O
empresário está desesperado. Precisa libertar uma garantia bancária
ainda este ano que está a favor dos fundos
europeus. O empresário liquidou uma dívida que
tinha a este organismo. Quanto à libertação da garantia, o
empresário deixa no portal o pedido, escreve email para os
responsáveis. O silêncio é
a resposta.
Tenta
o telefone. A resposta sugere que exponha
no portal nos fundos. De novo e de novo. Já já vai mais de meio
ano.
Dizia
há dias o bem intencionado ministro
Adjunto e da Coesão, Manuel Castro Almeida, que
estava atento e a criar mecanismos para que a burocracia não criasse
constrangimentos aos investidores. De aplaudir, pois os fundos
europeus tem que ser executados com celeridade e disso precisa o país
desesperadamente.
Acreditamos
piamente nas boas intenções
do ministro. Também acreditamos que a
sua vontade não será suficiente. Para um país
que faz da burocracia uma instituição.
É
que não se resolve com leis. Era preciso que cada
chefe de serviço assumisse decisões e resolvesse
cada problema que o sistema burocrático de papéis e mais papéis
impede. Prejudicando quem trabalha. Quem produz riqueza.
Mas,
provavelmente os funcionários públicos optam
por nada fazer perante um problema que tem de ser
resolvido e está a prejudicar um cidadão ou uma empresa. Assim até
podem ser promovidos e chegar ao fim das suas carreiras com um
louvor… Por nada decidirem.
No
caso que falamos, a questão é ainda mais preocupante. Pois, nem
resposta dão ao desesperado empresário. O
silêncio é a resposta da burocracia aos problemas que esta causa.
A
ideia que ficamos com o conhecimento destes casos, que se devem
multiplicar aos milhares, é de um país sem futuro. Talvez por isso
cresça o número dos que emigram. Sobretudo os jovens licenciados.
Que tanta falta nos fazem.
EDUARDO
COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa
Regional
Destaque
“Talvez
por isso cresça o número dos que emigram. Sobretudo os jovens
licenciados. Que tanta falta nos fazem”
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