Contactada pelo Notícias ao Minuto, escola Francisco Torrinha, no Porto, recusou prestar esclarecimentos.
Uma escola, no Porto, distribuiu aos seus alunos inquéritos de caracterização sociodemográfica que estão a gerar controvérsia nas redes sociais pelo facto de questionarem as crianças, com idades entre os 9 e os 11 anos, sobre a sua preferência sexual.
A situação foi denunciada nas redes sociais, onde foi publicado um dos exemplares do inquérito em causa, distribuído a alunos da escola Francisco Torrinha, no Porto.
No questionário, pergunta-se aos alunos se namoram atualmente, se já namoraram anteriormente, se se sentem atraídos por homens, por mulheres ou por ambos os sexos.
Contactada pelo Notícias ao Minuto, a escola disse que "não presta qualquer declaração" sobre o assunto, ficando por esclarecer em que contexto é que o questionário foi realizado, com que propósito, e se se tratou de uma situação isolada ou se foi replicada noutros estabelecimentos de ensino.
O Notícias ao Minuto chegou à fala com a divisão de Educação, Pré-Escolar e do Ensino Básico da Direção-Geral de Educação, que remeteu o tema para o Ministério da Educação. Mais tarde, em declarações à Lusa, o Ministério da Educação (ME) disse que pediu esclarecimentos à escola sobre a referida ficha, distribuída aos alunos no âmbito da disciplina 'Cidadania'.
"O ME não conhecia o inquérito em questão. Sabe-se, para já, que é um caso isolado. O ME está a apurar informação junto do estabelecimento escolar em causa", lê-se na resposta da tutela à Lusa.
Recentemente, recorde-se, um outro inquérito distribuído a alunos, que viria prontamente a ser retirado pela Direção-Geral de Educação, gerou polémica. Em várias escolas de Lisboa e do Porto foram entregues aos alunos e famílias inquéritos em que, entre outras perguntas, havia questões sobre as origens dos pais, nomeadamente sobre se algum deles tinha origem "portuguesa, cigana, chinesa, africana, Europa de Leste, indiana, brasileira".
De acordo com um encarregado de educação ouvido pela Lusa, numa reunião de pais dos alunos do 5.º ano os responsáveis pelos alunos "foram avisados da existência" da disciplina 'Cidadania', no âmbito da qual "se abordariam temas como as relações interpessoais e violência no namoro".
Os encarregados de educação receberam um papel em casa para autorizar a participação dos seus filhos nesta disciplina, mas não esperavam que fossem colocadas questões como estas, acrescentou o mesmo encarregado de educação.
Fonte: noticiasaominuto