O Conselho das Comunidades Portuguesas defendeu hoje no Parlamento a realização de um plenário na Assembleia da República para tratar o tema das comunidades.
"Um plenário dedicado às comunidades portuguesas seria algo que marcaria para sempre", disse o presidente do CCP, Flávio Martins, aos deputados da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas que hoje receberam este órgão consultivo do Governo.
Além desta proposta, os conselheiros partilharam com os diversos grupos parlamentares várias reivindicações, algumas já conhecidas dos deputados, como a mudança de tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros para a Presidência do Conselho de Ministros.
"Somos portugueses e não podemos ser vistos numa lógica de exterior", disse o vice-presidente do CCP, Amadeu Batel.
Só com uma mudança de tutela é que o CCP poderá ser "um órgão de consulta a sério e não um simulacro de consulta", acrescentou.
O CCP já tinha defendido esta ideia, e partilhado a mesma na forma de proposta, na anterior legislatura, assim como outras ideias que continuam a defender, como a obrigatoriedade da consulta do CCP sempre que os temas versem sobre as comunidades.
"Se podemos contribuir, gostaríamos de contribuir com propostas com impacto ou efeito junto das comunidades", disse o presidente do CCP, defendendo ainda uma melhoria do orçamento já para o próximo ano.
Segundo Flávio Martins, este órgão necessita de pelo menos 205.000 euros de orçamento anual -- este ano recebeu 170.000 -- para poder realizar as atividades de que as comunidades necessitam.
Esta é uma matéria que, segundo Flávio Martins, é do conhecimento da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e também dos grupos parlamentares.
Outra ideia partilhada hoje com os deputados é a realização de um plenário a meio do mandato, a somar ao plenário por mandato que se realiza atualmente.
Os deputados revelaram conhecer o teor destas propostas, com José Cesário (PSD), antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas a recordar que no próximo ano irão realizar-se eleições para os conselheiros deste órgão.
O deputado manifestou-se profundamente preocupado com "os gravíssimos problemas sociais" que afetam as comunidades portuguesas e que "aumentaram imenso nos últimos meses devido à covid-19".
José Cesário criticou "a falta de instrumentos de apoio" ou a limitação dos mesmos para fazer face a estas situações, alertando igualmente para a situação difícil que atravessam as cerca de 3.000 associações de portugueses no estrangeiro.
Para o social-democrata, o facto de ainda não existir um atendimento presencial na rede consular está "a penalizar" as comunidades que para muitos assuntos necessitam de uma resposta presencial".
"Aqui em Portugal a situação também é semelhante, mas para quem está longe é muito mais difícil", disse.
Paulo Porto (PS) defendeu uma "maior proximidade" entre os conselheiros e os deputados no Parlamento, considerando que tal é "essencial para conhecer a situação da diáspora"
Por seu lado, o deputado João Oliveira (PCP) sublinhou "o arrojo" da reflexão do CCP, espelhado nas propostas que enviaram aos grupos parlamentares.
Eleito pelo PSD Madeira, de onde é oriunda uma representativa comunidade portuguesa que vive na Venezuela e na África do Sul, o deputado André Neves deixou um apelo aos conselheiros: "Nunca tenham razões para se sentirem abandonados".
"Os senhores não estão abandonados, continuamos a acompanhar-vos, com imensa atenção. São portugueses como qualquer português", disse.
A reunião do CCP com os deputados da comissão oarlamentar dos Negócios Estrangeiros ocorre a meio dos três dias da reunião anual deste órgão, que terça-feira reconduziu a direção do Conselho Permanente e que prossegue hoje e quinta-feira uma série de encontros ao mais alto nível, além de reuniões internas e de trabalho.
A praxe em Coimbra não vai ser suspensa devido à pandemia da covid-19, mas terá novas regras, como o uso de máscara, distanciamento e proibição de grupos com mais de dez alunos, afirmou o Conselho de Veteranos.
Ao contrário da Academia do Porto, que anunciou na semana passada a suspensão das atividades praxísticas, o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra decidiu manter a praxe, mas com diversas regras, face ao contexto de pandemia.
"O Conselho de Veteranos só prevê a suspensão total da praxe na eventualidade do fecho presencial da Universidade ou do retorno ao confinamento", afirmou à agência Lusa o ‘dux veteranorum', Matias Correia, em resposta por e-mail.
Devido à covid-19, foram divulgadas na segunda-feira medidas extraordinárias para a praxe por parte do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra, que determinam o uso obrigatório de máscara, a proibição de grupos com mais de dez participantes, interdição de todas as interações e atividades que envolvam contacto físico e distanciamento mínimo de dois metros.
Estas medidas, em vigor durante este semestre, poderão vir a ser alteradas consoante "o evoluir da situação".
"Se a DGS [Direção-Geral da Saúde] decretar que o grupo máximo permitido de pessoas é de cinco, a praxe acatará conformemente", respondeu Matias Correia.
Caso haja incumprimento das medidas previstas pelo Conselho de Veteranos, o ‘dux' de Coimbra salientou que serão aplicadas sanções, que poderão ir de "uma simples reprimenda, inibição de praxar, redução ao grau de caloiro ou impedimento de uma pessoa ou curso participar nas atividades da Queima das Fitas, incluindo o Cortejo".
"Paralelamente a isto, o Conselho de Veteranos comprometeu-se também a diligenciar processos disciplinares junto da Universidade para os casos de maior gravidade de incumprimento de regras sanitárias", acrescentou Matias Correia.
O ‘dux' aclarou que o Conselho de Veteranos tem um representante em cada curso da Universidade de Coimbra, que monitoriza todo o exercício da praxe.
Questionado sobre se estas decisões foram discutidas com a Associação Académica de Coimbra (AAC) e com a reitoria da Universidade, Matias Correia realçou que mantém relações de cooperação com as duas instituições, mas que "a decisão última foi tomada pelo Conselho de Veteranos", o órgão máximo da praxe em Coimbra.
Na publicação na rede social Facebook, o Conselho de Veteranos esclareceu que, no caso do uso de máscara não cirúrgica com capa e batina, o fundo deve ser "preto, branco ou cinzento" e apenas são permitidos os símbolos da Universidade de Coimbra, Associação Académica de Coimbra e respetivas secções e carros da Queima das Fitas.
"Não são permitidas máscaras que destoem negativamente da capa e batina e tenham um mote estético em padrão ou desenhos", acrescenta essa publicação.
TIAGO PEREIRA E ROSA MADUREIRA VENCEDORES DA XII EDIÇÃO DA CORRIDA DAS VINDIMAS
Após uma longa paragem nas competições, devido à pandemia do Covid 19, realizou-se no passado Domingo, em Castelo de Paiva, a XII edição da Corrida das Vindimas, uma iniciativa desportiva que reuniu cerca de 200 atletas, e que mereceu a aprovação por parte das autoridades de saúde, com Tiago Pereira, do FC Penafiel, e Rosa Madureira, da AD Marco 09, a revalidaram o triunfo alcançado em 2019.
Nesta nova versão, que teve de ser estruturada no amplo espaço da feira quinzenal, com partida por séries, de forma a respeitar o distanciamento e com limitação de inscrições, a organização a cargo do Grupo Desportivo de Castelo de Paiva e da Ad CJ Clark, com o apoio da Câmara Municipal, esteve em grande nível e conseguiu, mesmo com todas as condicionantes, promover uma excelente prova que cativou os participantes e mereceu rasgados elogios dos atletas presentes.
Numa competição bastante disputada, e com o incremento das partidas faseadas, que “ baralhou “ as contas aos atletas, Tiago Pereira conseguiu impor-se de forma categórica e venceu a prova, percorrendo os 15Km do trajecto com o tempo final de 1h01min59s, seguindo-se nos lugares imediatos, os internacionais de corrida em montanha, Rui Muga, do CA Mogadouro, com 1h02min31s, e Vítor Barbosa, do GDC Castelo de Paiva com o tempo de 01h02min52s.
Já no sector feminino, a consagrada Rosa Madureira, do AD Marco 09, mostrou mais uma vez a sua superioridade nesta corrida, como atesta a 11 ª vitória alcançada em 12 edições da prova de Castelo de Paiva, vencendo com o tempo final de 1h10min54s, seguindo-se no pódio, a atleta individual Anabela Aguiar com 1h21min56s e Amélia Vieira, do GDC Castelo de Paiva em 1h22min32s.
Em termos de classificação colectiva, venceu o clube da casa, GDC Castelo de Paiva com 04:26:10 seguindo-se o FC Penafiel com 04:30:12 e GDR Granja - Trutas do Mau com 05:11:42, enquanto na mini-corrida os vencedores foram Rui Alves, do GD S. Paio de Oleiros, e Maria de Fátima Barbosa, da ADCCJ Clark.
O vereador do desporto da edilidade paivense, José Manuel Carvalho, acompanhou de perto esta prova, onde também participaram os vereadores do desporto das Câmaras Municipais de Lousada e Cinfães, e falou sobre a importância da corrida, que voltou a trazer a festa do atletismo a Castelo de Paiva, numa jornada desportiva de grande interesse, que continua a merecer o reconhecimento público e deixou a garantia de continuar apoiar esta bonita iniciativa desportiva, evidenciando ainda a satisfação de ver uma excelente organização, que cumpriu todas as medidas e regras de segurança que foram indicadas, realçando o trabalho e o contributo de todos os parceiros para o grande sucesso deste evento que muito honra o concelho.
O Município de Ansião associa-se, uma vez mais, às Jornadas Europeias do Património, promovidas pela Direção-Geral do Património Cultural.
A decorrer entre 25 e 27 de setembro, esta iniciativa, subordinada ao tema “Património e Educação”, pretende sensibilizar para o papel do património na educação e para o papel da educação no património, para a riqueza e para a complexidade desta relação – na literatura, nas artes, nos monumentos, na dança, no teatro, na paisagem, nos jogos, nos museus, na fotografia, nos sítios arqueológicos ou na música, entre muitos outros.
Para o efeito, a autarquia tem programada, para o dia 25, uma visita guiada ao Complexo Monumental de Santiago da Guarda, o teatro de marionetas “O Tesouro de Castelo Melhor” e o workshop “Limpeza e conservação do mosaico romano”.
No dia 26, oferece uma visita guiada ao Centro Etnográfico de Alvorge, o workshop “Aprender com os nossos Artesãos: Cestaria em Vime”, no Complexo Monumental de Santiago da Guarda, e, ao final do dia, o espetáculo teatral “Aniversário de Casamento”, levado ao Centro de Negócios de Ansião no âmbito das Jornadas Teatrais.
O dia 27 levará os participantes pelos Caminhos de Santiago, de Santiago da Guarda à Granja, com partida, às 10 horas, do complexo monumental, local que acolherá também o workshop “O Mosaico Inspirado no Romano”.
A participação nas atividades é gratuita, carecendo de inscrição prévia através dos contactos telefónicos 236 670 206 e 236 672 025.
O
Município de Cantanhede acaba de concluir a delimitação das Áreas
de Reabilitação Urbana (ARU) de Ançã, Febres, Tocha e Praia da
Tocha, nos termos da proposta aprovada pelo executivo camarário e
pela Assembleia Municipal, em 9 e 17 de setembro, respetivamente.
Depois da
ARU de Cantanhede, definida com um perímetro onde têm vindo a
decorrer importantes investimentos no âmbito do Programa Estratégico
de Desenvolvimento Urbano (PEDU), a autarquia avança agora com a
criação de condições para promover “a
requalificação de núcleos urbanos que justificam a consolidação
do seu potencial urbanístico e patrimonial”.
Quem o afirma é a presidente da edilidade, Helena Teodósio,
acrescentando que “as
ARU de Ançã, Febres, Tocha e Praia da Tocha correspondem à segunda
fase de um processo que vamos estender a todo o concelho, a todas as
freguesias”.
Segundo a
autarca, “a
Câmara de Cantanhede está a avançar tão rapidamente quanto
possível com esta ferramenta particularmente valiosa, não apenas do
ponto de vista da definição de critérios favoráveis à criação
de espaços urbanos aprazíveis e à preservação e qualificação
do património edificado, mas também para o planeamento das
intervenções a realizar. Por outro lado, as ARU obrigam a que essas
intervenções sejam perspetivadas de uma forma integrada quanto às
condições de uso, solidez, segurança, estética e salubridade dos
imóveis, espaços verdes, equipamentos de utilização coletiva e
infraestruturas, com todos os benefícios que daí se perspetivam
para a qualidade de vida das comunidades”, sublinha.
Helena
Teodósio destaca ainda “a
importância das ARU no que tem a ver com os incentivos aos
proprietários para que participem ativamente nos processos de
reabilitação, uma vez que a delimitação das áreas nesse âmbito
lhes permitirá aceder a uma redução de taxas e impostos municipais
sobre obras e intervenções em prédios
queficam
abrangidos pelo regime especial da reabilitação urbana, desde que
concluídos há mais de 30 anos. Também os prédios inseridos nas
áreas de interesse cultural definidas nos PMOT em vigor, beneficiam
de uma isenção do IMI por um período de cinco anos”, adianta
a líder do executivo camarário, sublinhando que “apesar
de estes benefícios comportarem
diminuição da receita da autarquia, são encarados como um
investimento na qualificação urbanística para combater a
degradação e desertificação dos núcleos urbanos”.
As
ARU de Ançã,
Febres, Tocha e Praia da Tocha apontam todas como objetivo a
requalificação dos principais arruamentos, com a definição de
passeios, estacionamento ou outras funções associadas, a remoção
de elementos dissonantes do edificado e a criação de mecanismos
para promover a reabilitação do tecido urbano degradado e
funcionalmente desadequado.
As intervenções de maior relevo dizem
respeito à requalificação da envolvente à Capela de S. Bento e da
Zona Ribeirinha de Ançã, a requalificação do Mercado de Febres e
perímetro adjacente, a Praça Florindo José Frota, também em
Febres, bem como a adequação do espaço da Junta de Freguesia para
implementação do Museu do Ourives Ambulante e a reabilitação
ambiental e turística do sistema lagunar com a criação de parque
urbano associado a um equipamento de lazer. Reabilitar e requalificar
o Largo Central da Tocha, a Lagoa dos Teixoeiros, a área de
implantação do Hospital Rovisco Pais e a Avenida Dr. Silva Pereira,
na Praia da Tocha são outros dos objetivos que constam nas
respetivas ARU, que preconizam ainda a reabilitação do património
edificado da arquitetura popular dos Palheiros da Tocha, a conclusão
das infraestruturas no bairro de expansão norte e a valorização da
imagem arquitetónica dos apoios de praia, incluindo a biblioteca, o
núcleo de Arte-Xávega e os passadiços, entre outros aspetos.
O Município de Leiria iniciou esta terça-feira as obras de valorização na Avenida Heróis de Angola, que têm como objetivo a criação de uma Avenida Cultura Urbana, conferindo-lhe uma imagem mais positiva e atrativa, com maior conforto, qualidade de vida e melhor ambiente para moradores e visitantes.
No âmbito do Programa Renovar Leiria, que contempla um conjunto de 19 ações de adaptação da cidade às novas exigências de utilização do espaço público impostas pela pandemia da COVID-19, a intervenção inclui a requalificação e alargamento de passeios e a criação de uma ciclovia, de esplanadas e de ilhas de permanência.
Está ainda prevista a instalação de floreiras, bancos e mobiliário urbano atrativo, bem como um parqueamento de bicicletas e um sanitário público, não existindo qualquer alteração na praça de táxis junto ao Teatro José Lúcio da Silva.
Este projeto tem um investimento total de cerca de 175 mil euros e estima-se que a sua implementação esteja terminada no mês de novembro, devendo os trabalhos nos passeios durar 45 dias.
Na apresentação do Programa em junho passado, o Presidente da Câmara Municipal, Gonçalo Lopes, referiu que “temos de preparar a cidade para um ambiente em que o vírus convive entre nós, mas temos de manter a nossa atividade”, defendendo a necessidade de criar uma cidade segura no contexto COVID-19.
A tarde da passada sexta-feira, dia 18,
foi de festa e emoção na Sala Corporate do Centro de Negócios de
Ansião, com a cerimónia de entrega de diplomas aos alunos
finalistas do Agrupamento de Escolas de Ansião.
Apesar do contexto epidemiológico
atual, a autarquia assinalou os Dias Municipais da Educação com
algumas atividades, num formato diferente das do ano transato, entre
as quais este momento de reconhecimento do mérito escolar.
Foram atribuídos prémios de mérito
académico a todos os alunos do final do 2.º e 3.º ciclos do ensino
básico com média final igual ou superior a 4,5, assim como do
ensino secundário e profissional com média igual ou superior a 16
valores. Além do mérito académico, o município distinguiu os
alunos pelo seu mérito artístico, desportivo e de qualidades
humanas e cívicas, cujos prémios serão entregues posteriormente
através do agrupamento de escolas.
Como forma de valorização do esforço
e do empenho demonstrados ao longo do ano letivo, o município
suportou os prémios pecuniários para o melhor aluno de final de 2.º
e 3.º ciclos e para os melhores alunos do ensino secundário. Aos
alunos da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó, os prémios
financeiros serão entregues no dia 16 de outubro, por altura do
aniversário da escola e no momento que encerra a comemoração dos
Dias Municipais da Educação.
Com a manutenção desta iniciativa,
que este ano distinguiu mais de 150 alunos na componente académica e
cerca de 120 a nível de qualidades humanas e cívicas, além dos de
mérito artístico e desportivo, a autarquia pretende implementar
uma cultura de meritocracia, estimulando os alunos a trabalhar, a
dedicarem-se e a empenharem-se no sentido de atingir os seus
objetivos como estudantes e, futuramente, como cidadãos.
Reiterando as palavras do Presidente da
Câmara e do Vereador da Educação proferidas nesta cerimónia, o
município felicita os alunos distinguidos, as suas famílias e a
escola, como contributos essenciais para o sucesso alcançado.
Merda para esta vida de paz, diria, se fosse escritor naturalista: porque, já agora, tanto me faz comer um bife ou simplesmente alpista.
Com esta desembaraçada franqueza, o poeta Eugénio Lisboa enfrenta, desabafa, ri-se e faz-nos rir deste perigoso mundo em que um vírus nos pôs a viver. Poemas em Tempo de Peste não é só um livro de poemas, é uma aventura em que se fundem literatura e vida. Ah, mas fundem-se com um grande sentido lúdico e um melancólico langor, que tanto toca em Camões, Eliot ou Almada, como no sabor a paraíso de uma África que já foi, porque «o passado sempre conta / quando o vírus já desponta!»
À mesa destes Poemas em Tempo de Peste, são chamados a sentar-se os grandes do mundo. De um Trump «fodido», diz Eugénio Lisboa, «Que chatice se ele ficasse / no governo e nos lixasse», para logo se espantar com a nossa presidente do Banco Central Europeu:
A Senhora Christine Lagarde
acha que os velhos vivem demais;
pra que a economia se resguarde
há que apressar os ritos finais.
A política nacional merece outros mimos a Eugénio Lisboa. Como este aceno a um deputado:
O Nuno Melo tem medo
de tudo que não conhece
e tornou-se, muito cedo,
activo no Cê Dê Esse.
Ou este mimo escatológico a um partido exuberante:
Fala o CHEGA como bufa,
não conhece outro falar:
quando tenta uma chufa,
fá-lo como a evacuar!
Os Poemas em Tempo de Peste de Eugénio Lisboa tanto cantam o admirável Pinto da Costa em decassílabos (não murchos) «com umas rimas do caraças», como exaltam em redondilha maior o génio singular de Gonçalo M. Tavares:
Ele diz coisas geniais
e diz coisas pessoais,
mas as coisas pessoais
não são nunca geniais
e as coisas geniais
mais parecem de jograis!
Poemas em Tempo de Peste não é só um livro, é a ressurreição da sátira, e é um reencontro da poesia com o riso libérrimo. Poesia clara que nos sacode da letargia destes dias e nos convida à plenitude da vida:
Lixe-se a melancolia,
refúgio de quem não luta,
e combata-se, de dia,
o vírus filho da puta!
Lê-se com sofreguidão e gosto: em confinamento ou na rua, em silêncio ou em voz alta. Há quanto tempo já não lhe falavam de um livro assim? Chama-se Poemas em Tempo de Peste. Eugénio Lisboa é o seu autor. Uma edição da Guerra e Paz, para ler já a partir do dia 29 de Setembro, numa livraria perto de si ou no site da editora.
A centenária Coimbra Editora, que está em processo de insolvência desde o final de 2015, vai cessar a sua atividade até ao fim do mês, afirmou hoje o administrador de insolvência.
A informação foi avançada pelo jornal local Diário de Coimbra e confirmada à agência Lusa pelo administrador de insolvência da editora criada em 1920, Manuel Bacalhau.
A empresa, até ao final do mês, vai mesmo encerrar e cessar a atividade", afirmou, referindo que os quatro funcionários que a editora ainda tinha irão para o desemprego.
Segundo Manuel Bacalhau, já foram tentadas "todo o tipo de diligências de venda" da marca Coimbra Editora.
A última tentativa foi um leilão eletrónico, que durou dois meses e que terminou há duas semanas, não tendo surgido qualquer interesse no negócio que tinha como valor de licitação mínima da marca cerca de 600 mil euros, referiu.
O administrador já recebeu ofertas, "mas de valores muito reduzidos que nem foram sequer equacionados", acrescentou.
"Esta é uma marca que, mesmo passando pela insolvência, continua ativa e viva", salientou, destacando a importância da editora nos livros da área jurídica.
Após a atividade da empresa cessar, a liquidação vai continuar a correr, explicou Manuel Bacalhau, referindo que vai continuar a tentar vender a marca, mostrando-se pouco confiante de que o processo termine até ao fim do ano.
Para além da marca, o administrador vai também tentar assegurar a liquidação em lotes de bens móveis da empresa, como viaturas, mobiliário ou equipamento administrativo.
Já quanto ao 'stock' de livros, Manuel Bacalhau esclareceu que será promovida uma liquidação total, com descontos de 50% nos milhares de livros que se mantêm na posse da Coimbra Editora.
Questionado pela agência Lusa, Vítor Silva, representante dos trabalhadores na comissão de credores da editora, afirmou desconhecer o resultado do leilão, criticando a morosidade do processo.
"A marca tinha autores de referência e o processo de insolvência demorou muito tempo. As insolvências deveriam ser mais rápidas para não se perder valor como se perdeu aqui", afirmou, recordando que a marca chegou a ser avaliada, no início do processo, em cerca de dois milhões de euros.
O plano de insolvência da Coimbra Editora, apresentado em 2016, referia que a empresa tinha um passivo de 4,5 milhões de euros, sendo os bancos os seus maiores credores, cujas dívidas representavam 2,6 milhões de euros, seguindo-se fornecedores (769 mil euros), o Estado (516 mil euros) e os trabalhadores, com valor idêntico.
O Clube de Golfe de Cantanhede foi no passado domingo, 20 de setembro, no Campo de golfe de Montebelo, o vencedor do Drive Challenge da zona centro (Circuito júnior da FPG).
A Final Regional do circuito contou com jovens de vários clubes: Quinta das Lágrimas, Quinta da Bica, Clube de Golfe de Viseu e o campeão regional Clube de Golfe de Cantanhede - que revalidou o titulo já conquistado nos anos de 2018 e 2019.
A nível individual, os campeões regionais do Clube de Golfe de Cantanhede que terão acesso à Final Nacional do Drive Challenge a 28 e 29 de novembro no Campo de Golfe do Jamor são:
- SUB 10 - SANTIAGO CODINHA (680 pts)
- SUB 14 - ANDRÉ FERREIRA (625 pts)
- SUB 18 - BERNARDO PINTO (640 pts)
De salientar ainda as excelentes prestações “gross” doutros juniores do C.G.Cantanhede:
SUB 18:
2º lugar – Rafael Profirio - 508 pts
4º lugar – Romeu Lopes – 498 pts
SUB 14: 3º lugar – Aline Marques - 580 pts
4º lugar – António Seco – 540 pts
5º lugar – Afonso Garrido – 474 pts
SUB 10:
4º lugar – Bernardo Bento (485 pts) e 1º Net na Final Regional.
A Torre Eiffel, em Paris, foi, esta manhã, evacuada na sequência de uma ameaça de bomba. A notícia está a ser avançada pelo jornal francês 'Le Figaro' e pela agência Reuters.
A Torre Eiffel, em Paris, foi esta quarta-feira evacuada depois de uma ameaça de bomba comunicada à polícia, avança o 'Le Figaro'.
Por volta das 12h locais (11h00 em Portugal continental), a polícia recebeu uma chamada telefónica anónima, dando conta de que uma bomba foi colocado no interior do edifício. "O monumento foi evacuado pelas 12h00, e as verificações estão a ocorrer", confirmou ao jornal francês junto da sociedade detentora da Torre Eiffel.
Já a agência Reuters confirma que o monumento foi evacuado, mas não avança as causas.
Nos vários vídeos que já circulam nas redes sociais, é possível verificar que já foi delimitado um perímetro de segurança na zona pela polícia francesa.
Les abords de la Tour Eiffel sont bouclés par la police. Il y a une alerte à la bombe. La circulation est déviée Quai Branly. - @BFMParispic.twitter.com/WZnWytKk0f
Outro título para o artigo: cruzado no queixo — do brasileiro. Podia ser: divagações melancólicas. Uma mais, angústias perenes. Ainda: opção preferencial pelo desmoronamento. Luzes depois da tormenta indicaria resistência ao infortúnio. Tantos mais haverá; depois de respigar algumas ideias do texto, os escassos leitores verão qual escolheriam. Certamente, espero, teriam boas ideias, distantes das apagadas atrás enfileiradas.
Entro no assunto. Amigo antigo, observador agudo, enviou-me lista de políticos hoje praticamente desconhecidos, engolidos pelo turbilhão dos acontecimentos. Acompanhava-a apenas a frase: — “Compare, ainda tem jeito? Divulgue.” Compare, ainda tem jeito? Entendi o desafio, era para comparar os nomes constantes da lista com a (tive a tentação de escrever) fauna política que nos rodeia, em que campeiam a desorientação, a boçalidade, primarismos, grosserias, ladroeiras. Na lista, em sentido contrário, havia figuras de reconhecida cultura, inteligência refinada, educação cuidada, capacidade testada de gestão e governo, figuras de destaque provenientes do mundo da ciência e da experiência. E eram políticos correntes na época, o arroz com feijão.
E o “ainda tem jeito”? A que vinha? Entendi também, referia-se à situação em Pindorama. Com os dirigentes que temos, exceções de praxe, ainda haveria esperanças de aperfeiçoamento e progresso no Brasil? Ou não haveria mais jeito, a vaca já foi para o brejo? De passagem, acho que ainda há esperança, só que o começo da solução não está em eleições, em políticos e em poder político.
Li e reli a lista. E me veio ao espírito a conhecida observação de Ulisses Guimarães, provavelmente de 1991, tantas vezes repetida, com versões ligeiramente diferentes, em resposta a pessoa que lamentava a baixa competência dos membros do Congresso Nacional: “Está achando ruim essa composição do Congresso? Então espere a próxima. Será pior. E pior e pior. Temos algumas poucas cabeças boas aqui. É necessário juntá-las, onde quer que estejam, e fazê-las trabalhar num rumo só: para a frente. Sempre.”
Para o vivido político, a péssima representação política brasileira, cada vez pior, seria como que abracadabra macabro nosso, cujos eflúvios mefíticos fatalmente nos empurrariam ladeira abaixo. Rumo a o quê? Óbvio, rumo ao desastre, provocado em especial pela degringolada moral e escasso valor humano dos dirigentes que vencem as eleições com promessas ocas e engodos indecentes, constituindo na prática (outra vez, eliminando as honrosas exceções) triste amontoado incapaz das mais comezinhas noções de bem comum e senso de governo; a mais, foco de roubalheiras, indiferença à sorte popular e desconhecimento do que seja aperfeiçoamento da sociedade e do Estado. Para muitos dos brasileiros, a qualificação correta vai mais fundo, seriam menos que amontoados, constituiriam, na verdade, monturos, lupanares autênticos, onde se traficam honra, propinas e favores torpes.
A trágica situação evidencia opção preferencial pelo atraso. E exclusão sobretudo dos mais gabaritados e melhores, que teriam condições de contribuir mais para a ascensão popular. Significa, de outro lado, adiar, sabe Deus para quando, a inclusão social de milhões, impedindo-lhes vida digna. Crueldade de insensíveis.
Depois de recordar o que hoje se encarapita no mundo oficial, obedeço de novo a meu amigo e revelo o que dele recebi. A lista é a representação federal mineira nas eleições de 1954, 39 deputados federais. Entre eles, Ovídio de Abreu, Bilac Pinto, José Maria Alkmin, Israel Pinheiro, Magalhães Pinto, Último de Carvalho, Milton Campos, CarlosLuz, Nogueira da Gama, Oscar Dias Corrêa, José Bonifácio, Gustavo Capanema, Afonso Arinos , Otacílio Negrão de Lima, Artur Bernardes, Rondon Pacheco, Pinheiro Chagas, Mário Palmério, Tristão da Cunha, Gabriel Passos. Dos39, escolhi 20, um tanto aleatoriamente. Os não constantes, regra geral, fazem também boa figura. Não analiso aqui posições políticas, nem sua contribuição positiva ou negativa ao Brasil. Todo político é controvertido. Meu foco é outro: tipos humanos, padrão, personalidade, gente moldada para a vida pública, apta a trabalhar com eficiência pelo bem comum. Via de regra, os referidos representantes viviam imersos em ambientes embebidos de hábitos de sobriedade, morigeração, decência, cortesia. Ali moldavam a personalidade, instrução, exemplos, até por osmose. E, sem restauração de tais cadinhos de norte a sul, o Brasil não tem jeito. Se a eles dermos as costas, serão inúteis, por vezes contraproducentes, esforços por um mundo mais justo e solidário; mais cristão, enfim. Nenhuma árvore é viçosa sem raízes saudáveis.
Recuo 20 anos, foco num aspecto da Constituinte de 1933. Plinio Corrêa de Oliveira [foto acima], seu deputado mais jovem e mais votado em todo o Brasil, assim descreve o clima ali reinante em artigo para “O Legionário” (10-12-1933): “À medida que vão passando os dias, os diversos tipos de deputados se vão definindo perfeitamente e os hábitos, usos e costumes da nova Constituinte são consolidados pela prática. A primeira impressão que me deu a Constituinte foi a de um enorme e suave aquário de água morna, banhado por uma luz brandamente pálida, em que evoluíam, com a discrição silenciosa com que só os peixes sabem evoluir, os tubarões ou as sardinhas da política nacional. Só quem conhece o Palácio Tiradentes pode apreciar a justeza da comparação. Tudo nele é rico, discreto e acolchoado, desde a poltrona em que pontifica o Sr. Antônio Carlos, até a cadeira de engraxate instalada na barbearia. Neste ambiente […] circulam os representantes da nação brasileira, com uma gentileza recíproca sem igual. Realmente, a cortesia é a nota característica de nossa Constituinte. […] Outro aspecto curioso é a diferenciação das atividades. Há os deputados de tribuna, e há os de corredor. Os primeiros são os líderes dos grandes torneios oratórios. Sua ação é essencialmente explosiva e detonante. São a artilharia pesada. Ao lado destes, há os de corredor. São os líderes do cochicho e da confabulação. Afetam um desdém condescendente para com os grandes debates oratórios, de que não sabem participar. O tipo intermediário mais característico é o do líder da maioria, Sr. Oswaldo Aranha [no centro da foto].
Ora S. Exa. conversa discretamente com algum colega, alheio ao discurso, mesmo quando está em causa na verrina do orador, ora intervém nas menores questões, aparteando com frases proferidas no tom em que Júpiter tonante desfechava seus raios. Dado o aparte, volta-se para os circunstantes, a procurar com os olhos um contendor, para continuar mais baixo a discussão entabulada. Retira-se depois do recinto, com a fisionomia satisfeita de si mesmo, distribuindo para a esquerda e para a direita sorrisos mágicos, que eletrizam e enchem de sol o semblante dos beneficiados. Com o olhar admirado e solícito, certos deputados ainda o acompanham de longe, com a vista. E, no seu porte dobradiço e na sua atitude reverente, há alguma coisa que diz aos profanos: Voilà le soleil (Eis o sol)”.
Do texto, destaco informação especialmente reveladora, o ambiente afável — discrição, cortesia e gentileza, como realçou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. O que sobrou de tais tesouros no Brasil contemporâneo? Repito, o ar ali existente era reverberação de costumes generalizados em círculos familiares. Saber valorizá-los seria começo enérgico no rumo certo. O Brasil progrediria, com grande vantagem em especial para seus setores mais vulneráveis.
Solução? Antes de qualquer esboço a respeito, transcrevo opinião de Gilberto Amado [foto], que contém partes da solução: “É um axioma da ciência política verdadeiro em todos os regimes — no regime democrático como nos demais — que a sociedade deve ser dirigida pelos mais avisados (sages), pelos mais inteligentes, pelos mais capazes, pelos melhores, em uma palavra pela elite. […] O nosso papel aqui, ao estudarmos a marcha do sistema representativo, é procurar os meios normais, fixar as etapas sucessivas, desse esforço da grei humana na sua ascensão para o governo livre. É um axioma, como dissemos no começo, que todo sistema de governo […] só se pode realizar pela escolha dos mais capazes, dos mais inteligentes, dos mais instruídos. Essa escolha no sistema democrático está nas mãos do sufrágio universal.” Sem tal caminho, flui das palavras de Gilberto Amado, não caminhamos (ascendemos) para um governo livre. De outro modo, a degradação da representação política é marcha para a tirania e o retrocesso.
Enfim, a classe política de que dispõe o país quase só traz decepções amargas. Bastaria recordar uma das manifestações disparatadas e até meio delirantes da presidente Dilma Rousseff, um dos mais luzentes exemplares dela, esta em Nova York, diante de jornalistas pasmos: “Até agora, até agora, a energia hidroelétrica é a mais barata. Em termos do que ela dura, da sua manutenção e também pelo fato da água ser gratuita. I da genti podê istocá. Cê, o vento podia sê isso também, mais ocê num conseguiu ainda tecnologia pra istocá vento. Então se a contribuição dos outros países, vamos supô que seja, desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica istocá, ter uma forma docê istocá, porque o vento ele é diferente em horas do dia, então vamos supô que vente mais à noite, cumé queu faria pra istocá isso. Hoje nós usamos as linhas de transmissão, cê joga de lá pra cá, de lá pra lá, pra podê capturá isso, mais si tivé uma tecnologia desenvolvida nessa área, todos nós nos beneficiaremos, o mundo inteiro”.
De fato, poderíamos beneficiar a nós e ao mundo inteiro se pudéssemos ter um conjunto de homens públicos à altura da nobre missão de governar. O primeiro passo na direção correta, obrigação de cidadania ativa, é ter o problema claro. Outro ponto, recuperar a noção da importância dos ambientes domésticos (ou seja, da família). Só ali em geral se engendram fundamentos reais para a posterior formação de lideranças benfazejas ao bem comum — políticas, é certo, mas necessárias em todos os âmbitos da vida social. Sei que não é exposição da solução, não resolve a gravidade do quadro, mas, creio, traz à baila aspecto por vezes esquecido, que da solução está no eixo principal.
As boas comparações esclarecem; em particular se delas brotar a clareza, nutriente para esperanças fundadas na realidade e não em utopismos desviantes ou romantismos paralisantes.
A Câmara Municipal da Marinha Grande informa que o período de submissão de candidaturas de apoios ao associativismo decorrerá até ao dia 30 de setembro de 2020.
As candidaturas devem ser realizadas com o formulário de candidatura, de acordo com o artigo 12.º do Regulamento Municipal de Atribuição de Apoios.
Informamos que termina igualmente a 30 de setembro de 2020, a prorrogação do prazo de realização das Assembleias Gerais das Associações, nos termos do DL 10-A/2020, de 13 de março, pelo que também são obrigatórios entregar nesta fase o seguinte:
- relatórios em falta, decorrentes do cumprimento das obrigações dos contratos programa anteriores;
relatórios de contas e ata de aprovação de contas, depois das Assembleias Gerais de aprovações de contas do exercício económico de 2019.
Disponibilizamos para estes assuntos um horário de atendimento pós-laboral, das 17h30-19h30, em dia e hora a agendar previamente através de email para carla.henriques@cm-mgrande.pt.
O Projeto “Fragas de São Simão”, paraíso natural para todos e para todo o ano, está a concurso para o Prémio Europeu de Atração Turística e Aventura (Europe’s Leading Adventure Tourist Attraction 2020) pelo World Travel Awards, o mais prestigiado concurso de atribuição de prémios de viagens e turismo do mundo.
Para quem já votou, o nosso Muito Obrigado por apoiar o Projeto de todos nós e para todos nós!
Para quem ainda não teve oportunidade, votar é simples! Siga os passos indicados na imagem ou clique nos links listados em baixo!
Vote no Projeto “Fragas de São Simão” de Figueiró dos Vinhos, vote no Interior de Portugal, difunda a beleza do nosso país e da nossa região! Junte-se a nós!
Eliminar
o vírus SARS-CoV-2
– que provoca a doença Covid-19 – logo
na principal “porta de entrada” no organismo,
isto
é,
nas fossas nasais,
usando a terapia fotodinâmica,
é o grande objetivo do projeto “FOTOVID”, que acaba de obter 450
mil euros de financiamento do Programa Operacional Centro 2020.
A
investigação junta em consórcio a Universidade de Coimbra (UC),
através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e
Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap (Coimbra),
que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial
na fotodesinfeção antibacteriana.
Os
responsáveis do consórcio sublinham que o projeto “FOTOVID”
assenta no «conhecimento
recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína
preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um
reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e
generalização da infeção».
Assim, fundamentam, «a
inativação dos vírus presentes nas cavidades nasais nas fases
iniciais da doença Covid-19 poderá acelerar o tratamento, permitir
que apenas se manifestem as formas mais benignas da doença, e
contribuir para impedir a propagação da pandemia».
Partindo
de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana
parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar
bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma
terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus
responsável pela Covid-19. Desta forma, a investigação será
muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado
será mais fácil e a custo reduzido.
«Esta
é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na
inativação de vírus»,
sublinha Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação,
esclarecendo que «estamos
a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que
já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo
para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas
existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a
inativação de bactérias multirresistentes com a terapia
fotodinâmica. Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior
sucesso da terapia para combater a Covid-19».
Tal
como acontece com outras abordagens terapêuticas atuais, em que
fármacos dirigidos a outras doenças são também aplicados no
tratamento da Covid-19, na prática, o que este consórcio propõe «é
um reposicionamento de moléculas, ou seja, pegar numa terapia que
está a ser usada para destruir bactérias multirresistentes e
reposicioná-la para matar vírus»,
acrescenta o catedrático da FCTUC.
Os
primeiros testes vão arrancar já em outubro, na Faculdade de
Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por
Covid-19 fornecidas pelo Serviço de Doenças Infeciosas do CHUC.
Posteriormente, quando a equipa comprovar a eficácia da inativação
fotodinâmica do vírus SARS-CoV-2, seguem-se os ensaios clínicos
com doentes voluntários, o que deverá acontecer no próximo ano. Os
testes vão ser coordenados pelos professores Manuel Santos Rosa e
José Saraiva da Cunha.
A
terapia fotodinâmica é uma terapia não invasiva onde se utiliza
uma molécula que inativa vírus e bactérias apenas quando absorve
luz e só no local onde a luz incide, ou seja, atua de forma
seletiva. É um tratamento rápido, que pode durar apenas alguns
segundos, e de baixo custo.
Sabendo-se
que o nariz é a principal via de entrada do vírus SARS-CoV-2 no
organismo, sem dúvida, a terapia fotodinâmica pode ser uma forte
aliada no combate à pandemia. Os responsáveis do projeto defendem
que a tecnologia que propõem tem como objetivo ser a primeira
opção terapêutica,
eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo deste modo a
evolução da doença para fases mais graves: «nós
estamos a oferecer uma alternativa terapêutica que consiste em
atacar diretamente a porta de entrada do vírus no organismo, para
reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica»,
afirma Luís Arnaut, vincando que se trata de uma tecnologia «que
é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar
complicações posteriores, em ambulatório».
Além
disso, conclui o especialista em terapia fotodinâmica da FCTUC,«trata-se
de uma terapia que deve ser utilizada em grande escala, sem
complicações e com um custo relativamente baixo. Em suma,queremos
disponibilizar uma tecnologia em que o custo-benefício é
extremamente vantajoso».