Em jeito de resposta a reclamação da CTA a decisão do Banco de Moçambique aumentar as Reservas Obrigatórias em divisas o Presidente Filipe Nyusi responsabilizou os empresários: “ainda se regista índice de produção indesejável que se reflete na nossa balança comercial culminando com mais importações e menos exportações”. Paradoxalmente o @Verdade constatou que o chá e o açúcar servido durante a XVI Conferência Anual do Sector Privado fizeram parte das importações que pesam na Balança de Pagamentos.
Discursando nesta quinta-feira (14) na abertura da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que na verdade aconteceu no segundo e último dia, o Chefe de Estado assegurou que o Governo continuará a fazer a sua parte com toda a responsabilidade, “contudo continuamos preocupados porque não obstante a economia estar a registar sinais de vitalidade ainda se regista índice de produção indesejável que se reflecte na nossa balança comercial culminando com mais importações e menos exportações, e quem contribuir largamente para o aumento da produção e da produtividade é o sector privado”, em alusão a contestada decisão do banco central de aumentar o coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira de 27 para 36 por cento para equilibra a Balança de Pagamentos.
Porque o mote da XVI CASP era “Agro-negócio como Factor Acelerador” o estadista moçambicano, após enumerar os mais do que conhecidos problemas que os agricultores enfrentam, desafiou a Confederação das Associações Económicas (CTA): “a nossa expectativa é que estes aspectos que foram objecto de debate durante o dia de ontem ou serão objecto de discussão nos temas que serão apresentados de modo a encontrar forma do sector privado participar na sua solução”.
Comentando a matriz de prioridades que todos anos a CTA apresenta Nysu admitu que “são sim necessárias estas medidas de reforma que aqui foram reiteradas, que visam reduzir custos de operação e de produtividade, mas o melhor antídoto é aumentarmos os níveis de produção. Importamos arroz em detrimento das terras aráveis do Chókwe, de Mopeia, de Inguri ou de Chipeme. Importamos batata reno sacrificando o potencial de Cuamba, Tsangano ou Unango. Compramos fora do país cebola e alface recusando que afinal seja de Matutuine, Tica e Malema podem nos alimentar”.
“Temos terra e fontes de água, temos no nosso país gente trabalhadora, o capital humano empreendedor aqui presente, numa só frase é um país dotado de excelentes condições agro-ecológicas para o desenvolvimento da agricultura sustentável”, concluiu o Presidente que não deve ter notado que o chá e o açúcar servido durante a XVI Conferência Anual do Sector Privado não tinham sido produzidos em Moçambique mas fizeram parte das importações que pesam na Balança de Pagamentos, apesar da pujante indústria do açúcar nacional seja um dos poucos casos de sucesso do agro-negócio no nosso país.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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