O Centro de
Ecologia Funcional (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC) lidera uma iniciativa pioneira que
desafia perspetivas antropocêntricas tradicionais e propõe um novo
paradigma onde a natureza é vista como agente ativo dos ecossistemas
urbanos, integrando ciência, emoções, cultura e participação
comunitária na construção de cidades mais resilientes, inclusivas
e criativas.
O projeto
RESIGNIFY, em parceria com a Universidade Aberta, pretende
transformar a forma como a natureza é compreendida, planeada e
vivida nas cidades.
«Nesta
investigação procuramos reconhecer os significados atribuídos à
natureza urbana através da sua compreensão e das ligações
emocionais das populações aos elementos naturais, para a cocriação
de soluções baseadas nos imaginários e narrativas das comunidades
e para o desenvolvimento de modelos regenerativos que combinam
investigação científica, vivências quotidianas, criatividade e
experimentação prática»,
explica, Fátima Alves, investigadora responsável do projeto
CFE/FCTUC e professora da Universidade Aberta.
Para alcançar
estes objetivos, serão utilizadas metodologias inovadoras integrando
revisão científica aprofundada, análise espacial suportada por
mapeamento GIS (Sistema de Informação Geográfica), envolvimento
comunitário através de inquéritos, grupos focais, workshops e
atividades criativas, além da produção de um documentário que
dará visibilidade às narrativas humanas e não humanas presentes na
cidade.
O projeto inclui,
ainda, a criação de um Curso Online Aberto Massivo (MOOC, sigla em
inglês) internacional desenvolvido em colaboração com o LE@D –
Laboratório de Educação a Distância e E-learning, da Universidade
Aberta, dedicado ao planeamento regenerativo e ao envolvimento
público em processos urbanos, coordenado pelas professoras Luísa
Aires e Marta Abelha.
«Num
contexto em que as cidades enfrentam desafios crescentes e
cumulativos — como alterações climáticas, perda de
biodiversidade, desigualdade no acesso à natureza e crescente
afastamento emocional dos ecossistemas — o RESIGNIFY surge como uma
resposta essencial»,
considera Diogo Guedes Vidal, investigador do CFE/FCTUC e professor
da Universidade Aberta.
«Trata-se
de uma investigação pioneira, que integra emoções e narrativas no
planeamento urbano regenerativo, ampliando a participação pública,
valorizando saberes culturais e locais, para o desenvolvimento de
conhecimento que pode informar atuação dos municípios, ao nível
arquitetónico, social e urbanístico, contribuindo para a saúde e o
bem-estar das populações»,
destaca Rosário Rosa, investigadora do CFE/FCTUC e professora da
Universidade Aberta.
De acordo com os
investigadores, a produção do documentário e do MOOC reforça o
impacto social do projeto, garantindo que o conhecimento gerado chega
também a públicos não académicos e a profissionais em formação.
«O
RESIGNIFY tem também potencial para influenciar estratégias de
planeamento do espaço público, Planos Diretores Municipais,
políticas de infraestruturas verdes, projetos de regeneração
urbana baseados na diversidade da natureza e novas práticas de
participação cidadã centradas em imaginários e emoções»,
concluem.
O projeto, que
decorre de 2025 a 2028, é financiado pela Fundação para a Ciência
e a Tecnologia e conta com uma equipa multidisciplinar composta por
investigadores do CFE/FCTUC e da sua Extensão na Universidade
Aberta, do LE@D da Universidade Aberta, do Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP) e da
Universidade Fernando Pessoa.
*Sara
Machado
Assessora
de Imprensa
Universidade
de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia