O Município apresentou ontem, em conferência de imprensa, o programa da Semana Africana 2023, a decorrer na Covilhã entre os dias 23 e 29 de maio. O evento evidencia o potencial da cocriação e das parcerias com países africanos de expressão portuguesa, sob o epíteto da “Lusofonia” e da multiculturalidade, assumidos como âncoras da programação cultural do Município em 2023.
A cidade acolherá designers, modelos, chefs, artistas e escritores africanos, que apresentarão as suas criações através de um programa gratuito e aberto à comunidade. Herança e Sustentabilidade são conceitos transversais à Semana Africana, que integra o Plano de Ação da Covilhã enquanto Cidade Criativa da UNESCO em Design e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa. Henriqueta Macuacua, uma das organizadoras, realça que a quinta edição será a primeira a decorrer fora de Moçambique e que a sua realização partiu de um desafio lançado pela própria ao Município da Covilhã, enquanto antiga aluna de Mestrado em Design de Moda da UBI.
O evento foi possível através da colaboração entre o Município e as entidades moçambicanas QuaQua Design e AKINO, em articulação estreita com a Universidade da Beira Interior (UBI). As professoras Cristina Vieira e Madalena Pereira, são as Curadoras portuguesas responsáveis pelas atividades nas áreas do Design de Moda, Gastronomia, Literatura, Artesanato, Música e Artes Plásticas.
A Vereadora da Cultura, Regina Gouveia, sublinhou “a importância do envolvimento de entidades e grupos empresariais locais e nacionais na programação do evento” e destacou “o trabalho desenvolvido por alunos e docentes dos cursos de Design de Moda, Tecnologia e Produto de Moda Sustentável e Estudos Lusófonos da UBI.”
Paulo Serra, Vice-Reitor da UBI, sublinhou “o interesse do evento para toda a comunidade, em particular para os alunos estrangeiros que frequentam, atualmente, a Universidade, a maior parte dos quais provenientes de países da CPLP.”O vice-Reitor Identificou, também, “três grandes desafios colocados pela Semana Africana à comunidade: o “conhecimento” mútuo das culturas através de várias expressões artísticas, o “reconhecimento” e a “valorização” das culturas e dos valores únicos que lhes estão associados, e a “aceitação da diversidade” enquanto valor fundamental da UNESCO para a Cultura”.
Cristina Vieira, antiga Diretora do Mestrado em Estudos Lusófonos da UBI, realçou “a importância da colaboração entre Moçambique, a Covilhã e a Universidade para combater ideias erradamente concebidas sobre África e valorizar a identidade e a diversidade dos seus povos e culturas”.
A abertura da semana acontece dia 23 de maio, pelas 18:00h no Edifício Banco de Portugal, local onde se concentrarão muitos dos eventos, como a exposição, as sessões literárias, os diálogos sobre design e sustentabilidade e as degustações gastronómicas. O destaque vai, também, para o Desfile de Moda Sustentável que acontecerá no dia 24 de maio, no Teatro Municipal da Covilhã. Concebido enquanto desfile-espetáculo, o acontecimento apresentará coleções de vários designers provenientes de países africanos de expressão portuguesa, residentes em e fora de Portugal, pontuado por momentos musicais assegurados pela EPABI e por declamações de poesia africana a cargo da ASTA e de docentes da Universidade