O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou nesta segunda-feira (02) que o “Estado moçambicano tem incrementado consideravelmente na última década o volume de recursos em Saúde” contudo o Hospital Central de Maputo (HCM) revelou que o seu “orçamento vem conhecendo uma redução significativa nos últimos quatro anos” e que em 2019 recebeu dos cofres do Estado 1,8 bilião de meticais “correspondente a 50 por cento do que seria necessário para o seu pleno funcionamento” estando a funcionar com défice de 1.300 enfermeiros. Aos credores da EMATUM o Governo pagou 2,4 biliões de meticais.
“O Estado moçambicano tem incrementado consideravelmente na última década o volume de recursos em Saúde tendo dedicado cerca de 11,5 por cento do orçamento de estado em 2019, uma cifra que temos a consciência que é muito menor mas que reflete a realidade económica do país e é maior que os outros todos (orçamentos)”, declarou Nyusi em Kigali, no Ruanda.
Intervindo na XX Conferência Internacional sobre Sida e Infecções de Transmissão Sexual em África o Chefe de Estado referiu que “nos últimos 10 anos o efectivo de técnicos de saúde conheceu um crescimento correspondente a 81 por cento, no mesmo período o efectivo de médicos aumentou, o número pode parecer insignificante mas é importante referir, de 796 em 2009 para 2.463 em 2018 permitindo que tenhamos médicos em todos os distritos do país e alguns localidades, um realidade nunca vivida no passado”.
“Como Governo responsável pelo bem estar e melhoria da qualidade de vida da população continuaremos a investir fortemente na capacidade assistencial de saúde como prioridade do Governo e como Direito Universal conforme a nossa lei mãe”, prometeu Filipe Nyusi que foi reeleito para um 2º mandato como Presidente de Moçambique.
Contudo o Hospital Central de Maputo, revelou que “orçamento vem conhecendo uma redução significativa nos últimos quatro anos”, além disso “O HCM recebeu dos cofres do Estado para o presente ano, uma verba de *1.757.061,20 x 10^3Mt* correspondente a 50 por cento do que seria necessário para o seu pleno funcionamento o que comprometeu as metas previstas no seu plano de actividades para o corrente ano”, pode-se ler na edição nº 11 do Boletim Informativo daquela que é a maior unidade sanitária do país.
HCM funciona com défice de 1.300 enfermeiros por falta de fundos mas Governo paga credores da EMATUM
As revelações foram feitas durante a 2ª reunião geral ordinária dos trabalhadores do HCM onde o director da instituição, Mouzinho Saíde, explicou que: “Não obstante esta redução, o maior e mais diferenciado hospital do país, registou avanços qualitativos cuja prioridade, continuou a ser a aquisição de medicamentos, reagentes, consumíveis e alguns equipamentos para garantir a provisão de cuidados de saúde à altura das necessidades da população”.
A publicação oficial do HCM não indica qual é o défice de médicos mas tendo em conta que existem apenas 2.473, entre nacionais e estrangeiros, um médico está para cerca de 12 mil moçambicanos.
O @Verdade revelou recentemente que no Orçamento do Estado de 2019 o Governo de Filipe Nyusi cortou 3,7 biliões meticais na rubrica de “Bens e Serviços” do Ministério da Saúde.
Paradoxalmente do mesmo Orçamento o Executivo retirou 2,4 biliões de meticais para pagar aos credores da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) apenas por terem aceite renegociar a dívida que é inconstitucional e ilegal.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçmabique
Fonte: Jornal A Verdade, Moçmabique
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