Cantanhede | Até ao próximo dia 29 de abril. Mostra de arte sacra patente na Biblioteca Municipal

 

Está patente na Biblioteca Municipal de Cantanhede, até ao próximo dia 29 de abril, a mostra Irmandades de Enxofães e Murtede. A importância da preservação do seu legado no enriquecimento da história do concelho.

A cerimónia de abertura realizou-se no dia 31 de março e contou com a presença de Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, e de Fernando Rodrigues Costa, curador da mostra, entre vários outros representantes das entidades locais e outros convidados.

Na sua intervenção Pedro Cardoso manifestou reconhecimento “pelo magnífico trabalho de recuperação e inventariação por parte do Dr. Rodrigues Costa” e, também, “pela oportunidade deste rico património religioso das Irmandades de Enxofães e de Murtede ser resgatado do esquecimento e poder ser mostrado publicamente na Biblioteca Municipal”.

Por outro lado, Fernando Rodrigues Costa, curador da mostra, alertou para “a necessidade das várias entidades locais procederem ao levantamento deste património existente no concelho, à sua inventariação para memória futura” para além de que “esta será a forma mais adequada de preservar este espólio único e insubstituível”.

A exposição é composta por 29 peças pertencentes às Irmandades religiosas de Enxofães e de Murtede, cuja cedência temporária resultou de vários apoios e acordos, nomeadamente com a Diocese de Coimbra, Paróquia de Murtede, Junta de Freguesia de Murtede, Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Murtede, Comissão da Capela de Enxofães.

Para além de dar a conhecer o espólio das Irmandades outrora existentes em Enxofães e Murtede, particularmente a do Santíssimo Sacramento (Murtede) e a de Nossa Senhora do Terço (Enxofães), a mostra pretende alertar para a necessidade da inventariação, preservação e divulgação do muito espólio histórico, religioso e laico, existente nesta e noutras freguesias do concelho de Cantanhede.

Recorde-se que as irmandades eram associações de fiéis constituídas com a finalidade de praticarem obras de piedade ou caridade e de promoverem o culto público. Genericamente, foram fundamentais para reforçar os elos da solidariedade humana e da fraternidade cristã, principalmente em situações de fome, de doença, de pobreza ou de cativeiro; bem como o enterramento dos mortos e as orações pela sua alma.

A origem das confrarias situa-se, no continente europeu, durante a baixa Idade Média. Em Portugal, as primeiras associações deste tipo surgiram no século XIV, instituídas, normalmente, em igrejas paroquiais, caracterizando-se por serem, na sua essência, um movimento laical.

A Irmandade ou Confraria do Santíssimo constituiu ao longo de cerca de dois séculos e meio, uma instituição bem representativa da vitalidade e determinação das gentes de Murtede. A constituição da confraria verificou-se em outubro de 1755 e a sua extinção em fevereiro de 1995.

A Irmandade de Nossa Senhora do Terço, de Enxofães, constituiu-se em 1875 e teve a sua extinção em 1 de janeiro de 1999.