Como era previsível o Banco de Moçambique (BM) animou-se com a Decisão Final de Investimento rubricada pelo Governo e a Anadarko e decidiu, nesta quarta-feira (19), reduzir a taxa MIMO e as taxas FPD e FPC pela primeira vez desde Dezembro de 2018.O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique “decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 100 pontos base (pb), para 13,25 por cento. Decidiu, igualmente, reduzir em 100 pb as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC), para 10,25 por cento e 16,25 por cento, respectivamente”.
Estas taxas de referencia para o Sistema financeiro moçambicano não eram revistas desde 13 de Dezembro do ano passado quando o banco central fixou a taxa MIMO em 14,25 por cento, a FPD nos 11,25 por cento e a FPC em 17,25 por cento.
O BM justifica esta revisão em baixa, em comunicado de imprensa enviado ao @Verdade, “pelo facto de a actualização das projecções da inflação para o médio prazo apontar para uma melhoria significativa das perspectivas deste indicador, consolidando o objectivo de estabilidade macroeconómica. Esta melhoria decorre, essencialmente, da evolução recente dos preços, da trajectória actual da taxa de câmbio e das perspectivas de uma menor pressão cambial no mercado doméstico, perante uma procura agregada ainda abaixo do seu potencial”.
Por outras palavras os fluxos de divisas que começaram a aumentar em finais de 2018 vão crescer ainda mais na sequência da Decisão Final de Investimento assinada nesta terça-feira (18) pelo Governo e a Anardako, em representação do consórcio que vai explorar o gás natural existente na Área 1 do Bloco do Rovuma.
Entretanto o BM indica que decidiu “manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 14,00 por cento e 36,00 por cento, respectivamente”.
O coeficiente de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional não é alterado desde finais de 2018 porém o coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda estrangeira foi agravado em Março último, dos anteriores 27 por cento.
Mas o CPMO alerta que existem riscos: “A nível interno, destaca-se o risco fiscal, em face do prolongamento das incertezas, não só quanto ao financiamento dos processos políticos em curso, como também em relação à tempestividade dos desembolsos externos necessários para a mitigação dos danos e reconstrução das zonas afectadas pelos recentes desastres naturais, num cenário de potencial perda de receita pública por efeito desses mesmos desastres. Adicionalmente, persistem as incertezas quanto à evolução dos preços dos bens administrados”.
“Na vertente externa, mantêm-se os riscos de abrandamento do crescimento económico mundial, devido à intensificação da tensão comercial e geopolítica entre as principais economias, com prováveis impactos nos fluxos de comércio externo e na volatilidade dos preços de mercadorias, com destaque para o do petróleo. Por exemplo, no fecho do dia 18 de Junho de 2019, o preço do barril do petróleo foi de USD 62,14, após USD 74,57 no último CPMO e USD 62,10 na sessão do CPMO de Fevereiro do presente ano”, indica o BM.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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