sábado, 24 de dezembro de 2016

Vai nascer uma nova Maternidade em Coimbra

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A nova maternidade tem um orçamento previsto de 16,8 milhões de euros. Será construída no perímetro do hospital universitário.
O Ministério da Saúde deu autorização para o início da construção da nova maternidade de Coimbra, que vai fundir as duas já existentes na cidade, anunciou hoje o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
O presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes, afirmou que o Ministério da Saúde deu "autorização para o início da construção" da maternidade e "de todo o trabalho" relacionado com a sua criação.
Em declarações à agência Lusa, Martins Nunes explicou que, face a este anúncio do Governo, o CHUC avança já em 2017 com o lançamento do concurso internacional para o projeto de arquitetura, a elaboração do projeto de arquitetura e a elaboração do caderno de encargos para se poder "lançar o concurso da obra ainda no final de 2017 ou no início de 2018".
A nova maternidade, com um orçamento previsto de 16,8 milhões de euros, será construída no perímetro do hospital universitário, entre os serviços de psiquiatria e de fisioterapia, e deverá estar concluída entre o final de 2019 e o início de 2020, informou.
Esta maternidade vai levar à fusão das maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, decidida na sequência da agregação de diversos estabelecimentos públicos de saúde no CHUC, que integra os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), o Hospital dos Covões, as duas maternidades e o Hospital Pediátrico, além das unidades de saúde mental.
"É um equipamento importantíssimo para Coimbra, para a região Centro e para o país", sublinhou Martins Nunes, que fazia o anúncio com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, ao seu lado, no âmbito de uma visita do membro do Governo ao Hospital Pediátrico de Coimbra. Para o presidente do CHUC, esta é uma "prenda de Natal muito importante". O CHUC tem já quatro milhões de euros para a primeira fase da obra. O processo da fusão das maternidades já conta com mais de três anos de trabalho.
Fonte: TSF/Lusa

Homem ‘salva’ 3.300 bebés com lei do Refúgio Seguro

Quase 3.300 bebés norte-americanos que poderiam ter sido abandonados, e talvez morrido, encontraram casas ao longo dos últimos 17 anos graças à legislação do Refúgio Seguro.

A legislação deveu-se, em parte, aos esforços de um paramédico reformado de Nova Iorque, que se cansou de ter de responder a chamadas relativas a recém-nascidos mortos e pressionou os legisladores dos 50 estados dos Estados Unidos a aprovarem regras para criar Refúgios Seguros, que permitem que as mães deixem os bebés em quartéis dos bombeiros, esquadras de polícia e hospitais.
Tim Jaccard fundou também uma organização que serve como intermediária nas entregas dos bebes, para que o acolhimento seja feito de forma segura.
Durante as épocas festivas regista-se normalmente um aumento destes abandonos.
No ano passado, um rapaz recém-nascido foi deixado na manjedoura de um presépio numa igreja nova-iorquina.
Fonte: Lusa
Foto: © iStock

Bom Natal, Festas Felizes e Um Generoso 2016!

Caros Amigos:

Boa Noite desde Portalegre / Portugal:

Desta vez socorremo-nos das palavras de um grande amigo (de Póvoa e Meadas) para desejar a todos:

Votos de um BOM NATAL, FESTAS FELIZES E UM GENEROSO 2016!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 
Jesus
Nasceu

Santo Natal se recorda...
- Dois mil anos já lá vão. -
São Francisco nos acorda,
Um por um; sê bom Cristão!...

Ele mostra Deus-Menino
Duma forma divinal,
E nos mostra, do divino,
Uma fase sem igual!

O Paraíso Terrestre,
Terá um Deus, que é Jesus,
Que todos, com frio, o Mestre,
Torna quente em sua Luz!...

Sem água, não somos nada.
Sem ar puro... tudo igual.
Espírito santo brada;
Ar e água... Natal!

Num estábulo, Jesus!..
O filho de Deus, nasceu,
Vindo do pai, é a luz
Que aos Pastores apareceu!

Jaime da Cruz Soares (1927 – 2016) in “Rumo ao Divino Espírito Santo”

Atentamente

Jrui / MJose

“Há muitas Alepo no mundo de que ninguém fala” – Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu sábado aos portugueses que se lembrem de desejar a paz no mundo nesta quadra natalícia, porque "há muitas Alepo no mundo de que ninguém fala". 

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"Logo, amanhã, e até ao Dia de Reis, quando as famílias portuguesas estiverem reunidas, peço que não se esqueçam dos que não têm família e dos que não podem estar com as suas famílias. E não se esqueçam da paz no mundo. Há muitas Alepo no mundo de que ninguém fala", numa referência à cidade síria destruída pela guerra civil, afirmou o chefe de Estado, após receber a Cáritas Portuguesa, no Palácio de Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de se associar à campanha da Cáritas Portuguesa "10 milhões de estrelas - um gesto pela paz", convidando esta entidade a acender uma vela pela paz na residência oficial do Presidente da República.
"Ter-vos aqui com essa chama da paz é muito importante, porque é essa paz que nós queremos todos os dias", assinalou o responsável.
Por seu turno, Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, agradeceu a iniciativa do Presidente da República, ao associar-se à campanha da instituição em curso, destacando a sua "generosidade" e as suas "convicções muito fortes".
E realçou: "Queremos todo o Portugal unido nesta causa de paz e que a mesma se estenda a todas as Alepo do mundo".
Eugénio Fonseca, que apontou para "a revolta humanista do mundo feita há 2.000 anos", por ocasião do nascimento de Jesus Cristo, considerou mesmo que "Portugal vai ser diferente" daqui para a frente, já que tem "um Presidente humanista", a quem desejou "muita saúde e muitas felicidades".
RTP / Lusa

Hora de Fecho: Mário Soares em "estado crítico"

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
MÁRIO SOARES 
Mário Soares voltou a ser transferido para os cuidados intensivos na sequência de "episódio súbito". Estado de saúde é "crítico" e "grave", com "prognóstico reservado", diz porta-voz da Cruz Vermelha.
BOAS FESTAS 
Cinco lisboetas que já viveram o suficiente para saber como o Natal foi mudando na capital contaram ao Observador algumas memórias que têm desta quadra.
BERLIM 
Ministro do Interior da Tunísia anunciou a detenção de três alegados terroristas, sendo um deles sobrinho do suspeito da autoria do atentado com um camião no mercado de Natal em Berlim.
TERRORISMO 
Charlie Hebdo, Paris, Nice e, agora, Berlim. Em todos estes ataques os terroristas deixaram os documentos pessoais no local do crime. Mas há uma explicação muito simples.
TERRORISMO 
Nasceu no sul da Tunísia. Aos 15 anos, foi apanhado a roubar e o pai expulsou-o de casa. Antes da maioridade, já tinha acumulado denúncias por abuso de álcool e drogas. O percurso de Anis Amri.
FUTURO DA GRÉCIA 
Medidas aprovadas no início do mês pelo Eurogrupo, suspensas depois de o governo grego decidir pagar bónus a pensionistas mais desfavorecidos, novamente desbloqueadas pelos ministros das Finanças.
FIGURAS DO ANO 
Os eleitos pela redação foram Fernando Santos, Carlos Alexandre, Donald Trump, Maria Clara, Mariana Mortágua, Bob Dylan, Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres. Leia todos os artigos.
CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO 
Presidente israelita fez aliança com o presidente eleito para tentar impedir resolução histórica da ONU contra colonatos de Israel. Não resultou. Trump diz que as coisas vão mudar em janeiro.
STAR WARS 
Carrie Fisher, a atriz que imortalizou a 'Princesa Leia' na Guerra das Estrelas, sofreu um ataque cardíaco a bordo de um avião. Está internada em Los Angeles e o seu estado é estável.
CORRUPÇÃO 
O antigo administrador da Octapharma Paulo Lalanda e Castro já está em Portugal. O empresário, suspeito de corrupção e branqueamento de capitais, chegou num avião da empresa farmacêutica.
NATAL 
Em Portugal não se faz por menos: há uma disputa ao centímetro pela maior árvore de Natal do país, um Pai Natal iluminado no Guinness e o maior presépio vivo da Europa. Fomos conhecê-los.
Opinião

André Azevedo Alves
O ódio que move os radicais do lobby LGBT deve aliás começar por enojar e causar repulsa às próprias pessoas com tendências homossexuais que não partilham do radicalismo dos activistas.

Manuel Villaverde Cabral
Em pouco mais de um ano, a coligação de esquerda restabeleceu o peso esmagador do Estado sobre a sociedade e a economia, aumentou a dívida pública e reduziu o crescimento, ignorou qualquer reforma.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Não, falsos apóstolos do anti-consumismo, não nos roubem o Natal. A religião cristã é festa e alegria, em todos os dias e para toda a eternidade, mas sobretudo no dia que celebra o nascimento de Jesus

P. Miguel Almeida, sj
Não, não temos que estar sempre bem e ter a vida toda moralmente ou regradamente direitinha para que Deus nos visite. Nem tudo na vida é bem sucedido e nós experimentamos os seus fracassos na pele.

Ruth Manus
Nós conseguimos transformar o natal no avesso do que ele deveria ser, é realmente impressionante. A única coisa que mantivemos foi a ideia de família porque há um presépio nos lembrando disso.
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A ContaSegur deseja-lhe Um Bom Natal e Votos de Boas Festas

               A ContaSegur deseja-lhe Um Bom Natal
                             e Votos de Boas Festas

[Pensar o futuro de Aveiro] Natal


Caríssimos
É costume dizer-se que Natal é quando o homem quiser. Isto significa que o verdadeiro espírito natalício, construído no convívio com os mais próximos, na atenção aos que mais precisam ou no desejo individual ou coletivo de um futuro melhor, não tem de se desvanecer na noite da consoada. Acontece que este ano, essa frase pode passar a ter um sentido prático e concreto. Até 31 de Dezembro, cada um de vós pode «oferecer» uma ideia, um sonho ou um projeto em benefício da sua comunidade, participando no 1.º Aveiro SOUP da estação Inverno. Uma rede de boas vontades ajudará a dar um pequeno apoio às propostas que forem consideradas mais relevantes. É o vosso (e o nosso) contributo e tributo ao espírito da época e também uma forma de mostrar que Natal é quando e como o homem e a mulher quiserem. Tenham umas boas festas!



Um abraço
José 



Boas Festas e Próspero Ano Novo - Caminhos do Cinema Português


OsCaminhos do Cinema Português fazem votos de boas festas e de um próspero 
ano novo recheado de Cinema Português. Os Caminhantes, relembrando as 
palavras do poeta António Machado, têm a oportunidade de fazer “caminho ao
 andar” nesta época festiva. Oferecemos aos nossos entusiastas seguidores a 
oportunidade de começar em 2017 a dar as primeiras pegadas na produção 
cinematográfica, proporcionando condições especiais de inscrição no Curso
 Cinemalogia até ao dia 6 de Janeiro.
Desse modo, a campanha de lançamento do curso é reactivada e as inscrições
 globais podem ser realizadas por 750€ para Estudante e 950€ para o Público 
Geral 950€. Para os que procuram a especialização em determinadas áreas da
 produção cinematográfica oferecemos a terceira inscrição a cada dois 
módulos isolados



Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar

Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar

Caminhante não há caminho
senão sulcos no mar…

António Machado (1875-1939



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Do sociológico ao psicológico

O escritor e dramaturgo austríaco, Hugo Laurenz August Hofmann, que assinava suas obras com o pseudónimo de Hugo von Hofmannsthal, um dos expoentes da brilhante geração de artistas do seu país em fins do século XIX e que, entre outras coisas, foi amigo pessoal, parceiro e colaborador do compositor alemão Richard Strauss, escreveu, em um de seus ensaios: “Os males que afligiam a humanidade tenderam a se deslocar do domínio público e sociológico para o privado e psicológico”.
Concordo, mas apenas em parte, com essa observação. Não houve nenhum deslocamento na natureza dos problemas que afectam o homem neste raiar de novo milénio. Isso poderia, até, ter acontecido, e por curtíssimo período, na época em que o escritor fez essa afirmação. Hoje, o que ocorre é um acúmulo de males. Ou seja, os de domínio público não foram sanados e, por isso, se agravaram e, a eles, vieram se juntar os desajustes individuais, privados e psicológicos.
Creio que sequer preciso fundamentar em provas essa constatação, tão óbvia ela é para pessoas minimamente informadas e com capacidade mediana de observação. Quando Hofmannsthal escreveu seu ensaio, a humanidade não havia, ainda, conhecido os horrores das duas guerras mundiais, que deixaram, somadas, um número estimado de mais de 50 milhões de mortos, pelo menos o triplo dessa cifra de feridos e prejuízos materiais tão grandes, que nunca puderam ser quantificados (sequer aproximadamente).
Não havia ocorrido o maior massacre da história, com o lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, que, literalmente, incineraram, em questão de minutos, edifícios, monumentos, praças, casas etc. e cerca de 200 mil pessoas. Foi, até hoje, o ataque mais pavoroso, o ato de maior insânia e insensibilidade praticado pelo homem contra seus semelhantes.
As duas guerras mundiais deixaram a Europa, berço da civilização, em frangalhos, em escombros, em dantescas ruínas, tanto política, quanto económica, social e até moralmente. A economia do continente se recuperou em pouco tempo, é verdade, graças ao famoso Plano Marshal. Mas o que se perdeu, material e espiritualmente... Foi irreversível e irrecuperável. Hoje, esses recursos, desperdiçados nesses dois surtos de horror e insânia, fazem muita falta à humanidade.
Concordem ou não comigo, o facto é que a recuperação europeia se deu quase que exclusivamente às custas dos países miseráveis – da África, da Ásia e, sobretudo, da América Latina – de onde foram drenadas riquezas, sobretudo as naturais, para que os europeus pudessem se ressarcir dos danos causados por sua própria falta de juízo, de duas guerras selvagens, estúpidas e sem senso. Os problemas económicos que afligiam a humanidade naquele tempo, que agravaram os de carácter sociológico a ponto de os tornar virtualmente insolúveis, não foram, portanto, resolvidos. Estão aí, para quem quiser ver, e cada vez mais graves.
É verdade que o século XIX esteve longe de ser pacífico. Muito sangue foi derramado, principalmente em solo europeu, com as guerras napoleónicas, os vários conflitos na Rússia, as múltiplas insurreições populares como a Comuna de Paris, o confronto franco-prussiano, e vai por aí afora. A China viveu um período de instabilidade e caos, oportunidade em que Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia procederam a uma sistemática e continuada pilhagem nesta que é, sem dúvida, uma das mais antigas civilizações remanescentes, com cerca de cinco milénios de existência. As potências da Europa apoderaram-se das comunidades africanas como se tivessem direito a elas, drenando para seus países os por si sós escassíssimos recursos desse sofrido continente.
Como se vê, no tempo de Hofmannsthal o que não faltavam eram problemas: políticos, económicos, militares e sociológicos. Além do que, começaram a emergir os de ordem privada, de carácter psicológico, que hoje competem palmo a palmo com os primeiros.
A Revolução Bolchevique de 1917, já em pleno século XX, foi uma esperança, uma alternativa para, senão a eliminação, pelo menos a redução das desigualdades sociais, principalmente na Rússia. Se funcionasse ali, certamente seria abraçada por outros povos. Não funcionou.
Não tardou para que essa utopia de uma sociedade sem classes, com a abolição total da propriedade privada, frustrasse os idealistas. O que na sua concepção original era para ser uma coisa, se transformou em outra, muito diferente, que nada tinha a ver com os ideais de igualdade e fraternidade dos seus mentores. Tornou-se uma férrea ditadura do Estado sobre o indivíduo, e muito mais intolerável do que o liberalismo cínico do “laissez faire” e seu selvagem sistema capitalista. Não durou (como não poderia durar) sequer um século.
Quanto aos problemas psicológicos (que um amigo muito chegado classifica, de forma irreverente e até um tanto escatológica de “frescuras de riquinhos desocupados”), vêm crescendo, de forma exponencial. Milhões de pessoas mundo afora, no afã de fugir de seus fantasmas e demónios interiores, recorrem ao álcool, às drogas e a tantos outros expedientes de fuga, inutilmente. Multidões superlotam os consultórios dos especialistas (quando não gabinetes de gurus e de charlatães), em busca de auxílio.
É certo que quem é afectado por esses males quase nunca é o desvalido, o pobre, o miserável ou o indigente. Estes já têm aflições de sobra para garantir pelo menos a refeição do dia. As estatísticas comprovam, por exemplo, que os mais altos índices de suicídio são registrados em países ricos – notadamente Suécia, Estados Unidos e Japão – cujo estilo e, principalmente, qualidade de vida são invejados por todos os povos. O problema do pobre é, aparentemente, mais simples: comida num primeiro instante. E, claro, moradia decente, educação, saúde, segurança etc.etc.etc.

Uma coisa é certa: as sociedades que aí estão são um fracasso, a despeito da sofisticada tecnologia de que dispõem. Injustas, excludentes e preconceituosas, não asseguram relacionamentos sequer minimamente civilizados entre as nações e, muito menos mesmo que um arremedo de felicidade para a imensa maioria da população mundial. Urge, pois, que se encontre (e se concretize) uma nova utopia, de igualdade, fraternidade e, sobretudo, de solidariedade neste violento, poluído, judiado e sumamente depredado Planeta. Seremos competentes para isso?
Por Pedro J. Bondaczuk

O maior mendigo

O homem, quando se guia só pelos instintos e se deixa levar por seu latente egoísmo, é, de todos os animais, o mais feroz e o mais cruel. Não fosse assim, não haveria extremos, em termos de posses. Não existiriam fortunas pessoais absurdas, de tão grandes que são, maiores do que a de países inteiros e, no outro extremo, pessoas sem tecto, esfarrapadas, sujas e mendigando um reles prato de comida ou, na pior das hipóteses, uma dose de bebida alcoólica para tapear uma fome crónica e insaciável. Há, todavia, milhões destas criaturas, mundo afora, encaradas com indiferença tanto pelas autoridades, às quais compete lhes dar assistência e protecção, quanto pela população.
Numericamente, há muito mais carentes, que não têm sequer certeza de obter o almoço de cada dia (por frugal que seja) do que os que não precisam se preocupar com as incertezas da existência. E a cada dia, novos contingentes vêm se juntar a essa multidão de zumbis, de indivíduos sem esperanças e sem futuro, carentes de tudo e de todos, que buscam a mera sobrevivência física, assim mesmo na base do puro instinto. O homem é, pois, ou não é o mais feroz, o mais cruel e o mais insensível dos animais?
Milhões, mundo afora, têm apenas as ruas das cidades como lar.
Indigentes não faltam, portanto, cada qual mais desvalido do que o outro numa surreal competição pelo troféu de miserável dos miseráveis. E, no entanto, essas pessoas são dotadas de inteligência, sentimentos, sonhos e esperanças. Ou, pelo menos, um dia foram. São, como nós, feitas “à imagem e semelhança de Deus”. Comete, pois, sacrilégio quem, por acção ou omissão (não importa) permite que alguém se degrade a esse ponto e permaneça em degradação.
Onde estão os que apregoam por aí o desejável (ou meramente hipotético?) “reino do céu”, mas que se omitem diante das necessidades mínimas, porém inadiáveis e prementes, de tantos dos seus semelhantes? Onde o senso, já não digo de justiça (pois deste o homem não pode se vangloriar de ter, pois não tem), mas de caridade e de fraternidade, pregado há mais de dois mil anos por Jesus Cristo (traído e morto por aqueles a que pretendia despertar a voz da razão)? O homem é, pois, ou não é o mais feroz, o mais cruel e o mais insensível dos animais?
Qual seria o maior dos miseráveis, o desprovido de absolutamente tudo, principalmente da motivação para sobreviver? Conheci, anos atrás, em Barão Geraldo, uma pessoa que se estivesse viva seria séria candidata a esse deprimente título. Nunca a vi sóbria uma vez que fosse. Perambulava, trôpega e anestesiada, pelos bares do distrito a implorar por uma dose de cachaça e algum salgadinho para matar a fome. Nunca deixava de conseguir. Sempre aparecia alguém que, para se livrar do seu assédio, lhe pagava a tal bebida, se julgando, certamente, por isso, o supra-sumo da generosidade.
Vários moradores davam-lhe restos de comida, como se alimentassem algum cão vadio, e assim nosso personagem ia sobrevivendo. Dormia onde suas pernas o levassem. Às vezes, em casas em construção, outras, na soleira dos estabelecimentos comerciais, de onde era, invariavelmente, enxotado, como animal pestilento, pelo dono, quando, de manhã, abria as portas para o público. Cheirava mal à distância. Pudera! Há tempos que não sabia o que era um banho.
Não sei que fim esse indigente levou. O facto é que, lá um belo dia, ninguém mais o viu. Certamente, morreu à míngua e foi sepultado, anonimamente, em alguma cova rasa sem identificação ou teve o corpo doado à Faculdade de Medicina, quem sabe. Soube, depois, que esse farrapo humano havia sido famoso jogador de futebol (reservo-me o direito de não o identificar, para preservar, pelo menos, sua memória). Ninguém jamais soube explicar as razões de uma queda tão grande e abrupta, para que chegasse a esse ponto.
Onde estavam os seus parentes? Onde os dirigentes dos clubes em que jogou? Onde os que se confessavam seus “amigos” e os tantos que se diziam seus admiradores? Por que deixaram esse ser humano, “à imagem e semelhança de Deus”, chegar a tal ponto de degradação? Onde as autoridades que não o recolheram a uma instituição do Estado, para lhe assegurar um mínimo de dignidade? Onde os líderes religiosos?
Escrevo estas linhas rilhando os dentes, decepcionado e amargurado com a minha, com a nossa condição humana. E a trajectória desse indigente, infelizmente, não é nenhuma excepção, mas a regra. O homem é, pois, ou não é o mais feroz, o mais cruel e o mais insensível dos animais?

Volto à pergunta: qual seria o maior dos miseráveis? É o poeta Rabindranath Tagore que responde: “O homem que precisa mendigar amor é o mais mísero de todos os mendigos”. Ocorre que todos nós praticamos este acto de mendicância. “Compramos” afecto e raramente o conquistamos. Reflicta sobre essa afirmação e responda: Tagore tem, ou não, razão? Não seríamos todos nós, incapazes de nos doar, minimamente, ao próximo, sem que essa auto-doação envolva algum interesse, os mais míseros dos mendigos? Desconfio que sim!
Por Pedro J. Bondaczuk
Comentário: Concordo integralmente com este artigo de opinião. É forte, como deve ser ainda assim não desperta consciências.
J. Carlos

Dor nas coisas

A felicidade não deve (e não pode) ser colocada por nós como remota meta a ser atingida eventualmente, como hipotética e sempre distante possibilidade ou, mesmo, como eventual prémio por bom-comportamento, condicionada, portanto, a pessoas, coisas e/ou situações. 
Tem que ser encarada, isso sim, como objectivo factível e mais: como nossa principal obrigação. Por isso, precisa ser nossa prioridade e a número um. E tem que ser buscada incansavelmente, sem adiamentos e nem esmorecimento, dia a dia, hora a hora, segundo a segundo.
Essa condição tão ambígua tem, convenhamos, significados bem diferentes (e, não raro, antagónicos), de uma pessoa para outra. O que me faz feliz, por exemplo, não será, necessariamente, a mesma coisa que satisfará a você, caro leitor, e vice-versa. O que considero o suprassumo dos prazeres pode se constituir, para outros, em intolerável obrigação e, portanto, fonte de sofrimentos e não de venturas. A arte, no meu caso, me satisfaz. As amizades me são fundamentais. Sobretudo, a faculdade de amar, de preferência sendo plenamente correspondido (posto que não necessariamente) me é essencial. Sem elas, dificilmente me sentirei feliz e realizado.
Para alguns, no entanto, a completa satisfação, que os leva ao êxtase, ao interior do Paraíso, advém do sucesso. Para outros, vem da fama. Para terceiros, da fortuna. Para alguns outros, da paz de espírito. E assim por diante. Todavia, sempre existe alguém (ou alguma coisa) que tem o condão de nos fazer felizes (o oposto também, e, frise-se, com maior facilidade).
Essas observações podem parecer um tanto retóricas, mas, creia, não são. Concordo com o escritor e filósofo norte-americano, George Santayana, quando constata: “A felicidade é a única razão de viver; quando a felicidade falha, a existência torna-se uma louca e lamentável experiência”. E não é? Ademais, ela não tem tempo para ser conquistada e nem limite de duração.
Podemos obter felicidade na mais remota infância e conservá-la pela vida afora, como também podemos chegar a ela apenas na velhice. Ou, o que é trágico, não conquistá-la nunca ou, se conquistada, perdê-la a seguir, ao longo do caminho (sem que sequer venhamos a nos dar conta) – por imprudência ou excesso de cautela; por cobiça ou por ausência de objectivos e por tantas e tantas outras razões, que costumo denominar, genericamente, de “circunstâncias”.
Não devemos, porém, esperar a perfeição. William Saroyan adverte: “Sempre haverá dor nas coisas”. Contudo, pondera: “Mas não é por saber disso que um homem deve se desesperar. O homem bom procurará tirar a dor das coisas. O homem tolo nem mesmo a notará, a não ser em si próprio. E o homem mau aumentará a dor nas coisas e a espalhará aonde quer que vá”.
Saroyan, para quem não se lembra (ou não o conhece), se consagrou como exímio contista. Filho de imigrantes arménios, nasceu em Fresno, na Califórnia, em 31 de agosto de 1908. Se estivesse vivo, portanto, teria completado cem anos de idade em agosto de 2008. Valia-se da experiência pessoal para fundamentar suas narrativas, boa parte das quais de carácter autobiográfico.
É verdade que esse escritor, tido e havido como marco da moderna literatura norte-americana, se notabilizou mesmo por peças teatrais, como “O tempo de sua vida”, com a qual conquistou o Prémio Pulitzer de 1939, e, sobretudo, pelo romance “Comédia Humana”, adaptado para o cinema, com o qual obteve um Oscar de melhor enredo da Academia de Cinema de Hollywood.
Pessoalmente, prefiro o Saroyan contista, autor de livros do género como “O ousado rapaz no trapézio voador”, “Inalar e exalar”, “Criancinhas”, “Amor aqui está meu chapéu”, “A confusão com os tigres”, “Meu nome é Aram” e “Depois dos trinta anos”, entre outros. Guardadas as devidas proporções, adoptei essa mesma linha na elaboração dos meus contos, baseados, quase todos, em episódios que vivi. Esse carácter autobiográfico dá credibilidade e verossimilhança às histórias.
Saroyan conheceu de sobejo a “dor das coisas”. Ficou órfão aos dois anos de idade e foi criado num orfanato da Califórnia com seus três irmãos. Mas foi dessa experiência amarga que nasceram seus melhores contos. Soube fazer, portanto, do “limão azedo” que a vida lhe atirou, “deliciosa e refrescante limonada”. À sua maneira, encontrou o que o fazia feliz.
Saroyan acentua: “... Cada homem não tem culpa (de ser o que é), pois o homem mau não menos que o homem tolo e o homem bom, não pediu para vir aqui e não veio sozinho, do nada, e sim de muitos mundos e muitas multidões. Os maus não sabem que são maus, e são, portanto, inocentes. O homem mau deve ser perdoado todos os dias. Deve ser amado porque alguma coisa de cada um de nós está no pior homem do mundo e alguma coisa dele em cada um de nós. Ele é nosso e nós somos dele. Nenhum de nós é separado de qualquer outro. A prece do camponês é minha prece, o crime do assassino é meu crime”.
Devemos evitar, contudo, de sermos o homem mau, aquele que aumenta “a dor das coisas” e a espalha por onde quer que vá. E também o tolo, que sequer a nota. Compete-nos sermos bons, na medida em que isso nos seja possível, sem buscar qualquer recompensa que não seja o prazer que essa condição nos confere. E, para justificar esse status, compete-nos procurar tirar, incansavelmente, “a dor das coisas”, não apenas para nosso benefício, mas para um número máximo de pessoas com as quais viermos a conviver. Agindo assim, é provável (embora não seja certo) que obteremos a tão desejável felicidade (essa certeza nunca ninguém a tem) e perceberemos que ela jamais esteve tão distante (como poderíamos supor) que não a pudéssemos alcançar sem excessivo esforço.
Por Pedro J. Bondaczuk