Para além da inauguração da requalificação deste parque, foi apresentado o projeto FLEX IP, ligado à eficiência energética das luminárias do espaço público.
A Câmara de Águeda assinalou, ontem, o Feriado Municipal com dois momentos, a inauguração das obras de requalificação do Parque de Alta Vila e a apresentação do projeto FLEX IP, que inova no conceito de eficiência energética das luminárias públicas.
O Parque de Alta Vila foi alvo de uma intervenção e requalificação profundas, depois de o temporal de janeiro de 2013 ter devastado o espaço, um episódio marcante que foi recordado através da projeção de um vídeo onde foi possível perceber a transformação por que passou este parque.
“Se em 2013, uma tempestade desenraizou árvores centenárias e destruiu este espaço que era uma mancha florestal urbana muito acarinhada por todos os aguedenses; se em 2013, nada se pôde fazer para evitar a catástrofe a que se viu reduzido este parque; essa mesma tempestade conduziu-nos à inevitabilidade de mudar este cenário”, começou por dizer Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, salientando que, depois deste temporal o parque teve de ficar diferente.
O Edil sublinhou que pegaram “neste projeto e, contra todos os obstáculos, demos uma nova estrutura a este espaço, preservando a sua identidade, história e lugares peculiares”, para além de, em sequência dos trabalhos de execução do projeto terem redescoberto novas áreas que foram requalificadas e preservadas.
“Hoje, não podemos ficar mais satisfeitos com o resultado”, declarou Jorge Almeida, frisando que o “esforço, dedicação e resiliência foram compensados”.
A requalificação do Parque de Alta Vila, que foi adjudicada por 1.160.000 euros, inclui locais confortáveis de contemplação, para além de passeios e trilhos, tendo sido criado um circuito principal contínuo que permite o atravessamento pedonal, ligando a parte baixa à parte alta.
A zona verde ocupa uma área de cerca de 1,9 hectares, incorporando material existente e acrescentando a instalação de relvados, bem como 251 novas árvores e 478 arbustos.
Foram instalados um conjunto de mobiliário urbano – bancos, papeleiras, bebedouros e sinalética – que, ou remetem para a reprodução de peças datadas da época do Jardim original ou constituem propostas de design contemporâneo, mas que se ligam de uma forma estética com aquelas peças “datadas”.
Para Humberto Moreira, em representação da Assembleia Municipal de Águeda, evocar o Feriado Municipal no Parque de Alta Vila fez todo o sentido. “A nossa vida é história, aquilo que vamos vivendo, a nossa cultura e origens; não podemos esquecê-los e devemos marcá-los de forma a que quem herda o nosso legado viva a sua terra de uma forma que seja efetivamente forte”, disse, acrescentando que, neste sentido de preservação do património e identidade, “nada melhor do que o fazer num local como o Parque de Alta Vila”.
Humberto Moreira lembra que a maior responsabilidade que temos é a de “pegar no que nos dão, transformá-lo e criar um futuro, fazendo parte dele e deixando para aqueles que vierem as ferramentas para poderem ser algo mais do que somos hoje”.
Sobre este projeto, Luís Filipe, Vogal Executivo do Centro 2020, salientou que teve um financiamento europeu de um milhão de euros, numa “intervenção muito feliz, que reconcilia a cidade com o parque”. O representante da CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro) na gestão regional dos fundos europeus frisou que o Município de Águeda, que “em boa hora submeteu este projeto a financiamento”, já conseguiu aprovar “candidaturas de cerca de nove milhões de euros neste período de programação”.
Satisfeito com a aplicação de verbas e financiamentos em Águeda, Luís Filipe lembra que está à porta um novo período de programação, esperando “estar à altura dos desejos de investimento e as aspirações das populações e instituições de Águeda”.
Novo projeto apresentado
Em dia de Feriado Municipal, Jorge Almeida lembrou o percurso e as obras realizadas ao longo dos últimos três anos, reiterando que “apesar de metade do mandato ter sido vivido em situação de pandemia, não parámos. Estivemos e estamos a trabalhar contribuindo para a construção de uma dinâmica de crescimento e desenvolvimento do nosso concelho e que todos bem podem ver”, em várias áreas, desde as obras na rede viária, na regeneração urbana da cidade e nas freguesias, passando pela intervenção nos rios e ribeiras ou ainda as obras na baixa de Águeda que visam aumentar a capacidade de resiliência às cheias.
Na área da saúde, o Edil lembrou a adjudicação das obra do Centro de Saúde de Águeda, bem como as intervenções em curso na Unidade de Saúde de Aguada de Cima ou em Travassô (em conjunto com o edifício da Junta de Freguesia), ou ainda as ansiadas obras no Hospital de Águeda.
Para além de todo um conjunto de intervenção na sustentabilidade ambiental e energética. A exemplo disso, foi ontem também apresentado um projeto inovador, designado de FLEX IP, que consiste num sistema de controlo ponto-a-ponto da iluminação pública pelo cidadão, através de um QR code, e surge no âmbito do projeto europeu H2020 INTEGRID.
O projeto-piloto foi instalado no Parque de Alta Vila, estando prevista a sua implementação noutras localizações do concelho, com destaque na União de Freguesias de Águeda e Borralha, nas Urbanizações do Souto Rio e do Alto do Rio, seguindo-se, depois, várias outras povoações, nomeadamente Fermentelos, Barrô, Borralha ou Mourisca do Vouga. No total, e nesta primeira fase de teste, serão aplicadas cerca de 1.000 luminárias LED, que permitirão a regulação pelo cidadão.
Este projeto insere-se na estratégia que a Autarquia tem vindo a desenvolver ao nível da eficiência energética e das Smart Cities, uma vez que será o primeiro projeto em Águeda, em que o cidadão comum poderá ter uma intervenção ativa ao nível da gestão da iluminação pública, melhorando a vivência em espaço público, e garantindo ao mesmo a criação de melhores condições de segurança e ambiente urbano.
Ontem, no momento de apresentação do projeto, Francisco Campilho, diretor autarquias norte da E-REDES, salientou a parceria estabelecida com a Câmara de Águeda. “Isto foi um desafio enorme que a Câmara teve a ousadia de nos colocar, para ser um dos primeiros Municípios a integrar este projeto que temos vindo a desenvolver”, disse, apontando o empenho e ousadia que Águeda tem nestes temas, “sobretudo da energia e da automatização”.
Refira-se ainda que a celebração do Feriado Municipal contou ainda com vários momentos musicais, com o percurso pelo Parque feito ao ritmo da Fanfarra Káustika, ou ainda a participação de alunos e professor do Conservatório de Música de Águeda e de um momento de jazz pelo músico Bruno Pinho.