“O problema da violência doméstica atinge uma em cada três mulheres”, Elisabete Brasil, coordenadora da "Lisboa + Igualdade", estrutura de atendimento a vítimas de violência doméstica.
No dia em que se assinalam os Direitos das Mulheres, importa falar também da violência doméstica. Os números continuam a ser assustadores: 28 vitimas mortais no ano passado, destas 24 mulheres e 4 crianças. Para analisar este flagelo que continua a afetar principalmente as mulheres, esteve em entrevista na SIC Notícias, Elisabete Brasil, coordenadora da "Lisboa + Igualdade", estrutura de atendimento a vítimas de violência doméstica
“O problema da violência doméstica atinge uma em cada três mulheres”, começa por referir Elisabete Brasil que realça o facto de existirem em Portugal planos nacionais desde 1999, mas ainda assim sem os resultados desejados.
“Falhamos porque temos trabalhado muito numa prevenção secundária e muito pouco em evitar que novos ciclos transgeracionais de violência ocorram”, explica.
Em termos de denuncias de violência doméstica, registaram-se em 2022 mais de 30 mil participações à PSP e à GNR.
A coordenadora da “Lisboa + Igualdade” considera que “importa ir às causas” e lamenta: “Temos mais mulheres e crianças em casas abrigo e em acolhimento de emergência do que temos agressores condenados por violência doméstica ou agressores com medidas de coação aplicadas. Isto mostra-nos um desfasamento entre a necessidade e a realidade”.
“Lisboa + Igualdade” é uma estrutura que nasceu em plena pandemia, para fazer o reforço ao apoio às vítimas de violência doméstica, em particular na cidade de Lisboa. No ano passado, 808 vítimas procuraram este serviço que conta com atendimento presencial e telefónico.
A iniciativa “Lisboa + Igualdade” resultou de um acordo entre a associação FEM - Feministas em Movimento”, a Câmara Municipal de Lisboa e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, através do Observatório Nacional de Violência e Género.
SIC Notícias
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