Cerca de 130
alunos assistiram à apresentação de “Her Self – A Portrait”,
um quadro de arte interativo com a artista
e produtora Maud Karlsson, que criou
esta obra com o diretor de cinema Martin Lima de Faria, filho de
António Lima de Faria, proeminente cientista natural de Cantanhede e
que desenvolveu a sua carreira académica e científica na
Universidade de Lund, na Suécia.
A
moldura dourada com sensor de movimento, que deteta quando o público
está a assistir e inicia o filme, fez parte da programação de
prestigiados eventos cinematográficos, como o Festival Internacional
de Cinema de Cannes Corner, a Art Hearts Fashion, em Nova York, e o
World Art Dubai.
As
duas sessões realizadas na Biblioteca Municipal de Cantanhede
contaram com a presença dos autores, que fizeram a apresentação de
“Her Self – A Portrait” aos alunos dos 11.º e 12.º anos do
Agrupamento de Escolas Lima de Faria, do Agrupamento de Escolas
Gândara-Mar e da Escola Técnico Profissional de Cantanhede.
Durante
a conversa com os estudantes, Maud Karlsson e Martin Lima de Faria
abordaram várias questões da sociedade contemporânea que
procuraram suscitar na sua obra, entre as quais o fenómeno das redes
sociais,
a identidade e a ética, e a construção da personalidade.
Presente
na sessão, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede,
Pedro Cardoso, ressaltou “a
importância da sessão para
a perceção de assuntos que estão na ordem do dia e que sobre os
quais é preciso fazer refletir os jovens.
Estou certo de que este tipo de
iniciativas, dinamizadas por artistas conceituados, é um incentivo
para que se tornem agentes de mudança na nossa comunidade e no
mundo”,
afirmou o autarca, tendo manifestado “o
interesse da Câmara Municipal em apoiar a realização deste tipo de
ações pedagógicas a partir das artes, orientadas para a formação
cívica e cultural dos jovens”.
No
final, os artistas também mostraram um pequeno trailer
do segundo retrato que estão a elaborar, reforçando temas ainda
mais atuais.
A
exposição tem como objetivo guiar o espectador para dentro de si
próprio, fazendo-o questionar sobre uma série de conceitos, visto
que este quadro aborda uma mulher numa moldura que fica surpresa ao
descobrir que está a ser observada.
“Primeiro
lisonjeada, ela quer impressionar o espectador, mas perde-se no
processo. De repente ela percebe que sua imagem espelhada está
totalmente fora de sincronia”, refere a sinopse.
Trata-se
de uma peça sobre a complexidade de ser visto ou observado, sobre
autoimagens, sobre o facto de muitas vezes cada um de nós ficar
preso em papéis que criamos e as escolhas subtis que fazemos para
permanecer dentro desse enquadramento criado por nós próprios que
não nos permite, muitas vezes, ser totalmente livres.
A
mostra explora questões existenciais sobre “Quem é a imagem
espelhada?, Quem é o espectador?, Quem é que está a ver quem? e
Quem é o seu eu?”.
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