Festival terminou em Almeida, com concerto intimista de Aldina Duarte e a entrega dos prémios do concurso de cinema. Visitantes deram o tempo por muito bem empregue, numa ação que juntou cinema, música, poesia e recriação histórica.
O Festival Explorer 3.0 chegou ao fim da melhor forma possível. Foram muitos os visitantes que acorreram a Almeida de 1 a 3 de dezembro, para assistirem ao evento final de um festival inovador, que levou até às Aldeias Históricas de Portugal uma programação criativa e diversificada. Entre as várias iniciativas dos últimos dias, o festival culminou com a entrega dos prémios do Concurso de Cinema Explorer 3.0.
O Picadeiro Real, magnífico espaço de Almeida, foi o local escolhido para acolher a entrega de prémios do Concurso de Cinema Explorer 3.0, na tarde de domingo. Esta foi uma competição de curtas-metragens e microvídeos, criada com o objetivo de divulgar e partilhar curtas de diferentes géneros realizadas nas Aldeias Históricas de Portugal.
A cerimónia de entrega de prémios, conduzida pela jornalista Maria João Costa, começou ao ritmo do Grupo de Percussão de Valhelhas, que aqueceu todos os presentes na tarde fria, embora acolhedora, que se fez sentir em Almeida. Após as danças e aplausos, os espetadores puderam assistir à exibição dos 12 retratos vídeo realizados por Vasco Mendes, um sobre cada Aldeia Histórica de Portugal. Na plateia, pontificavam alguns dos protagonistas que enriqueceram os vídeos com as suas culturas, lendas e histórias.
Ao palco subiram também o vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida, José Alberto Morgado, que deu início à sessão e entregou o prémio à vencedora na categoria “Melhor Microvídeo”, e Dalila Dias, coordenadora da Rede das Aldeias Históricas de Portugal, que entregou o prémio à “Melhor Curta Metragem” e encerrou o festival. Durante a cerimónia, foram visionados os filmes vencedores do concurso, sob o olhar atento dos convidados e das vencedoras presentes.
Os vencedores do Concurso de Cinema Explorer 3.0 foram Paulo Castilho (Melhor Realizador, com a curta metragem “O Reino”), Maria Inês Santos (Melhor Curta Metragem, com “Criados na Serra”) e Mafalda Slam (Melhor Microvídeo, com “Ouvir”). Os filmes do Concurso de Cinema Explorer 3.0 podem ser vistos em http://bit.ly/2itQgO0
Um fim de semana recheado de iniciativas
Mas não foi apenas o concurso de cinema a suscitar interesse no último fim de semana do Festival Explorer 3.0. Ao longo dos três dias, muitas atividades atraíram visitantes a Almeida.
Na sexta-feira, teve lugar um workshop de Cinema Mobile, intitulado “Narrativas Audiovisuais com Mobile”. Ministrado por Luísa Sequeira, diretora e programadora do Super9 Mobile, primeiro festival em Portugal dedicado ao cinema mobile, o curso ensinou a utilizar o telemóvel enquanto ferramenta e linguagem audiovisual ao alcance de todos.
Ainda no primeiro dia, os visitantes usufruíram de um workshop de Realidade Virtual e assistiram a um ciclo de cinema dedicado à exploração e exploradores. Estas duas atividades repetiram-se no sábado.
No segundo dia, aconteceram outros momentos altos da iniciativa. Foi o caso do Cinemercado, no Picadeiro D’el Rey. Este foi um espaço em que os produtores locais mostraram os seus melhores produtos artesanais, ao mesmo tempo que foram exibidos filmes portugueses. Ao final da tarde, as Portas de Santo António receberam a iniciativa “Sounds and Tales”, que juntou à conversa a fadista Aldina Duarte, a poetisa Maria do Rosário Pedreira e o realizador Vasco Mendes. Seguiu-se o visionamento dos 12 retratos vídeo de Vasco Mendes e do documentário “Eu Sou de Cá”, resultado da pesquisa por parte do realizador das gentes, tradições e culturas de cada uma das 12 aldeias. O dia terminou com um concerto pessoal e intimista de Aldina Duarte.
No domingo, além da entrega dos prémios do concurso de cinema Explorer 3.0, os visitantes do festival tiveram a oportunidade de integrar uma visita encenada de exploração aos segredos da fortaleza de Almeida, com figurantes militares que recriaram a História do Cerco de Almeida, momento marcante das Invasões Francesas.
Festival Explorer 3.0 animou Aldeias Históricas com iniciativas criativas
O Festival Explorer 3.0 levou às Aldeias Históricas de Portugal, desde 21 de outubro, uma programação criativa e inovadora, alicerçada numa ideia comum: fazer a ponte entre o passado e o presente e projetar o futuro destas regiões. O festival, de entrada gratuita, transportou até às Aldeias Históricas ações nas áreas de Literatura & Viagens e Cinema, TV & New Media.
O ponto de partida do Explorer 3.0 foi a Aldeia Histórica de Linhares da Beira, com iniciativas na área de Literatura e Viagens, a 21 de outubro e 18 e 19 de novembro. Trancoso também recebeu o festival, a 4 e 5 de novembro, assim como Belmonte, no fim de semana de 25 e 26 de novembro. o festival terminou a 1, 2 e 3 de dezembro, com o evento final em Almeida.
Em jeito de balanço, Dalila Dias, coordenadora da Rede das Aldeias Históricas de Portugal, destaca a importância do festival. “A 1.ª edição do Festival Explorer 3.0 teve por objetivo despertar a atenção para o potencial das Aldeias Históricas de Portugal no contexto das indústrias culturais e criativas e, neste âmbito, consideramos que foi bem sucedido. Os escritores, bloggers, realizadores, produtores, jornalistas e músicos que connosco conviveram ao longo de cinco fins de semana foram unânimes em evidenciar a valia do capital cénico e da autenticidade e genuinidade que flui nas 12 Aldeias Históricas, ingredientes soberbos para qualquer criador/autor que queira fazer diferente”, sublinha.
“Foram lançados vários desafios, que naturalmente obrigam a um momento de reflexão, de forma a podermos estruturar um plano de ação que viabilize a afirmação da Rede das Aldeias Históricas de Portugal no setor das indústrias culturais e criativas”, acrescenta.