sábado, 21 de março de 2020

Cientistas apontam possíveis origens do novo coronavírus

Por Liliane Jochelavicius, em 20.03.2020

Diante da disseminação do novo coronavírus pelo mundo, cresceu o questionamento sobre sua origem e cientistas buscaram uma resposta para essa questão. Novo estudo foi publicado por  equipe de pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido na revista Nature Medicine sobre a origem do SARS-CoV-2. O novo coronavírus causa a doença COVID-19 e não mostra evidências de ter sido criado artificialmente, como alguns sugeriram. Ele evoluiu de forma natural, de acordo com pesquisas.
O SARS-Cov-2 é o sétimo coronavírus conhecido por infectar humanos, alguns causam doenças mais severas, mas menos contagiosas (Sars e Mers), enquanto outros são associados a sintomas leves. Para o estudo, os cientistas fizeram análise de dados da sequência do genoma do coronavírus.

Busca pela origem

Logo no início da pandemia, cientistas chineses mapearam o genoma do novo vírus e disponibilizaram a informação para pesquisadores do mundo todo.
A partir desses dados, a equipe de pesquisadores envolvidos nesse estudo examinou o modelo genético de proteínas que revestem o vírus, usadas pelo SARS-CoV-2 para se ligar à célula hospedeira, chamadas proteínas spike. Depois, os pesquisadores olharam os componentes-chave para a evolução dessa proteína.
O domínio de ligação ao receptor é uma espécie de gancho utilizado pelo vírus para se prender às células humanas. Ele é tão eficiente em sua função que os cientistas acreditam que só poderia ter evoluído pela seleção natural.
Outro elemento que apoia essa teoria é o que os cientistas chamaram de espinha dorsal do novo vírus, sua estrutura molecular básica. Esta não tem semelhança com a de nenhum coronavírus já conhecido por infectar humanos. O que é relevante, porque a equipe acredita que se o SARS-CoV-2 fosse criado em laboratório, os cientistas teriam emprestado a base molecular de um vírus conhecido por deixar as pessoas doentes.
O coronavírus mais semelhante já existente foi encontrado em morcegos e pangolins. Isso alimenta a teoria de que o novo vírus fez um salto de animais para pessoas.

Como o vírus se espalhou

Para os autores do novo estudo, o SARS-CoV-2, muito semelhante ao coronavírus observado em morcegos, provavelmente passou para outro hospedeiro mamífero antes de passar para seres humanos. Assim, a evolução para o estado patogênico teria ocorrido antes de chegar aos seres humanos.

Mas também há outra teoria levantada pelos cientistas. É possível que a evolução tenha ocorrido depois de o novo vírus ter infectado humanos. As primeiras infecções podem ter passado despercebidas, porque inicialmente o vírus não provocava doença.

hypescience

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