Paulo Roberto Campos
Nesta 2ª. feira (19 de dezembro), mais um atentado perpetrado pelo terrorismo islâmico na Europa. Desta vez em Berlim (Alemanha). Um enorme caminhão Scania dirigido por um maometano invadiu uma feira de Natal da cidade atropelando dezenas de pessoas, deixando, segundo informações da CNN, pelo menos 9 mortos e mais de 50 feridos — algumas vítimas ficaram esmagadas debaixo do veículo. Ataque terrorista que nos faz lembrar daquele ocorrido em Nice (França) em 14 de julho passado.
Em Berlim, primeiramente, o caminhão derrubou uma árvore de Natal e acelerou atropelando as pessoas próximas às encantadoras barracas natalinas, muito frequentadas nesta época do ano. Nessas feiras de Natal os visitantes compram chocolates, decorações natalinas, brinquedos para as crianças, enquanto tomam um vinho quente ou saboreiam diversas iguarias que os alemães fazem para celebrar o Natal.
A esse propósito, pareceu-nos oportuno publicar neste site uma entrevista com Benno Hofschulte, do TFP-Bureau em Frankfurt. Ela foi estampada na revista Catolicismo deste mês e revela como, no continente europeu, o governo alemão foi o que mais abriu suas fronteiras para a entrada de imigrantes maometanos, inclusive militantes do “Estado Islâmico”, que aproveitam de tal abertura para se introduzirem na Europa, onde arregimentam novos adeptos para perpetrar delitos de toda ordem e mesmo atentados terroristas — como este na capital alemã…
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EUROPA:
INVASÃO ISLÂMICA
Há mais de um ano, quando se difundiu a notícia de que a Alemanha havia aberto suas fronteiras para dar entrada a fugitivos da guerra na Siria, habitantes de outros países de religião maometana, aproveitando-se dessa abertura, acorreram em massa para a Alemanha, numa verdadeira invasão de imigrantes.
A ocasião foi especialmente aproveitada pelo Estado Islâmico (ISIS) para introduzir seus agentes na Europa e, assim, cumprir sua agenda de subversão da ordem social por meio de atentados e crimes comuns.
De fato, estes últimos são os que mais causam medo à população europeia, pois a priva da certeza de levar uma vida normal nas ruas e praças públicas, nos centros comerciais, nos transportes urbanos etc. Em algumas cidades, a própria polícia já não consegue intervir para manter a ordem, pois tais refugiados avançam em grupos e, muitas vezes, utilizam de violência contra os agentes da ordem, servindo-se como arma de qualquer objeto que encontrem pelas ruas.
Para atualizar os leitores de Catolicismo sobre graves problemas, decorrentes dessa invasão islâmica na Europa, entrevistamos o Sr. Benno Hofschulte, do TFP-Bureau em Frankfurt. Na Alemanha desde 1983, ele representa TFPs (Tradição, Família e Propriedade) de vários países. Ele é também diretor da Deutsche Vereinigung für eine Christliche Kultur (Associação Alemã por uma Civilização Cristã), em cujo âmbito dirige o movimento anti-abortista Aktion SOS LEBEN (Ação SOS VIDA).
Através de visitas pessoais, reuniões, conferências e contatos com movimentos afins, Benno Hofschulte vem promovendo a difusão dos ideais da civilização cristã, hoje tão golpeada pela decadência geral dos costumes e por culturas estranhas e até mesmo contrárias àquela sobre a qual se construiu a Europa.
Catolicismo — Como tem sido o afluxo de refugiados na Alemanha, a grande maioria dos quais é de religião muçulmana?
“Entre os fugitivos de nações africanas havia grande presença de muçulmanos e mesmo de militantes do Estado Islâmico, que aproveitaram a onda para se infiltrarem na Europa”
Benno Hofschulte — Há mais de um ano, os alemães foram surpreendidos pela entrada de milhares de pessoas, que se aproveitaram da abertura das fronteiras. O intuito primeiro e principal era receber e dar asilo a fugitivos da guerra na Síria, que eram recebidos como verdadeiros refugiados, em vista da situação insustentável na qual se encontravam em seu país.
Com a decisão de se implantar a base do “Estado Islâmico” (ISIS) na Síria, um grande número de fugitivos, talvez a maioria, era de cristãos, que vinham sendo brutalmente perseguidos da forma mais inumana possível por fanáticos muçulmanos. Foram esses cristãos que formaram a primeira onda de fugitivos que procuraram a Alemanha para asilo.
Mas na medida em que ia ficando claro que a Alemanha estava disposta a receber sem restrições qualquer refugiado, instalou-se no norte da África uma verdadeira máfia de comércio humano. Centenas de milhares de africanos, vindos de países nos quais certamente havia pobreza, mas onde não se constatava em absoluto perseguição religiosa, foram atraídos com a promessa de que encontrariam o paraíso na Europa.
Quase todos vendiam o que possuíam para financiar a travessia do Mediterrâneo, na esperança de encontrar sustento, moradia e trabalho. Milhares deles perderam suas vidas nos diversos naufrágios ocorridos durante a viagem, não apenas pela precariedade das embarcações, mas também pelo excesso de passageiros a bordo.
Contudo, nem isso provocou diminuição do número daqueles que buscavam o “paraíso” europeu. Ora, entre esses fugitivos havia grande presença de muçulmanos e mesmo de militantes do ISIS, que aproveitaram a onda para se infiltrarem na Europa. Como a Alemanha era o único país que oficialmente deixava entrar esses prófugos sem maior controle de suas fronteiras, eles confluíram em massa para cá.
Catolicismo — Qual tem sido a reação do público alemão diante de tudo isso?
Benno Hofschulte — Pouco a pouco, o público alemão acabou abrindo os olhos, entendendo que havia provavelmente nessa onda migratória outro intuito que não apenas o de ajuda humanitária, visando acostumar a população ordeira daqui a viver porta a porta com um cultura completamente estranha à cultura cristã sobre a qual está baseada a civilização europeia.
Catolicismo — Que dificuldades e perigos o incremento do elemento islâmico representa para a Igreja católica no panorama religioso alemão?
Benno Hofschulte — Dificuldades e perigos de fato existem, devido ao caráter fanático dos extremistas islâmicos. Insiste-se sempre em que não se pode generalizar, de que não é por causa de uma minoria fanática que se deve considerar o Islã uma religião fundamentalista desejosa de impor-se pela violência.
Embora seja verdade que os muçulmanos fanáticos como os do ISIS são minoria, cabe salientar que a ocorrência frequente de atentados cometidos por esses fanáticos vem criando uma tendência nos alemães em atribuir ao Islã essa característica de violência.
A Igreja insiste em favorecer o diálogo inter-religioso com o Islã, para tentar incutir confiança nele. Há mesmo em certas paróquias cursos de catecismo para muçulmanos que manifestam o desejo de se converterem, e realmente tem havido verdadeiras conversões.
Mas à vista de atentados sacrílegos, como o ocorrido na França com um sacerdote que dirigia um grupo de diálogo com muçulmanos e que foi degolado por dois fanáticos em plena Missa, essa confiança fica extremamente abalada.
Catolicismo — Diante da queda demográfica na Alemanha, o senhor julga acertada a política da chanceler Angela Merkel de abrir as fronteiras para esses refugiados que poderiam representar mão-de-obra jovem e barata?
Benno Hofschulte — Absolutamente não.
“Há um equívoco em imaginar que muçulmanos tornar-se-iam moderados e benévolos caso percebessem que os cristãos não têm animosidade contra eles, e que esse seria o verdadeiro Islã”
Catolicismo — Por quê?
Benno Hofschulte — Posso enumerar várias razões. Quanto aos que vêm do norte da África, realmente são jovens, mas não possuem a menor qualificação para uma atividade profissional ou mesmo amadora. Acresce-se a isso outro obstáculo não pequeno para a inserção deles no mercado de trabalho: a falta do conhecimento da língua alemã.
Ora, uma língua estrangeira não se aprende sem estudo. O Estado deverá arcar com os cursos de aprendizado do alemão, além de financiar tudo o que for necessário para que eles vivam com dignidade — moradia, roupa, saúde —, sem que haja num curto prazo compensação de trabalho produtivo da parte dos beneficiados.
Ademais, as estatísticas provam que não é esse tipo de imigração que resolverá o problema demográfico da Alemanha. Porque demografia não é só uma questão de número de habitantes, mas de habitantes que produzam algo para manter a estabilidade social e econômica de um país.
Catolicismo — Qual a posição da Hierarquia eclesiástica diante do crescimento dos muçulmanos e de sua influência na vida pública? Ela julga que a Fé católica está em perigo?
Benno Hofschulte — Não! De modo nenhum ela considera que a Fé católica esteja em perigo. Reconhece, no entanto, que o povo em geral está com medo de que a qualquer momento e em qualquer lugar sobrevenham atentados públicos ou agressões físicas, como aquela ocorrida algumas semanas atrás em Hamburgo, quando um jovem que passeava com uma amiga pelas margens do lago Alster foi esfaqueado pelas costas, falecendo pouco depois.
Esse temor público é razoável. A política da Igreja católica, no entanto, é a equivocada opinião segundo a qual o melhor meio de combater esse medo é entrar em diálogo com os muçulmanos, para assim conhecer de modo autêntico a religião islâmica e o que nela existiria de verdade e santidade. Segundo a orientação de padres e bispos, o católico deve aprender a ter confiança, respeito e consideração pelos muçulmanos, ressaltando os lados que temos em comum.
Faz parte desse esquema a visita de escolares alemães a mesquitas, para lá “experimentarem” o modo de prestar culto a Alá… A meu ver, há um grande equívoco em imaginar que os muçulmanos tornar-se-iam moderados e benévolos caso percebessem que os cristãos não têm animosidade contra eles, e que esse seria o verdadeiro Islã.
Catolicismo — O senhor pensa que os políticos da Aktion für Deutschland poderão apresentar soluções adequadas aos problemas da Alemanha referentes ao islamismo?
Benno Hofschulte — De momento eu não teria elementos para responder, uma vez que o partido é novo e seus membros eleitos são um tanto inexperientes no exercício de cargos políticos. O problema islâmico existe e é muito sério, mas a política não se limita apenas a ele.
De momento a AfD está encontrando dificuldades no Parlamento alemão, porque nenhum dos partidos constituídos ousou ainda fazer coalizão com os políticos dessa nova agremiação que, enquanto se mantiver isolada, não terá muita força e influência nos governos. Mesmo que apresente soluções válidas para o problema islâmico, o partido não conta no momento com número suficiente de cadeiras para fazer passar tais soluções.
Catolicismo — Apesar do horizonte sombrio que o senhor descreve, vê luzes de esperança para um futuro cristão da Alemanha?
Benno Hofschulte — Com muita frequência a mídia publica dados estatísticos de como a população germânica se apresentará dentro de um futuro próximo. Em outubro último, por exemplo, o diário “Die Welt” prognosticou que dentro de 20 anos os cristãos, que hoje ainda representam uma grande maioria no país, tornar-se-ão minoria.
O vazio deixado pelos cristãos na Alemanha será preenchido por uma sociedade multicultural e islâmica. A queda do índice de natalidade terá então excluído uma população maior do que a da antiga Alemanha Oriental, o que equivale à soma dos habitantes das cidades de Berlim, Hamburgo, Munique, Colônia e Frankfurt. É como se essas cidades desaparecessem agora.
Historiadores afirmam que a queda da fertilidade de um povo está intimamente ligada a uma massiva secularização, ou seja, a religião já não exerce mais influência sobre a vida das pessoas. Esse processo de secularização vem ocorrendo na Alemanha desde os anos de 1960: o número de paróquias, batismos, casamentos religiosos, ordenações sacerdotais, conversões para o catolicismo e frequência à Missa dominical vêm conhecendo declínio vertiginoso.
Fala-se de uma era de “novo ateísmo”, de uma “sociedade sem Deus” que se estaria formando. A Alemanha poderia ainda ser considerada um país cristão, mas dentro de alguns anos será mais acertado falar de um país predominantemente ateu com minorias religiosas.
Catolicismo — Quem preencheria esse vazio deixado pela religião?
Benno Hofschulte — Políticos e analistas falam sem rodeios na criação de um “Islã alemão”. Não é preciso insistir que esse quadro traz perspectivas trágicas para o cristianismo na Alemanha. Mas não só para ela, pois todos os países da Europa encontram-se em situação semelhante.
O que se constata é que a Mensagem de Nossa Senhora de Fátima em 1917, cujo centenário ocorrerá no próximo ano, não foi tomada a sério, sobretudo no que diz respeito às profecias referentes à apostasia das nações do verdadeiro caminho de salvação por Ela indicado. No entanto, a Mensagem de Fátima torna-se cada vez mais o único farol a iluminar o caminho tenebroso pelo qual os povos e as nações enveredaram em busca do progresso técnico e do bem-estar pessoal que acabaram não encontrando…
Nossa Senhora de Fátima é a grande esperança da instauração na Terra de uma ordem mundial justa e santa, na qual os homens possam realizar o fim para o qual foram criados: conhecer, amar, servir e dar glória a Deus.
Fonte: ABIM
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