De acordo com a informação disponibilizada hoje pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA),
prevê-se para os próximos dias precipitação, por vezes forte, sobretudo no litoral centro e sul,
estendendo-se para a totalidade do território:
13 SET. – Segunda-feira
− Aguaceiros, por vezes fortes, acompanhados de trovoada, em especial no litoral oeste e Algarve,
estendendo-se gradualmente às restantes regiões a partir da tarde;
− Probabilidade de fenómenos extremos de vento;
− Vento fraco a moderado (até 30 km/h) do quadrante sul, soprando moderado a forte (30 a 45
km/h) nas terras altas, em especial do centro e sul, por vezes com rajadas até 80 km/h.
14SET. – Terça-feira
− Aguaceiros, por vezes fortes, acompanhados de trovoada, granizo e rajadas de vento forte;
− Vento fraco a moderado (até 30 km/h) do quadrante sul, soprando moderado a forte (30 a 40
km/h) nas terras altas do Centro e Sul.
− Descida da temperatura máxima.
Face às previsões de precipitação forte e persistente nas regiões acima mencionadas, poderão ocorrer
cheias e inundações nas áreas urbanas, com destaque para a área metropolitana de Lisboa e para a cidade
de Setúbal. Há também o risco da subida do nível das águas dos rios e ribeiras do Algarve, que poderão
causar inundações nas zonas urbanas e mais impermeabilizadas. Recomenda-se especial atenção à eventual
conjugação dos picos de precipitação com as horas previstas para a preia-mar.
2. EFEITOS EXPECTÁVEIS
Face à situação meteorológica prevista, poderão ocorrer os seguintes efeitos:
− Piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água;
− Possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências
dos sistemas de drenagem;
− Possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais
vulneráveis;
− Inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem;
− Danos em estruturas montadas ou suspensas;
− Dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de
preia-mar, podendo causar inundações nos locais historicamente mais vulneráveis;
− Possibilidade de queda de ramos ou árvores devido ao vento mais forte;
− Possíveis acidentes na orla costeira.
3. MEDIDAS PREVENTIVAS
A ANEPC recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da
adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais
vulneráveis, se recomenda a observação e divulgação das principais medidas de autoproteção para estas
situações, nomeadamente:
− Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e
outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
− Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível
acumulação de neve e formação de lençóis de água nas vias;
− Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para
buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
− Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras
estruturas suspensas;
− Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para
a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
− Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais
vulneráveis;
− Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de
Segurança.
O
Clube de Golfe de Cantanhede foi no passado sábado, 11 de setembro,
no Campo de golfe de Montebelo, o vencedor do Drive Challenge da zona
centro (Circuito júnior da FPG). A Final Regional do circuito contou
com jovens de vários clubes - Quinta das Lágrimas, Quinta da Bica,
Clube de Golfe de Viseu e o campeão regional Clube de Golfe de
Cantanhede - que revalidou o titulo já conquistado nos anos de 2018,
2019 e 2020.
A
nível individual, os campeões regionais do Clube de Golfe de
Cantanhede que terão acesso à Final
Nacional
do Drive Challenge a 6 e 7 de novembro no Centro Nacional de Golfe do
Jamor são:
- SUB 10 - SANTIAGO
DIAS (1925 pts)
- SUB 14 – ALINE
MARQUES (1925 pts)
- SUB 18–
RAFAEL PROFÍRIO (1798 pts)
De
salientar ainda as excelentes prestações “gross”
doutros
juniores do C.G.Cantanhede:
SUB
18: 4º
lugar – Romeu Lopes – 1463 pts
5º
lugar – António Seco – 1388 pts
SUB
14: 2º
lugar – André Ferreira - 1568 pts
5º
lugar – Afonso Garrido – 1348 pts
SUB
12: 5º
lugar – Bernardo Bento (1413 pts).
SUB
10: 4º
lugar – Miguel Profírio (1408 pts)
Parabéns
a todos e boa sorte aos que “rumam” ao Jamor!
A despedida de Jorge Sampaio fez-se hoje entre a "pequenina luz" e a sombra, o silêncio e a música, com intervenções intercaladas por trechos clássicos que ecoaram no claustro do Mosteiro dos Jerónimos.
No início da cerimónia, foi a voz do antigo Presidente da República que os cerca de 300 convidados ouviram, quer num excerto do seu discurso na tomada de posse em março de 1996, quer, em seguida, numa intervenção na CNN sobre Timor-Leste, uma das causas a que dedicou parte da sua vida.
Em vídeo, ouviu-se a música que marcou a causa timorense em Portugal - "Ai Timor", de Luís Represas - entoada pelo coro da escola portuguesa de Díli.
Os restantes momentos musicais, de trechos clássicos, foram interpretados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, dirigidos pela maestrina Joana Carneiro.
Numa manhã com mais de 20 graus, parte dos convidados - distribuídos por três 'ilhas' para respeitar a distância imposta pela pandemia de covid-19 - e também os músicos assistiram ao sol a toda a cerimónia, com alguns convidados a utilizar o programa da sessão evocativa para se protegerem.
A luz foi também protagonista, quer do discurso do Presidente da República, que se referiu ao poema momentos antes declamado pela atriz Maria do Céu Guerra: "Uma pequenina luz", de Jorge de Sena.
"Uma pequenina, mas enorme luz bruxuleante", recordou Marcelo Rebelo de Sousa.
A cerimónia começou antes da hora prevista, 11:00, e terminou cerca de uma hora depois, também adiantado em relação ao guião.
Membros do Governo, líderes partidários, os dois ex-Presidentes da República, Cavaco Silva e Ramalho Eanes, e alguns ex-primeiros-ministros, como José Sócrates ou Pedro Passos Coelho, líderes partidários e deputados compunham a 'ilha' onde estava também a família de Jorge Sampaio, bem como os três protagonistas dos discursos matinais: António Costa, Ferro Rodrigues e Marcelo Rebelo de Sousa, além dos filhos Vera e André.
Entre as personalidades internacionais que marcaram presença na última homenagem a Jorge Sampaio estiveram o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Rei de Espanha, Filipe VI, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, o presidente do parlamento de Timor-Leste, Aniceto Guterres Lopes, o vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, e representantes de todos os Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na 'ilha' dos convidados internacionais, foram colocados, debaixo das cadeiras, recetores de tradução, que alguns deles colocaram quando começaram os discursos.
Durante a cerimónia, o silêncio da plateia foi a nota dominante, apenas entrecortado pelas intervenções em direto na bancada da comunicação social e pelo ruído de movimentações da organização.
Depois de retirada a urna, os convidados foram instruídos a manterem-se nos seus lugares, e rapidamente o claustro se foi esvaziando.
Os dois ecrãs utilizados na cerimónia exibiram uma fotografia de Jorge Sampaio, da autoria de um fotojornalista da Agência Lusa, tirada no Forte de São Julião da Barra (em Oeiras), com o mar em fundo, e por ocasião de um encontro com estudantes sírios, em junho de 2018, das últimas causas do antigo chefe de Estado.
Do Mosteiro dos Jerónimos, o cortejo fúnebre segue para o cemitério do Alto de São João, fazendo um percurso por várias avenidas de Lisboa junto ao Tejo, e será sobrevoado por cinco caças F-16 da Força Aérea Portuguesa no momento da passagem pela Praça do Comércio.
No cemitério, haverá Guarda de Honra, constituída por 165 militares dos três Ramos das Forças Armadas. À passagem da urna, será executada uma marcha fúnebre e um pelotão de fuzileiros executará três tiros de salva.
No interior do cemitério, e depois de cumpridas as formalidades de um funeral de Estado, inicia-se a cerimónia privada, reservada à família.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.
O Governo decretou três dias de luto nacional, entre sábado e segunda-feira, e cerimónias fúnebres de Estado.
As mulheres no Afeganistão podem continuar a estudar em universidades, inclusive em níveis de pós-graduação, mas as salas de aula serão segregadas por género e a veste islâmica será obrigatória, disse hoje fonte governamental.
O ministro do Ensino Superior do novo Governo talibã, Abdul Baqi Haqqani, expôs as novas políticas numa conferência de imprensa em Cabul, dias depois da formação de um executivo exclusivamente masculino.
O mundo tem observado de perto para ver até que ponto os talibãs podem agir de forma diferente daquela que exibiram na sua primeira vez no poder, no final dos anos 1990.
Nessa época, as mulheres e as jovens não tiveram acesso à educação e foram excluídas da vida pública. Os talibãs têm tido agora a preocupação de demonstrar que mudaram de atitude, sobretudo em relação às mulheres. Porém, nos últimos dias, têm recorrido à violência em manifestações em que mulheres reivindicam direitos iguais aos dos homens.
Haqqani sublinhou que os talibãs não querem recuar 20 anos no tempo: “Vamos começar a construir sobre o que existe hoje”, defendeu, admitindo, porém, que as estudantes universitárias vão enfrentar restrições, que incluem um código de vestuário obrigatório.
Haqqani disse que os ‘hijabs’ serão obrigatórios, mas não especificou se tal significa o uso de lenços obrigatórios na cabeça, tapando a cara, frisando que a segregação de género também será aplicada.
“Não permitiremos que rapazes e raparigas estudem juntos. Não permitiremos coeducação”, frisou.
Haqqani referiu ainda que as disciplinas ensinadas nas universidades também vão ser revistas, mas não avançou com pormenores.
Os talibãs, que defendem uma interpretação severa do Islão, baniram a música e a arte no período em que estiveram anteriormente no poder.
O projeto de intervenção social “AGILidades” vai ser alargado a mais três Instituições de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Anadia, designadamente Associação Social de Avelãs de Caminho, Centro de Apoio Social de Vila Nova de Monsarros e Centro Social, Cultural e Recreativo da Poutena. O protocolo para a adesão destas instituições foi aprovado em reunião de executivo municipal, no passado dia 1 de setembro.
À semelhança do que aconteceu com as 10 IPSS que aderiram, inicialmente, ao projeto, o Município assume agora também os custos totais de implementação do projeto em cada instituição social, num investimento global de 1.800,00€, acrescidos de IVA.
Recorde-se que Anadia foi o primeiro Município do país a aderir a este projeto, promovido pela empresa “AGILidades” e o Instituto Politécnico de Leiria.
O projeto “AGILidades” baseia-se em terapias recreativas como meio de avaliar e treinar a função motora, cognitiva, social e a educação para a saúde em pessoas e famílias com algum grau de incapacidade e fragilidade. As terapias realizam-se através de jogos criados, adaptados e validados cientificamente.
A GNR do Porto apreendeu três automóveis por alterações às características construtivas durante uma ação de fiscalização de veículos no concelho de Penafiel, que resultou ainda numa detenção por condução sem carta e em 27 autos de contraordenação.
Num comunicado divulgado hoje, o Comando Territorial do Porto da GNR adianta que a operação, realizada na passada sexta-feira, fiscalizou o "cumprimento das regras de homologação de componentes, sistemas e acessórios, com vista a limitar a prática de transformações abusivas e irregulares, normalmente conotados como veículos participantes em corridas ilegais, nos concelhos de Penafiel e Paredes".
Desenvolvida pelos militares do Destacamento de Trânsito de Penafiel, a operação resultou na apreensão de três automóveis por alterações às características construtivas.
Segundo a GNR, "um dos veículos tinha um sistema de injeção de nitro, que aumenta substancialmente a potência do motor" - tendo os respetivos proprietários sido "notificados para submeterem os veículos a inspeção extraordinária".
Além da apreensão dos veículos, foram elaborados 27 autos de contraordenação.
De acordo com a GNR, no seguimento da ação, foi detido um homem de 20 anos por condução sem habilitação legal e por condução perigosa, tendo sido constituído arguido.
Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Penafiel.
O secretário-geral do PCP acusou hoje o Governo PS de construir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "sob o mando de Bruxelas e dos senhores do dinheiro" e não em função das necessidades de desenvolvimento de Portugal.
Num comício em Beja, Jerónimo de Sousa disse que "vemos o Governo, ao mesmo tempo que se empenha numa bem urdida ação de propaganda, a manter a linha de submissão a esses inconfessados interesses do grande capital e aos ditames da União Europeia e do Euro".
Esta linha, continuou, "leva" o Governo, "por exemplo, a construir o chamado PRR não em função das necessidades de desenvolvimento do país, mas sob o mando de Bruxelas e dos senhores do dinheiro".
"Exatamente como vemos o Governo, no plano da agricultura, uma atividade tão importante para esta região [de Beja], a ceder a todas as pressões para apoiar as culturas superintensivas, no Plano Estratégico da PAC [Política Agrícola Comum], inventando novas linhas de apoio à medida dos seus interesses", acrescentou.
Trata-se de uma "política que não serve os interesses e não assegura a defesa da soberania alimentar" de Portugal, alertou.
Jerónimo de Sousa falava num comício da CDU, no âmbito da pré-campanha para as eleições autárquicas de dia 26 deste mês, e que contou com a participação do candidato daquela coligação, que junta PCP e Partido Ecologista "Os Verdes", à presidência da Câmara de Beja, Vítor Picado.
O líder dos comunistas frisou que as autárquicas são "uma batalha da maior importância, realizada em difíceis condições, numa situação marcada ainda pelas consequências" da pandemia de covid-19, "mas principalmente pelo aproveitamento que o grande capital dela tem feito".
"Aí os vemos a anunciar encerramentos e despedimentos coletivos em empresas e setores com lucros, com carteira de encomendas, com mercados a precisar deles. Aí os vemos a tentar cortar direitos, a procurar desregular horários, agravar a precariedade, limitar a ação sindical, acentuar a exploração", alertou.
Também "aí os vemos, sedentos dos milhões anunciados, a organizarem e distribuírem forças e zonas de influência entre si, a constituírem estruturas, novos centros de decisão, para melhor influenciarem a distribuição do bolo, não aos pobres, mas aos ricos e poderosos, e, em primeiro lugar, aos mais ricos dos mais ricos".
Jerónimo de Sousa disse que os "primeiros" candidatos da CDU aos órgãos municipais e às juntas de freguesia do concelho de Beja têm um "percurso de dedicação à melhoria das condições de vida dos trabalhadores e da população" locais que "fala por si e será uma alavanca para um grande resultado" e para "reconquistar a Câmara de Beja, resgatando-a ao marasmo a que a gestão do PS a condenou".
"Alguns, de vistas curtas e sendo apenas capazes de fazer contas de merceeiro - salvaguardando respeitosamente o merceeiro obviamente -, dirão que estamos nesta batalha para no fim fazermos a contabilidade de ganhos e perdas. Desenganem-se. A CDU quer ganhar a Câmara Municipal de Beja", frisou.
A CDU também quer "reforçar os seus resultados com mais votos, mais mandatos e mais maiorias, não para mostrar e trazer ao peito, mas para, a partir dessas posições, contribuir para resolver problemas candentes dos trabalhadores e das populações", acrescentou.
Nada mais agradável depois de uma boa refeição, terminada com um saboroso cafezinho, servir-se um cálice de Chartreuse. Considerado um digestivo, esse delicioso licor elaborado por monges passou a ser muito apreciado também em coquetéis, principalmente nos Estados Unidos, onde ele é feito com ervas se tornou muito popular.
A história desse delicioso licor passou por trancos e barrancos, até chegar a nossos dias, impondo-se por sua qualidade.
De acordo com a tradição, a história começa em 1605, com François Hannibal d’Estrées, marechal de artilharia do rei francês Henrique IV. Ele era irmão da famosa Gabrielle d’Estrées, cortesã desse rei. “Muito considerado em Paris e estimado por todos”, ele presenteou os monges cartuxos de Vauvert, perto de Paris, com um manuscrito contendo uma receita de um “elixir de longa vida”, feito à base de 130 ervas, plantas e flores combinadas em uma base de álcool de vinho. A história não nos conta qual foi a origem desse documento. O fato de ele o entregar a monges se explica, porque na época apenas eles e os boticários detinham os conhecimentos necessários para trabalhar com plantas. Os cartuxos de Vauvert encaminharam a receita para a sua Casa-Mãe, o mosteiro da Grande Cartuxa, ao norte de Grenoble [foto ao lado].
Esse mosteiro fora fundado em 1084 por São Bruno de Colônia [quadro abaixo], em terras que lhe haviam sido doadas pelo bispo de Grenoble, Santo Hugo. De origem aristocrática, assim um hagiógrafo descreve São Bruno: “Grandeza de nascença, grandeza de espírito, grandeza de fortuna, graças exteriores, inteligência clara e vigorosa, incomparáveis aptidões para as ciências, presentes já magníficos que faziam brilhar o mais belo deles, a virtude: eis em que meio de esplendor se desenvolvia essa jovem alma”.
A Ordem dos Cartuxos, fundada por ele, é uma das mais austeras da Igreja. Segundo o mesmo hagiógrafo, os monges cartuxos usam “ásperos cilícios, fazem longas vigílias, jejum contínuo, silêncio perpétuo com os homens e conversação incessante com Deus. Nunca comem carne e seu pão é um pão negro de cevada; admitem peixes se lhes forem oferecidos, mas jamais os compram. Somente às quintas-feiras e aos domingos chegam queijo e ovos às suas mesas. Nas terças e nos sábados se alimentam de legumes cozidos. Às segundas e quartas-feiras jejuam a pão e água. Têm apenas uma refeição diária. Os rumores do mundo externo morrem à porta de suas celas. Rezam, transcrevem códices ou trabalham no pequeno jardim circundante […] Só se reúnem na igreja para rezar as Matinas à meia-noite, e durante o dia, para a missa e Vésperas. Fora disso, vivem sós, elevando a Deus suas orações, com os olhos fixos na terra e os corações elevados ao Céu” (Les Petits Bollandistes).
É muito arquitetônico que tenha sido nas mãos desses monges contemplativos das verdades eternas que a Divina Providência fez chegar a fórmula do licor que tomou o nome da instituição a que pertencem.
De posse da receita recebida, os monges da Cartuxa começaram a fazer algumas experiências. Conta-se que em 1611 o poderoso Cardeal de Richelieu, Primeiro-Ministro francês, agradeceu calorosamente ao padre superior da cartuxa de Paris o envio de um “elixir” que o livrou de uma “infeliz doença”. Supõe-se que tenha sido pedra nos rins.
Entretanto, a receita desse elixir, que eles chamavam de “Elixir da longa vida”, era muito complexa e durante muitos anos não foi utilizada senão parcialmente. Assim, foi só em 1737 que os cartuxos decidiram fazer um estudo exaustivo da receita que detinham. Coube ao irmão Jerônimo Baubec — farmacêutico chegado em 1749 à Grande Cartuxa proveniente da cartuxa de Verne — deslindar a receita. Com a ajuda do irmão Antônio Dupuy, em 1764 eles conseguiram finalmente fixar a fórmula definitiva do que se tornou então o “Elixir Vegetal da Grande-Cartuxa”, o qual passou a ser produzido de modo limitado. Sua venda se fazia então no dorso de mula, visitando os mercados de Grenoble e Chambery.
Três décadas depois, com base na popularidade crescente de sua preciosa criação, os monges desenvolveram o que se tornaria seu produto principal: um digestivo verde, que eles originalmente chamaram de “licor saudável” e que depois ficou conhecido como “Chartreuse Verde”. Esta bebida é considerada inimitável, pois é o único digestivo de cor verde sem corante artificial, o que se deve provavelmente à presença de clorofila.
Não sabemos em que fonte se baseia o livro The Practical Hotel Steward, publicado em Chicago em 1900, ao afirmar que o Chartreuse Verde contém “canela, macis, erva-cidreira, flores de hissopo secas, hortelã-pimenta, tomilho, costumeira, flores de arnica, genepi [planta medicinal tônica e sudorífica] e raízes de angélica”, e que o Chartreuse Amarelo é “semelhante ao anterior, com adição de sementes de cardamomo e aloés socctrina”.
Essa preciosa bebida foi aos poucos encontrando mercado em outras regiões da França, até que, em 1789, durante a satânica Revolução Francesa, os monges foram dispersos. Entretanto, antes de partirem, para salvar a fórmula do licor que se mantinha ainda secreta, foi feita uma cópia do precioso manuscrito pelo único religioso autorizado a permanecer no mosteiro, e entregue a um monge da dispersão. Contudo, no caminho ele foi preso e enviado para a prisão de Bordeaux. Como não foi revistado, pôde passar o manuscrito a outro monge, Dom Basile Nantas, que estava livre.
Dom Basile planejava fugir para a Espanha. Mas, convencido de que nunca mais voltaria à França, vendeu o manuscrito a um farmacêutico de Grenoble, Liotard. Não ficou registrado se esse farmacêutico fez alguma experiência com base na receita. O certo é que, em 1810, Napoleão Bonaparte, como genuíno ditador, ordenou que todas as receitas de remédio consideradas secretas deveriam ser enviadas ao Ministério do Interior para serem analisadas, e Liotard assim fez. Entretanto, o manuscrito foi devolvido como “recusado”, porque não foi considerado um segredo, mas como algo já conhecido.
Em 1816, com a volta dos monges à Grande Cartuxa, os herdeiros de Liotard lhes devolveram o manuscrito da bebida, cuja fabricação eles logo retomaram. Em 1838 desenvolveram o que seria o Chartreuse Amarelo, uma versão mais doce e com menos álcool do que o Verde. O chamado “Chartreuse Verte n. 55” só foi desenvolvido no ano de 1840, encontrando um sucesso imediato na região do Delfinado. É um licor naturalmente verde, feito de 130 ervas e outras plantas maceradas em álcool e embebidas por cerca de oito horas. Uma última maceração das plantas dá cor ao licor. É o único licor VERDE mundialmente famoso, feito só de elementos naturais, que envelhece em barris de carvalho e garrafas. Em 1860 nasceu um novo licor: “Mélisse”, cujo nome passaria a ser Chartreuse Blanche. Será produzido de 1860 a 1880 e novamente de 1886 a 1900.
Mas a história não para aí. Com o advento da ateia Terceira República na França, em 1903 os cartuxos foram novamente expulsos do mosteiro, e seus bens imóveis, incluindo a destilaria, confiscados pelo governo. Foram então para Tarragona, na Espanha, onde fundaram uma cartuxa e montaram uma destilaria para continuar a fabricação do licor. Isso ocorreu de 1904 a 1989, sendo ele chamado “La Tarragona”. Entre 1921 e 1929 ele foi também produzido em Marselha, também com o mesmo nome de “Tarragona”.
Não temos dados suficientes para saber quando foi revogada a ordem de exílio dos cartuxos. Sabemos que em 1929, já na França, os monges recomeçaram a fabricação da bebida em sua antiga destilaria de Fourvoirie, perto do Mosteiro do Grande Chartreuse — novamente com o nome de Chartreuse. Esses edifícios foram destruídos em 1935 por um deslizamento de terra. A fabricação foi então transferida para Voiron [foto]. Parece que o governo francês fez vistas grossas ao fato de os cartuxos terem voltado para a Grande Cartuxa, pois eles regressaram com sua aprovação tácita. Para o governo, além do prestígio conferido pela fama internacional do licor, havia os dividendos que ele trazia para o país. Um indício da aprovação tácita do governo foi o fato de ele designar engenheiros do Exército para realocar e reconstruir a destilaria em Voiron quando do deslizamento de terra em 1935. Lá ela permaneceu até 2017, quando se mudou para Aiguenoire, nas proximidades, devido a questões de segurança.
Foi só depois da Segunda Guerra Mundial que o governo suspendeu definitivamente a ordem de expulsão dos monges, tornando os irmãos cartuxos mais uma vez legalmente residentes na França.
Em 1963 eles lançaram o “Chartreuse V.E.P. (Vieillissement Exceptionnellement Prolongé — Envelhecimento excepcionalmente prolongado). Ele é feito com os mesmos processos e a mesma fórmula secreta do licor tradicional, mas com um envelhecimento extra longo em carvalho, atingindo uma qualidade excepcional. O VEP Chartreuse pode ser tanto amarelo quanto verde.
Diante do aumento constante de sua produção — mais de um milhão de garrafas a cada ano e 24 toneladas de plantas —, uma empresa chamada Chartreuse Diffusion agora cuida do dia-a-dia das operações, incluindo embalagem, propaganda e vendas. Mas os segredos comerciais ainda são confiados apenas a dois monges cartuxos. É também por isso que as bebidas não estão protegidas por nenhuma patente, para não divulgar o segredo da receita.
Essa comercialização de todos os licores produzidos pelos cartuxos, baseados no manuscrito de 1605 do Duque d’Estrées, lhes permite tanto a manutenção de sua comunidade quanto continuar a rezar no silêncio e na solidão, segundo determinado por São Bruno. Entretanto, apenas dois monges da Grande Cartuxa, investidos da missão de orientar a fabricação da inigualável bebida, trabalham no maior sigilo e são os únicos a conhecer os detalhes da produção. Pois, agora como ontem, sua fórmula permanece um mistério que nem os métodos modernos de investigação conseguiram desvendar.
O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) procedeu hoje, 11 de setembro, à cerimónia de entrega de Cartas de Curso aos seus diplomados, retomando uma tradição interrompida pela pandemia da Covid-19.
Foram entregues Cartas de Curso a 119 diplomados de cursos de Mestrado, Licenciatura e Técnicos Superiores Profissionais (CteSP), de um total de 876 estudantes que terminaram a sua formação superior no IPCA no ano de 2020.
Na sua intervenção, a presidente do IPCA, Maria José Fernandes, começou por realçar isso mesmo, manifestando a sua satisfação pelo “regresso aos eventos com a presença de grande parte da nossa comunidade IPCA”. Esta foi, aliás, a primeira cerimónia da instituição desde o início da pandemia.
A maioria das palavras de Maria José Fernandes dirigiu-se às famílias dos diplomados lembrando os sacrifícios por que muitas famílias passaram para que hoje estes diplomados possam estar a receber as cartas de curso, acrescentando que este é "sempre um momento marcante na vida dos estudantes que terminaram a sua formação superior, esta cerimónia de entrega de cartas de curso é, também, um momento de alegria e de sentido de missão cumprida para as respetivas famílias”, acrescentou.
A Presidente destacou, ainda, o apoio do IPCA na integração no mercado de trabalho dos seus diplomados, “através da disponibilização de serviços e mecanismos” para esse efeito. Um trabalho realizado no âmbito da política de responsabilidade social do IPCA, que integra estas preocupações de forma transversal na sua atuação, assumindo compromissos ao nível da sustentabilidade e da solidariedade.
A presidente da instituição terminou a sua intervenção citando o Papa Francisco: “Sonhai grandes coisas. Sonhai que convosco o mundo pode ser diferente. Se vós derdes o melhor de vós mesmos, estais a ajudar o mundo a ser diferente. Não esquecer, sonhar!”
Já o presidente da AAIPCA afirmou que “o sucesso académico que hoje se assinala é o marco daquilo que todos desejamos para nós e que os nossos familiares pensavam já desde o nosso nascimento”.
“Acredito que a ideia de excelência e de formação de um profissional competente é inerente a tudo aquilo que façam no futuro e isso resulta, em grande parte do espírito IPCA e de uma academia que é uma família”, acrescentou João Pedro Pereira.
Dirigindo-se aos novos diplomados, manifestou, ainda, o desejo de que “continuem a apostar na formação, numa constante aprendizagem, no IPCA ou em qualquer outra instituição, e façam toda a gente ver que os jovens de hoje trabalham e querem continuar a trabalhar em prol de um país melhor”.
“Cada estudante do IPCA é uma marca de excelência, cada estudante do IPCA é uma marca que deixa as empresas que o recebem contentes por terem-no feito”, acrescentou.
João Pedro Pereira agradeceu, ainda, à presidente do IPCA e restante direção por, nesta difícil fase de pandemia, “terem encontrado sempre uma rápida solução para as dificuldades, sem nunca deixar que as atividades letivas parassem”.
Na cerimónia estiveram presentes cerca de 300 pessoas, foram mantidas as regras impostas pela Direção Geral de Saúde.
A abertura do evento esteve a cargo do Grupo de Gados do IPCA e o fecho foi da responsabilidade da Tuna Feminina e Tuna Mista do IPCA.
Sporting e FC Porto empataram hoje 1-1 no clássico da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol e ficaram a quatro pontos do líder Benfica, que goleou o Santa Clara, por 5-0.
Nuno Santos, aos 16 minutos, deu vantagem aos campeões nacionais e o colombiano Luis Díaz empatou, aos 72, para os 'dragões', que terminaram o jogo em inferioridade numérica devido à expulsão do avançado espanhol Toni Martínez, por acumulação de cartões amarelos, aos 87.
Sporting e FC Porto continuam a dividir o segundo lugar, agora com 11 pontos, menos quatro do que o Benfica, ficando ambos ao alcance do Estoril Praia, quarto com 10, que visita o Tondela, na segunda-feira.
O Benfica segurou hoje a liderança da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer por 5-0 no terreno do Santa Clara, somando a quinta vitória noutros tantos jogos na competição.
O brasileiro Rodrigo Pinho, que se estreou a marcar com a camisola das 'águias', aos 42 minutos, o uruguaio Darwin Nuñez, aos 53 e aos 62, Rafa, aos 58, e o ucraniano Yaremchuk, aos 68, assinaram os golos da goleada 'encarnada', nos Açores.
O Benfica permanece no primeiro lugar, com 15 pontos, mais cinco do que os rivais Sporting e FC Porto, que hoje se defrontam em Lisboa, e do que o Estoril Praia, que visita o Tondela na segunda-feira, enquanto o Santa Clara, que somou o terceiro desaire na competição, permanece no 12.º lugar, com os mesmos quatro pontos de Marítimo e Vizela, ambos com menos um jogo.