“Por um país com bom ar”. A APA – Agência Portuguesa do Ambiente, em conjunto com a CCRR - Comissão de Coordenação Regional do Centro, escolheram Pampilhosa da Serra para levar a cabo cerimónia simbólica de assinatura dos protocolos de cooperação “Por um país com bom ar”, iniciativa que surgiu no seguimento da evocação pioneira do dia 12 de abril como Dia Nacional do Ar, e que conta já com “cerca de 100 entidades parceiras”, conforme frisou João Ataíde, Secretário de Estado do Ambiente.
De facto, as questões associadas à poluição do ar têm vindo a merecer um crescente interesse e preocupação por parte de diversos intervenientes, desde entidades públicas e privadas a associações não governamentais. Reflexo disso mesmo são os 26 protocolos que foram hoje assinados, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, onde as entidades envolvidas reiteraram oficialmente o desejo de seguir o repto lançado pela APA, cuja finalidade maior é a de atingir, gradualmente, um ar tão bom quanto possível a nível nacional.
Nesse sentido, Ana Teresa Perez, vogal do conselho directivo da APA, sugeriu na cerimónia que “é muito importante que se reitere que a responsabilidade pela qualidade do ar é de todos”, explicando depois que esta é “uma campanha que não pede nem manda”, apenas pretende “motivar 10.000.000 de portugueses a apostar na preservação de um bom ar”, e com isso diminuir o número de pessoas (6.000) que, anualmente, no nosso país, morrem prematuramente devido à poluição atmosférica.
Urge, pois, uma “atitude imediata e efetiva”, e que o protocolo “não fique só no papel”, uma vez que as “gerações futuras” dependem da forma como diariamente lidamos com esta problemática, disse José Brito, Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, acrescentando ainda que é fundamental “inverter o caminho” e, para que isso aconteça, é preciso “valorizar aquilo que temos nos nossos territórios e que o poder central perceba que tem investir nestes valores que são fundamentais para a vida, tanto daqueles que cá moram como dos que estão mais longe”.
No discurso subsequente à assinatura dos protocolos e que acabaria por encerrar a sessão, João Ataíde, dirigindo-se particularmente aos diversos autarcas presentes, expressou a sua “satisfação” pelo vasto número de “adesões espontâneas ao projeto”, que fazem jus à velha máxima: “as políticas fazem-se do território e para o território”. O secretário de estado do ambiente frisou ainda que é necessário intervir numa perspetiva não só individual, mas também “num compromisso conjunto” e “transversal a áreas como os transportes e a energia”, de modo a que Portugal atinja o ambicionado top 10 de países com melhor qualidade do ar, entre os 41 países presentes no relatório da Agência Europeia do Ambiente.
A cerimónia contou ainda com a intervenção de Veiga Simão, Vice-Presidente da CCDR Centro, na qual explanou a importância do Sistema de Monitorização da Qualidade do Ar e do Sistema de Monitorização das Chaminés Industrias, ambos fundamentais para conjeturar comportamentos e redefinir estratégias que visem a conservação de padrões desejáveis de qualidade do ar. Intervieram ainda na sessão Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, e Cláudia Lima, representante da Câmara Municipal de Castelo Branco.
Os protocolos de cooperação “Por um bom ar”, foram assinados entre a APA e as seguintes entidades: Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré; Associação de Municípios do Planalto Beirão; Centro de Serviços e Ambientes; Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro; Fundação Mata do Buçaco; Instituto Politécnico de Coimbra; Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré e as Câmaras Municipais de Castanheira de Pêra, Lousã, Pampilhosa da Serra, Sertã, Arganil, Castelo Branco, Gouveia, Ílhavo, Mira, Mortágua, Oleiros, Oliveira do Hospital, Penacova, Penela, Tábua, Tondela, Vila Nova de Poiares, Fundão, e Figueira da Foz.
Flávio Salgado