sábado, 11 de abril de 2020

Dadores de sangue precisam-se para travar quebra de reservas

Dádivas caíram mais de 20% nas últimas semanas.
“Não nos podemos esquecer dos outros doentes, daqueles que continuam a precisar de sangue e de componentes sanguíneos para fazerem os seus tratamentos ou cirurgias e melhorar”. O apelo é de Helena Gonçalves, coordenadora da Área de Colheita de Sangue Total do Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra, e surge num momento em que as reservas de sangue continuam a diminuir, em consequência da pandemia. Em Março, as colheitas registaram quebras superiores a 20%.


A médica frisa que “não há motivos para não dar sangue”, “sempre sob a superintendência das normas emanadas pela Direcção-Geral da Saúde”, e que as acções de colheita promovidas pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) foram adaptadas aos tempos de pandemia, com reforço da segurança do protocolo e a introdução de novos requisitos.

Uma das alterações prende-se com a “medição da temperatura à entrada dos locais” de colheita, efectuada por um enfermeiro que “faz logo uma triagem”, explica Helena Gonçalves. Depois, além das perguntas habituais, o questionário feito aos potenciais dadores inclui “um reforço na pesquisa de antecedentes pessoais, nas questões relacionadas com as viagens a áreas ou regiões com surto ou transmissão comunitária activa”.

Segundo aquela médica, estão também a ser “renegociados” alguns espaços de colheita, para encontrar áreas maiores, de forma a cumprir os afastamentos necessários. Quando tal não é possível, procede- se ao cancelamento das acções.

“A nossa preocupação é garantir todas as condições de segurança, para que as dádivas continuem a ser feitas. Não podemos ficar com o peso na consciência, por estarmos tão focados no Covid-19, de esquecermos os outros doentes, nomeadamente aqueles que precisam de sangue”, afirma Helena Gonçalves.

A médica frisa que, em média, são necessárias “1000 unidades de transfusão” por dia em Portugal, número que, com a redução das cirurgias e consultas programadas, baixou agora para “600 a 700”.

“Há uma diminuição das necessidades, é um facto, mas o sangue e os componentes sanguíneos continuam a ser precisos para salvar vidas”, reforça.

Fonte: Jornal de Leiria
Por Maria Anabela Silva

Onde dar sangue na região
No site da ADASCA são disponibilizados os impressos da “declaração para efeitos de deslocação” para, em caso de necessidade, ser apresentada às forças de segurança. É ainda sugerido que, antes da deslocação, seja confirmada a realização da sessão.

As pessoas residentes em Aveiro ou arredores podem dirigir-se ao Posto Fixo da ADASCA, espaço que reúne as condições exigidas.
Os interessados podem aceder ao site http://www.adasca.pt/ onde podem encontrar informação de seu interesse.

PSP regista 50 detenções por incumprimento das normas do Estado de Emergência

PSP regista 50 detenções por incumprimento do Estado de Emergência ...
A PSP admite no comunicado estar “preocupada com as incidências das últimas horas”, durante as quais foram detidas 11 pessoas, quatro por não observação do dever de confinamento obrigatório e sete por incumprimento do dever de recolhimento.
As detenções por não observação do dever de confinamento ocorreram em Portalegre (um homem, de 19 anos, infetado e que se encontrava na via pública), em Lisboa (um homem, de 48 anos, que se encontrava no Hospital de S. José a aguardar o resultado do teste de despistagem e que saiu do local sem autorização), e no Porto (um homem de 29 anos, na Maia, que se encontrava em isolamento por ter tido contacto com pessoa infetada e, outro de 72 anos, em Gondomar, que se encontra infetado).
As restantes sete pessoas foram detidas na região da Grande Lisboa.
“Este pico contrasta frontalmente com a grande acalmia que se registou ontem [sexta-feira], e que se mantém hoje, tanto no tráfego rodoviário como na circulação pedonal”, refere a PSP.
Em todas as operações de controlo rodoviário lançadas a nível nacional, tanto no continente como nas Regiões Autónomas, “menos de 5% dos condutores são detetados a circular sem enquadramento legal”, refere ainda o comunicado em que a PSP apela a que a população continue a cumprir as normas do Estado de Emergência.
Neste comunicado, a PSP adianta que desde que foi prorrogado o Estado de Emergência Nacional 15 pessoas foram detidas por incumprimento do confinamento obrigatório, aplicável a pessoas contaminadas pelo novo coronavirus ou que se encontram sob suspeita de contaminação e às quais a autoridade de saúde ordenou que se mantivessem no domicílio.
Outras 29 pessoas foram detidas por incumprimento do dever geral de recolhimento domiciliário e que quando abordadas pela PSP, na via pública, “não apresentaram motivo enquadrável no quadro legislativo em vigor”.
Outras seis detenções foram concretizadas “no contexto de estabelecimentos a funcionar sem observar as condicionantes em vigor e cujos responsáveis igualmente se recusaram a adequar o respetivo funcionamento”, pode ler-se no comunicado.
Lusa

Câmara e bombeiros de Vale de Cambra contra “sonegação de informação”

Câmara e bombeiros de Vale de Cambra contra "sonegação de ...
Câmara e Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra manifestaram-se hoje contra a "sonegação de informação" imposta pelo Governo quanto à covid-19, depois de na sexta-feira o Ministério da Saúde ter proibido a divulgação de dados não autorizados pela tutela.
Em causa está o balanço diário que essas instituições do distrito de Aveiro vinham fazendo sobre a evolução epidemiológica local da doença, com base em números que eram disponibilizados pelo delegado de saúde do município e que esse está agora proibido de divulgar, face a instruções superiores para que só seja partilhada estatística da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Para o presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra, José Pinheiro, a decisão do Governo traduz-se numa "sonegação da informação que a todos prejudica", sobretudo tendo em conta que nesse concelho de quase 26.000 habitantes a autarquia já registava na sexta-feira 100 casos da covid-19 - 51 dos quais num único lar de Terceira Idade - e que a contabilidade da DGS continua a referir menos de 50 infeções há vários dias.
Numa posição tornada pública via rede social Facebook, o autarca do CDS-PP defende que o comportamento agora imposto pela tutela representa "um claro prejuízo para os concelhos que tinham uma informação correta em cada dia e assim a comunicavam aos seus munícipes".
Nessa perspetiva, José Pinheiro encara a decisão do Ministério da Saúde como "reprovável" e diz que essa vem apenas juntar-se "à dificuldade em conseguir realizar testes" de rastreio à covid-19, uma vez que, se não fosse pelo "empenho da Câmara Municipal, muitos deles não chegavam" ao território.
Nos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, também o comandante Vítor Machado adota posição semelhante: "Lamentável é, provavelmente, a palavra indicada para o momento, quando um município que tudo tem feito para responder à pandemia, que gasta os seus recursos para responder e substituir quem deveria responder, e que tem tomado todas as decisões apropriadas a cada situação, agora deixa de poder ser informado da real condição do seu território".
Recordando a "subida vertiginosa" de casos da covid-19 no concelho, onde a meio da semana o número de infetados praticamente duplicou na sequência de dezenas de testes efetuados no referido lar da Fundação Luiz Bernardo de Almeida, o comandante da corporação critica a decisão da DGS de proibir os delegados locais de saúde pública de disponibilizarem dados aos presidentes de Câmara - e, por inerência do cargo, à Comissão Municipal de Proteção Civil.
Vítor Machado admite que os números recolhidos localmente "fazem soar alarme" - são mais elevados que os da tutela porque mais rapidamente atualizados -, mas defende que esses dados "também fazem com que a população adote medidas mais restringidas no seu dia-a-dia - o que é bom e tem reflexo nos possíveis contágios".
O chefe do corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra realça, por isso, que, ao impedir a cedência de informação à câmara e à Comissão Municipal de Proteção Civil, o Governo limita toda a operação a montante da resposta hospitalar.
"Faz com que deixemos de ter uma linha orientadora de intervenção e de ter a real noção da gravidade ao nível local", argumenta Vítor Machado, apelando a que as autarquias "evidenciem junto da tutela o facto de que quem paga tem direito a ser informado".
Lusa

Mensagem do Pastor da Assembleia de Deus de Aveiro

Pastor Manuel Joana
Prezados e amados irmãos, 
A Paz do Senhor!

Estamos a celebrar a Páscoa, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo, em condições particularmente diferentes.

Independentemente das circunstâncias, esta é mais uma oportunidade para que todos nós meditemos no valor da morte do nosso Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Celebramos o facto de termos sido libertos do poder do pecado e da vitória da cruz sobre a morte, através da ressurreição de Jesus.

Como Pastor Presidente, dirijo-me por este meio a todos os irmãos que pertencem à Assembleia de Deus de Aveiro. Fazem parte desta Igreja as áreas: De Carvalhal Redondo e Nelas até Ovar e S. João da Madeira, de Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, Senhorinha e Sever de Vouga até à Figueira da Foz e Paião, da Palhaça, Mira e Praia de Mira até às congregações da área de Aveiro: Albergaria, Alquerubim, Ílhavo, Quinta do Picado e Vagos; para que em meu nome pessoal e da minha família, bem como em nome de todo o Ministério da nossa Igreja, desejar a cada irmão e suas famílias, uma Santa e Feliz Páscoa. O Senhor Jesus Cristo é a nossa esperança e socorro bem presente nestes dias de angústia.

Gostaria meus irmãos, que fossem portadores destas minhas palavras aos restantes irmãos, que não têm acesso às novas tecnologias, transmitindo todo o meu apreço e carinho. Deus está connosco nesta batalha, alguns entre nós têm sido atingidos por este vírus, mas Deus tem dado vitória. E querendo Deus iremos vencer em definitivo esta batalha e em breve estaremos juntos, para que em comunhão possamos celebrar e adorar a este maravilhoso Deus a quem servimos e adoramos.

Recordo-vos as palavras de Paulo aos Coríntios, “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1ªCoríntios 5.7).

Mas Ele não ficou no sepulcro ao terceiro dia ressuscitou para nossa justificação. Ele vive e porque Ele vive nós viveremos com Ele e para Ele.
Uma Santa e Feliz Páscoa, com a bendita Paz do nosso Deus, para vós e vossas famílias.
Aveiro, 10/04/2020
Com consideração e estima,
O Pastor,
ass_pastor_joana

Jornalismo de confiança

 

Caro leitor,

Vivemos dias de incerteza e de desconfiança. Protegemo-nos porque podemos ser uma ameaça para os outros e estes um perigo para nós. Vivemos à distância, mas a desejar a proximidade daqueles de quem temos mais saudades. Nestes dias de distanciamento social, ignorando o que pode acontecer ou quando é que tudo acabará, nunca foi tão importante saber em quem é que se pode confiar. Nós temos feito tudo o que é possível para estarmos mais próximos dos nossos leitores e para que estes tenham motivos para confiar em nós.

Continuamos a fazer uma edição impressa diária com o melhor do nosso noticiário, reportagens e opiniões dos nossos colunistas, e lamentamos não ser possível fazer a sua entrega ao domicílio em todo o país, como temos feito no Porto e em Lisboa. Porque queremos estar próximos de si, mudámos o conteúdo e o grafismo das nossas newsletters, redobrámos a presença nas várias redes sociais dos sites do PÚBLICO (P2, P3, ipsílon, Fugas, Ímpar, Cinecartaz e Guia do Lazer) e estamos a fazer melhoramentos na nossa aplicação, na qual criamos a possibilidade de subscrever notificações sobre tudo o que diga respeito a este coronavírus.
 
Jornalismo de confiança
 
Publicamos diariamente mais de uma centena de peças jornalísticas nos nossos sites, desde os bastidores das reuniões do Eurogrupo às infografias diárias sobre a evolução da pandemia ou aos vídeos que explicam como fazer exercício em casa ou como pode construir a sua própria máscara. Temos feito o nosso trabalho com sobriedade e sem cair na tentação de explorar emoções. Claro que também cometemos erros. As nossas redacções, agora em teletrabalho, não são compostas por robots e bots.


Os leitores sabem que quando leem o PÚBLICO podem confiar numa informação baseada em factos e não na manipulação sensacionalista dos factos. Foi o que fizeram 3,8 milhões de leitores em Portugal no mês de Março, de acordo com o barómetro netAudience da Marktest, a ponto de fazerem do PÚBLICO o site noticioso mais lido no país. Ou seja, quase 45% dos utilizadores da internet em Portugal folhearam o PÚBLICO online, sendo que 1,2 milhões são novos leitores. Este crescimento tem sido sustentado, trimestre a trimestre, e atingiu agora o nosso melhor resultado de sempre. É fácil de explicar porquê. Neste momento em que o jornalismo é uma vacina, o aumento do nosso tráfego e das assinaturas digitais só pode ser reflexo disto: de uma relação de proximidade e de confiança mútua entre o PÚBLICO e os seus leitores.

A todos, o nosso obrigado.

Amílcar Correia
(Director adjunto)


Balcão do Emigrante oferece serviços a profissionais de saúde portugueses

Covid-19: Balcão do Emigrante oferece serviços aos profissionais ...
O Balcão do Emigrante, uma empresa que pretende ser a "Loja do Cidadão" dos portugueses espalhados pelo mundo, vai oferecer os seus serviços aos profissionais de saúde portugueses até ao final de 2020.
Em plena pandemia provocada pela covid-19, o Balcão do Emigrante quis dar o seu contributo ao criar uma campanha destinada aos profissionais de saúde com cidadania portuguesa, que residam no estrangeiro, pondo ao dispor deste grupo os seus serviços de forma gratuita.
A campanha foi lançada através da página Facebook da empresa, na terça-feira passada, assinalando o Dia Mundial da Saúde e, segundo Mário Fonseca, diretor do Balcão do Emigrante, foram muitos os contactos que surgiram logo.
"No dia que se seguiu ao lançamento da campanha surgiram cerca de 80 contactos de profissionais de saúde a pedirem esclarecimentos sobre o tipo de serviços de que dispunhamos e outros tantos a solicitarem diretamente a nossa ajuda para casos específicos", afirmou à Lusa o responsável da empresa.
Segundo o empresário, com empresas espalhadas por cinco países (França, Luxemburgo, Bélgica, Suíça e Portugal), o objetivo da campanha é "contribuir para os que estão na linha da frente no combate contra a pandemia atual - os profissionais de saúde".
"Recentemente, fomos contactados por uma enfermeira que trabalha num setor onde lida de perto com pacientes infectados com a covid-19 que, sendo confrontada com esta realidade diária, nos questionava sobre a possibilidade de a virmos a ajudar caso fosse contaminada e não conseguisse resolver assuntos administrativos sozinha", relatou o diretor do Balcão do Emigrante, confessando que foi nesse momento que decidiu lançar esta campanha destinada aos profissionais de saúde.
"Ao deparar-nos com situações como esta, fez-nos claramente perceber que tínhamos de dar o nosso contributo, deixando os nossos interesses comerciais de lado para ajudar quem mais necessita da nossa ajuda neste momento", declarou.
O Balcão do Emigrante oferece os seus serviços, até ao final do ano, a todos os profissionais de saúde que residam no estrangeiro e que, de alguma forma, necessitem de apoio nas áreas administrativa, jurídica, financeira, fiscal, seguros e imobiliária.
"Nos casos em que sejam terceiros a prestar o serviço, abdicaremos dos nossos honorários, apelando aos nossos parceiros que também eles façam parte desta missão", disse ainda Mário Fonseca.
Questionado sobre os impactos da pandemia na atividade da empresa, o diretor do Balcão do Emigrante admitiu que houve repercussões no volume de negócio, o que obrigou a empresa a uma reestruturação das suas atividades diárias.
"A grande maioria dos nossos colaboradores estão em teletrabalho e as nossas reuniões são feitas através dos meios online disponíveis", relatou o diretor à agência Lusa, realçando que a empresa tem vindo a fazer uma grande aposta no mundo digital e que considerou ter sido "certeira" numa altura em que o teletrabalho se tornou a solução preconizada pelo Estado para fazer face ao atual surto do novo coronavírus.
Para o mundo empresarial, a situação atual é propícia a várias mudanças, nomeadamente no que se refere ao conceito de trabalho.
Na ótica do empresário, novos métodos podem emergir durante esta crise sanitária, que podem vir a ser "mais simples e económicos" e "trazer benefícios tanto para as empresas como para os seus clientes", concluiu Mário Fonseca.
O Balcão do Emigrante conta com cerca de 70 funcionários e mais de 20.000 clientes espalhados pelo mundo.
Lusa

Espanha prolonga controlo nas fronteiras com França e Portugal

Espanha prolonga controlo nas fronteiras com Portugal e França ...
O governo espanhol decretou, neste sábado, uma prorrogação por mais 14 dias dos controlos nas fronteiras terrestres com França e Portugal, tendo em conta as medidas de propagação do novo coronavírus.
Esta extensão dos controlos fronteiriços prolonga-se então até às 24 horas do dia 25 de abril e está sujeito a novo alargamento em caso de necessidade, segundo o comunicado divulgado pelo Palácio da Moncloa.
O restabelecimento dos controlos nas fronteiras internas da Espanha com a França e Portugal entrou em vigor em 17 de Março. Estes controlos apenas permitem o acesso ao território nacional aos cidadãos espanhóis, aos residentes em Espanha, aos trabalhadores transfronteiriços e àqueles que possam provar a deslocação por força maior ou uma situação de necessidade.
A restrição não se aplica ao transporte de mercadorias, a fim de assegurar a continuidade da atividade económica e preservar a cadeia de abastecimento. A medida também não afeta o pessoal estrangeiro acreditado, como membro de missões diplomáticas, postos consulares e organismos internacionais situados em Espanha, desde que as viagens estejam relacionadas com o desempenho das suas funções oficiais.
Para além destes controlos, a restrição aos viajantes que atravessam as fronteiras externas de Espanha nos portos e aeroportos entrou em vigor em 23 de Março e continua em vigor.
Apenas os espanhóis e os residentes em Espanha, os residentes na UE ou nos Estados associados de Schengen a caminho do seu local de residência, os titulares de um visto de longa duração emitido por uma dessas entidades a caminho do seu local de residência estão autorizados a aceder a estas fronteiras externas.
Também estão incluídos os trabalhadores transfronteiriços, profissionais de saúde ou de assistência aos idosos, pessoal dedicado ao transporte de mercadorias, diplomatas, pessoal consular, pessoal de organizações internacionais, militares e humanitárias, sempre no exercício das suas funções de trabalho.
Por último, também podem circular as pessoas que viajam por razões familiares "imperativas", devidamente acreditadas, bem como as que fornecem provas documentais de força maior ou de necessidade ou por razões humanitárias.
Desde 23 de Março, está igualmente em vigor o encerramento temporário dos postos terrestres que autorizam normalmente a entrada e saída de Espanha através das cidades espanholas no norte de África de Ceuta e Melilla.
O Ministério do Interior espanhol esclarece que nenhuma das duas medidas de controlo nas fronteiras - controlo nas fronteiras terrestres e controlo portuário e aeroportuário - se aplica na fronteira terrestre com Andorra ou no posto de controlo de Gibraltar.
Tal não impede a possibilidade de efetuar controlos policiais nas suas imediações para verificar o cumprimento das disposições do decreto-real sobre o "estado de emergência" no que respeita à limitação dos movimentos.
Reuters

COVID-19 | Coronavírus contamina ar e superfícies até quatro metros (mas não se sabe se pode contagiar pessoas)

Não é possível concluir, neste estudo, se a quantidade de vírus presente num espirro ou respiração de um doente pode contaminar alguém que esteja a quatro metros de distância, apenas que investigadores são capazes de detectar o coronavírus num raio de quatro metros de um doente.

Lusa 11 de Abril de 2020, 9:55

O novo coronavírus contamina tanto as superfícies como o ar próximo de doentes contaminados, num raio de quatro metros, revela um estudo feito num hospital de campanha em Wuhan, na China, e publicado na sexta-feira.

Uma limitação importante do estudo, publicada pela revista “Emerging Infectious Disease”, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) americano, é que o teste usado pode detectar a presença do vírus, mas não a quantidade de vírus viável.


Esta limitação leva a que não seja possível concluir, neste estudo, se a quantidade de vírus presente num espirro ou respiração de um doente pode contaminar alguém que esteja a quatro metros de distância.

Para o estudo, investigadores chineses colheram amostras de uma unidade de terapia intensiva (15 pacientes) num hospital de campanha em Wuhan, entre 19 de Fevereiro e 2 de Março, bem como de uma unidade de cuidados gerais com pacientes menos graves (24).

As amostras estudadas foram retiradas do chão, ratos de computador, latas de lixo, grades de cama, máscaras de pacientes, equipamentos de protecção para cuidadores, saídas de ar e também nos quartos.

“O SARS-CoV-2 foi amplamente distribuído no ar e na superfície de objectos nos departamentos de reanimação e cuidados gerais, o que implica um risco potencialmente alto de contaminação para a equipa de enfermagem e outros contactos próximos”, escrevem os investigadores.

Mais de metade das solas dos sapatos da equipa de enfermagem também tinha vestígios do vírus. “É altamente recomendável que as pessoas desinfectem as solas dos sapatos antes de deixar os serviços onde os pacientes de covid-19 são encontrados”, concluem os investigadores, que também recomendam a desinfecção das máscaras após o uso, antes de as deitar fora.

O principal modo de disseminação do novo coronavírus são as gotículas relativamente grandes produzidas ao tossir ou espirrar.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19, detectado na China em Dezembro, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infectou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.

As autoridades chinesas contabilizam 3.336 mortos até sexta-feira, num total de 81.907 infectados desde o início da pandemia.

Fonte: Público

Hospitais terão mais 300 ventiladores até ao dia 19

Covid-19: Hospitais terão mais 300 ventiladores até ao dia 19 de ...
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde vão receber, até ao dia 19, mais 300 ventiladores para "fazer frente ao novo coronavírus", revelou o Ministério da Saúde.
Num comunicado em que elenca "aquisições e investimentos" para os hospitais públicos, em tempo de pandemia da doença covid-19, o Ministério da Saúde indica está prevista a distribuição de mais 300 ventiladores pelos hospitais públicos, "tendo por base os mesmos critérios técnicos definidos pela Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva".
Aquele ministério prevê anida distribuir 20 milhões de equipamentos de proteção individual - que incluem máscaras cirúrgias e máscaras de proteção FFP2 -, alocando outros cinco milhões para às áreas governativas da Segurança Social, Defesa e Justiça.
Os 25 milhões de equipamentos de proteção individual resultam de "diversos movimentos de compra".
O Ministério da Saúde especifica que cinco milhões de máscaras cirúrgicas serão distribuídas para a região Norte, 1,6 milhões para a região Centro, 3,2 milhões para a região de Lisboa e Vale do Tejo, 130 mil para a região do Alentejo e 100 mil para a região do Algarve.
No que respeita às 1,8 milhões de máscaras FFP2 - que conferem maior proteção -, serão entregues um milhão para o Norte, 450 mil para o Centro, 350 mil para Lisboa e Vale do Tejo, 41 mil para o Alentejo e 44 mil para o Algarve.
Lusa

Nas IPSS do concelho de Cantanhede

Câmara Municipal entrega equipamento de proteção individual 

O Município de Cantanhede tem vindo a proceder à distribuição de máscaras cirúrgicas e viseiras de proteção individual junto das IPSS do concelho, como medida de prevenção contra o Coronavírus Covid-19. 

O Equipamento de Proteção Individual, que ascende a cerca de sete centenas de unidades provenientes do Serviço de Aprovisionamento da edilidade cantanhedense, foi disponibilizado às instituições de solidariedade social para fazer face à urgente carência de material, essencialmente nas entidades do terceiro setor. 

Esta medida tem vindo a ser adotada pelo executivo camarário, através da Estrutura Residencial de Pessoas Idosas sediada no concelho, visando deste modo capacitar as IPSS com material de proteção de forma a fazer face a esta crise pandémica. 

Aquando da entrega Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal, que se fez acompanhar por Célia Simões, vereadora com o pelouro da Ação Social e Saúde, realçou que “são estes gestos que fazem a diferença no momento em que vivemos”, salientando ainda que “as instituições cantanhedenses receberam este material com enorme gratidão”, concluiu a líder da autarquia. 

Desde o início da pandemia de COVID-19, o Município de Cantanhede tem estado particularmente atento às necessidades de Equipamentos de Proteção Individual das várias instituições do concelho, pelo que tem procurado suprir atempadamente eventuais lacunas, atuando de forma preventiva e zelando pela segurança dos profissionais que estão na linha da frente do combate à propagação do vírus. 

Ao longo destas últimas semanas, a autarquia tem vindo a fornecer este tipo de materiais de proteção a várias entidades, públicas e privadas, nomeadamente juntas de freguesia, Guarda Nacional Republicana, Bombeiros Voluntários, IPSS’s, entre outras, num investimento global que ascende a milhares de euros. 

A Câmara Municipal de Cantanhede manifesta agradecimento pelo empenho de todos aqueles que, profissionalmente ou voluntariamente, têm trabalhado diariamente para garantir a segurança e os cuidados a todos. Agradece também a todos os que têm doado os mais diversos equipamentos que permitem continuar a apoiar todas as instituições e a ajudar a defender também aqueles que nos protegem a todos.

COVID-19: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO CONCELHO DE TORRES VEDRAS A 10 DE ABRIL

O concelho de Torres Vedras continua com 28 casos ativos de doença COVID-19, que se encontram a ser acompanhados pelas autoridades de saúde. Foram, até ao momento, contabilizados 30 casos confirmados, dos quais dois recuperados.
A distribuição de casos ativos pelas freguesias do Concelho mantém-se da seguinte forma:
  • Santa Maria, São Pedro e Matacães: 12
  • São Pedro da Cadeira: 6
  • Silveira: 3
  • Turcifal: 2
  • União das Freguesias de A dos Cunhados e Maceira: 2
  • União das Freguesias de Carvoeira e Carmões: 2
  • Ponte do Rol: 1 
Existem 35 casos suspeitos, que se encontram a aguardar os resultados laboratoriais, enquanto 86 contactos se encontram sob vigilância ativa das autoridades de saúde.
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Recomenda-se à população em geral que mantenha a serenidade e cumpra o isolamento social voluntário.
As máscaras podem ser utilizadas de forma generalizada pela população, devendo ser considerada enquanto medida complementar que não põe em causa as medidas de distanciamento e isolamento social implementadas até ao momento, nem as recomendações de saúde e etiqueta respiratória. Sublinhe-se que deve ser dada prioridade à utilização de máscaras pelos profissionais de saúde.
Mantenha-se informado através de fontes oficiais. Não seja veículo de informação não confirmada.
Em caso de sintomas, apela-se à população para que não se dirija ao Hospital de Torres Vedras e utilize a linha SNS24 (808 24 24 24).

Numa iniciativa do Município de Silves

SILVES ENTRE 4 PAREDES É O NOVO PROGRAMA DE ENTRETENIMENTO EM TEMPO DE COVID 19
Silves comemora feriado municipal com muita festa em todo o concelho
O Município de Silves lançou recentemente nos seus canais digitais uma nova rúbrica de entretenimento em tempo de COVID-19: Silves entre 4 paredes. Desporto, música e literatura são algumas das atividades propostas pelo Município e que irão, certamente, animar o dia a dia de adultos e crianças neste período de isolamento social.

Apresentar diversos tipos de atividades com vista ao entretenimento e à promoção da atividade física dos munícipes em casa é um dos principais objetivos deste programa.

O Município de Silves relembra para a importância da adoção de comportamentos responsáveis neste período de recolhimento social e recomenda o cumprimento das medidas do estado de emergência.

Serpa | Autarquias exigem reabertura dos postos e extensões de saúde

COVID-19 – Distrito de Beja tem 11 casos, Serpa é o concelho que ...
A Câmara Municipal de Serpa, bem como todas as Juntas e Uniões de Freguesia do concelho, enviaram, nesta sexta-feira, dia 10 de abril, um documento onde é solicitado o esclarecimento a várias entidades nacionais e locais, nomeadamente ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, à ministra da Saúde, ao presidente do Conselho Diretivo da Autoridade Regional de Saúde, à presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, entre outras, sobre o encerramento das extensões e postos de saúde no concelho de Serpa, encerradas desde o passado dia 26 de março. 

A preocupação das autarquias passa pelo facto de o acesso aos cuidados primários de saúde estar a ser dificultado, e mesmo vedado, a uma parte da população, “nomeadamente aos mais vulneráveis, entre eles idosos e população portadora de morbilidades”. 

O encerramento dos postos e extensões de saúde no concelho deixa grande parte da população sem acesso a um direito básico, consagrado na Constituição da República, uma vez que implica, em contexto de Estado de Emergência, a deslocação de utentes de todos os pontos do concelho, ao Centro de Saúde de Serpa, deslocações que num contexto normal, já são bastante difíceis. 

Na opinião das autarquias que subscrevem o documento agora enviado, “a situação gerada pela pandemia Covid 19 não pode menosprezar outras doenças com taxas de mortalidade muito elevadas entre a população idosa”, sendo considerada “inaceitável a adoção, de forma unilateral, deste tipo de medidas”, pelo que “defendemos e reiteramos a necessidade da reabertura e manutenção em funcionamento de todas as extensões de saúde nas freguesias, porque são estas que conseguem prestar os cuidados primários de saúde que as populações necessitam”. 

Chegou a Escola On! ...Vamos todos ficar ligados

A Tempos Brilhantes, respondendo às necessidades de transformação digital do sistema educativo português e face à emergência atual, enquanto parceiro do Ministério da Educação com intervenção direta em 140 agrupamentos de escolas, criou uma solução, para apoiar as escolas neste momento de mudança e de difícil adaptação.

Esta solução tem a capacidade de integrar todas as ferramentas tecnológicas que as escolas conhecem e já estão a utilizar, respeitando a autonomia pedagógica de cada comunidade educativa.

Uma solução tecnológica para todos os elementos da comunidade educativa ficarem à distância de um clique.

A partir de agora e através desta plataforma colaborativa, integradora e com enfoque na comunicação/articulação entre todos os elementos das comunidades educativas, temos à disposição a    que vem dar resposta a estas necessidades permitindo o início das atividades letivas e não letivas em ambiente virtual.

Esta plataforma é inovadora pela forma como promove a colaboração e cooperação entre todos os elementos que constituem a Comunidade Educativa, mantendo a autonomia e a identidade pedagógica de cada Agrupamento de Escolas de acordo com as práticas já existentes.

Em anexo, poderá encontrar o documento explicativo da  bem como o press release.


ALERTA! O futuro do Brasil e da Civilização Cristã está ameaçado por um vírus!

O conceito católico do Bem Comum é o antídoto contra a manipulação ideológica da pandemia do coronavírus

*Instituto Plinio Correa de Oliveira

O Brasil e a quase totalidade dos países atravessam a Semana Santa mais triste de sua história, em decorrência da ameaça de uma pandemia, mas acima de tudo pela privação das celebrações e graças inerentes a essa festividade, através da qual a Igreja vem rememorando interruptamente, desde o remoto ano de 389, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vivemos, portanto, um desses momentos que marcam a História e definem o futuro que recairá sobre as gerações que se sucederão.

A pandemia do Coronavírus, para além do seu aspecto médico, poderá ocasionar as maiores transformações que a humanidade enfrentou nesses dois mil anos de Cristianismo.

Transformações que já estão sendo operadas sem que quase ninguém as analise com profundidade e apresente uma visão de conjunto capaz de alertar a opinião pública, e que vão sendo absorvidas com resignação diante de uma calamidade pública apresentada com proporções apocalípticas.

“Confisco”, “redistribuição de renda”, “novo modelo econômico”, “imposto sobre fortunas”, “ordenação da produção para enfrentar a pandemia” etc., são temas cada vez mais comuns na imprensa. Ao mesmo tempo, espalham-se notícias, carregadas do antigo rancor da “luta de classes”, confrontando quarentenas em “mansões” e em “favelas”.

Dizer que o mundo “não será mais o mesmo” se tornou uma nova “palavra de ordem” repetida em vários círculos sociais. Um mundo mais “igualitário”, “ecológico”, “pós-industrial”.

Entretanto, esse “novo mundo”, segundo seus profetas, não consistiria numa correção dos erros do passado e num “Retorno à Ordem”[i] baseado na Lei Natural e nos princípios de uma sociedade orgânica, mas sim num mundo utópico, seja o dos ecologistas e indigenistas mais radicais, ou aquele sonhado pelos corifeus de uma governança mundial, primeiro sanitária, depois ecológica e finalmente política ou até mesmo filosófica e religiosa.
Uma das edições do livro Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo, lançado pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

Para debelar esse perigo e inspirado na obra Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo, publicada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 1966, o Instituto que se honra de levar seu nome apresenta ao público brasileiro esta primeira análise dos riscos que enfrentamos na crítica hora presente, esperando que ela sirva para alertar os espíritos generosos, mas ingênuos, que podem ser vítimas inadvertidas de uma vasta manipulação ideológica.

Tal análise será feita com base nos princípios da Doutrina Social da Santa Igreja, os quais agora mais do que nunca precisam ser relembrados, uma vez que são silenciados em tantas cátedras episcopais infectadas pelo vírus da Teologia da Libertação.

São esses princípios do ensino tradicional da Igreja Católica que neste momento de confusão e relativismo darão o norte necessário a uma humanidade que depositou toda sua confiança na técnica e na ciência modernas e que de repente se vê imersa na insegurança, confrontada com um futuro incerto e ameaçador.

1. O verdadeiro conceito de bem comum
Em nome do “bem comum”, a preocupação com a saúde física dos homens monopolizou a discussão pública.

Contudo, o bem comum não se restringe ao sentido utilitarista e “laico” que foi tomando nas democracias modernas; seu conceito verdadeiro acarreta uma série de consequências particularmente válidas para a crise atual.

Do Compêndio da Doutrina Social da Igreja[ii]:

“164 […] Segundo uma primeira e vasta acepção, por bem comum se entende: ‘o conjunto de condições da vida social que permitem, tanto aos grupos, como a cada um dos seus membros, atingir mais plena e facilmente a própria perfeição’. […] Assim como o agir moral do indivíduo se realiza em fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o bem comum. O bem comum pode ser entendido como a dimensão social e comunitária do bem moral”.

E também:

“170 O bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor somente em referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum universal de toda a criação. Deus é o fim último de suas criaturas e por motivo algum se pode privar o bem comum da sua dimensão transcendente, que excede, mas também dá cumprimento à dimensão histórica. Esta perspectiva atinge a sua plenitude em força da fé na Páscoa de Jesus, que oferece plena luz acerca da realização do verdadeiro bem comum da humanidade. A nossa história — o esforço pessoal e coletivo de elevar a condição humana — começa e culmina em Jesus: graças a Ele, por meio d’Ele e em vista d’Ele, toda a realidade, inclusa a sociedade humana, pode ser conduzida ao seu Bem Sumo, à sua plena realização. Uma visão puramente histórica e materialista acabaria por transformar o bem comum em simples bem-estar econômico, destituído de toda finalização transcendente ou bem da sua mais profunda razão de ser”.

Assim como separar a preocupação com a economia de outros aspectos da vida humana reduziria o homem à sua dimensão meramente histórica e materialista, assim também a preocupação com a saúde física, se não for harmonizada com as demais necessidades transcendentes do homem e subordinadas ao bem moral, acabaria por negar o próprio “bem comum”.

2. O bem comum é antes de tudo espiritual
Igreja de São José em Belo Horizonte – MG, fechada no dia da festa de São José devido a quarentena do Coronavírus

É, portanto, uma grave inversão de valores e uma negação do verdadeiro “bem comum” fechar igrejas nesse momento, impedindo os fiéis de ter acesso aos sacramentos.

O ministério religioso é de evidente utilidade pública. As igrejas devem ficar abertas, o culto público deve prosseguir e os sacramentos devem continuar a ser administrados, desde que sejam, naturalmente, respeitadas as normas prudenciais para evitar o contágio.

Em quaisquer circunstâncias, os sacerdotes devem ter pleno direito de circulação — análogo ao dos agentes da saúde ou da ordem pública —, para que possam atender os fiéis, de modo especial os moribundos, nos hospitais ou nas residências.

Do ponto de vista jurídico, em se tratando de uma atividade lícita e protegida explicitamente pela Constituição Federal, não pode o Poder Público impedir a sua realização na medida em que forem respeitadas as normas de saúde e de prudência. E, acima de tudo, cabe à Igreja — e não ao Estado — ter a última palavra nessa matéria.

Sobre isso, pronunciou-se em recente artigo o Arcebispo Dom Carlo Maria Viganò, ex-Núncio em Washington: “Eu compreendo e compartilho preocupações fundamentais de segurança e de proteção que as autoridades exigem pela saúde publica. Assim como eles têm o direito de adotar as medidas para as questões que afetem nosso corpo, assim as autoridades da igreja têm o direito e o dever de se preocupar da saúde das almas. Elas não podem negar aos fiéis o alimento espiritual que eles recebem na Eucaristia, sem falar do sacramento da confissão, da missa etc.”.

O respeito à prática religiosa se torna tanto mais necessário quando se sabe que o sistema imunológico das pessoas, particularmente dos anciãos e dos portadores de doenças graves, é enfraquecido pelo pânico, pela depressão psicológica, pelo acabrunhamento. A privação da atenção pastoral religiosa não pode deixar de ter uma repercussão deletéria na saúde pública. Aliás, o próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro, reconheceu-o em recente decreto, ao considerar as Missas como uma atividade essencial.

Traem sua sagrada missão os pastores que não apenas se dobram sem protestar diante da violação do direito natural e constitucional da liberdade de praticar a religião, mas que se adiantam às autoridades e aplicam as regras sanitárias de modo ainda mais rigoroso do que o próprio Poder Público indicou.

3. O bem comum resulta de uma harmonização de vários interesses

A saúde é um dos principais elementos da vida coletiva. Mas não é um valor supremo, nem um direito absoluto que se sobreponha ao bem moral ou que possa colocar em risco a existência e o futuro de uma nação.

Ainda segundo o Compêndio da Doutrina Social Católica[iii]:
“169: Para assegurar o bem comum, o governo de cada País tem a tarefa específica de harmonizar com justiça os diversos interesses setoriais. A correta conciliação dos bens particulares de grupos e de indivíduos é uma das funções mais delicadas do poder público. Além disso, não se deve esquecer que, no Estado democrático — no qual as decisões são geralmente tomadas pela maioria dos representantes da vontade popular —, aqueles que têm responsabilidade de governo estão obrigados a interpretar o bem comum de seu país, não só segundo as orientações da maioria, mas também na perspectiva do bem efetivo de todos os membros da comunidade civil, inclusive dos que estão em posição de minoria.”

Não basta seguir a vontade da minoria ou mesmo da maioria. Cumpre levar em conta o bem comum do país.

Deve-se, portanto, procurar um equilíbrio entre as exigências para o combate à epidemia e as requeridas pela vida coletiva, que não pode ser severamente ameaçada, inclusive em seus valores mais fundamentais, por decisões provocadas pelo pânico.

Decisões que podem acarretar não somente mais mortes pelo vírus, mas também mortes e fome resultantes de desastres sociais e econômicos imprevisíveis.

É, aliás, paradoxal, contemplar organismos internacionais, correntes ideológicas e midiáticas, ardorosos defensores do sacrifício de vítimas inocentes pelo aborto e pela eutanásia, se erguerem em tribunos apaixonados do direito à vida como valor único. Sua hipocrisia revela que sua verdadeira motivação é a promoção de uma agenda ideológica.

Para alguns, tal agenda consiste na utopia de uma Nova Ordem Mundial totalitária. Para outros, pelo contrário, numa dissolução da civilização atual e a caminhada para a utópica vida tribal defendida pelos corifeus da Teologia da Libertação e da ecologia radical.

4. Na esfera temporal, incumbe ao Poder Executivo harmonizar os interesses em conflito, em nome do verdadeiro bem comum

Não cabe aos organismos internacionais, nem aos especialistas na saúde, nem à mídia, nem aos lobbies ideológicos, mas tão-só à autoridade pública determinar as medidas apropriadas para combater a epidemia e, simultaneamente, harmonizar interesses em conflito. Essa autoridade recebe de Deus o poder e as graças sobrenaturais para tomar suas decisões, as quais devem ser obedecidas, salvo se contrariarem o bem moral, que é o fundamento de toda a Lei Natural.

O combate ao Coronavírus, na medida em que tenha implicações sociais, políticas, econômicas e até religiosas (como o fechamento de Igrejas) não é assunto apenas de Saúde Pública. Seu impacto vai muito além da saúde física e imediata dos cidadãos.

Em função disso, nas democracias modernas, nas quais há uma separação dos Poderes, o bem comum exige que a ordem institucional seja respeitada e que, portanto, sejam as autoridades do Poder Executivo, nos seus respectivos níveis, que decidam quais as medidas apropriadas que devem ser tomadas.

Cabe a essas autoridades traçar os cenários das consequências em cada setor — e não apenas sob o ponto de vista da Saúde Pública —, a fim de poderem tomar a decisão que atenda ao conjunto da sociedade.

Constitui grave ameaça ao bem comum o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário se arrogarem o direito de decidir em tais matérias, como tem ocorrido em alguns casos e não apenas no Brasil, extravasando de suas funções naturais, seja criando leis, seja controlando a legalidade das medidas.

Uma incursão do Poder Judiciário na esfera do Poder Executivo não apenas extrapola de suas funções, mas chega a ser paradoxal, pois tradicionalmente ele sempre foi um defensor das liberdades públicas diante da limitação imposta por outros Poderes do Estado. Agora, essa situação se inverte e temos decisões judiciais negando até mesmo o direito à expressão[iv] daqueles que são contrários a um “pensamento único” que vai sendo imposto ao resto da sociedade.

5. O bem comum exige que as limitações das liberdades públicas e dos direitos individuais sejam passageiras

Outro paradoxo é o da esquerda brasileira. Aqueles mesmos que, em passado não tão distante de nossa história, se erigiam em defensores das liberdades públicas e dos direitos individuais, hoje são os promotores de medidas extremas de controle da população e, mais ainda, são partidários de que tais medidas sejam aplicadas por tempo indefinido.

Alguns chegam mesmo a defender a necessidade de mecanismos internacionais de controle capazes de combater eficazmente situações como a do Coronavírus.

E não é rara a menção ao suspeito e propalado sucesso do modelo chinês que, segundo seus defensores, teria combatido a propagação do vírus sem se importar com as garantias individuais…

O isolamento compulsório em muitos países não é mais uma hipótese distante. Em função da pandemia, mais de 40% da população mundial já está confinada em suas casas[v].
Em seu principal livro, Revolução e Contra-Revolução, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira afirma a necessária transitoriedade de um governo forte para enfrentar uma crise como esta.

Discorrendo sobre o conceito de “ditadura”, ele escreveu: “Há circunstâncias que exigem, para a salus populi, uma suspensão provisória de todos os direitos individuais, e o exercício mais amplo do poder público. A ditadura pode, portanto, ser legítima em certos casos.”

Todavia, para ser legítima, ele cita algumas características. Entre elas:

1 — “Deve suspender os direitos, não para subverter a Ordem, mas para a proteger. E por Ordem não entendemos apenas a tranqüilidade material, mas a disposição das coisas segundo seu fim, e de acordo com a respectiva escala de valores”. […]

2 — “Por definição, esta suspensão deve ser provisória, e deve preparar as circunstâncias para que o mais cedo possível se volte à ordem e à normalidade. A ditadura, na medida em que é boa, vai fazendo cessar sua própria razão de ser. A intervenção do Poder público nos vários setores da vida nacional deve fazer-se de maneira que, o mais breve possível, cada setor possa viver com a necessária autonomia”.

Já uma ditadura revolucionária, isto é, que tenha por objetivo descristianizar o Ocidente: “[…] visa eternizar-se, viola os direitos autênticos, e penetra em todas as esferas da sociedade para as aniquilar, desarticulando a vida de família, prejudicando as elites genuínas, subvertendo a hierarquia social, alimentando de utopias e de aspirações desordenadas a multidão, extinguindo a vida real dos grupos sociais e sujeitando tudo ao Estado: em uma palavra, favorecendo a obra da Revolução. Exemplo típico de tal ditadura foi o hitlerismo. Por isto, a ditadura revolucionária é fundamentalmente anticatólica”.

O princípio que deve vigorar, portanto, na atual emergência, é o de que a extensão e a duração das restrições às liberdades públicas e à vida normal sejam as menores possíveis, e não o contrário.

6. Mesmo em situações de emergência, o bem comum requer o respeito do princípio da subsidiariedade

Enquanto as autoridades públicas representam a cabeça do corpo social, desempenhando um papel diretivo essencial, a vida em sociedade resulta da atividade e da energia desenvolvidas por todas as células do corpo social.

Incumbe não apenas ao Estado, mas também à sociedade civil, contribuir no combate à pandemia. Um combate cujas atividades não podem ser simplesmente açambarcadas pelo poder público sob o pretexto de emergência nacional.

Tanto a propriedade privada e a livre iniciativa, quanto os direitos dos pais e das sociedades intermediárias devem ser respeitados em toda a extensão possível, e quando for necessário limitá-los, há que indenizá-los justa e oportunamente pelos danos causados.

Ainda do Compêndio da Doutrina Social da Igreja:

185. “A subsidiariedade está entre as mais constantes e características diretrizes da doutrina social da Igreja, presente desde a primeira grande encíclica social. É impossível promover a dignidade da pessoa sem que se cuide da família, dos grupos, das associações, das realidades territoriais locais, em outras palavras, daquelas expressões agregativas de tipo econômico, social, cultural, desportivo, recreativo, profissional, político, às quais as pessoas dão vida espontaneamente e que lhes tornam possível um efetivo crescimento social. É este o âmbito da sociedade civil, entendida como o conjunto das relações entre indivíduos e entre sociedades intermédias, que se realizam de forma originária e graças à ‘subjetividade criativa do cidadão’. A rede destas relações inerva o tecido social e constitui a base de uma verdadeira comunidade de pessoas, tornando possível o reconhecimento de formas mais elevadas de sociabilidade”.

Neste momento de quarentena, não podemos nos esquecer dos médios e pequenos empresários, dos profissionais liberais, dos autônomos e de suas famílias, que representam ainda um resto de vida orgânica nas sociedades globalizadas em que vivemos. Eles serão duramente atingidos pela crise econômica que já está dando seus primeiros sintomas.

O que há de melhor no Brasil é seu povo generoso, laborioso e inovador.

Tais características — decorrentes dos valores morais e transcendentais com que nos aquinhoou bondosamente a Providência Divina — marcaram profundamente nosso País e estão também correndo grave risco na atual crise.

Do ponto de vista prático, o respeito a essa subsidiariedade é tanto mais necessário quanto é notório que a iniciativa privada é muito mais rápida em reagir e flexível em aplicar os remédios do que o pesado e burocrático aparelho estatal. Sua contribuição é, portanto, indispensável; não apenas para enfrentar a epidemia, mas principalmente para os esforços de reconstrução nacional que se seguirão, uma vez que o País se verá confrontado involuntariamente com uma depressão mundial que poderá ser a maior dos últimos séculos.

7. O bem comum exige o fortalecimento da soberania nacional

A epidemia do Coronavírus revelou a fragilidade do mundo globalizado e interconectado, baseado no canto de sereia de um mercantilismo que sacrifica os “circuitos curtos” de produção e consumo em favor de “circuitos longos” não garantidos ante as várias contingências da vida humana (desastres naturais, mudanças geopolíticas, etc.).

A revelação dessa fragilidade — que patenteou a dependência de boa parte do mundo às veleidades das autoridades da China comunista — deve levar a um esforço de reindustrialização do Brasil e a uma política de parcerias comerciais que tornem nossa economia menos dependente da China e mais orientada para satisfazer as necessidades do consumo nacional.

Pelo mesmo motivo, cumpre assegurar que os florões da nossa indústria, das nossas terras e das nossas riquezas nacionais, desvalorizadas pela depressão que virá, não caiam nas mãos de capitais estrangeiros duvidosos, especialmente de grandes companhias chinesas, todas elas controladas pelo Estado e pelo Partido Comunista.

8. O modelo chinês de controle social
O Coronavírus nasceu na China. Agora, em uma enorme manobra publicitária, os chineses oferecem as máscaras para nos proteger do vírus. A imprensa já está chamando essa ação de “Diplomacia das Máscaras”[vi].

Neste mundo em que a falsa noção de bem comum se sobrepõe ao seu conceito verdadeiro, muitos governos estão dispostos a ignorar o comunismo chinês — inclusive seu desrespeito sistemático dos direitos individuais de sua população, reduzida a exercer trabalho escravo — para receber ajuda neste momento de pandemia.

Trata-se de uma enorme quebra das barreiras ideológicas que se opera no mundo inteiro, sem que grande parte das pessoas o perceba.

Nesse contexto, não estranha que o presidente chinês tenha ligado até para o presidente Trump a fim de “oferecer ajuda”[vii].

A China tem sido apresentada não somente como um país modelar na contenção do vírus, ela também se tornou conhecida por sua capacidade de controle social através de novas técnicas digitais de rastreamento, reconhecimento facial etc.

Sobre a China, aliás, não existem dados seguros. Tanto a imprensa quanto a internet são filtradas pelas autoridades chinesas, as mesmas a afirmarem que o país teria isolado o Coronavírus.

Há, contudo, algo divulgado amplamente pelo próprio Partido Comunista Chinês e que é a sua capacidade de usar a tecnologia de ponta para identificar e rastrear as pessoas[viii].

Através do reconhecimento facial nos celulares — que indicam a localização de seus usuários —, as autoridades chinesas são capazes de localizar cada indivíduo, bem como de definir com quem ele teve contato.

Nada pareceria neste momento mais útil e sedutor, e mais contrário ao mesmo tempo às autênticas liberdades individuais presentes em uma sociedade orgânica e no princípio de subsidiariedade.

Não estará em gestação um novo modelo de sociedade interconectada, globalizada, socializada em um Estado forte cada vez mais igualitário?

9. O perigo da ditadura do pensamento único

O Coronavírus é real e seu perigo não deve ser subestimado; mas não se pode, em função de um perigo para a saúde pública, em nome de um bem comum mal entendido, sacrificar valores, quebrar as barreiras ideológicas em relação ao comunismo, aceitar uma mudança de “paradigma” para um novo mundo que será uma antítese da Cristandade.

Ademais, há outra ditadura em gestação. A ditadura do “pensamento único”, que busca silenciar aqueles para os quais o homem não é só corpo, a economia não diz respeito apenas ao dinheiro e o verdadeiro bem comum não prescinde dos valores morais.

Neste momento em que essas barreiras ideológicas estão caindo por medo de um vírus, mais do que nunca importa relembrar os princípios sociais da doutrina católica.

10. Baldeação Ideológica Inadvertida
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Em novembro de 1965 era publicado por Plinio Corrêa de Oliveira na revista Catolicismo seu estudo sobre o tema da Baldeação Ideológica Inadvertida e Dialogo.[ix]

Nele, o ilustre pensador e líder católico descreve a manobra através da qual se pode levar inadvertidamente uma população inteira a mudar seu modo de ver uma determinada realidade.

Tratando do perigo representado na época pelo comunismo internacional, sem menosprezar o perigo nuclear, Plinio Corrêa de Oliveira chamava a atenção para outros tipos de manobras, muito mais discretas e profundas.

Ao final do processo, o “paciente” teria sido mudado de posição.

A presente pressão que está sendo feita sobre a opinião pública, apresentando números assustadores de mortos e perseguindo qualquer opinião divergente, não seria uma maneira de mudar a sociedade em que vivemos sob o pretexto de um assunto de saúde pública?

Não estaríamos assistindo a uma grande manobra de baldeação ideológica inadvertida, da qual também seríamos as vítimas?

Consideremos de momento o que, sob o expressivo título “O confinamento: um remédio pior do que a doença?”, escreveu no dia 6 de abril no jornal parisiense Le Figaro o reputado editorialista Renaud Girard, especializado em questões geopolíticas:

“As mortes causadas pelo Covid-19 excederão cem mil pessoas. Isso acarretará o sofrimento de centenas de milhares de famílias, o que é obviamente muito triste. Mas é preciso que o bom senso prevaleça. Muito antes da aparição do Sars-CoV-2, as doenças pulmonares obstrutivas clássicas já estavam matando muito. Em 2016, segundo a OMS, elas interromperam três milhões de vidas. 

No entanto, esse ano a economia do planeta não parou.

“Os acidentes de trânsito mataram no ano passado mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Porém, não proibimos a circulação. Felizmente, o número de mortes nas estradas foi reduzido por meio de ações direcionadas (limites de velocidade, medidas penais contra o álcool no volante, airbags nos carros, consertos nas estradas, etc.). Contra o Covid-19 também devem ser utilizadas ações direcionadas (rastreamento em massa, isolamento e atendimento de pessoas infectadas, equipamentos hospitalares com respiradores etc.). Tudo isso enquanto se espera o desenvolvimento de uma vacina.

“Entretanto, a mortalidade mundial poderia aumentar muito, devido à desorganização do mundo causada por um confinamento geral prolongado. O remédio pode ser pior do que a doença. As recessões econômicas diminuem a expectativa de vida. […]

“No Covid-19, geralmente é a reação exagerada do sistema imunológico que acaba por matar o paciente. Não reproduzamos esse erro da natureza na geopolítica! Vamos manter a calma e nos abster de medidas políticas radicais, que são perigosas para o futuro mediano de todo o nosso planeta!”[x]

11. O papel do Brasil
As manifestações multitudinárias que nos últimos sete anos encheram avenidas, ruas e praças de nossas cidades repercutiram no mundo inteiro e contribuíram para colocar o Brasil no seu devido lugar, ou seja, torná-lo um ponto de referência.

Governos conservadores foram eleitos em vários países, mas em nenhum deles se viu tal afluxo de pessoas indo às ruas contra o socialismo, o comunismo e tantas outras consequências.

Os brados “Quero o meu Brasil de volta” e “A minha bandeira jamais será vermelha” eram indicativos não apenas do desejo de um governo conservador, mas também de uma reação profunda de um País cansado de ficar em silêncio enquanto o mundo político o ignorava.

É esse o Brasil que está em risco. Em risco de uma desunião dos conservadores, em risco de uma baldeação ideológica inadvertida, o qual é muito mais grave que o representado pelo Coronavírus.

Neste momento histórico, não são apenas os brasileiros que olham para a sua Pátria ameaçada; olham-na também uma parte do mundo que vê com esperança a reação anticomunista que aqui foi tão explícita.

A maneira do Brasil reagir e enfrentar a crise desencadeada pelo Coronavírus terá um alcance ainda difícil de medir, mas certamente não ficará restrita às nossas fronteiras.

Conclusão
Cumpre na atual emergência elevar as vistas e considerar os acontecimentos a partir de uma perspectiva de longo alcance e de um patamar superior.

Sendo Deus onisciente e onipotente, seria absurdo imaginá-Lo alheio a essa pandemia que se estendeu ao mundo inteiro, ou preocupado tão-só em nos fortificar espiritualmente para enfrentarmos o perigo e a dor, e não como sendo capaz de mudar radicalmente o curso dos acontecimentos.

Em sua infinita Sabedoria, Deus permitiu que causas segundas desencadeassem a pandemia. Não é descabido perguntar se em sua misteriosa intenção estaria apenas o desejo de provar a nossa virtude, ou se não estaria também, e principalmente, o desejo de nos corrigir dos nossos vícios e pecados, como um bom Pai que não quer que seus filhos se percam eternamente.

Ao longo da História, todos os povos consideravam as pestes como advertências ou castigos divinos e elevavam à sublime e divina Majestade o pungente cântico entoado na Quaresma: Parce, Domine, parce populo tuo quem redemisti, Christe, sanguine tuo ut non in aeternum irascaris nobis, “Perdoai, Senhor, o teu povo, redimido pelo sangue de Cristo; não estejais irado para sempre conosco”.

Privados dos sacramentos e das belas procissões e cerimônias da Semana Santa, nós, brasileiros, desejaríamos elevar a Deus o grito lancinante de Nosso Senhor na sua agonia: “‘Eli, Eli, lammá sabactáni?” — “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46). Mas, diferentemente do Divino Redentor, em cujos lábios a queixa tinha todo sentido, por ser Ele o Cordeiro sem mancha que Se revestiu dos nossos pecados, dos nossos lábios a pergunta não consegue sair, simplesmente porque nossa índole nacional não o permite.

Nas últimas décadas, entretanto, quantas legislações contrárias à Lei de Deus! Quantas blasfêmias públicas amparadas pelo Poder Judiciário e outras autoridades! Quantas vítimas inocentes sacrificadas pelo aborto! Quanta desagregação dos costumes pela aceitação do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, das uniões livres, do divórcio! Quanta corrupção das crianças pela ideologia de gênero! Quanta incitação à inveja, ao roubo e ao ódio de classe! Quanto materialismo e ateísmo práticos!… Acima de tudo, que imensa deserção dos Pastores que não orientaram devidamente o seu rebanho!

Como os habitantes de Nínive no Antigo Testamento, o que Deus como bom Pai quer de nós não é a morte, mas o arrependimento e a conversão; não apenas individual, mas como Nação, para que possamos ser novamente e com toda autenticidade a Terra da Santa Cruz.

Essa conversão — alguns de cujos requisitos foram apontados acima — exigirá muitos sacrifícios de todos com vista ao bem comum, mas seremos impotentes para fazê-los caso prescindamos da onipotência da graça divina e da poderosíssima intercessão de Maria Santíssima, que permaneceu de pé junto à Cruz e que nessa hora trágica de suprema fidelidade nos foi dada como Mãe.

Para debelar eficazmente o Coronavírus não bastam as medidas prudenciais de isolamento social e de higiene. É preciso, acima de tudo, pedir a Deus socorro por meio de Nossa Senhora, com sincero propósito de conversão. Esse pedido ganhará ainda mais força e idoneidade se for feito pelas autoridades.

Assim agindo, o Brasil poderá atravessar a paixão que o aflige sem conhecer a morte, e ressurgir na Páscoa com a força triunfante de Cristo Ressuscitado, numa humanidade renovada conforme a promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!”.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
10 de abril de 2020
Sexta-feira Santa, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo
ABIM
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Notas:
[i] Esse é o título do best seller de John Horvat, vicepresidente da American Society for the Defense of Tradition, Family and Property, do qual já foram divulgados mais de 330 mil exemplares (v. detalhes em https://www.returntoorder.org/)
[iii] Idem Ibidem