sexta-feira, 24 de março de 2017

Colheita de sangue Dia 25 das 9 horas às 13 horas no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro



Onde posso doar sangue em Aveiro? – Site:www.adasca.pt
Mercado Municipal de Santiago, 1º. Piso, Rua de Ovar
Telef: 234 095 331 (Sede) ou 964 470 432
Coordenadas GPS: N 40.62659 | W -8.65133
Horário das Sessões de Colheitas no Posto Fixo da ADASCA:
Quartas-feiras das 15:00 Horas às 19:30 Horas = Sábados das 9:30 Horas às 13:00 Horas
Dia semana | data | brigadas

MARÇO
6ª Feira │ 31-03-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 25-03-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

ABRIL
4ª Feira │ 05-04-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 12-04-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 19-04-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 08-04-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Domingo  │ 22-04-2017  │ POSTO FIXO DA ADASCA

MAIO
4ª Feira │ 03-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 10-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 17-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 31-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 06-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 13-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 27-05-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA 

JUNHO
4ª Feira │ 07-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 14-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 21-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 28-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 03-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 17-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 24-06-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

JULHO
4ª Feira │ 05-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 12-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 19-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 26-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 01-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 15-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 22-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 29-07-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

AGOSTO
4ª Feira │ 02-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 09-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 23-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 30-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 05-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 19-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 26-08-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

SETEMBRO
4ª Feira │ 06-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 13-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 20-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 27-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 02-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 16-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 23-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 30-09-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA 

OUTUBRO
4ª Feira │ 04-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 11-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 18-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 25-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 07-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 21-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 28-10-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

NOVEMBRO
4ª Feira │ 08-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 15-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 22-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 29-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 04-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 18-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 25-11-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA

DEZEMBRO
4ª Feira │ 06-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 13-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
4ª Feira │ 20-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 02-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
Sábado   │ 09-12-2017 │  POSTO FIXO DA ADASCA
6ª Feira │ 22-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA
6ª Feira │ 29-12-2017 │ POSTO FIXO DA ADASCA


Quartas-feiras das 15:00 Horas às 19:30 Horas

 = Sábados das 9:30 Horas às 13:00 Horas

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Recebido a 30 de Novembro de 2016

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Homicídios em Barcelos: Suspeito tinha prometido vingar-se dos vizinhos

O suspeito do quádruplo homicídio hoje registado em São Veríssimo, Barcelos, tinha prometido vingar-se dos vizinhos que testemunharam contra ele num processo em que foi condenado por violência doméstica, contou o presidente da junta local.
"Já tinha ameaçado que se vingaria dos vizinhos" que também se recusaram a depor em seu abono, disse o presidente da Junta de Freguesia de São Veríssimo, João Abreu, aos jornalistas.
Em causa está um processo por agressões à filha e à sogra, com um ferro, registadas em março de 2015 e no qual foi, segundo o Jornal de Notícias, condenado numa pena de prisão de três anos e dois meses, suspensa na sua execução.
Desde então, e segundo vários testemunhos hoje recolhidos pela Lusa no local do crime, o homem ameaçou vingar-se quer de quem se recusou a testemunhar em seu abono, quer de quem foi a tribunal dar conta de que presenciou as agressões.
Hoje de manhã matou, “com uma arma branca”, um casal de idosos, ele de 84 anos e ela de 80, uma mulher de 62 anos e outra mulher de 37 anos, grávida de sete meses.
O comandante do destacamento da GNR de Barcelos disse que o homem já confessou os crimes.
As quatro vítimas mortais hoje encontradas em São Veríssimo, concelho de Barcelos, foram esfaqueadas e uma delas foi encontrada na via pública, enquanto as outras três estavam em duas casas, disse à Lusa fonte da GNR.
Inicialmente, a GNR tinha sido informada de três mortes, mas terá sido o presumível homicida quem deu conta de que tinha feito uma quarta vítima, conduzindo as autoridades até à casa da mulher grávida.
O caso passou, entretanto, para a alçada da Polícia Judiciária (PJ).
Cerca de meia centena de pessoas estiveram concentradas nas imediações da Travessa de São Sebastião, freguesia São Veríssimo, tendo a GNR criado um perímetro de segurança.

Indiciado por quatro crimes de homicídio qualificado, o homem está detido nas instalações da PJ de Braga, até ser levado a tribunal para primeiro interrogatório judicial e aplicação das respetivas medidas de coação.
As quatro vítimas mortais hoje encontradas na Travessa de São Sebastião, freguesia de São Veríssimo, foram também já retiradas do local e transportadas para o Instituto de Medicina Legal de Braga.

Sapo

Papa diz que projeto europeu “arrisca-se a morrer” sem ideais como “a solidariedade”

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O papa Francisco afirmou hoje, por ocasião das celebrações dos 60 anos dos Tratados de Roma, que a Europa "arrisca-se a morrer" se não voltar a encontrar os ideais dos pais fundadores do projeto europeu como "a solidariedade".

O papa falava no Vaticano diante dos 27 líderes europeus que vão participar no sábado em Roma nas comemorações do 60.º aniversário dos Tratados fundadores da União Europeia (UE), numa cerimónia na qual vão adotar uma declaração sobre o futuro da Europa.
"Quando um corpo perde o sentido de direção e não é mais capaz de olhar em frente, sofre um retrocesso e, a longo prazo, arrisca-se a morrer", declarou Francisco.
A celebração dos Tratados de Roma ocorre num contexto particularmente difícil para a UE, que se prepara para, pela primeira vez, perder um Estado-membro, o Reino Unido, tendo lugar quatro dias antes de Londres enviar para Bruxelas a notificação de ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que desencadeará as negociações para a concretização do 'Brexit', um dos maiores reveses da história da União.
Lusa

UE. OS VÍCIOS DO NORTE

Rafael Barbosa – Jornal de Notícias, opinião

Dijsselbloem é xenófobo e sexista. É uma evidência e é bom que se diga. Se é xenófobo e sexista, não pode presidir ao Eurogrupo. É outra evidência e também é bom que se diga. Foi o que fez, e bem, António Costa. Acontece que dar largas à indignação, com frases contundentes, pode ter efeitos na autoestima coletiva, merecer umas citações em alguns jornais europeus e excitar os militantes das redes sociais. Mas não é fazer política, é distribuir propaganda. O primeiro-ministro vai ter de fazer mais qualquer coisa.

Dijsselbloem até poderá deixar de ser presidente do Eurogrupo. Mas é mais certo que isso venha a acontecer por perder o lugar de ministro das Finanças da Holanda - o Partido do Trabalho, a que pertence, deixou de ter um papel central para passar a ser apenas mais um de uma multidão de pequenos partidos nas eleições da semana passada - do que pela expressão "copos e mulheres" com que faz a caricatura dos países do Sul.

Mesmo que venha a sair (o que não é certo, graças à proteção, entre outros, de Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão), isso não representará uma mudança de atitude, muito menos uma mudança de política. A maioria dos pares de Dijsselbloem no Eurogrupo pode até censurar-lhe a expressão. Mas, não só não censura, como acredita na tese de que os países do Sul devem ser castigados pelos seus excessos: em linguagem politicamente correta, "copos e mulheres" são sinónimos de "défice e dívida". Vícios de gente incorrigível, que é preciso combater.

Acresce que não são apenas os políticos e os cidadãos dos países do Norte que pensam dessa forma. Imaginemos que Dijsselbloem, em vez de se referir aos países do Sul, se dirigia especificamente à Grécia. Não só o tom de António Costa não seria o mesmo (quanto mais não seja porque não é primeiro-ministro da Grécia), como haveria bem poucos indignados por aí. Afinal de contas, não nos ensinaram, durante anos, que Portugal não é a Grécia, que os portugueses não são os gregos? Resumindo, e parafraseando Dijsselbloem, que nós, ao contrário dos gregos, não gastamos a massa dos europeus em "copos e mulheres"?

Se António Costa quer ser consequente, e ir para além da propaganda, vai ter de fazer um pouco mais, em sintonia com outros progressistas europeus. Mais do que substituir Dijsselbloem, é preciso substituir as políticas. É preciso avançar com as obrigações de dívida europeias (que permitam maior equidade no financiamento dos Estados e das empresas), é preciso avançar com a harmonização fiscal (acabando com paraísos fiscais como o holandês), é preciso renegociar o Tratado Orçamental (para que não seja apenas um instrumento punitivo). Tudo vantagens que os do Norte não estão disponíveis para ceder. Até porque lhes sobraria menos dinheiro para "copos e mulheres" durante as suas férias no Sul.

*Editor-executivo

‘BIBA’ O PORTO E VILA NOVA DE GAIA, CARAGO!



Ao contrário de muitos portugueses(as) que desfeitam as suas cidades, vilas e aldeias – chamando-lhes parvalheiras, atrasos de vida e etc. – encontrámos no Facebook quem se orgulha da sua área de origem ou/e de residência. Interessante.

Tão interessante que trouxemos para aqui (roubámos) o pequeno apontamento orgulhosamente exibido no FB mas que agora vai chegar a mais uns quantos. Na verdade, pelo descrito, o Porto é detentor de “maravilhas do mundo” que os lisboetas, por exemplo, desconhecem. A seguir têm a oportunidade de passar a possuir esse conhecimento. Afinal não será só orgulho do Porto ou de Gaia (antes Marrocos), mas de Portugal e dos portugueses.

Obrigado tripeiros. (MM / PG)

O PORTO ESTÁ NA MODA

O Porto está na moda....Incluindo VNGAIA, Arredores, Rio Douro, etc *Tem a 3ª mais bela Livraria do Mundo - Lello* *Tem o 6º mais belo Café do Mundo - Majestic* *Tem um dos mais perfeitos e inteligentes edifícios do Mundo - Burgo* *Tem uma das melhores salas sonorizadas do Mundo - Casa da Música* *Tem o único Parque citadino do Mundo ligado ao Mar - Parque Ocidental da Cidade com quase 80 ha* *Tem uma das maiores construções em ferro do Mundo - Ponte D. Luiz I* *Tem um dos maiores arcos em betão do Mundo - Ponte da Arrábida* *Tem uma das maiores Torres do Mundo construídas em granito - Clérigos *Tem um dos melhores e maiores portos artificiais do Mundo. Leixões *Tem dois Pulitzers - com três prémios - de Arquitectura: Álvaro Siza e Souto Moura* *Tem a atleta com mais títulos conquistados mundialmente - Rosa Mota* *Deu o nome ao melhor vinho do Mundo - o Porto* *Foi portuense uma das maiores violoncelistas do Mundo - Guilhermina Suggia* *Tem a Estação Ferroviária de São Bento considerada a 16ª mais bela Estação do Mundo.* *Foi o Porto que deu o nome a Portugal, o primeiro país do Mundo com as fronteiras definidas desde 1267. *É a única Cidade no mundo com 4 especilidades gastronómicas únicas no mundo criadas no seu seio: Francesinhas, Bacalhau à Brás, Bacalhau à Zé do Pipo e as Tripas à Moda do Porto, criadas no séc. XV *Finalmente, o Porto é considerado o melhor destino do Mundo desde 2012.* Não há dúvida que a Cidade do Porto é uma cidade invulgar, única no Mundo. - Por Que esperas para a visitar?

Texto “pegadinho” conforme Facebook de Paula Rojão

CANCRO: CARLOS COSTA, JÁ TE TOPÁMOS. VAI-TE EMBORA, PÁ!


Bom dia, à tarde. O que aí vem é um Expresso Curto dedicado ao cancro. Melhor dito, pela nossa parte, devia ser dedicado aos cancros. Os cancros que fustigam a sociedade e que apesar de lhes apontarem que são uns tumores malignos não se deixam extrair. Temos neste exemplo o cancro Carlos Costa alapado à governação do Banco de Portugal. Outros há, outros houve. Devido aos que já existiram é que estamos na penúria. A responsabilidade desses já idos há-de ser de pelo menos 60% dos nossos desaires. Mas não, eles dizem com uma grande prosápia que andamos a gastar demais, que ganhamos demais, que os ordenados têm de ser mais comedidos, mais de miséria, etc. E no vai e vem das palavras as suas contas bancárias incham. Até as suas condecorações crescem (aos que são condecorados não se percebe muito bem por quê). Aliás, as condecorações atualmente valem nada, estão tão desacreditadas que muitos portugueses as associam a mafiosos a condecorar mafiosos ou simpatizantes do seu séquito. Lembro Cavaco Silva - quando PR - que até condecorou o alfaite-estilista da sua mulher, a dona Maria.

Não só de cancro vive o Expresso Curto de hoje. Quem serve a cafeína hoje parece bruxo que nos ia ler no PG, até tem incluso o Carlos Costa. O jornalista da tiragem com espuma é o Martim Silva. Vale ler. Ele hoje aplicou-se e "floriu" a peça com gravuras made in The Times e a Time. Bonito. Aborda Trump com alguns rococós e o terrorismo, claro. Ao Carlos Costa mete-o no ringue. Errado. O que devia era metê-lo na mesa cirúrgica para que o tumor fosse extirpado e o homem deixasse de ser um cancro pegado e alojado no Banco de Portugal. Costa está colado ao BdP? Parece que sim. E com Araldite. Livra.

A propósito desse lapa pode ainda dizer-se que que aqui temos um dos males da democracia. O homem é indesejado no cargo mas temos de "levar" com ele até terminar o mandato. E diz o sujeito que a idoneidade de Salgado não pode ser questionada por dá cá aquela palha. Que é a lei. Pois então que se mude a lei. Este mau exemplo é razão mais que suficiente para isso. E que se mudem outras leis que lobies cancerígenos têm produzido com o propósito de se protegerem e tramarem os plebeus. Os que votam neles e os que não votam. Sim, porque escrúpulos é o que certos e incertos da corja do legislador demonstram não possuir. Aparentam-se merecedores de muita respeitabilidade mas quando lhes cai a capa da máscara vimos que são do piorio... Adiante que já é tarde.

Sigam a lide de ler o Martim Silva neste Curto que merece atenção. Depois sigam o título seguinte: SENHOR GOVERNADOR? DEMITA-SE!, no PG. Costa armado em anjinho, na foto. E uma prosa elucidativa de que Portugal não quer o tipo no cargo que tem desempenhado (mal). Vão a todas. Leiam e meditem. Pensem. Não doí nada. 

Inté, para terminar. O que apetece é dizer lá pelas bandas do BdP: Carlos Costa, já te topámos. Vai-te embora, pá!. (MM / PG)

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Martim Silva – Expresso

Ter cancro pode ser um acaso? (e Trump e Carlos Costa e terrorismo)

Bom dia,

Bem sei que colocar como título desta newsletter uma questão sobre as causas do cancro pode parecer estranho ou provocador. Mas a verdade é que o artigo que li no El Pais, baseado num artigo científico agora publicado, me impressionou tanto que decidi que o assunto, embora não esteja no topo da actualidade, merecia figurar aqui, no título. Mas a este tema já lá vou.

Começamos o olhar para esta sexta-feira com três assuntos de atualidade em destaque. Um cá dentro, as longas audições do muito atacado governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, no Parlamento. E dois lá fora: o rescaldo do atentado terrorista de Londres; e a sonora derrota de Donald Trump, obrigado a adiar a votação parlamentar para acabar com o Obamacare perante a iminência de chumbo devido à oposição de muitos congressistas do seu próprio partido.

CARLOS COSTA NO RINGUE


Foram mais de seis horas com o governador do Banco de Portugal a responder a perguntas dos deputados, numa audição (ou melhor, duas seguidas) que se prolongaram para lá da onze da noite. Numa altura em que Carlos Costa aparece debaixo do fogo dos partidos da geringonça, o pingue-pongue foi intenso. O Governador propôs mostrar aos deputados documentos técnicos sobre a idoneidade de Ricardo Salgado. Afirmou sobre o antigo líder do BES que “sabia que havia pressão para que ele saísse”. Garantiu ter todas as condições e requisitos para continuar à frente do regulador financeiro. E disse que “hoje é fácil acusar o Banco de Portugal”, mas que a sua atuação em torno do Banco Espírito Santo deve ser contextualizada e julgada à luz do que se sabia na altura. Pelo meio ainda houve tempo para algun despiques mais azedos com o socialista João Galamba.

LONDRES, O REGRESSO DO TERROR


última noite foi noite de vigília e homenagem às vítimas do atentado. O número de mortos do ataque de Londres já subiu para quatro (cinco se contarmos com o terrorista). Khalid Masood é o nome já revelado do atacante na capital britânica. Aqui se explica como a polícia parece ter ignorado o perigo que este nascido no Reino Unido, de 52 anos, representava. Antes da conversão, Masood respondia pelo nome de Adrian Russel.
Entretanto já foram feitas mais detenções, pelo menos duas, soube-se esta manhã.

Quando falamos de ataques terroristas, deste como doutros, falamos tantas vezes de números e tão pouca vezes de pessoas. Kurt Cochran, norte-americano, celebrava o seu 25º aniversário de casamento. Aysha Frade trabalhava num colégio. Andreea Cristea estava a celebrar o aniversário do namorado. São histórias de pessoas, são histórias de vítimas, contadas pelo Guardian. E já há uma angariação de fundos a favor da família do policial morto, realizada a partir de uma selfie feita há um ano por dois jovens estudantes com Keith Palmer a aparecer no meio deles.

Aqui em baixo pode ver destacada a capa de hoje do Times, em que pela primeira vez aparece uma foto do momento em que o atacante foi abatido pela polícia, com o agente ferido (que depois morreu) deitado no chão.

Birmingham é a segunda cidade inglesa. E é de Birmingham que parecem vir algumas das ligações ao atentado terrorista de Londres. Aqui se percebe a forma como tem recrudescido o islamismo radical no local.

As campainhas de alarme também soaram em Antuérpia, onde um condutor armado tentou conduzir um veículo em alta velocidade contra uma multidão na zona comercial da cidade belga.

Ainda em matéria de combate ao terrorismo, mas cá dentro, destaque para esta notícia do Expresso que dá conta de como Abdessalam Tazi, líder da célula jiadista de Aveiro, ficou em prisão preventiva em Monsanto, depois de ter sido extraditado da Alemanha e interrogado pelas autoridades nacionais esta quinta-feira. O DN de hoje afirma mesmo que vai ficar em isolamento na prisão de Monsanto.

TRUMPCARE

O admirável mundo de Trump vai tendo novidades. Mas as que surgem agora do outro lado do Atlântico mostram, provavelmente pela primeira vez, como começam a surgir resistências objectivas dentro dos próprios republicanos às suas políticas. Ontem Trump foi obrigado a adiar a votação sobre o pacote legislativo na área da saúde, que visa substituir o Obamacare, por se deparar com a possibilidade real de chumbo da medida, dado que alguns congressistas não estavam dispostos a votá-la favoravelmente.

Ainda sobre Trump, vale a pena ler esta entrevista da Time precisamente sobre verdades e mentiras (e, já agora, olhar para a magnífica capa da revista cuja imagem aqui deixo em baixo) ou ainda esta análise da Atlantic.

Em formato longo, volto à Atlantic para sugerir “Kellyanne’s Alternative Universe”, sobre uma das mais controversas colaboradoras do presidente Trump.

EUROPA


Faz amanhã precisamente 60 anos que em Roma se assinou o tratado que instituiu o que é hoje a União Europeia. Na altura eram seis países, hoje são 28 (destes, só 12 é que eram democracias na altura, sabia?). Com a Europa num estado muito crítico, a data vai ser assinalada este sábado. Sobre o tema, há muito para ler mas eu recomendo este artigo da Economist com o sugestivo título “Can Europe Be Saved?” e que é precisamente o tema de capa da revista britânica hoje colocada à venda.

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro

PCP e Bloco de Esquerda não ficaram inteiramente convencidos com a proposta de Vieira da Silva e querem “reformar as reformas do PS”, revendo a proposta de alteração do sistema de pensões apresentada pelo Executivo. Sobre este tema, no Público de hoje lê-se que o Governo “promete pensões mais altas a quem adiar a reforma”.

Governo e PSD acertaram uma proposta para que as secretas possam ter acesso a dados de comunicações (os chamados metadados), ultrapassando o que o Tribunal Constitucional tinha decidido.

A carta enviada ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e que depois de aberta por uma funcionária terá provocado nesta irritações respiratória e oculares, continha afinal uma substância inócua.

A autarquia da capital garante que “mais dia, menos dia” vai substituir o viaduto de Alcântara, provisório há 40 anos, e que esta semana causou um susto (e condicionamentos de trânsito), por causa do desvio de um dos pilares. Presume-se que algures entre inaugurações de jardins e ciclovias Medina lá arranje um tempinho para reolver este problema.

O Papa Francisco aprovou a canonização de Jacinta e Francisco. Uma notícia relevante quando se sabe que falta pouco mais de um mês para o centenário das aparições de Fátima e para a vista papal a Portugal. Será que Francisco vai celebrar a canonização no nosso país? O Jornal de Notícias de hoje é taxativo: “É claro que será em Fátima”, afirmou o cardeal português Saraiva Martins, responsável emérito da Congregação das Causas dos Santos.

A Caixa Geral de Depósitos paga caro para emitir dívida. Na emissão de dívida subordinada no valor de 500 milhões de euros, o valor dos juros atingiu 10,75%.

O líder do PSD, Passos Coelho, falou sobre este tema, denunciando os custos elevadíssimos e defendendo a atuação do seu governo, dizendo que tentou “limpar a porcaria toda” que os socialistas fizeram.

Mais tarde no dia, voltaria a falar mas sobre outros assuntos. Na abertura da reunião do Conselho Nacional do partido, mostrou confiança numa vitória de Teresa Leal Coelho nas autárquicas de Lisboa e recusou qualquer mudança de rumo na política de oposição que está a fazer.

O ministro do Ambiente anunciou novas medidas de combate à poluição no rio Tejo, entre as quais se inclui a videovigilância feita por drones.

De acordo com o Correio da Manhã, vai passar a ser proibido fumar nas praias. Posso estar enganado, mas estou para ver como se fiscaliza isto.

Lá fora


Um estudo coordenador por cientistas da universidade John Hopkins vem agora revelar que quase dois terços da mutações genéticas cancerígenas se devem simplesmente à fortuna e ao acaso e não têm que ver com as causas tradicionalmente apontadas, da radiação solar, ao tabaco e outras relacionadas com o estilo de vida. “A principal causa do cancro: o acaso” é o título do artigo que pode ser lido no El Pais.

Bruxelas já fez um primeiro cálculo para a ‘factura’ do Brexit, e ela está avaliada em qualquer coisa como 60 mil milhões de euros, afirma o Jornal Económico.

Duzentos migrantes podem ter morrido na costa junto à Líbia, depois de terem sido encontrados cinco cadáveres em barcos semi-submersos nos quais se acredita que viajavam duas centenas de pessoas. A revelação foi feita por uma ONG espanhola.

Se ainda acha que a Amazon é só uma loja online para comprar livros, tem mesmo de ler este artigo sobre como a companhia é hoje tão mais que isso. Dois dados: por cada dólar gasto online nos EUA, metade é gasto na Amazon. Este ano, a companhia vai investir em televisão o dobro do que fará a HBO.

Denis Voronenkov, antigo deputado russo, era um forte crítico do regime de Putin e das políticas de Moscovo e tinha abandonado o país para viver na Ucrânia. Ontem foi morto com três tiros numa rua no centro de Kiev.

Claro que podemos achar todos que o mundo está cheio de coincidências. Mas é difícil acreditar nisso quando lemos este artigo sobre dez opositores de Putin e a forma como foram assassinados.

Faz ideia qual é o país que lidera o ranking da felicidade? Começa por N e tem muitos louros e louras e é famoso pelo bacalhau…

De tempos a tempos, lemos e ouvimos histórias de heróis que conseguem atingir o tecto do mundo e escalar ao topo do Everest. Mas pelos vistos há patranhas envolvidas. Por isso, o governo do Nepal decidiu que vai passar a fazer um controlo GPS via satélite para garantir que quem diz que lá chegou chegou mesmo.

Neste mundo tão maluco da pós-verdade, esta história é daquelas que ainda consegue impressionar mesmo o mais difícil dos impressionáveis. Um grupo de participantes de um reality show televisivo de nome Eden foi deixado nas montanhas da Escócia durante um ano, sem qualquer contacto com o mundo à volta. Se isto já parece mau, o que vem a seguir arrepia. Quando ao fim de um ano regressaram não só ficaram a saber que Trump era presidente dos EUA, que o Reino Unido tinha aprovado o Brexit e que o Leicester era campeão de futebol, como tiveram a notícia que desde Agosto o programa não era emitido devido às péssimas audiências. Só que a produção decidiu continuar as filmagens, mesmo sem as emitir, na esperança de no futuro voltar a colocar o programa no ar. Creepy…

DESPORTO


Este fim de semana não há jornada da liga de futebol, com as atenções a voltarem-se para o regresso da seleção campeã europeia ao relvado, onde na Luz vai enfrentar este sábado a Hungria. Seleção que convém não ser desvalorizada. Lembram-se do impróprio para cardíacos empate a três no Euro?

Está de volta a Fórmula 1. Esta será a primeira época desde 1994 em que o campeão em título não está nas pistas no ano seguinte. A Tribuna do Expresso escreve sobre o tema.

E já sabemos que Lewis Hamilton está a arrasar nos primeiros treinos livres.

Na qualificação sul-americana para o Mundial de futebol, a Argentina ganhou ao Chile com um penalti de Messi e respira de alívio, enquanto a Colômbia despachou a Bolívia com um golo de James.

FRASES


“Os advogados não devem ser deputados”, José Magalhães, ex-deputado do PS (antes tinha sido do PCP), em entrevista ao i, a propósito de um livro que escreveu sobre as remunerações dos parlamentares

“É por haver pessoas destas a exercer cargos destes que a Europa está como está”, Jorge Coelho, na Quadratura do Círculo, sobre o que disse Dijsselbloem

“Foram impostos sacrifícios e ele esquece tudo dizendo que anda tudo com os copos”, Manuela Ferreira Leite, na TVI, sobre o mesmo assunto

O QUE ANDO A LER


Nos últimos dias intercalei leituras por motivos profissionais com as pessoais. Ambas com um enorme prazer. Sobre estas últimas, repito a recomendação feita há duas semanas neste espaço "As Aventuras de Augie March", de Saul Bellow". Nas primeiras, dediquei-me ao segundo volume da biografia de Jorge Sampaio (escrita pelo jornalista do Expresso José Pedro Castanheira), que abarca o período que vai da sua candidatura à câmara de Lisboa em 1989, quando era líder do PS e ensaiou um arriscado e inédito movimento para um líder partidário, até ao fim do segundo mandato presidencial em Belém, em 2006. Pelo meio ficaram datas e acontecimentos absolutamente decisivos, como sejam a segunda maioria absoluta de Cavaco em 1991 e consequente perda da liderança do PS, o avanço para Belém em 1996 e a vitória eleitoral frente a Cavaco, o referendo em Timor, a guerra do Kosovo, a segunda guerra do Iraque, o caso Casa Pia, a saída portuguesa de Macau, a queda de António Guterres, o governo de Durão e a ida deste para Bruxelas, os seis meses de coabitação com Santana Lopes....

O período políitco em questão é intenso. O livro é de um detalhe rigor assinaláveis (mais de 100 entrevistados, acesso a arquivos e ainda aos cadernos, notas e arquivo pessoal do próprio Sampaio) e, sendo muito extenso (mil páginas a somar a outras tantas do primeiro volume, que também li), lê-se de uma forma magnífica.

Satisfação por ler um livro destes, orgulho por trabalhar há uma década com um jornalista destes e inveja (mas só um bocadinho) por não ter eu o talento e capacidade para escrever algo assim.

Por hoje é tudo, tenha uma grande sexta-feira e um fim de semana ainda melhor. Ao final do dia, não esqueça, temos o Expresso Diário e amanhã temos o best off do Diário e sobretudo a edição semanal do Expresso, disponível em papel e versão digital.

Portugal. SENHOR GOVERNADOR? DEMITA-SE!

João de Sousa – Jornal Tornado – Opinião
Torna-se cada vez mais claro que o BES, o BANIF e o descalabro na descapitalização da CGD foram efeitos colaterais da sede de poder de Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque com a conivência do Governador do Banco de Portugal, para permitir uma falsa saída limpa.

Ao ignorar todos os indícios da situação do GES e do impacto disso na situação do BES, a vergonhosa situação do BANIF e o abafar e atrasar a capitalização da CGD sob pretexto de que não era permitida pelas regras comunitárias, justificação que o futuro veio a provar que apenas servia para esconder a falta de vontade política de o fazer, devia levar qualquer sujeito que compreenda o significado da palavra responsabilidade, a apresentar de imediato o seu pedido de demissão.

Acresce a participação do Governador no logro que foi o aumento de capital do BES ao qual deu o seu aval de forma tão exuberante que até “levou” o Sr. Presidente da República de então a participar na farsa.

O Sr. Governador está a minar a credibilidade da Instituição que governa. E arrastar todo o Conselho de Administração consigo pode ser adequado e justo mas em nada o exime da sua responsabilidade própria de Governador.

Passos Coelho, Maria Luís e o Sr Governador, ocultaram e procrastinaram decisões por razões de ordem política e para permitir uma saída falsamente limpa. Com esta decisão custaram, e ainda irão custar, milhares de milhões de euros aos portugueses e deveriam estar a ser alvo de um inquérito, sim, mas do DCIAP.

Sra. Procuradora-Geral da República, tem aqui uma denúncia que não é anónima. É pública, está assinada por mim e terá certamente muitas assinaturas de milhões de Portugueses. Os Portugueses estão fartos de ser feitos de parvos por entidades reguladoras que não regulam, mas recebem como se regulassem, e por uma justiça que não funciona, tornando-se dessa forma cúmplice do esbulho diário a que estão sujeitos.

AS RELAÇÕES OTAN-RÚSSIA: RESQUÍCIOS DE UMA GUERRA FRIA

O cenário internacional pode estar caminhando para uma “nova Guerra Fria”? A velha rivalidade tem se mostrado presente nas políticas externas das potências e conduzindo ao desgaste da diplomacia OTAN-Russia.

Dani Melo – Outras Palavras

Os recentes episódios relacionados ao aumento da presença militar da OTAN no Leste europeu, aos conflitos na Síria e ao rearmamento russo mostram que o pensamento político das potências ainda resgata a rivalidade da era bipolar. Em fevereiro de 2016, na Conferencia de Munique, o primeiro ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou o desgaste das relações russas com o Ocidente e declarou estar numa nova era da Guerra Fria. A OTAN tem instigado esse confronto ao continuar enviando suas tropas muito próximas à fronteira e à base naval russa de Kaliningrado. Só em janeiro desse ano, 1200 soldados alemães se deslocaram para uma base militar na Lituânia e cerca de 3.ooo soldados do exército americano, tanques e helicópteros Apache e Black Hawk foram mobilizados para compor a segurança dos países aliados na Europa Oriental.

Mesmo com o fim da URSS, a OTAN não deixou de revelar sua insegurança quanto ao futuro da Rússia. As percepções de desconfiança trazidas pela era bipolar permanecem sólidas e acabam interferindo nas políticas externas das partes envolvidas. Primeiro, a Aliança incitou uma ambiente de tensão ao se engajar numa política de portas abertas que inclui novos membros do Leste como a Polônia, República Tcheca e Hungria. Mais tarde, em 2008, outro capítulo de apreensão do pós-guerra fria surgiu quando os membros da OTAN não reconheceram a legitimidade das intervenções russas no conflito da Geórgia e da Ucrânia. O Ocidente priorizava um discurso que assegurasse a soberania dos antigos territórios soviéticos e evitasse qualquer “pretensão neoimperialista” russa. Por fim, a mais recente onda de conflitos na Síria, colocou a Rússia e o Ocidente em lados opostos e num iminência possível de um confronto direto. O governo de Bashar al-Assad recebeu o apoio russo, por um lado, e críticas ocidentais, por outro, principalmente com os bombardeios russos sobre os rebeldes na região.

Em termos econômicos e militares, uma nova Guerra Fria nesse momento não representaria grandes ganhos para ambas as partes. A Rússia, por exemplo, ainda se mantém dependente de capital e tecnologia ocidental para sua infraestrutura, o conflito geraria fuga de capitais e encolhimento do mercado de crédito. Além disso, países como Armênia, Bielorrússia e Cazaquistão poderiam optar por minar seus acordos econômicos com os russos com o objetivo de não arruinar suas relações com o Ocidente. Por outro lado, significaria também um grande custo militar e a retirada de tropas do Ocidente em outras áreas de influência como a Ásia e Oriente Médio para obter melhor desempenho no confronto principal Leste-Oeste.

O primeiro ministro russo, Medvedev, afirma que a OTAN vem adotando uma “política hostil e fechada” em relação ao seu país, dificultando as negociações. Estabelecer uma relação de confiança entre as partes tem sido uma tarefa difícil. A Aliança tem se preocupado em promover a integração das forças áreas, terrestres e marítimas que reforcem a defesa no entorno geográfico oriental como a NATO Response Force (NRF) e a NATO Force Integration Units (NFIUs), localizadas na Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia.

Em 2013, os planos de ativação das bases de defesa antimíssil na Romênia e na Polônia, por parte da OTAN, geraram grande repercussão em Moscou. Segundo a Aliança, esses escudos antimísseis próximos à fronteira russa têm como finalidade impor uma estratégia mais defensiva para garantir a segurança transatlântica diante das instabilidades no Oriente Médio, também contra o potencial nuclear do Irã e da Coreia do Norte. Por sua vez, a Rússia enxerga as instalações do escudo antimíssil como um enfrentamento à sua dissuasão nuclear. Logo, os receios e as incertezas que marcaram a relação entre as duas grandes potências na era bipolar estão presentes até hoje na forma como “um” percebe o “outro”. O velho medo e a desconfiança são renovados no período atual e podem explicar a tendência das políticas hostis e desafiadoras dos atores envolvidos.

Logo na década de 1990, o Ocidente não se preocupou em ouvir as percepções russas, simplesmente adotaram um olhar de suspeitas em relação à política externa do país. Os objetivos de ambos os lados também não tem se mostrado inteiramente claros e especificados, o que gera maior distorção das visões. O fato de excluir a Rússia de importantes espaços de negociação, como o G8, também contribui para que o país se sinta com menor voz e importância no ambiente internacional e, assim, o Ocidente deixa de compreender melhor as perspectivas russas.  A OTAN tem sido o instrumento simbólico utilizado pelo Ocidente para garantir sua dissuasão contra os russos. Essa nebulosidade dos interesses só destrói cada vez mais a diplomacia OTAN-Rússia.

Em julho de 2016, durante o mais recente encontro dos chefes de Estado da OTAN, em Varsóvia, tanto a Polônia quanto os EUA adotaram um discurso de encarar a Rússia como uma ameaça ao entorno dos países de sua fronteira. Por outro lado, a França, sugeriu que os russos podem ser um possível aliado aos recentes desafios de segurança internacional tais como o combate ao terrorismo.  Na publicação do The Guardian, Dmitry Peskov, um diplomata russo, nega o papel do país como inimigo e reafirma o interesse de manutenção de um diálogo com o Ocidente “A Rússia não está olhando [para um inimigo], mas na verdade vê isso acontecer”, “Quando os soldados da OTAN marcham e os jatos sobrevoam ao longo da nossa fronteira, não somos nós que estamos nos aproximando das fronteiras da OTAN”.

Com a mudança na presidência norte-americana, alguns críticos acreditam que Donald Trump irá manter a estratégia de dissuasão em relação à Rússia, sem que isso conduza a uma guerra nuclear. Embora Trump, em uma de suas declarações mais antigas, tenha afirmado que a OTAN caminha para um fim obsoleto, na realidade, o objetivo é exigir algumas redefinições institucionais e uma partilha mais equilibrada dos custos e encargos com os europeus. Assim, a proteção de países na Ásia e na Europa pela OTAN só será mantida se houver o comprometimento europeu em contribuir mais financeiramente.

Se a forte presença militar da OTAN próxima às fronteiras russas continuar, Moscou provavelmente não deixará de adotar uma postura mais firme, influente e de maior rearmamento nas principais regiões de tensão. E assim, esses eventos vão conduzir, cada vez mais, ao congelamento de oportunidades para o diálogo Leste-Oeste.