O presidente da Câmara de Óbidos rejeitou hoje que o concelho tenha oito novos casos positivos de covid-19, considerando essa atribuição “injusta”, já que o contágio ocorreu numa autarquia vizinha onde os infetados trabalham.
“A contabilização de casos positivos é feita no local onde a doença foi contraída e, neste caso, foi num outro concelho. Não estamos aqui numa competição entre concelhos e muito menos numa luta para ver quem tem mais ou menos casos, mas não é justo atribuir a Óbidos casos positivos que não tem”, afirmou Humberto Marques, citado em comunicado enviado pelo município.
De acordo com os dados hoje divulgados pela Direção Geral da Saúde (DGS), o concelho registou oito novos casos, mas o autarca defende que essas pessoas “não têm qualquer relação de domiciliação fiscal” ou laboral no território, mas sim na Área Metropolitana de Lisboa.
Segundo o comunicado, as pessoas em causa são migrantes que trabalham para uma empresa de trabalho temporário, sediada no concelho das Caldas da Rainha, ligada ao setor da agricultura, que têm residências temporárias em ambos os municípios mas, de acordo com as autoridades de saúde, não há “qualquer relação com transmissão comunitária” em Caldas da Rainha e Óbidos.
“Mais incompreensível é o seu registo ter sido feito em Óbidos, quando as normas do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) dizem que o seu registo deve ser feito no local da infeção, e neste caso as autoridades de saúde reconhecem que o local de infeção não teve origem em Óbidos”, prosseguiu o autarca.
No texto, Humberto Marques sublinhou que o concelho é um “território seguro, com baixos níveis de transmissão” e enalteceu o trabalho de todos os envolvidos que os têm “conduzido a excelentes resultados de baixa transmissibilidade do vírus”, com apenas um caso ativo, dois recuperados e sem vítimas mortais por covid-19.
Lusa