu a cidade sofrer.
“Dantes, quando vinha cá, achava que era um pouco triste. Hoje está tudo muito elegante, os prédios antigos estão todos a ser reconstruídos, mantendo-se o estilo tradicional, como os azulejos”, nota Michaela, que tem aproveitado para experimentar as tradições portuguesas. “Adoro comer bacalhau à Brás e ouvir fado”, diz, contando que já escreveu duas letras para serem cantadas por uma fadista. O casal tem passeado por várias cidades e já conheceu, entre outras, Aveiro, Óbidos e Coimbra — e é costume acolher na sua residência amigos brasileiros, alguns que estão de mudança.
Recentemente, recebeu em casa a amiga Andrea Fasanelo, filha do conhecido designer brasileiro Ricardo Fasanelo. A carioca, de 50 anos, está a instalar em Lisboa o negócio de família e a lançar a marca de móveis criada pelo pai. “A ideia é fazer de Portugal a base para a Europa”, explica Andrea, que nos últimos meses veio várias vezes a Lisboa à procura de um espaço para instalar o seu showroom.
“Mais tarde, penso fabricar as peças aqui”, adianta, estando previsto mudar-se em 2018, deixando o Rio, onde vive e gere o atelier do pai e onde montou uma escola de moda para jovens carenciados na favela do Vidigal. Andreia — formada em História e que estudou também Literatura Francesa na Sorbonne e Arte na Inch Bald School of Arts, em Londres — conta que o advogado está a analisar a melhor forma de mudar de país, admitindo poder recorrer ao mecanismo do visto gold. Enquanto isso não acontece, vai-se reunindo em Lisboa com vários arquitectos, como Tiago Bernardes, um brasileiro que além dos escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro abriu um atelier na capital portuguesa, no Príncipe Real.
Moda, cultura e arte no palácio
Com os brasileiros estão a chegar muitas marcas do outro lado do Atlântico. A Tapioca tornou-se uma nova aposta gastronómica, existindo já em várias lojas, e surgem regularmente marcas de roupa e outros produtos daquele país. Aliás, em pleno Príncipe Real, quando se atravessa o n.º 42 da Rua da Escola Politénica, entra-se no Brasil. Melhor, garante Rui Gomes Araújo, o dono do espaço: “Entra-se no verdadeiro Brasil e não naquele Brasil superficial que a maioria das pessoas conhece.”
Em mais de 500 metros quadrados, e nas 15 salas do Palácio Castilho, estão 17 marcas brasileiras ou de estética brasileira que mostram a arte, a cultura e a moda deste povo. Há roupa (Juliana Herc, por exemplo); biquínis e fatos de banho (Lenny Niemeyer), sabonetes (Granado), chocolates (Chocolates Q), arte, e design — com peças de artistas como Hugo França e Sérgio Henriques, entre outros. Os tectos trabalhados misturam-se com os candeeiros feitos com coco e do longo espaço sobressai o cheio a mar do Rio de Janeiro, que vem dos sabonetes.
Inaugurado a 22 de Abril, exactamente a data em que a armada comandada por Pedro Álvares Cabral chegou àquele país, o palacete prepara-se para receber mais oito marcas novas. “Aqui há coisas desde três euros, como um sabonete, a 110 mil euros, como uma peça de Hugo França”, conta Rui Gomes Araújo, um português trineto de brasileiros. Nas paredes, descobre-se ainda uma exposição de fotografias do Instituto Moreira Salles, instituição com o maior acervo fotográfico do Brasil. Rui Gomes Araújo quer transformar o espaço num local de encontro e por isso, em breve, vai abrir um bar-cafetaria com uma chef brasileira. E prepara-se para promover vários eventos culturais.
Muitos servirão para a elite brasileira, que vive ou vem à capital passar temporadas. É ali, no Príncipe Real, que Gilmar Mendes, o juiz brasileiro que preside ao Supremo Tribunal Federal e tem em mãos a operação Lava-Jato, comprou casa no ano passado. Costuma vir nas férias, nos feriados ou em fins-de-semana prolongados. “Acho um país agradável, com um povo cordial e um clima ameno, sem invernos muito rigorosos”, diz ao P2, explicando o que o levou a comprar casa. “Temos, como diz o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, uma comunidade de afectos. Também gosto de curtir um certo anonimato, que não tenho mais no Brasil, aproveito para caminhar pelas ruas, andar de bicicleta, conhecer as feiras e os mercados de antiguidades”, descreve, confirmando a ideia de que há cada vez mais cariocas e paulistas, entre outros, a optar viver ou investir em Portugal: “No nosso prédio, há cinco apartamentos. Três pertencem a brasileiros.”
Gilmar Mendes defende que o Brasil deve “dar mais atenção às relações com Portugal” e garante que na sua área todos os anos se realizam eventos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e em Brasília, no Instituto Brasiliense de Direito Público, “com o objectivo de discutir uma agenda comum aos dois países”.
A presença de parte da elite brasileira em Portugal faz com que aqui se realizem cada vez mais eventos sociais. Em Abril, Abílio Diniz fez uma festa para comemorar os seus 80 anos: juntou os amigos durante três dias no Hotel Penha Longa, em Sintra, e na lista de convidados estavam milionários, políticos e artistas. Aliás, Marisa Monte veio de surpresa para cantar.
Família refém em casa
O sucesso português é tal que uma das maiores empresas de consultoria do Brasil, a Empiricus, lançou recentemente um curso para os seus 130 mil assinantes saberem a melhor forma de ganhar dinheiro investindo em Portugal. “Aconselhamos a investir em imóveis. E há zonas onde o rendimento do investimento vale a pena, pois permitem rendas sobre o valor do património de 5 a 6% ao ano”, esclarece Renato Breia, de 31 anos, um dos sócios da empresa que há um ano e meio também se mudou para Lisboa, onde abriu uma filial. O bom investimento está a levar muitos a optarem por Portugal, mas não só. “Além de ser um destino seguro, ter uma moeda forte e a língua ser ideal, Lisboa está na moda”, diz Breia, garantindo que dez dos seus amigos estão também a mudar-se.
Foi, entre outros factores, a insegurança que deu o empurrão definitivo a Aroldo Schulz, 48 anos, e à sua família para saírem de Curitiba, capital do estado do Paraná. Hoje vivem num condomínio perto de Lisboa. “Eu e as minhas filhas estivemos reféns na nossa própria casa [no Brasil]. Ficámos no banheiro enquanto uns homens de cara tapada nos roubavam tudo”, recorda a mulher, Andrea Schultz, de 41 anos, que ainda hoje se incomoda quando pensa naquelas horas de pânico. “Um deles olhou para mim e ainda me perguntou qual das minhas filhas queria que ele matasse primeiro se as coisas corressem mal.”
Mudaram-se para Portugal no final de 2014 e, após um período de adaptação, as duas adolescentes vão no próximo ano lectivo deixar o colégio privado e passar a frequentar uma escola pública. Em Curitiba, explica Andrea, isso seria impensável. Ela e o marido abriram, entretanto, em Carnaxide, uma filial da operadora de turismo Schulz, que tinham no Brasil. Especializaram-se em clientes brasileiros, quer os que estão cá quer os que desejam passar aqui férias. “Mostramos Portugal de norte a sul e cada vez temos mais clientes”, refere Andrea. Os Schulz foram uma das primeiras famílias desta nova vaga a chegar a Portugal. Compraram uma moradia — que adaptaram fazendo três suítes — e todos aproveitaram o visto gold.
No país, segundo dados do SEF, nos primeiros quatro meses do ano já foram atribuídas 144 Autorizações para Actividade de Investimento a familiares de brasileiros que obtiveram o visto gold. Um valor que disparou a partir de 2013, ano em que apenas seis familiares solicitaram o documento.
Andrea e Aroldo pretendem ficar em Portugal para sempre. Por isso, quando puderem, vão pedir nacionalidade portuguesa. Tal como fizeram no ano passado 17.953 brasileiros, segundo dados do Consulado-Geral em Lisboa.
Cristiane Rondon também quer ficar a viver em Cascais, pelo menos, “nos próximos 25 anos”. Entre os brasileiros, há uns mais pessimistas, outros com maior esperança na recuperação do local onde nasceram, como José Luiz Nogueira. “O Brasil vive hoje uma crise moral, mas sou bastante optimista. Trata-se de um país com muitas riquezas, mais de 200 milhões de habitantes e uma dimensão de um continente”, afirma, desabafando: “Mas está sem rumo e, como já dizia Séneca: ‘Não há vento forte o bastante para quem não sabe para onde ir’.”
Fonte: Público
CATARINA GUERREIRO(Texto) e MIGUEL MANSO(Fotografia)
Helicóptero embateu em cabos de alta tensão em Castro Daire.
Um helicóptero de combate a incêndios caiu e incendiou-se, este domingo, em Castro Daire, Viseu. O piloto, Américo Sousa, de 51 anos, morreu depois de deixar a equipa do GIPS no fogo de Cabril.
O aparelho pertence ao Centro de Meios Aéreos de Armamar e estava ao serviço do GIPS da GNR. O piloto já tinha feito duas descargas antes de se depenhar.
A aeronave embateu em cabos de alta tensão, segundo fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).
Américo Sousa pilotava a aeronave
Américo Sousa era um piloto experiente. Há vários anos que pilotava helicópteros em várias missões, mas especialmente de socorro e combate aos fogos. Antes de combater os incêndios com os Ecureuil da Everjets Américo Sousa já tinha pilotado os 'helis' pesados Kamov da Empresa de Meios Aéreos em missões de salvamento entre 2009 e 2103.
O piloto agora acidentado tinha ainda experiência de operações no estrangeiro. Operou em Espanha e também para companhias petrolíferas instaladas no conturbado Sudão, em África. Apaixonado por voar era também um exímio praticante de parapente tendo até participado nos mundiais da modalidade.
Helicóptero pertencia à Everjets
O Eurocopter AS350 Ecureuil propriedade da Everjets é um helicóptero monomotor de um só piloto com capacidade para o transporte máximo de 5 pessoas. Tem uma autonomia de 650 quilómetros e é capaz de atingir 287 quilómetros por hora de velocidade máxima.
A Everjets já confirmou a morte do piloto e anunciou que vai instaurar um inquérito às circunstâncias do acidente.