Muitos países utilizam os seus serviços de informações para a compra de material de saúde encomendado por outros, sobretudo ventiladores, para enfrentar a crise do novo coronavírus, disse um agente da Mossad, encarregado de comprar equipamento para Israel.
“Estamos a usar todas as nossas conexões especiais para vencer a batalha e fazer provavelmente o que todos fazem: conseguir produtos encomendados por outros”, admitiu um agente identificado como “Het” no programa Uvda do Canal 12 israelita, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Os serviços secretos externos de Israel conseguiram fretar três carregamentos de equipamento para o país, incluindo 27 ventiladores para cuidados intensivos, e esperam a chegada de outros 160 esta semana.
“Supervisionei muitas operações na minha vida e nunca geri uma operação tão complexa”, declarou o agente, que detalhou algumas das frustrações encontradas.
Um avião com material de saúde que Israel tinha comprado não obteve autorização para descolar e perdeu-se a compra. Outra vez, camiões chegaram a uma fábrica para recolher equipamento comprado pela Mossad num país europeu e descobriu-se que pouco antes o material tinha sido levado por outro país.
A Mossad, dependente do gabinete do primeiro-ministro, foi encarregue de obter noutros países equipamento como máscaras, luvas, testes de coronavírus, medicamentos e, sobretudo, ventiladores, imprescindíveis para salvar dezenas de vidas na situação atual.
Het assegura que os preços quadruplicaram e que todos os países lutam para comprar aquele material face à escassez que provocou o alto número de infetados, mais de 850.000 em todo o mundo.
Até ao momento, Israel contabiliza mais de 5.500 infetados e morreram 21 pessoas, contando o país com cerca de 1.500 ventiladores, segundo um relatório da comissão parlamentar dedicada à crise da covid-19.
PTJornal
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