Foto: Miguel Sousa / Global Imagens |
Milene MarquesOntem às 21:28
Na última semana, houve uma quebra de 27% no número de colheitas realizadas pelo Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), na sequência do agravar do surto de Covid-19.
O número é da direção do IPST que explica que, apesar da redução da Reserva Estratégica Nacional de Sangue, neste momento, esta ainda permite responder às necessidades, uma vez que "foi acompanhada de uma redução nos consumos, devido ao adiamento de intervenções programadas nos hospitais."
Perante as desmarcações das sessões móveis de colheita verificadas nas últimas semanas, o IPST ativou o nível de alerta amarelo do plano de contingência da reserva nacional, que reforça o envio de SMS de convocatória de dadores ativos, assim como, aumenta a atividade da colheita de componentes por aférese (separação dos diversos elementos do sangue). Também é alargado o horário das sessões de colheita de sangue e agendada previamente a dádiva para evitar o aglomerado de pessoas como "garante de segurança para profissionais de saúde e dadores", explica por escrito a direção do IPST.
Nesta altura de estado de emergência, a circulação de dadores ou potenciais dadores para se dirigirem a locais onde se realizam sessões de colheita de sangue "continuará certamente a ser autorizada. Já foi solicitado superiormente como atividade essencial à sustentabilidade do fornecimento de sangue esta autorização", responde Maria Antónia Escoval, presidente do instituto. Serão abertos, ao domingo, os postos fixos de colheita dos Centros de Sangue e Transplantação de Lisboa, Coimbra e Porto e iniciou-se já a colheita nos serviços centrais do IPST, na avenida Miguel Bombarda, em Lisboa.
Muitas sessões de colheita de sangue foram suspensas nas últimas semanas devido ao alastrar da Covid-19. Muitas instituições, por razões de segurança, encerramento, quarentena, planos de contingência para evitar a eventual propagação da doença, "desmarcaram a realização destas sessões de colheita móvel" e "as unidades móveis foram interditas por razões de segurança, por não cumprirem as condições de distanciamento e a existência de um espaço para isolamento exigidas pela DGS", explica o IPST. Também alguns hospitais com aquele serviço, como o Centro Hospitalar Universitário de São João, "apresentam uma forte redução no número de dadores de sangue", acrescenta.
O instituto continua a apelar à boa vontade dos dadores: "Não é possível antever com exatidão os desenvolvimentos futuros, pois dependemos da generosidade dos nossos dadores e das necessidades dos hospitais".
O nível vermelho do plano de contingência é declarado quando as reservas de sangue não chegarem para mais do que três dias. O período de tempo entre dádivas é reduzido para dois meses, assim como o valor limite de hemoglobina em 0,5 gr/dl. Neste patamar, o plano define ainda o cancelamento de cirurgias programadas, a aplicação do algoritmo transfusional, entre outras medidas.
O grupo sanguíneo B- é aquele com a reserva mais em baixo, atualmente - só chega até quatro dias, seguido do O- e A- que só dão para quatro a sete dias.
Fonte: JN
Acedam ao site http://www.adasca.pt/ onde se encontra disponível informação diversificada.