domingo, 10 de novembro de 2019
RIBATEJO | Litoral Centro promove excursão à Feira da Golegã
No âmbito da rubrica "cultura" o Litoral Centro (Diário Digital) já promoveu algumas excursões a diversas localidades do País, sendo desta vez ao Concelho da Golegã, tendo como destino principal a famosa Feira do Cavalo.
O autocarro está lotado, o que muito nos apraz, sendo porém um sinal evidente de que as pessoas se interessam em conhecer mais e melhor, o que de bom o nosso País tem.
(NR)
História
O lugar de Golegã outrora pertença da Vila de Santarém, foi elevado à categoria de Vila por carta de D. João III, datada de 3 de Novembro de 1534. Segundo vários autores, a Vila da Golegã teve origem no tempo de D. Afonso Henriques ou de D. Sancho I, quando uma mulher natural da Galiza e que residia em Santarém veio estabelecer-se com uma estalagem neste local. Que a Golegã já existia no século XV, parece não haver dúvidas, bem como depois de se haver estabelecido nela a dita Galega, ter passado a denominar-se Venda da Galega, Póvoa da Galega, Vila da Galega e mais tarde por corrupção de linguagem, “Golegã”.
A par da importância do lugar em que se situa, a região da Golegã detinha uma das maiores riquezas: um solo fértil: A fama das suas terras chamou muito povo a si, como grandes agricultores e criadores de cavalos. Dos tempos mais remotos vêm alusões à região, à Quinta da Cardiga que em 1169 foi dada por D. Afonso I à ordem do Templo para arroteamento e cultivo. De século para século foi a mesma sendo doada a outras ordens e, a partir do século XIX, comprada por diversos grandes agricultores.
Já no século XVIII, e com o apoio dado pelo Marquês de Pombal, a feira começou a tomar um importante cariz competitivo, realizando-se concursos hípicos e diversas competições de raças. Os melhores criadores de cavalos concentravam-se então na Golegã. No século XIX, com base na valorização agrária da região, a Golegã voltou a ter grande importância para o que muito contribuíram as figuras de dois grandes agricultores e estadistas: Carlos Relvas, fidalgo da Casa Real, grande amigo do Rei, comendador, lavrador, artista, proprietário de diversos estabelecimentos agrícolas e de dois palácios (onde por várias vezes hospedou a família real), e José Relvas, seu filho, imensamente ligado à causa republicana, ministro das finanças e também um grande artista.
Em meados do século XVIII, teve o seu começo a Feira da Golegã, chamada até 1972 Feira de São Martinho, data a partir da qual passou a denominar-se Feira Nacional do Cavalo. É a Feira Nacional do Cavalo a mais importante e mais castiça de todas as feiras que no seu género se realizam em Portugal e no mundo. Aqui se apresentam todos os criadores, com os seus belos exemplares, razão pela qual, se transaccionam na Golegã, os melhores puro-sangue, criados no País, que são vendidos para vários pontos do globo.
A Golegã há muito que passou a ser a Capital do Cavalo. O dia de São Martinho, de feira que foi, passou ao mais belo e único espectáculo equestre público que se realiza a nível gratuito entre nós. Ralies, Raids, Jogos Equestres, Campeonatos, Maratona de Carruagens, Exibições, são alguns dos mais belos espectáculos que na Golegã se realizam na sua apresentação do mais belo animal do mundo que é o cavalo. E para complemento da festa justificando o adágio popular que, “Pelo São Martinho prova o Vinho”, não faltarão a água-pé e as sempre apetecidas castanhas assadas.
São Martinho
Festa de São Martinho ou Dia de São Martinho é celebrado anualmente a 11 de novembro, data em que foi sepultado na cidade de Tours. Este dia é uma das celebrações que marcam o Outono. Há diversas tradições festivas associadas a esta data e que se relacionam com um espírito de convívio e de solidariedade. Algumas dessas tradições são: comer a chamada oca de São Martinho (um ganso); beber do vinho novo (guardado após as vindimas), chamado vinho de São Martinho; o acender de fogos de festa: os fogos de São Martinho. Também associados à festa de São Martinho há dois ditos: No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água correr para o moinho e no São Martinho vai à adega e prova o vinho.
História de São Martinho
A lenda de São Martinho conta que certo dia, um soldado romano chamado Martinho, estava a caminho da sua terra natal. O tempo estava muito frio e Martinho encontrou um mendigo cheio de frio que lhe pediu esmola. Martinho rasgou a sua capa em duas e deu uma ao mendigo. De repente o frio parou e o tempo aqueceu. Este acontecimento acredita-se que tenha sido a recompensa por Martinho ter sido bom para com o mendigo. A tradição do Dia de São Martinho é assar as castanhas e beber o vinho novo, produzido com a colheita do verão anterior. Por norma, na véspera e no Dia de São Martinho o tempo melhora e o sol aparece. Este acontecimento é conhecido como o Verão de São Martinho.
Santo Padroeiro
São Martinho é padroeiro de diversas profissões (antigas e modernas) que são as seguintes: curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho.
Câmara Municipal da Golegã |
Frases e Provérbios de São Martinho
Por São Martinho semeia fava e o linho. Se o inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo São Martinho. Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo São Martinho. No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho. No dia de São Martinho, castanhas, pão e vinho. No dia de São Martinho com duas castanhas se faz um magustinho. Dia de São Martinho, fura o teu pipinho. Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho. Pelo São Martinho, todo o mosto é bom vinho.
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