Um grupo de
investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra (FCTUC), em colaboração com Michal Komar, estudante da
Lodz University
of Technology, estão a testar os efeitos da aplicação de vários
óleos essenciais para eliminar e prevenir o crescimento de
microalgas terrestres, frequentemente, encontradas em fachadas de
edifícios e monumentos.
Até ao momento,
Michal Komar, a realizar Erasmus no Departamento de Ciências da Vida
(DCV) da FCTUC, já testou sete substâncias diferentes, nomeadamente
cinco óleos essenciais e dois compostos ativos puros contra biofilme
verde, principalmente constituído por microalgas terrestres.
Esta
investigação, intitulada “Biodeterioration of building materials
by aerophytic algae”, «pretende
desenvolver metodologias que possam ser aplicadas para prevenir o
crescimento e eliminar organismos de bio deterioração em fachadas
monumentais, utilizando substâncias ecologicamente seguras»,
explica o estudante.
De acordo com
Nuno Mesquita, investigador do DCV e orientador do aluno polaco
durante a sua estadia em Coimbra, as microalgas terrestres, além de
provocarem danos estéticos e até estruturais nos monumentos, devido
ao crescimento por vezes endolítico, podem ainda servir de suporte e
alimento para outros organismos, como por exemplo os microfungos.
«A
criação de biofilmes promove o estabelecimento de diversas
comunidades de outros organismos, como microfungos, que
posteriormente danificam os edifícios de forma grave, causando danos
físicos e até químicos. As algas são colonizadores primários, o
que significa que se prevenirmos o seu crescimento ou as eliminarmos,
conseguimos prevenir colonizações subsequentes e assim evitar a
deterioração dos monumentos/edifícios»,
acredita o investigador.
Neste sentido,
«foram
realizados vários testes com diferentes óleos essenciais, em placas
de cultura e em amostras de materiais como tijolos vermelhos
(constituídos por argila, carbonato de cálcio e areia). Os
biofilmes formados e tratados serão submetidos à análise do seu
perfil metabolómico, para avaliar as diferentes respostas a esses
fatores de stress, em termos de presença e abundância de compostos
orgânicos»,
esclarece Michal Komar.
«Os
resultados obtidos são promissores e surpreendentes. Curiosamente,
nem todos os óleos utilizados que impedem o crescimento das algas
são os mesmo que permitem a sua eliminação. O próximo passo é
repetir estes testes diretamente em diferentes tipos de pedra»,
concluem.
*Sara
Machado
Assessora
de Imprensa
Universidade
de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia
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