|
Imagem:jn.pt |
Os
sete suspeitos de envolvimento no rapto e assassínio do empresário bracarense
João Paulo Fernandes ficaram todos em prisão preventiva
Assim
decidiu, esta madrugada de sábado, o juiz de instrução criminal da Comarca de
Guimarães. Entre os arguidos encontra-se um advogado, Pedro Bourbon, até esta
quinta-feira número dois e secretário-geral do Partido Democrático Republicano
(PDR), liderado pelo eurodeputado António Marinho e Pinto.
O
advogado suspeito foi o único a prestar declarações sexta-feira à tarde, no
Tribunal de Guimarães, reafirmando "inocência" e apresentando como
alibi uma alegada reunião com António Marinho e Pinto na data e hora daqueles
crimes, a 11 de março, cerca das 20.30 horas.
Entretanto,
o eurodeputado António Marinho e Pinto afirmou ao JN "não confirmar nem
desmentir" tal encontro, algures na região Sul, por não ter consigo a sua
agenda em papel.
Pedro
Bourbon, de 41 anos, advogado com escritório em Braga, é oriundo de uma das
famílias mais conceituadas da cidade dos arcebispos, um meio ainda conservador,
onde a sua detenção e a de seus dois irmãos, esta terça-feira, provocou um
grande escândalo.
A
decisão vai ao encontro do que o Ministério Público solicitara, sexta-feira à
tarde, para que os sete arguidos ficassem não só em prisão preventiva, como
separados em diferentes cadeias, para não comunicarem diretamente entre si.
Estão indiciados pelo rapto e morte do empresário João Paulo de Araújo
Fernandes, de 41 anos, a 11 de março. O empresário da construção civil foi
raptado e agredido à frente da filha, de oito anos, que ficou sozinha, nas imediações
da garagem do prédio do apartamento onde residia, em Lamaçães, Braga.
Escutas
telefónicas da Polícia Judiciária revelaram que depois do rapto o empresário
terá sofrido múltiplas agressões e o homicídio revestiu-se de "requintes
de malvadez".
A
PJ apreendeu armas, gorros, algemas, automóveis e mais de 250 mil euros aos
sete suspeitos.
Além
do ex-braço direito de António Marinho e Pinto no PDR, ficaram hoje em prisão
preventiva dois dos seus irmãos, o advogado Manuel Bourbon e o economista Adolfo
Bourbon. Outro suspeito do crime, Emanuel Marques Paulino, terapeuta de
medicinas alternativas, mais conhecido por "Bruxo da Areosa", que era
o responsável pelo PDR em Gondomar, também ficou em prisão preventiva. O
"Bruxo da Areosa" é o padrinho dos dois filhos do até aqui número
dois de António Marinho e Pinto no Partido Democrático Republicano.
Com
o "Bruxo da Areosa" ficou preso preventivamente o seu colaborador e
cunhado, Luís Filipe Gonçalves Monteiro, bem como Hélder Fernando Rocha
Moreira, o dono de uma garagem onde os dois Mercedes usados nos crimes foram
escondidos, em Baguim do Monte, Rio Tinto, nos arredores do Porto. Um dos
outros presos preventivos é o "segurança" Rafael José Esteves Cardoso
da Silva, num total de sete detidos. Em preventiva ficou também ainda outro
arguido, o advogado Nuno José Lourenço, o responsável pelo PDR em Gaia.
O
advogado Rodrigo Santiago, que defende Pedro Grancho Bourbon, anunciou já que
irá recorrer da prisão preventiva daquele político, para o Tribunal da Relação
de Guimarães.
Fonte:
JN
Comentário: já que não é possível aplicar a pena capital em Portugal, porque não aplicar a pena perpétua? O sentimento de impunidade com que se praticam crimes bárbaros, como este, justificava-se a aplicação da prisão perpetua. Em que sociedade vivemos nós afinal?
J. Carlos