quinta-feira, 29 de julho de 2021
A partir de sábado, eborenses e visitantes poderão visitar o Centro Interpretativo da Cidade de Évora, instalado no Palácio de D. Manuel.
MUNICÍPIO DA COVILHÃ CRIA PRIMEIRO PLANO MUNICIPAL PARA A IGUALDADE
Porto de Mós | Rendimento das famílias do concelho subiu acima da média distrital e nacional
Entre 2015 e 2019 o rendimento das famílias do concelho de Porto de Mós apresentou uma evolução superior a dois mil euros, superando a média distrital e nacional, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.
A subida dos rendimentos familiares é reflexo das condições propícias ao desenvolvimento pessoal, profissional e familiar neste concelho, resultado do estabelecimento de empresas que promovem e valorizam os seus colaboradores, a par das medidas de incentivo à criação e fixação de jovens e de jovens famílias, através de benefícios fiscais, redução de impostos, maior apoio na educação e apoios à natalidade, por parte da autarquia.
Criar mais e melhores condições de trabalho, sinergias entre entidades e associações empresariais e acesso a centros de desenvolvimento, tem sido uma aposta estratégica que visa permitir a qualquer pessoa desenvolver o seu trabalho em Porto de Mós, com as mesmas ferramentas disponíveis nos grandes centros urbanos, levando à fixação de jovens com mais habilitações e consequentemente melhores rendimentos a estabelecerem-se no concelho.
Patrícia Alves
Cantanhede | Biblioteca Municipal assinala o Dia Internacional do Amigo com atividade de leitura
Treze crianças que frequentam o ATL do Centro Social e Polivalente de Ourentã assistiram, na passada semana, à iniciativa “Leitura a 3 vozes”, promovida pela Biblioteca Municipal de Cantanhede.
Sob o tema Dia Internacional do Amigo, a atividade teve a dinamização a cargo de técnicas da autarquia, que promoveram uma Hora do Conto baseada no livro “Os esquilos que não sabiam partilhar”, da autoria de Rachel Bright. A este momento de leitura seguiu-se um ateliê de expressão plástica, no qual os participantes elaboraram uma pequena lembrança para oferecerem a um amigo.
No decurso desta vinda à Biblioteca Municipal, o grupo infantil visitou, ainda, a exposição de pintura “As máscaras do Tempo”, do Ateliê “Nova Acrópole”, de Coimbra patente na Instituição até ao final deste mês.
A atividade “Leitura a 3 vozes” é uma das iniciativas que a Biblioteca Municipal de Cantanhede desenvolve com regularidade em instituições, jardins de infância, escolas básicas e centros de dia, com o objetivo de descentralizar a oferta cultural, dar a conhecer a Biblioteca Municipal e suas valências, promovendo simultaneamente o gosto pelo livro e pela leitura, junto deste público específico.
Recorde-se que o Dia Internacional do Amigo ou Dia da Amizade assinala-se no próximo dia 30 de julho e é celebrado em muitos países do mundo. A data foi instituída pelas Nações Unidas no ano 2011 para relembrar a humanidade sobre o valor da amizade e da paz, na forma singular, entre amigos, ou na forma coletiva, entre Nações e Povos do mundo.
Discussão Pública - Proposta de Área de Reabilitação Urbana + Operação de Reabilitação Urbana de Mira de Aire
Leiria | Concertos de Verão percorrem jardins e parques verdes do concelho
Raízes Comuns, Horizontes Conjuntos
Apresentação da Equipa Redatora e das Linhas Gerais da Proposta de Candidatura (Bid Book) da Candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura, promovida pela Rede Cultura 2027
Raízes Comuns, Horizontes Conjuntos:
Somos candidatos!
30 de julho de 2021, 17h30, no Castelo de Leiria
Exatos nove meses depois do Congresso “O Futuro da Nossa Cidade”, a Rede Cultura apresenta a proposta de candidatura do território a Capital Europeia da Cultura. A sessão oficial que vai dar a conhecer os rostos, as vozes e os caminhos rumo a 2027, vai decorrer no Castelo de Leiria, às 17h30, do dia 30 de julho. Novamente em contexto de sérias restrições impostas pela pandemia, os 26 municípios que candidatam Leiria a Capital Europeia da Cultura vão ser representados por um elemento de cada concelho e a cerimónia pode ser acompanhada via streaming, nas redes sociais da Rede Cultura 2027:
www.facebook.com/Redecultura2027 / Instagram: rede_cultura_2027
A apresentação oficial da candidatura entra na fase em que as cidades candidatas serão pré-selecionadas, antecedendo a seleção final, aproximadamente dentro de um ano. Daí, até 2027, serão apenas pouco mais de 4 anos para edificar o projeto vencedor, já como Capital Europeia da Cultura 2027 designada, a par de uma homóloga letã. “Elaborar um programa artístico e cultural para (com) um território de uma enorme diversidade é desafio sem precedentes.
Todas as Capitais Europeias da Cultura, até hoje, se defrontaram com territórios homogéneos e talvez por isso raramente tenham conseguido evitar uma espécie de padronização, uma tendência para o isomorfismo – todas diferentes, mas todas iguais. O caminho que nos propomos é o inverso. Não é, evidentemente, o caminho mais fácil”, disse o presidente do Conselho Estratégico, João Serra, no encerramento do Congresso.
A 22 de maio de 2015, Leiria foi a primeira cidade portuguesa a dizer algo muito simples: “cremos, queremos e merecemos ser a próxima cidade portuguesa Capital Europeia da Cultura. Mas não cremos, não queremos e não merecemos estar sozinhos”.
Por isso mesmo, a estrutura que acompanha este processo chama-se Rede Cultura 2027, tendo Leiria como ponto de partida, convoca 25 outros concelhos (quase 10% dos concelhos de Portugal Continental, totalizando mais de 805 mil habitantes e quase 6.000 km2 de extensão) como parte inteira deste território vasto (atravessa 3 Comunidades Intermunicipais: Leiria, Oeste e Médio-Tejo), diverso e, porém, naturalmente coerente, porque portador de um sentido comum.
O sentido de, mais do que uma candidatura, é ser uma Rede Cultura que vai de Sobral do Monte Agraço, às portas de Lisboa, a 178 km a norte, até Castanheira de Pera, já na fronteira com Coimbra, unindo ainda o litoral popular da Nazaré à história aristocrata do Cadaval, geminando as Torres Novas com as Vedras, convocando duas Cátedras Unesco (Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade no Instituto Politécnico de Leiria e Humanidades e Gestão Cultural Integrada do Território, no Instituto Politécnico de Tomar), três cidades criativas da Unesco (Caldas da Rainha no Artesanato e Artes Populares, Leiria na Música e Óbidos na Literatura) e três dos mais simbólicos e preciosos Lugares Património Mundial portugueses (Alcobaça, Batalha e Tomar).
A Rede Cultura 2027 tem Leiria como ponto de partida, mas agrega 25 outros concelhos que tecem uma malha diversificada e que totaliza quase 6.000 km2 de extensão e distância superior a 170 km entre os seus extremos.
WEB redecultura2027.pt
FB /redecultura2027
IG @rede_cultura_2027
TT @REDE2027
Mais dez mortes e 3009 novos casos de Covid em Portugal
Nas últimas 24 horas há mais oito internamentos em unidades de cuidados intensivos.
Estão confirmadas 17 330 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais dez do que no último boletim epidemiológico. O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 963 446, mais 3009 nas últimas 24 horas. Há, neste momento, 51 561 casos ativos.
Resgistou-se também um aumento nos internamentos em enfermaria e nas unidades de cuidados intensivos, segundo os dados oficiais.
Náutico de Ponte de Lima revalida título
No Campeonato Nacional de Velocidade de 2021, o emblema minhoto voltou a conquistar o título coletivo.
O Clube Náutico de Ponte de Lima revalidou o título nacional, por equipas, no Campeonato Nacional de Velocidade de 2021, tendo obtido 3.120 pontos no conjunto das duas etapas disputadas, em dois fins de semana consecutivos, no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Montemor-o-Velho.
Na primeira ronda, destinada aos escalões de Seniores, Juniores e Veteranos, o emblema de Ponte de Lima amealhou 1.708 pontos, enquanto na segunda metade, que integrou canoístas dos escalões de Iniciados, Infantis e Cadetes, contabilizou 1.412 pontos.
O 2.º lugar do pódio foi alcançado pelo Clube Náutico de Prado, com 2.692 pontos, repartidos por 1.400 pontos no primeiro fim de semana de competição e 1.292 pontos na segunda parte do Campeonato Nacional de Velocidade de 2021.
O pódio contou, também, com o Clube de Canoagem de Amora na 3.ª posição, fruto da conquista total de 1.916 pontos. Após a obtenção de 876 pontos na etapa inicial, os amorenses arrecadaram 1.040 pontos na segunda fase da competição.
O “top 10” coletivo do Nacional de Velocidade de 2021 foi preenchido pelos seguintes emblemas: Clube Náutico de Marecos (4.º lugar/1.500 pontos); Clube Náutico de Crestuma (5.º posto/1.448 pontos); Kayak Clube Castores do Arade (6.ª posição/1.368 pontos); Clube Fluvial Vilacondense (7.º lugar/1.288 pontos); Grupo Cultural, Desportivo e Recreativo de Gemeses (8.º posto/1.192 pontos); Associação Cultural e Recreativa Saavedra Guedes (9.ª posição/1.152 pontos) e Darque Kayak Clube (10.º lugar/852 pontos).
Os resultados completos do Campeonato Nacional de Velocidade de 2021 estão disponíveis em:
fpcanoagem.pt na área competições/calendário.
Arranjo urbanístico no lugar de S Pedro em Avelãs de Cima
O Município de Anadia está a levar a efeito o arranjo urbanístico, na zona central do lugar de São Pedro, na Freguesia de Avelãs de Cima, num investimento que ronda os 65 mil euros, com um prazo de execução de dois meses.
A intervenção, que decorre na zona central da povoação, junto ao Largo da Igreja e Cemitério, pretende dignificar o centro cívico do lugar de S. Pedro, melhorando e valorizando significativamente a sua imagem. Por outro lado, é também intenção do Município reforçar as condições de segurança das acessibilidades, rodoviária e dos peões.
A beneficiação prevê a construção de uma passagem sobrelevada, junto à Igreja, passeios, lugares de estacionamento, rede de águas pluviais e alguns pontos de ajardinamento.
De sublinhar ainda que face à demolição de uma habitação e armazéns existentes naquela zona, impõe-se agora conceber um espaço público mais urbano e organizado de forma a realçar e a marcar a centralidade do lugar.
Jorge Fonseca conquista medalha de bronze no judo
É a primeira medalha conquistada por Portugal nestes Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
O português Jorge Fonseca venceu, esta quinta-feira, a medalha de bronze no judo, na categoria de -100kg. O judoca defrontou o canadiano Shady El Nahas, num combate que terminou com o resultado 1-0.
O bicampeão mundial português tinha, nas meias-finais, frente ao sul-coreano Cho Guham, perdido a hipótese de chegar ao ouro ou à prata, depois de já ter vencido o russo Niiaz Iliasov, nos quartos de final.
Rita Carvalho Pereira / TSF
APPACDM de Coimbra procura voluntários para poder melhorar a sua Residência Autónoma
A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra está à procura de voluntários para poder renovar a sua Residência Autónoma de apoio a pessoas com deficiência intelectual.
As necessidades de obras têm que ver com projetos de renovação, eletricidade e construção. A instituição já tem os materiais necessários, porém, falta a mão de obra.
Procuram-se, assim, voluntários que “queiram fazer parte das vidas destas pessoas, mesmo que temporariamente, e que percebam de pequenos arranjos de eletricidade, carpintaria, trolha, pintura, jardinagem e decoração de interiores”, afirma a coordenadora dos Lares e do Departamento de Voluntariado da instituição, Carla Ribeiro.
Para a instituição, esta ação de voluntariado permite não só “entregar um espaço maravilhoso” aos utentes, mas também partilhar o seu espaço “e receber aquelas que serão as emoções de outras pessoas para além de nós”, indica Carla Ribeiro.
Já aos voluntários, a APPACDM de Coimbra garante: vão “fazer parte de algo grandioso, conhecer pessoas magníficas e construir memórias para a vida”.
A APPACDM de Coimbra vai realizar esta iniciativa de 16 a 29 de agosto. As inscrições podem ser feitas para o e-mail coord.voluntariado@appacdmcoimbra.pt
SILVES MEDIEVAL DÁ NOVA VIDA À CIDADE ENTRE 30 DE JULHO E 22 DE AGOSTO
De 30 de julho a 22 de agosto, Silves será palco do evento Silves Medieval. Durante estes dias, a cidade veste-se com as cores e adereços de outrora, as ruas do centro histórico estarão engalanadas e os sons medievais irão criar um ambiente único. Cenários com História, Noites do Al-Andalus, um Torneio Medieval, concertos no Castelo e Paladares Medievais serão alguns dos pontos altos. O evento, promovido pelo Município de Silves, cumpre as recomendações da DGS e pretende apoiar e alavancar o tecido económico do concelho, num momento particularmente difícil que o comércio, a restauração e a hotelaria atravessam.
Serão, assim, 24 dias, ao longo dos quais Silves Medieval apresentará diversificadas propostas de animação, uma para cada noite do evento. Neste contexto, o castelo de Silves abrirá portas para quatro concertos a decorrer nos dias 30 de julho, com Al-Folk e Arakisati; 31 de julho, com os Arabian; 01 de agosto, com Alhambra e Emad Selim; e 2 de agosto, com os Albaluna. O ingresso para cada um dos concertos tem o custo associado de 3 euros.
A liça montada junto à praça al-Muthamid trará os conhecidos torneios medievais de volta à cidade entre os dias 3 e 12 de agosto, com uma sessão única diária, e no Castelo de Silves viver-se-ão Noites do Al-Andalus, com os Wayam Ensemble, de 13 a 22 de agosto. Os ingressos para cada um destes eventos têm um custo associado de 5 euros.
Todos os espetáculos (concertos, Noites do Al-Andalus e Torneio Medieval) terão início às 21h00 e cumprem as normas e orientações da DGS. Os ingressos estarão à venda na BOL (em https://cmsilves.bol.pt/) e nos locais habituais (FNAC, Worten, CTT, EI Corte Inglês e Pousadas de Juventude), podendo, ainda, ser adquiridos no dia e no local a partir das 19h00, caso haja lugares disponíveis.
A tudo isto juntar-se-ão os Paladares Medievais, evento gastronómico que conta com a participação de mais de três dezenas de restaurantes aderentes que, entre 30 de julho e 22 de agosto, irão incluir na sua ementa um prato medieval (que poderá ser um petisco, uma tapa, uma sobremesa ou uma refeição completa); oportunidade perfeita para apreciar um bom Vinho de Silves, em ambiente medieval. Na área envolvente aos estabelecimentos aderentes haverá animação de rua, diariamente, a partir das 18h30.
Silves proporciona 24 dias num ambiente único, onde Cenários com História convidam a um registo fotográfico no pátio al-andalus localizado defronte do edifício dos Paços do Concelho, na mesquita junto ao torreão ou no monumental pórtico localizado na rua 5 de Outubro, tendo sempre como pano de fundo a cidade de Silves e alguns dos seus mais emblemáticos monumentos, entre os quais o seu majestoso Castelo.
A Câmara Municipal de Silves convida todos a visitar e a experienciar este ambiente único vivido em território do aspirante a Geoparque Algarvensis. A cidade e o comércio aguardam por todos para reescrever esta Nova História, em segurança.
PROGRAMA SILVES MEDIEVAL
Dia 30.julho » 21h00 Castelo de Silves
Al-Folk e Arakisati
Dia 31.julho » 21h00 Castelo de Silves
Arabian
01.agosto » 21h00 Castelo de Silves
Alhambra e Emad Selim
02.agosto » 21h00 Castelo de Silves
Albaluna
De 3 a 12 de agosto » 21h00 Liça (Praça al-Muthamid)
Torneio Medieval
De 13 a 22 de agosto » 21h00 Castelo de Silves
Noites do Al-Andalus com Wayam Ensemble (músicas e danças do Magrebe e Médio Oriente)
De 30.julho a 22.agosto
Paladares Medievais (restaurantes aderentes)
Animação de Rua » todos os dias a partir das 18h30
Os fiéis têm pleno direito de se defenderem de uma agressão litúrgica – mesmo quando esta provém do Papa
- José Antonio Ureta
Com um golpe de caneta, o Papa Francisco tomou medidas concretas para abolir na prática o rito latino da Santa Missa, que vigorou substancialmente desde São Dâmaso, no fim do século IV — com acréscimos de São Gregório Magno no fim do século VI —, até o missal de 1962, promulgado por João XXIII.
A intenção de restringir gradualmente, até a sua extinção, o uso desse rito imemorial, patenteia-se na carta que acompanha o ‘motu próprio’ Traditionis Custodes, na qual o pontífice reinante insta os bispos do mundo inteiro a “atuar para que se regresse a uma forma celebrativa unitária” com os missais de Paulo VI e João Paulo II, que passam a ser “a única expressão da lex orandi do Rito Romano”. Sua consequência prática é que os sacerdotes de rito latino não têm mais o direito de celebrar a missa tradicional, só podendo fazê-lo com permissão do bispo — e da Santa Sé, para os que doravante forem ordenados!
A pergunta óbvia que surge diante dessa drástica medida é a seguinte: um tem um Papa poder para derrogar um rito que vigorou na Igreja por 1400 anos e cujos elementos essenciais provêm dos tempos apostólicos? Porque, se de um lado o Vigário de Cristo tem a plena et suprema potestas nas matérias atinentes “à disciplina e ao governo da Igreja difundida pelo orbe”[1], conforme ensina o Concilio Vaticano I , de outro lado ele deve respeitar os costumes universais da Igreja em matéria litúrgica.
A resposta é dada de maneira peremptória no parágrafo n° 1125 do Catecismo da Igreja Católica promulgado por João Paulo II: “Nenhum rito sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade. Nem mesmo a autoridade suprema da Igreja pode mudar a liturgia a seu bel-prazer, mas somente na obediência da fé e no respeito religioso do mistério da liturgia”.
Comentando esse texto, o então Cardeal Joseph Ratzinger escreveu: “Parece-me muito importante que o Catecismo, ao mencionar os limites do poder da suprema autoridade da Igreja com relação à reforma, chame a atenção para aquela que é a essência do primado, tal como é sublinhado pelos Concílios Vaticanos I e II: o papa não é um monarca absoluto cuja vontade é lei, mas o guardião da autêntica Tradição e, por isso, o primeiro a garantir a obediência. Ele não pode fazer o que quiser, e justamente por isso pode se opor àqueles que pretendem fazer tudo o que querem.
A lei a que deve se ater não é a ação ad libitum, mas a obediência à fé. Por isso, diante da liturgia, tem a função de um jardineiro e não a de um técnico que constrói máquinas novas e joga as velhas fora. O ‘rito’, ou seja, a forma de celebração e de oração que amadurece na fé e na vida da Igreja, é forma condensada da Tradição viva, na qual a esfera do rito expressa o conjunto de sua fé e de sua oração, tornando assim experimentáveis, ao mesmo tempo, a comunhão entre as gerações e a comunhão com aqueles que rezam antes de nós e depois de nós. Assim, o rito é como um dom concedido à Igreja, uma forma viva de parádosis.”[2] [Termo grego usado 13 vezes na Bíblia, o qual pode ser traduzido por tradição, instrução, transmissão.]
Na sua excelente obra A Reforma da Liturgia Romana, Mons. Klaus Gamber — considerado pelo Cardeal Joseph Ratzinger como um dos maiores liturgistas do século XX — desenvolve esse pensamento. Parte ele da constatação de que os ritos da Igreja Católica, tomada a expressão no sentido de formas obrigatórias de culto, remontam em definitivo a Nosso Senhor Jesus Cristo, mas foram se desenvolvendo e se diferenciando gradualmente a partir do costume geral, sendo depois corroborados pela autoridade eclesiástica.
Dessa realidade, o ilustre liturgista alemão tira as seguintes conclusões:
1. “Se o rito nasceu do costume geral — e sobre isto não há dúvida para o conhecedor da história da liturgia —, não pode ser recriado na sua totalidade”. Nem no começo da Igreja isso aconteceu, pois “as formas litúrgicas das jovens comunidades cristãs também se separaram progressivamente do ritual judaico”.
2. “Como o rito foi se desenvolvendo no transcurso dos tempos, poderá continuar fazendo o mesmo no futuro. Mas este desenvolvimento deverá ter em conta a atemporalidade de cada rito e efetuá-lo de maneira orgânica […] sem ruptura com a tradição e sem uma intervenção dirigista das autoridades eclesiásticas. Estas não tinham outra preocupação nos concílios plenários ou provinciais senão de evitar irregularidades no exercício do rito”.
3. “Existem na Igreja vários ritos independentes. No Ocidente, além do rito romano, existem os ritos galicano (já desaparecido), ambrosiano e moçárabe; no Oriente, entre outros, os ritos bizantinos, armênio, siríaco e copta. Cada um desses ritos percorreu uma evolução autônoma, no transcurso da qual suas particularidades específicas foram formadas. Este é o motivo pelo qual não se pode simplesmente intercambiar entre eles elementos desses ritos diferentes”.
4. “Cada rito constitui uma unidade homogênea. Portanto, a modificação de qualquer de seus componentes essenciais significa a destruição de todo o rito. Exatamente isto é o que ocorreu pela primeira vez nos tempos da Reforma, quando Martinho Lutero fez desaparecer o cânon da missa e uniu o relato da Instituição diretamente com a distribuição da comunhão”.
5. “O regresso a formas primitivas não significa, em casos isolados, que se modificou o rito, e de fato este regresso é possível dentro de certos limites. Desta forma, não houve ruptura com o rito romano tradicional quando o Papa São Pio X voltou a estabelecer o canto gregoriano em sua primitiva forma”[3].
O ilustre fundador do Instituto Teológico de Regensburg prossegue comentando que “enquanto a revisão de 1965 havia deixado intacto o rito tradicional […], com o ‘ordo’ de 1969 se criava um novo rito”, que ele chama de ritus modernus, já que “não basta, para falar de uma continuidade do rito romano, que no novo missal tenham sido conservadas certas partes do anterior”.
Para comprová-lo do ponto de vista estritamente litúrgico — dado que os graves erros teológicos, como o rebaixamento do caráter sacrificial e propiciatório da missa, mereceriam artigo à parte —, basta citar o que disse sucintamente o Prof. Roberto de Mattei a respeito dessa verdadeira devastação litúrgica:
“Durante a Reforma, introduziu-se gradualmente toda uma série de novidades e variantes, algumas delas não previstas nem pelo Concílio nem pela constituição Missale Romanum de Paulo VI. O quid novum não pode se limitar à substituição do latim pelas línguas vulgares.
Consiste também no desejo de conceber o altar como uma ‘mesa’, para enfatizar o aspecto do banquete em vez do sacrifício; na celebratio versus populum, em substituição daquela versus Deum, tendo como consequência o abandono da celebração para o Oriente, isto é, para Cristo simbolizado pelo sol nascente; na ausência de silêncio e meditação durante a cerimônia e na teatralidade da celebração, muitas vezes acompanhada de cantos que tendem a profanar uma Missa na qual o sacerdote é frequentemente reduzido ao papel de ‘presidente da assembleia’; na hipertrofia da Liturgia da Palavra em relação à Liturgia Eucarística; no ‘sinal’ da paz, que substitui as genuflexões do sacerdote e dos fiéis, como ação simbólica da passagem da dimensão vertical à horizontal da ação litúrgica; na Sagrada Comunhão, recebida pelos fiéis em pé e na mão; no acesso das mulheres ao altar; na concelebração, tendendo à ‘coletivização’ do rito.
Consiste, sobretudo e finalmente, na mudança e substituição das orações do Ofertório e do Cânon. A eliminação em particular das palavras mysterium fidei da fórmula eucarística pode ser considerada, como o Cardeal Stickler observa, como o símbolo da desmistificação e, portanto, da humanização do núcleo central da Santa Missa”[4].
A maior revolução litúrgica ocorreu de fato no Ofertório e no Cânon. O Ofertório tradicional, que preparava e prefigurava a imolação incruenta da Consagração, foi substituído pelas Beràkhôth do Kiddush, ou seja, pelas bênçãos da ceia pascal dos judeus.
O Pe. Pierre Jounel, do Centro de Pastoral Litúrgica e do Instituto Superior de Liturgia de Paris, um dos especialistas do Consilium que preparou a reforma litúrgica, descreveu no jornal La Croix o elemento fundamental da reforma da Liturgia da Eucaristia: “A criação de três Orações Eucarísticas novas quando até então não existia senão uma, a Oração Eucarística I, fixada no Canon Romano desde o século IV.
A Segunda foi retomada da Oração Eucarística de [Santo] Hipólito (século III) tal como foi descoberta numa versão etíope no fim do século XIX. A Terceira se inspirou do esquema das liturgias orientais. A Quarta foi elaborada numa noite, por uma pequena equipe em torno do Pe. Gelineau”[5].
O referido Pe. Joseph Gelineau S.J. [foto] não estava enganado quando saudava entusiasmado a reforma, declarando: “Na verdade, é uma outra liturgia da Missa. É preciso dizê-lo sem rodeios: o rito romano tal como nós o conhecíamos não existe mais, ele foi destruído”[6].
Como, então, pretende o Papa Francisco afirmar, em sua recente carta aos bispos, que “quem queira celebrar com devoção segundo a anterior forma litúrgica não terá dificuldade em encontrar no Missal Romano reformado segundo a mente do II Concílio do Vaticano todos os elementos do Rito Romano, em particular o cânone romano, que constitui um dos seus elementos mais caracterizantes”? Parece uma ironia tão amarga quanto o título do ‘motu próprio’ Custódios da Tradição…
Se o Novus Ordo Missae não é uma mera reforma e implica uma tal ruptura com o rito tradicional, a celebração deste último não pode ser proibida, pois, como reitera Mons. Klaus Gamber, “não existe um só documento, nem sequer o Codex Iuris canonici, que diga expressamente que o Papa, enquanto Pastor supremo da Igreja, tenha o direito de abolir o rito tradicional. Tampouco se fala em alguma parte que tenha o direito de modificar os costumes litúrgicos particulares. No caso presente, este silêncio é de grande significado.
Os limites da plena et suprema potestas do Papa têm sido claramente determinados. É indiscutível que, para as questões dogmáticas, o Papa deve se ater à tradição da Igreja universal e, por conseguinte, segundo São Vicente de Lérins, ao que se tem crido sempre, em todas as partes e por todos (quod semper, quod ubique, quod ab omnibus). Vários autores expressamente adiantam que, em consequência, não compete ao poder discricionário do Papa abolir o rito tradicional”.
Mais ainda, caso o fizesse, incorreria no risco de separar-se da Igreja. Mons. Gamber escreve, de fato, que “o célebre teólogo Suárez (+ l6l7), referindo-se a autores mais antigos como Caetano (+ 1534), pensa que o Papa seria cismático se não quisesse, como é seu dever, manter a unidade e o laço com o corpo completo da Igreja, como por exemplo, se excomungasse toda a Igreja ou se quisesse modificar todos os ritos confirmados pela tradição apostólica”.
Foi provavelmente para evitar esse risco que oito dos nove cardeais — da Comissão nomeada por João Paulo II em 1986 para estudar a aplicação do Indulto de 1984 — declararam que Paulo VI não tinha realmente proibido a Missa antiga. Mais ainda, à pergunta: “- Pode um bispo proibir hoje a um sacerdote em situação regular de celebrar uma missa tridentina?”, o Cardeal Stickler [foto acima] afirmou que “os nove cardeais foram unânimes em dizer que nenhum bispo tinha o direito de proibir um padre católico de celebrar a missa tridentina. Não há nenhuma proibição oficial, e eu penso que o Papa não decretará nenhuma proibição oficial”[7].
O Papa Francisco, porém, no ‘motu próprio’ Traditionis Custodes, autorizou de fato aos bispos a proibir dita celebração. Tanto é assim que a Conferência Episcopal da Costa Rica se apressou em decretar coletivamente que “não se autoriza o uso do Missale Romanum de 1962 nem de nenhuma das expressões da liturgia anterior a 1970”, pelo que “nenhum presbítero tem autorização para continuar celebrando segundo a liturgia antiga”[8].
Por todo o anterior, subscrevemos plenamente as conclusões tiradas pelo Presb.º Francisco José Delgado: “Acho que a coisa mais inteligente a fazer agora é defender com muita calma a verdade sobre as leis perversas. O Papa não pode mudar a Tradição por decreto ou dizer que a liturgia pós-Vaticano II é a única expressão da lex orandi no Rito Romano. Como isso é falso, a legislação que brota desse princípio é inválida e, segundo a moral católica, não deve ser observada, o que não implica em desobediência.”
Não é preciso possuir um conhecimento especializado de eclesiologia para compreender que a autoridade e a infalibilidade papais têm limites e que o dever de obediência não é absoluto. São numerosos os tratadistas do melhor quilate que reconhecem explicitamente a legitimidade da resistência pública às decisões ou ensinamentos errados dos pastores, inclusive do Soberano Pontífice. Eles foram amplamente citados no estudo de Arnaldo Xavier da Silveira intitulado “Resistência pública a decisões da autoridade eclesiástica”, publicado pela revista Catolicismo em agosto de 1969[9].
No caso atual, é lícito não apenas “não observar” o ‘motu próprio’ do Papa Francisco, mas até resistir à sua aplicação, segundo o modelo ensinado por São Paulo (Gal. 2, 11). Não se trata de pôr em discussão a autoridade pontifícia, pela qual devem sempre crescer nosso amor e nossa veneração. É o próprio amor ao Papado que nos deve levar a denunciar Traditionis Custodes, por pretender eliminar ditatorialmente o rito mais antigo e venerável do culto católico, no qual todos os fiéis têm o direito de abeberar-se.
Observa o ilustre teólogo Francisco de Vitoria (1483-1486): “Por direito natural é lícito repelir a violência pela violência. Ora, com tais ordens e dispensas, o Papa exerce violência, porque age contra o Direito, conforme ficou acima provado. Logo, é lícito resistir-lhe. Como observa Caetano, não afirmamos tudo isto no sentido de que cabe a alguém ser juiz do Papa ou ter autoridade sobre ele, mas no sentido de que é lícito defender-se. A qualquer um, com efeito, assiste o direito de resistir a um ato injusto, de procurar impedi-lo e de se defender”[10].
O modelo de resistência firme, mas impregnada de veneração e respeito pelo Sumo Pontífice, através da qual os católicos podem hoje pautar a sua própria reação, é a Declaração de Resistência à Ostpolitik do Papa Paulo VI, redigida pelo saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e intitulada “A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas – Para a TFP: omitir-se? ou resistir?”. Dizia ela, no seu parágrafo crucial:
“O vínculo da obediência ao Sucessor de Pedro, que jamais romperemos, que amamos com o mais profundo de nossa alma, ao qual tributamos o melhor de nosso amor, esse vínculo nós o osculamos no momento mesmo em que, triturados pela dor, afirmamos a nossa posição. E de joelhos, fitando com veneração a figura de S.S. o Papa Paulo VI, nós lhe manifestamos toda a nossa fidelidade.
“Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe.”[11]
ABIM
[1] Cfr. Denz.-Rahner 1827.
[2]“O desenvolvimento orgânico da liturgia”, 30 Giorni, http://www.30giorni.it/articoli_id_7298_l6.htm
[3]http://www.obrascatolicas.com/livros/Liturgia/A_reforma_da_liturgia_romana__.pdf. As demais citações de Mons. Gamber ao longo do artigo, provém dessa obra.
[4] “Considérations sur la reforme liturgique”, texto lido com ocasião do Congresso Litúrgico de Fontgombault, 22-24 de julho de 2001, en presença do Cardeal Joseph Ratzinger.
[5] Cfr. La Croix, 28 de abril de 1999, p. 19.
[6]Demain la liturgie — Essai sur l’évolution des assemblées chrétiennes, Cerf, 1979, in Cristophe Geoffroy et Philippe Maxence, Enquête sur la mese traditionnelle, La Nef hors série n° 6, pp. 51-52.
[7] Essas declarações do Cardeal Stickler apareceram pela primeira vez na revista americana The Latin Mass e foram reproduzidas pela revista francesa La Nef, no número 53 de setembro de 1995.
[8]https://www.facebook.com/169949476400642/posts/4383320898396791/
[9] https://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0280/P01.html
[10]Obras de Francisco de Vitoria, p. 487.
[11] https://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0280/P01.html
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Sismo de magnitude 8,2 ao largo do Alasca desencadeia alerta de tsunami
Um sismo de magnitude 8,2 foi sentido na península do Alasca, a oeste dos Estados Unidos. Foi lançado um alerta de tsunami na região.
Um sismo de magnitude 8,2 foi hoje registado ao largo da península do Alasca, indicou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS), levando as autoridades norte-americanas a emitir um alerta de tsunami.
O sismo ocorreu a cerca de 100 quilómetros a sudeste da localidade de Perryville, acrescentou o USGS.
O alerta de tsunami abrange o sul e a península do Alasca, que faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona de grande atividade sísmica e vulcânica entre o golfo do Alasca e a península russa de Kamchaka.
A 27 de março de 1964, um sismo de magnitude 9,2 abalou a região de Anchorage. Prolongou-se por vários minutos e desencadeou uma onda destruidora ao longo de toda a costa ocidental norte-americana, causando mais de 250 vítimas.
Lusa
Imagem: TVI24
Judoca Jorge Fonseca perde nas meias-finais e vai disputar bronze em -100 kg
Fonte e Imagem: Lusa