> Com o título “Do Local ao Universal”, realizou-se em Palermo nos dias 2 e 3 de Março de 2023
> Participaram 13 conferencistas de Itália, Espanha, Eslovénia e Roménia, com 21 comunicações ao longo de quatro sessões. Assistiram mais de 80 pessoas em formato virtual e presencial
> Esta edição centrou o estudo sobre a Semana Santa a partir das tradições e as vivências locais, tendo por base áreas universais como a educação, as relações intergeracionais, a coesão social, a economia e a arte
> Esta edição foi organizada pela Fundação Frederico II de Sicília (Itália), sócia da Rede Europeia das Celebrações da semana Santa e Páscoa
A Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa realizou com êxito o seu II Congresso Europeu de Semana Santa. Tendo por título “Do Local ao Universal”, decorreu nos dias 2 e 3 de Março no Palácio Real e Oratório de Santa Helena e Constantino em Palermo, Sicília (Itália).
Organizado pela própria Rede Europeia em colaboração com a Fundação Frederico II de Sicília (Itália), sócia da Rede Europeia, esta edição do Congresso realizou-se pela primeira vez em formato presencial e contou com 13 conferencistas de Itália, Espanha, Eslovénia e Roménia, num total de 21 comunicações ao longo de quatro sessões. Assistiram mais de 80 pessoas em formato virtual e presencial. Também marcaram presença os representantes do Ministério da Cultura de Itália e de Espanha, da UNESCO, assim como, o Presidente da Rede Europeia e da Fundação Frederico II.
As jornadas, cujo Comité Científico é presidido pelo professor Ignazio Buttitta e Júlio Grande, foram organizadas a partir de conferências e mesas redondas compostas por especialistas em diferentes áreas. Das conclusões, o Comité Científico destaca:
- As celebrações da Semana Santa e Páscoa formam um rico repertório do património cultural imaterial europeu. Encontram-se amplamente distribuídas pelo continente europeu mantendo, na atualidade, uma forte presença no território.
- As comunidades onde se inserem as celebrações são a chave para a preservação deste rico património, assim como, são as depositárias e continuadoras das tradições.
- As celebrações da Semana Santa são um património vivo e em contínua adaptação. As adaptações por que passam são também elas o garante da sua continuidade. Neste sentido, o papel das comunidades é fundamental competindo-lhes conduzir este processo.
- Garantir a continuidade destas celebrações é uma necessidade com a qual todos nos devemos sentir comprometidos. O envolvimento dos jovens nestas celebrações é uma prioridade. Para isso, devemos avançar com novos modelos de comunicação capazes de despertar o interesse das novas gerações. As escolas podem ter um papel fundamental neste processo sendo necessário avançar com o desenvolvimento de novas ferramentas pedagógicas que facilitem esta tarefa.
- Os museus também podem ter um papel importante na difusão deste património, tanto junto das escolas e público juvenil, como, entre o público em geral. Facilitam também a dessazonalização das celebrações e têm um papel essencial no incremento da atividade turística. Trabalhar a programação, os discursos museológicos e museográficos e os programas públicos, deve ser uma prioridade e objeto de estudo de todos os implicados na sua gestão. A Rede Europeia pode desempenhar um papel importante na promoção da inovação e no desenvolvimento de ações conjuntas neste domínio.
- O turismo é um elemento inseparável das celebrações. A atividade turística tornou-se um elemento presente da nossa vida social. Por outro lado, a repercussão económica nos territórios tornou-se num vector imprescindível para muitas delas.
- Há, portanto, um diálogo permanente entre turismo e celebrações que precisa ser estudado e analisado de forma detalhada. Avançar no estudo e investigação deste processo pode ser uma das linhas a desenvolver pela Rede Europeia.
- É necessário assegurar a correta salvaguarda deste património, e analisar em profundidade as mudanças ou condicionantes que o turismo pode gerar nelas. Há alguns aspetos que precisam ser analisados e estudados em profundidade, como a dessazonalização das celebrações, mercantilização ou espetacularização das mesmas.
- A declaração da Rede Europeia das Celebrações da Semana Santa e Páscoa pode ser um impulso para a divulgação e salvaguarda deste património. Da mesma forma, esta declaração pode permitir um melhor conhecimento destes rituais por parte da população europeia, dar um contributo para a promoção de modelos de turismo mais sustentáveis e uma garantia para a construção do futuro dos mesmos.
Aprofundar a dimensão europeia da Semana Santa
As celebrações da Semana Santa e Páscoa são, sem dúvida, uma das manifestações mais ricas da religiosidade popular na Europa. A sua ampla difusão, a variedade de rituais e manifestações e a participação social que geram, configuram-nas como um dos elementos de maior interesse científico, cultural e social.
A Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa trabalha incessantemente para contribuir para a conservação e divulgação deste rico património. Para isso, é necessário levar a cabo um processo de estudo e pesquisa das mesmas, contribuindo assim para um melhor conhecimento destes complexos processos culturais e das suas comunidades.
O principal objetivo deste congresso foi aprofundar a dimensão europeia deste património comum, mas diversificado, mostrando uma visão de como são as celebrações e o que representam atualmente no continente europeu, contribuindo para um melhor conhecimento das mesmas e, com isso, para a sua preservação.
Mais sobre a Rede Europeia
A Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa foi criada em 2019 e faz parte da Fundação Italiana Federico II, representando os municípios de Palermo e Caltanissetta, da Sicília, Itália; o município de Birgu, em Malta; a Comissão de Quaresma e Celebrações da Semana Santa, em Braga, Portugal; as Representações da Paixão de Cristo, em Skofja Loka, Eslovénia; os municípios que fazem parte da rota Caminos de Pasión (Alcalá la Real em Jaén, Baena, Cabra, Lucena, Priego de Córdoba e Puente Genil em Córdoba e Carmona, Écija Osuna e Utrera em Sevilha). Também dentro da geografia espanhola encontramos Orihuela em Alicante; Lorca, em Múrcia e Viveiro, em Lugo.
Esta Rede tem como objetivo promover e divulgar o património cultural, tanto material como imaterial, relacionado com as comemorações da Semana Santa e da Páscoa, através de ações que valorizem este património, promovam o desenvolvimento turístico sustentável e contribuam para a salvaguarda do património imaterial através de trabalhos científicos e de investigação. Da mesma forma, o seu principal objetivo é unir forças e sinergias para consolidar um modelo de estudo, salvaguarda e divulgação do património das tradições da Semana Santa e da Páscoa na Europa.
Abel Rocha
Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga
Inserida no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial
.: Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal
.: Declarada de Interesse para o Turismo
.: Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro
.: Integra a “Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa”
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