sexta-feira, 22 de abril de 2016

Fidelizações: Deixar operadora de telecomunicações pode sair mais barato

De acordo com os projectos de lei aprovados no Parlamento, em caso de denúncia do contrato antes do fim da fidelização, operadora não poderá cobrar aos seus clientes mais do que o custo com a instalação.
A legislação que limita a cobrança das operadoras de telecomunicações pelo fim dos contratos durante o período de fidelização foi aprovada, esta sexta-feira, na Assembleia da República.
Os projectos de lei do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda (BE) tiveram luz verde dos deputados.
O comunista João Ramos defendeu que os direitos dos clientes passam a estar mais salvaguardados. “Aquilo que foi aprovado diz que a empresa, em caso de denúncia do contrato antes do fim da fidelização, não poderá cobrar aos seus clientes mais do que o custo com a instalação daquela operação”, disse o deputado do PCP.
“Tendo consciência de que a empresa faz o investimento e tem direito a ser ressarcida dos seus custos, não pode é cobrar a título indemnizatório a perspectiva de rendimento que não se veio a verificar com aquele negócio. Fica limitada naquilo que pode cobrar quando o cliente termina o contratado antes do período de fidelização”, sublinha João Ramos.
A lei permite ainda vários períodos de contratos de fidelização e não apenas os dois habituais períodos de 12 ou 24 meses.
O tecto máximo para o período de fidelização nas telecomunicações mantém-se nos 24 meses, mas as operadoras são obrigadas a apresentar ofertas de seis e 12 meses e sem fidelização.
“Também se criam normas para os processos quanto às refidelizações”, adianta João Ramos.
O deputado comunista coloca a possibilidade de as operadoras encontrarem agora novas maneiras de cobrança aos clientes, mas desafia o regulador e o Governo a estarem atentos.
“Admito que algumas empresas tentem agora manter aquilo que tinham por outras vias. O poder legislativo fez o seu trabalho, compete também ao poder executivo e aos reguladores também garantir que os clientes são salvaguardados”, conclui.
Fonte: Lusa

Projeto Solidário na Pediatria em Portalegre

O Serviço de Pediatria do Hospital Doutor José Maria Grande - Portalegre - recebeu no passado dia 18 de Abril,  uma turma do Agrupamento de Escolas de Marvão. Os alunos, no âmbito do projeto “Escolas Solidárias” promovido pela EDP,  selecionaram as temáticas “Saúde” e “ Conviver com a Diferença”  e decidiram desenvolver uma campanha de  recolha de pijamas e material lúdico e didático para oferecer ao Serviço a que chamaram “Operação Pijamas Solidários – Movimento Sorrisos Solidários”. Na sua passagem pela Pediatria onde entregaram os donativos conseguidos durante a campanha,  os alunos proporcionaram aos pequenos  utentes um momento de animação. Tiveram ainda oportunidade de conhecer a realidade hospitalar e conviver com algumas das crianças internadas.
 A Coordenação deste projeto ficou a cargo da Professora Maria Isabel Junceiro..

ULSNA

Notícias da Semana | Associação Teatro Construção

ATC
BOLETIM INFORMATIVO
22.04.2016
Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros.

Nelson Mandela

Comemorações do 25 de abril

domingo, 24 de abril, 21.30h no Centro Cultural de Joane

No próximo domingo, dia 24 de abril, pelas 21.30h, no Centro Cultura de Joane a ATC apresenta o espetáculo de teatro Guerra e Paz numa Gota de Melmúsica e poesia no âmbito das comemorações dos 42 anos do 25 de abril.
Um momento de expressão cultural, com o propósito de lembrar uma data marcante na vida de cada um de nós e na vida do nosso país.
Está convidado… participe na festa da liberdade!» saiba mais
 

ATC Comemora o 25 de Abril com Minibasquete

com a participação de 9 equipas

No âmbito das comemorações do dia 25 de Abril, a Academia de Basquetebol da ATC organizará um Torneio de Minibasquete para os escalões de sub 8, sub 10.  » saiba mais

Comemoração do 2º Aniversário

15 de abril

Começo por dizer que, os “bebés” não começam logo a caminhar, vão dando os primeiros passos muito hesitantes, inseguros e, por vezes até tropeçando… A Universidade Sénior D. Dinis também ainda é “bebé”, mas os seus passos já me parecem bastante seguros e com uma certa solidez. São os alunos, que lhe dão essa segurança… » saiba mais
 

Celebração do Dia Mundial da Saúde

realizada pela Delegação de Saúde

No passado dia 7 de abril, celebrou-se o Dia Mundial da Saúde. Contudo, na Residência ATC, a atividade que tínhamos programada para registar este dia foi desenvolvida na passada terça-feira, dia 12 de abril.
» saiba mais
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PENSAMENTOS

Toda ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil -e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos. Albert Einstein, 1879-1955

O medo das coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo chama de religião. Thomas Hobbes, "Leviatã" (1561)

Onde há dúvida, há liberdade. Provérbio latino

Nada é mais digno de nosso patrocínio que o fomento da ciência e da literatura. O conhecimento é, em todo e qualquer país, a base mais segura da felicidade pública. Geoge Washington, discurso no Congresso, 1790

Todos têm um propósito de vida, um dom singular ou um talento único para dar aos outros. E quando misturamos esse talento singular com benefícios aos outros, experimentamos o extase da exultação de nosso próprio espírito. Deepak Chopra

Cleptomania (roubo patológico)

Silvia Helena Cardoso, PhD
  É um transtorno caracterizado pela impossibilidade repetida de resistir aos impulsos de roubar objetos. Os objetos não são roubados por sua utilidade imediata ou seu valor monetário; o sujeito pode, ao contrário, querer descartá-los, dá-los ou acumulá-los. Este comportamento se acompanha habitualmente de um estado de tensão crescente antes do ato e de um sentimento de satisfação durante e imediatamente após sua realização. O roubo não é cometido para expressar raiva ou vingança e não é uma resposta ao delírio ou a alucinação.

Este termo foi criado há mais de dois séculos para descrever o impulso de roubar objetos desnecessários ou de pequeno valor. Esquirol notou, em 1838, que o indivíduo frequentemente se esforça para evitar este comportamento, mas por sua natureza, isto é irresistível. Ele escreveu: "o controle voluntário é profundamente comprometido: o paciente é constrangido a executar atos que não são ditados nem por sua razão, nem por suas emoções. - atos que sua conciência desaprova, mas que ele não tem intenção.

Os indivíduos afetados frequentemente têm outros distúrbios mentais, tais como distúrbio bipolar, anorexia nervosa, bulimia nervosa, ou distúrbio da ansiedade. Adultos com cleptomania roubam porque isto oferece alívio ou conforto emocional. Poucas pessoas procuram tratamento até que são pegas roubando.

Qual a incidência de cleptomania na população geral?

Presume-se que a cleptomania seja um distúrbio raro, embora poucos estudos tenham sido feitos sobre sua prevalência na população em geral. Estudos feitos com ladrões de lojas sugerem que somente uma pequena parcela (de 1 a 8%) representam casos verdadeiros de cleptomania.

Na verdade, o roubo de lojas é extremante comum, de acordo com um estudo. Um pesquisador relatou que dos 263 clientes visitando lojas randomicamente, 27 (10%) foram observados roubando.  Um estimou que correm aproximadamente 140 milhões de roubos por ano, mas que somente 4 milhões são pegos. Além disso, a incidência de roubos em lojas está aumentando.

Como distinguir um ladrão comum de um cleptomaníaco?

Não existem estudos controlados da psicopatologia da cleptomania, mas numerosos relatos de casos descrevem uma ampla extensão de sintomas psiquiátricos e distúrbios com aparente cleptomania. Os sintomas mais comuns associados parecem estar relacionados ao distúrbio do humor. A maioria dos estudos de "ladrões anormais" (pessoas que foram apreendidas roubando e encaminhadas para avaliação psiquiátrica) têm descrito taxas elevadas de sintomas depressivos e depressão em seus sujeitos. Dos 57 pacientes cleptomaníacos descritos na literatura, 57% mostraram sintomas afetivos e 36% provavelmente encontrariam um critério diagnóstico para depressão ou distúrbio bipolar.
Alguns pacientes com cleptomania e distúrbio comórbido do humor têm descrito uma relação entre seus sintomas afetivos e cleptomaníacos, declarando que seus impulsos de roubar ocorrem quando eles estão deprimidos.

É possível tratar um cleptomaníaco?

Não existem estudos controlados de tratamentos somáticos ou psicológicos em cleptomania. Relatos de casos individuais, entretanto, sugerem que várias formas de terapia comportamental podem ser efetivas em alguns pacientes. Existem também relatos isolados do sucesso do uso de psicoterapia psicanalítica, mas existem também muitos relatos negativos.
Outros relatos de caso sugerem que medicamentos antidepressivos ou com propriedades estabilizadoras do humor podem ser efetivos na cleptomania.

O Autor
Silvia Helena Cardoso, PhD. Psicobióloga, 
mestre e doutora em Ciências. Fundadora e editora-chefe
da revista Cérebro & Mente. Universidade Estadual de Campinas.

O Que Nos Faz Unicamente Humanos?

Silvia Helena Cardoso, PhD & Renato M.E. Sabbatini, PhD

Desde que o naturalista inglês Charles Darwin propôs, em 1860, sua famosa teoria da seleção natural, não temos mais dúvidas de que a espécie humana moderna, o Homo sapiens sapiens, evoluiu a partir de outras espécies, em um contínuo que remete a um primata que foi, algum dia no passado distante, o "elo perdido" entre os primatas antropóides ("parecidos com o homem"), e o primeiro dos hominídeos ("gênero dos homens"). Ao longo do século XX, inúmeras descobertas paleoantropológicas demonstraram a existência de um grande número de espécies de hominídeos, como o Australopithecus, todas elas surgidas na África, em um período que cobre os últimos 5,5 milhões de anos. O crescimento gradativo da capacidade craniana e do volume do cérebro, o aparecimento da postura ereta permanente, o surgimento do uso de ferramentas e da cultura simbólica, o domínio de tecnologias como o fogo e a construção de abrigos, a caça, etc., tudo isso é bastante evidente a partir do exame do registro arqueológico dos hominídeos, até o surgimento, 2 milhões de anos atrás, do Homo habilis ("homem habilidoso") e do Homo erectus ("homem ereto"), as primeiras espécies que talvez possamos considerar "humanas", no seu sentido moderno, pois desenvolveram a linguagem falada complexa, a construção de ferramentas, as vestimentas, o fogo, a cocção dos alimentos, etc. A capacidade craniana aumentou de 500 cm3 para 1200 cm3 entre os primeiros Homo habilis e o Homo erectus, em pouco mais de um milhão de anos, embora sua aparência facial continuasse sendo a de um antropóide. Foi também a primeira espécie humana a ter mobilidade em escala planetária, tendo se espalhado pelo Oriente Médio, China e Java. Seus sucessores, o Homo sapiens neandertalensis, surgido há 300 mil anos atrás, e o Homo sapiens sapiens, há 120 mil anos, aumentaram a capacidade craniana para o valor atual (1350 cm3), invadiram todos os rincões da Terra, mesmo os mais distantes e inóspitos, desenvolveram as representações simbólicas, como a arte pictórica, a escultura e a música, os adornos corporais, as armas de guerra, a medicina, a domesticação de animais, a agricultura, e as crenças espirituais, como as religiões, o culto ao invisível, os ritos funerais e as superstições mágicas. Todas essas características e "invenções" eram unicamente culturais e transmissíveis entre seres humanos através do aprendizado, e são únicas entre as espécies animais, inclusive outros primatas.

Não é muito difícil chegar à conclusão que somos realmente muito parecidos biologicamente com nossos "primos", os grandes primatas antropóides. Nos tempos de Darwin, um dos eventos que mais influenciou a aceitação de sua teoria foi a exposição, pela primeira vez, de gorilas vivos no Zoológico de Londres. As muitas coisas que temos em comum com eles abalou as convicções profundas dos vitorianos da época, que defendiam que o ser humano tinha sido criado por Deus como uma espécie totalmente à parte das demais. Por exemplo, herdamos dos primatas e antropóides algumas características fundamentais tais como a visão colorida, os dois olhos voltados para a frente, a face plana, o grande desenvolvimento do neocórtex, e a alta destreza manual, esta última incomparável a de qualquer outro mamífero. Comportamentalmente, todos os antropóides são capazes de manipular símbolos, demonstram enorme capacidade de adaptação ao ambiente através do aprendizado, são capazes de usar ferramentas para uma variedade de tarefas, utilizam muito os tele-sentidos (visão e audição) para interagir com o ambiente, possuem transmissão cultural do conhecimento, têm uma bem-estruturada vida social baseada na tribo, o comportamento sexual e reprodutivo, e complexas formas de intercomunicação instraespecífica. Geneticamente também somos muito parecidos: a biologia molecular determinou, por exemplo, que  98% do genoma do chimpanzé é igual ao nosso. Em suma, somos "macacos pelados", como dizia o título de um livro que fez grande sucesso na década dos 70s, "The Naked Ape", do biólogo inglês Desmond Morris. Comparativamente a outros mamíferos superiores, somos extremamente desprotegidos. Não possuímos garras nem presas proeminentes, não temos pele grossa, temos poucos pelos. Temos limitações em correr, saltar, nadar.

Então, como esse animal singularmente frágil conseguiu se espalhar por todo o planeta, sobreviver nas condições mais extremas e ser capaz de dominar todos os tipos de ambiente, até mesmo o espaço sideral?  O que nos distingüe das outras criaturas vivas? O que nos faz unicamente humanos? Esta tem sido uma indagação angustiada desde que Darwin nos "tirou" o status de espécie dominante do universo...

De fato, o homem possui diversos atributos que os distingüem das outras espécies. A postura ereta e andar com os membros inferiores permitiu aos membros superiores ficarem livres para outras funções; a mão preênsil atua como uma verdadeira ferramenta e permite o desenvolvimento da tecnologia; o desenvolvimento da fala e da linguagem permitiu formas de comunicação mais adaptáveis; o alargamento do cérebro relativo ao tamanho do corpo; o desenvolvimento das interações sociais e culturais: infância e juventude prolongada, desta forma oferecendo a base para a complexa organização social, bem como a divisão de tarefas na sociedade, controle sobre o sexo e a agressão. Finalmente, os seres humanos se expressam como indivíduos. As características para isto incluem emoção, motivação, a expressão artística e espiritual.

Todas essas características, direta ou indiretamente, se relacionam ao desenvolvimento do nosso cérebro. Nossa unicalidade repousa no nosso cérebro. O enorme cérebro desenvolvido principalmente no córtex cerebral nos dotou de propriedades que não existem, ou existem de forma primitiva em outros antropóides. É no córtex que possuímos os mais altos níveis de análise sintética. É lá que nossa visão do mundo é analizada, planejada e programada para excecutarmos uma ação.

O grande desenvolvimento do cérebro, por sua vez, levou ao nascimento daquilo que o cognitivista americano Steven Pinker denominou de "uma espécie simbólica". Desenvolvemos, através de símbolos verbais, objetos da realidade e conceitos abstratos. Além da capacidade verbal do cérebro, desenvolvemos a capacidade de emitir sons de alta precisão que manipulados por este cérebro simbólico possibilitou pela primeira vez na escala animal a evolução extragênica: a evolução cultural, ou seja, a transmissão de símbolos de um ser humano para outro. Com isso desenvolveu-se o conhecimento, que é uma propriedade única do ser humano, e que se relaciona com o pensamento e a consciência (que certamente podem existir em outros primatas não humanos, mas que diferem em um grau muito amplo em relação à espécie humana).

A capacidade simbólica do cérebro gerou coisas notáveis como uma habilidade geneticamente determinada de aprender qualquer língua ou inventar uma nova, por exemplo, o esperanto e as linguagens de computador. Também gerou a capacidade especial de inventar melodias, sons harmônicos, dança, elementos simbólicos que usam provavelmente as nossas estruturas cerebrais responsáveis pela fala, articulação dos movimentos e pela integração de tudo isso.

Entre nossas características culturais únicas, a arte é talvez a mais nobre invenção humana. Imaginem, por exemplo,  a necessidade de recrutamento de bilhões de neurônios, milhares de músculos, imensa capacidade sensorial, visual e auditiva, a espantosa capacidade de memória envolvida para saber de cór e executar um concerto para tocar uma serenata de Chopin ao piano.  São bilhões e bilhões de neurônios, treinados ao longo de anos de prática, espalhados por todas as regiões do cérebro, e trabalhando em harmonia para produzir um resultado de uma complexidade inimaginável.

Quando o homem se tornou um animal tribal, desde que começou a andar ereto, mais de 4 milhões de anos atrás, ele passou a ser um caçador e guerreiro tribal, onde a cooperação social era um fator importante de sobrevivência. Todos os instintos sociais humanos se desenvolveram bem antes da esfera intelectual: instinto maternal, cooperação, curiosidade, criatividade, compaixão, altruísmo, competitividade, etc., são muito antigos, e podem ser vistos nos antropóides, também. Mas, o ser humano novamente se distingüe dos outros primatas através de uma característica mental muito forte: gradativamente desenvolvemos o auto-controle, ou seja, a capacidade de modificarmos qualquer comportamento social, mesmo que instintivo, de maneira a torná-lo mais útil para nossa sobrevivência. Quanto mais disciplinados, e capazes de auto-controle e de planejamento, o quanto mais nossa mente racional for capaz de dominar a emocional e instintiva, mais humanos seremos.

Portanto, a espécie humana também tem o singular dom de dominar o cérebro emocional por meio do cérebro racional. Isto, acoplado à capacidade de planejar, gerou um animal capaz de vencer através da inteligência. Todas as suas restrições e debilidades físicas tomando a espécie dominante do planeta, destruindo e devassando aquelas que se opõe, ou usando para si aquelas espécies que são úteis para seu próprio benefício como as bestas de carga, as cobais de laboratório, alimento, etc.

O que nos aguarda no futuro? Como será a espécie humana no ambiente que aprendemos a moldar e reconstruír?

Ainda é cedo para respondermos. Precisamos, sem dúvida, nos entendermos melhor. Existem motivos para duvidar que nos próximos 50 anos sejamos capazes de deslindar o funcionamento das funções intelectuais superiores é a enorme complexidade do sistema nervoso, para a qual ainda não existem métodos adequados de estudo.  Muitos filósofos colocam inclusive a dúvida se um cérebro é capaz de entender a si mesmo algum dia. Talvez a complexidade estrutural e funcional do nosso cérebro seja tão grande, que jamais poderemos entendê-la: seria necessário ter um cérebro mais desenvolvido para isso. É possível que o nosso intelecto não tenha sido construído para entender os átomos ou mesmo para entender a si próprio, mas sim para promover a existência dos genes humanos. A pessoa que reflete sabe que a vida é, de alguma forma, incompreensível. Poderemos eventualmente entender a complexidade do cérebro de um sapo, mas nunca de nós mesmos….


Leitura Recomendada
Ilustração: uma reconstrução do crânio do Homo habilis, o primeiro ser humano.

Os Editores

 
Silvia Helena Cardoso, PhD. Psicobióloga, mestre e doutora em Ciências. Fundadora e editora-chefe da revista Cérebro & Mente. Universidade Estadual de Campinas.

  
Renato M.E. Sabbatini, PhD. Diretor Associado do Núcleo de Informática Biomédica, Universidade Estadual de Campinas. 
http://www.cerebromente.org.br/

Missão da ONU na Guiné-Bissau abre escritório nas ilhas Bijagós para combater crime transnacional

As Nações Unidas inauguraram hoje o quarto escritório regional na Guiné-Bissau, na ilha de Bubaque, para promover o combate ao crime transnacional no arquipélago dos Bijagós.
A presença no terreno permite "implementar estratégias" e apoiar "reformas da segurança pública, melhoria gradual da gestão de fronteiras e combate à criminalidade transnacional", referiu Miguel Trovoada, representante da ONU em Bissau.
Aquele responsável falava na abertura de uma conferência sobre Segurança Marítima, que decorre até sexta-feira, organizada em parceria com o Governo e que reúne diplomatas e representantes das forças de segurança como forma de assinalar a abertura do espaço.

O escritório vai acolher pessoal do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) e outras agências da ONU, dando condições técnicas para uma presença mais ativa no arquipélago guineense.

Com cerca de 80 ilhas e ilhéus, a zona está referenciada pelas autoridades internacionais como ponto de passagem de tráfico de droga e refúgio de outros tipos de crime organizado transnacional ao longo da última década.

No final dos dois dias de conferência, será produzida uma lista de recomendações a entregar ao Governo guineense para reforçar a autoridade no arquipélago.

LFO // EL - Lusa

NOVO GOVERNO DE CABO VERDE TOMA HOJE POSSE

Mais de um mês depois das eleições legislativas de 20 de março em Cabo Verde, toma hoje posse o novo Governo, que será composto por 12 membros, incluindo o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.

O novo elenco governativo, um dos mais pequenos desde a abertura do país ao multipartidarismo, inclui quatro independentes, três mulheres e não tem secretários de Estado.

Trata-se de um governo pequeno, produtivo e parceiro, na definição do primeiro-ministro indigitado, Ulisses Correia e Silva, que justificou a opção "por este figurino" com a necessidade de existir "uma forte coordenação política, uma boa articulação e uma boa integração das políticas".

Entre os nomes que irão ocupar as pastas ministeriais pontuam, além do primeiro-ministro, os vice-presidentes do Movimento para a Democracia (MpD), Olavo Correia (Finanças), Luís Filipe Tavares (Negócios Estrangeiros, Comunidades e Defesa) e Janine Lélis (Justiça e Trabalho).

Fazem ainda parte do governo, o antigo líder parlamentar do MpD Fernando Elísio Freire (Presidência do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares e Desporto) e o membro da comissão política nacional e responsável pela comunicação da campanha eleitoral do MpD, Abraão Vicente (Cultura e Indústrias Criativas).

O novo executivo conta ainda com quatro independentes: o consultor internacional José Gonçalves, que integrou o MpD na década de 90, (Economia e Emprego), a técnica das Nações Unidas, Maritza Rosabal (Educação, Família e Inclusão Social), a deputada independente pelo MpD na legislatura anterior, Eunice Silva (Infraestruturas de Transportes, Ordenamento do Território e Habitação) e o até agora diretor-geral dos Serviços de Informações da República, Paulo Costa Rocha (Administração Interna).

Fecham o elenco o médico Arlindo do Rosário e número dois da lista do MpD na ilha de Santo Antão (Saúde) e o vereador do ambiente da câmara da Praia, Gilberto Correia Carvalho Silva, (Agricultura e Ambiente).

O Governo toma posse depois de na quarta-feira ter sido constituída a Assembleia Nacional para a IX Legislatura, saída das eleições de 20 de março, que deram a vitória ao MpD com 53,58% dos votos e 40 dos 72 deputados.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), no poder há 15 anos, garantiu 37,53% dos votos e 29 deputados.

A União Cabo-Verdiana Democrática e Independente (UCID) conseguiu 6,75% dos escrutínios e elegeu os restantes três deputados do parlamento.

CFF // EL - Lusa

O NOSSO DENG XIAOPING

David Pontes* - Jornal de Notícias, opinião

Tenho um amigo em Macau que se costumava irritar solenemente quando alguém lhe colocava pela frente as opções como uma questão de sim ou não, de Céu ou Inferno. "Porque é que vocês têm sempre a mania de que as coisas ou são preto ou são branco? Não conhecem o cinzento?".
Lembrei-me várias vezes dessa sua irritação quando, nos alvores da atual situação governativa, as posições se dividiam muitas vezes entre o "vem aí radicalismo" de Esquerda ou o decretar taxativo que, com a atual maioria, tinha terminado a austeridade. Um pouco de ponderação oriental não nos fazia mal.

Foi lá pelas bandas do Oriente que um dia Deng Xiaoping gizou o seu equilíbrio entre a liberalização económica e um Estado comunista e por cá, à sua maneira, António Costa vai ensaiando a sua "terceira via", entre a austeridade que vigorou nos últimos quatro anos e que a Europa quer impor e uma política que, nas palavras do líder da CGTP, mas que poderiam ser entoadas pelos partidos à Esquerda do PS, não pode "assentar na obsessão de redução do défice" à custa dos trabalhadores e serviços públicos e no corte na "despesa social".

Não é um caminho fácil e os espectadores atentos vão procurando na linha em que o equilibrista avança o nó que pode redundar na queda. Já se disse que seria com a aprovação do primeiro Orçamento do Estado e ele passou, que seria no Programa Nacional de Reformas e ele está a passar, ou que será com o Programa de Estabilidade e, ao que tudo indica, ele também irá ser ultrapassado.

Para o ajudar tem um presidente da República que ou aparece a dar a deixa ao Governo ou a completar-lhe as frases e uma Oposição à Direita que ainda aparece abúlica, mal refeita de ter deixado um Mundo a preto e branco para entrar numa realidade cheia de matizes. Uma Europa mais empenhada na crise dos refugiados ou no "Brexit" também é um auxílio precioso.

É evidente que esta política de compromisso é feita de soluções de alcance limitado, o que restringe imenso algum ensejo reformista que os socialistas pudessem ter e que o país necessita de forma aguda, se quer ter perspetivas de futuro. É que a prazo, no caminho de todos nós, estão os resultados económicos que irão permitir aferir do sucesso deste percurso.

Mas até lá, continuaremos a ser surpreendidos por um primeiro-ministro capaz de se dar bem com Deus e com o Diabo e que, havendo alguém encarregado de tomar conta do Purgatório, é capaz de passar por lá para tomar café.

*Subdiretor

CHINA ULTRAPASSA PORTUGAL COMO MAIOR FORNECEDOR DE ANGOLA

Entre importações e exportações, o saldo da balança comercial de Angola foi positivo em 424.975 milhões de kwanzas (2,2 mil milhões de euros) no último trimestre de 2015.

Angola comprou menos 34,5% ao exterior no último trimestre de 2015, com a China a ser novamente o principal fornecedor, à frente de Portugal, segundo o relatório do comércio externo elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.

Nos últimos três meses do ano, Angola importou o equivalente a 487.724 milhões de kwanzas (2,6 mil milhões de euros), quando no mesmo período de 2014, já com os efeitos da crise da cotação do petróleo, esse registo foi de 744.369 milhões de kwanzas (3,9 mil milhões de euros).

A China lidera a lista dos principais países fornecedores de Angola, tendo atingido os 81.963 milhões de kwanzas (438 milhões de euros) neste período, ainda assim uma quebra de 30,8% face a 2014.

A China obteve uma quota de 16,8% das importações totais de Angola, logo seguida de Portugal, com uma posição equivalente a 16,3%. Portugal vendeu a Angola, no último trimestre de 2015, cerca de 79.281 milhões de kwanzas (424 milhões de euros), uma quebra homóloga de 33,6%.

Os produtos agrícolas foram os mais importados por Angola neste período, segundo o relatório do INE, ascendendo a 12% do total, cerca de 58.415 milhões de kwanzas (312 milhões de euros), seguidos dos produtos alimentares, com 7,2%, à volta de 34.916 milhões de kwanzas (186 milhões de euros).

Entre importações e exportações, o saldo da balança comercial de Angola foi positivo em 424.975 milhões de kwanzas (2,2 mil milhões de euros) no último trimestre de 2015.

Negócios

Angola. QUADROS E COMPETÊNCIAS

ornal de Angola, editorial

Assistiu-se desde que alcançámos a paz a um desenvolvimento significativo do ensino  superior, tendo-se registado um aumento considerável do número de alunos que se formaram em várias especialidades.
Não pode passar despercebido o facto de muitas províncias do país terem hoje  instituições  de ensino superior, o que vai certamente impulsionar o desenvolvimento  económico e social  de várias regiões de Angola. Foi acertado o facto de se ter decidido instalar universidades em  diferentes regiões do país, o que faz com que  haja muitos quadros em todo o território nacional, contribuindo para a diminuição das assimetrias entre  as diferentes províncias. Angola é um país com imensas  potencialidades, fazendo sentido que haja por parte das autoridades preocupações em relação  à educação. 

Um país como o nosso, que tem a pretensão  de atingir o desenvolvimento, não deve  deixar de prestar especial atenção ao sistema de ensino, do básico ao superior. Muitos foram os investimentos realizados na construção de novas instituições de ensino, o que tem permitido que muitos milhares de angolanos tenham acesso ao ensino médio e superior. Províncias que nunca tinham tido escolas superiores têm hoje universidades   com  cursos diversos, fazendo com que  muitos jovens possam estudar nas regiões em que vivem, sem necessidade de se deslocarem a Luanda para fazer, por exemplo, uma licenciatura, como era o caso há vários anos. Há  um aumento do número  de jovens  formados em universidades instaladas em várias províncias, uma realidade que deve suscitar a procura de vias que levem à absorção pelo mercado de trabalho de  muita gente que fez cursos superiores.

Sabe-se que um dos nossos grandes problemas é a falta de emprego para muitos jovens  que acabam os seus cursos  em escolas médias ou em universidades, por várias razões. Uma delas é o número reduzido de entidades empregadoras em diversas regiões, o que faz com que haja  poucos postos de trabalho para a grande procura de emprego. 

A grande esperança de se reverter este quadro é  o processo de diversificação da economia, que pode gerar o surgimento de muitas empresas em todo o país. Sabe-se que  a diversificação vai implicar uma intensa actividade produtiva em várias áreas e acredita-se que  este facto venha a  permitir que  muitos  jovens formados  consigam  emprego.

A diversificação da economia  pode  ser pois  uma via para a absorção de quadros formados  nas diferentes províncias do país. É entretanto importante que os jovens quadros recém-formados aumentem  cada vez mais as suas competências, pois, nos dias de hoje, muitas empresas são demasiado exigentes. As empresas existem para maximizar lucros, e elas não recrutam quadros por caridade. As unidades produtivas  querem ganhar dinheiro, pelo que recrutam  os melhores quadros que há no mercado de trabalho.  

É bom que os quadros recém-formados  tenham consciência da dinâmica e dos interesses empresariais, e  tudo façam para que os seus conhecimentos estejam à altura de satisfazer as exigências das unidades produtivas. Os quadros recém- formados não devem parar de aumentar as suas competências  profissionais. Devem continuar a aprender, quer por via de mais cursos, quer pelo contacto com quadros experimentados.  Que os jovens quadros  não   adormeçam nas suas licenciaturas, convencidos, como muitas vezes acontece, de que sabem já tudo e que não precisam de aprender mais nada.  Sejamos como Sócrates, filósofo grego, que proferiu  esta célebre frase: “Eu só sei que nada sei”. 

Mais de duzentos licenciados em  diferentes especialidades pela Universidade Lueji a Nkonde (Malanje) receberam recentemente os seus diplomas. Malanje, terra da Palanca Negra Gigante,  está a ser conhecida também pelo número de quadros médios e superiores que forma em vários domínios. É uma boa notícia o facto de  a província de Malanje, com potencialidades, e que oferece várias oportunidades de negócios, estar  a proporcionar ao mercado de trabalho quadros superiores.

Que os novos quadros formados em Malanje se preparem para dar a sua contribuição  ao crescimento e ao desenvolvimento do país,  pondo ao serviço da Nação todo o seu saber, para que tenhamos um país sem pobreza e com  muita prosperidade.

Os quadros superiores são cidadãos que, pelas suas competências, têm o dever também  de trabalhar no sentido de as comunidades terem uma boa qualidade de vida. O  conhecimento gera boas condições de vida. Depois das licenciaturas, os  recém -formados iniciam uma era que se traduz em  resolver os problemas da sociedade. Trata-se de tarefa complexa, pelo que não devem  abdicar do estudo permanente.  

Como afirmou Adão do Nascimento, ministro do Ensino Superior, dirigindo-se  aos  recém- licenciados da Universidade Lueji a Nkonde, “uma das melhores competências  que vai entrar em prova  a cada dia, a cada instante, a cada segundo, é comprovar, mesmo sem júri, que merecem ter este diploma, que têm as competências que traduzem o grau académico que ostentam”.

Angola. FLEC PERGUNTA: O QUE ACONTECEU AO MAJOR MIGUEL ZAMBA DAS FAA?

A direcção político-militar da FLEC/FAC, em comunicado enviado à Redacção do Folha 8, “lamenta que o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), Geraldo Sachipengo Nunda, ignore friamente os soldados angolanos mortos em combate em Cabinda, vexando a sua memória e o luto das suas famílias”.
Diz a FLEC/FAC que “o Chefe de Estado-Maior General das FAA demonstra que não conhece a real situação militar em Cabinda, ou pretende colaborar com as declarações do MPLA que insiste obsessivamente em asseverar que não há guerra em Cabinda”.

“Para demonstrar a verdade das suas palavras, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas deverá explicar à imprensa onde está o Major das FAA Miguel Zamba, como e onde morreu”, aponta a FLEC/FAC.

Segundo a FLEC/FAC, “Geraldo Sachipengo Nunda, respeitando as suas próprias palavras, deverá autorizar a atribuição de vistos a todos jornalistas que pretendam deslocar-se a Cabinda, mas também autorizar que todos os jornalistas se desloquem no território de Cabinda livremente, sem estarem acompanhados pelas FAA, polícias ou seguidos pelos serviços secretos”.

Além disso, salienta a FLEC/FAC, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas deverá garantir que, depois das visitas dos jornalistas a Cabinda, os populares que testemunharam a verdade à imprensa não sejam vitimas de represálias ou qualquer outro tipo de pressões”.

Considera a FLEC/FAC que “cabe aos órgãos de comunicação, ONG e opinião publica exigir ao Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas que revele a verdade sobre o exposto. Não conseguindo demonstrar a verdade das suas palavras o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas Geraldo Sachipengo Nunda deverá demitir-se por esconder e mentir sobre a realidade da guerra em Cabinda aos cabindas, ao povo angolano e à Comunidade Internacional”.

Folha 8