quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Portugal/Venezuela | GOVERNO DE COSTA ESTÁ REPLETO DE SANTOS SILVAS SERVIS AOS EUA

Mário Motta, Lisboa

Portugal não reconhece a recém-eleita Constituinte venezuelana, afirmou Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Nem podia ser de outra forma. A subjugação e o servilismo às políticas dos EUA e da UE, a isso obrigam. A aquiescência politicamente genética de Santos Silva e da maioria dos políticos e elites de Portugal, incluindo dos governos, tendem sempre a bajular os EUA independentemente dos crimes que pratiquem. E são inúmeros.

Santos Silva fala agora em democracia, em normalidade, etc. Mas não usou tais termos quando todos percebemos que os EUA têm por obsessão dominar a América Latina, os seus povos, os políticos que se vendem e subjugam e que a miséria e a pobreza nesses países significam elevados lucros para os EUA. Nesse aspeto os Santos Silvas da política fazem-se cegos, surdos e mudos. Quando os EUA sugam os vastos recursos pertencentes aos povos do continente sul-americano, os Santos Silvas fazem exatamente o mesmo, calam. Até parece que não existem. Quando os EUA derrubam governos democraticamente eleitos naquele continente porque não agrada aos seus interesses esclavagistas e exploradores os Santos Silvas não recorrem às palavras democracia, legitimidade, normalidade, humanidade, etc. Calam, alinham com os crimes do império norte-americano do mal. Assim tem sido sempre com estes Santos Silvas, que até podem ter outros nomes desempenhando cargos no governo, mas que agem, falam e procedem do mesmo modo. Cobardemente, injustamente. Antidemocraticamente.

Maduro não pode fazer outra coisa a não ser reagir aos ataques da oposição interna vendida aos EUA e coordenada pelos EUA. Quando nos sentimos atacados e de algum modo queremos defender-nos temos que reagir e se necessário pular muros. A intromissão é dos EUA na Venezuela e não o contrário. Aos patriotas só resta defenderem a  sua Pátria.

Quando por mais de uma década os EUA assediou a Venezuela e atacou insistentemente Chávez e, por consequência, o próprio povo, o próprio país democrático, os Santos Silvas nada disseram contra a sanha imperialista dos EUA. Nem quando os EUA elaboraram um plano (que está evidente) para desestabilizar a Venezuela, assim como restantes países da América Latina que defendiam a sua soberania democraticamente, os Santos Silva nada disseram, nunca condenaram as políticas dos EUA em defesa das democracias então vigentes.

As operações de desestabilização já duram há muito tempo e tem sido evidente que têm dado frutos. Fantoches dos EUA ocupam governos, como no caso do Brasil, por exemplo. A democracia foi subvertida e atualmente quem governa o Brasil e domina os setores essenciais do Estado são bandos de criminosos, de corruptos, de gentes de colarinho branco com mentes e mãos sujas. É desses que os EUA se servem e por isso os põem nos poderes. Mas os Santos Silvas nada dizem em desacordo com tais políticas imperialistas, políticas e ações criminosas de desestabilização.

Muito mais que o Brasil é a Venezuela detentora de petróleo. Podemos recorrer à Wikipédia e saberemos que a “Venezuela tem as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo, além de ser classificada consistentemente entre os dez maiores produtores mundiais de petróleo”. Isso para além de possuir “depósitos não convencionais de petróleo (óleo bruto extra-pesado, betume e areias betuminosas) aproximadamente iguais às reservas mundiais de petróleo convencional.” Está tudo dito.

Estes Santos Silvas suscitam suspeitas acerca da matéria que os compõem. Muitas das vezes ficamos sem saber se são seres humanos de facto ou híbridos robotizados e programados segundo as conveniências dos seus donos, os EUA e o grande capital, a que obedecem sem terem a coragem de questionar da justeza do que declaram e de como procedem.

São os Santos Silvas, são os mainatos dos EUA que enchem a boca de palavras que para eles só às vezes valem alguma coisa, como, por exemplo: “valores democráticos, soberania, liberdade…”. Neste caso, no da Venezuela, tais palavras valem nada, são ocas.

Dizer-se que tudo isto é lamentável será pouco e inútil. Porque lutar é vencer – e os Santos Silvas parece que isto não sabem – os venezuelanos não têm outro caminho a seguir. E o futuro é já ali, nem que seja só daqui por décadas ou séculos. Passado esse tempo é mais que provável que o império do norte da América, os EUA, já tenha implodido, a exemplo do destino de todos os impérios que a história cita e nos mostra tal desaire e extinção.

Vá mais além - se continuar a ler – e saiba o que disse Augusto Santos Silva, servil diplomata do governo de António Costa. Governo cuja coluna vertebral não está nas melhores condições. Está a diluir-se.

Foi declarado que a Venezuela não pode contar com os Santos Silvas de Portugal no reconhecimento da Constituinte. Mas pode contar com o reconhecimento de muitos milhares de portugueses solidários e em absoluta condenação às políticas desestabilizadoras, antidemocráticas e criminosas que são prática dos EUA. Não só de Trump mas de muitos mais saqueadores dos recursos naturais que pertencem a outros países e a outros povos do mundo. (MM | PG)

Portugal não reconhece Assembleia Constituinte da Venezuela

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que Portugal, tal como os restantes países da União Europeia, não pode reconhecer a Assembleia Constituinte da Venezuela eleita domingo, a qual classificou de "um passo negativo".

No final da apresentação da candidatura do Porto a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), Augusto Santos Silva disse que a União Europeia (UE) está neste momento a preparar uma declaração que, basicamente, refere que os Estados-membros não podem reconhecer a assembleia constituinte.

Trata-se de "um passo negativo no processo", disse, acrescentando: "É necessário o regresso à normalidade constitucional, com pleno respeito dos poderes dos órgãos eleitos, pela separação de poderes, e é um apelo muito veemente da nossa parte para que as partes recusem e renunciem a qualquer forma de violência e se envolvam num processo político que resulte num compromisso, o regresso à normalidade constitucional na Venezuela e um calendário eleitoral que seja por todos aceite".

Sobre o pedido do presidente do Parlamento Europeu à União Europeia para que esta imponha sanções aos membros do Governo venezuelano de Nicolás Maduro, como a limitação dos movimentos no território comunitário e o congelamento de ativos económicos, o ministro referiu que ainda não existe uma decisão.

"Não ultrapassamos etapas e definimos sempre a nossa posição, o nosso falar e o nosso silêncio a partir da pergunta principal: o que ajuda mais e o que prejudica mais a nossa comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela. Não faço nada que prejudique e faço tudo o que possa ajudar", garantiu.

A este propósito, referiu que "o Governo português concorda com a posição da União Europeia, que ainda não considerou a possibilidade de utilização de outras ações políticas e diplomáticas".

Sobre a comunidade portuguesa e luso-venezuelana que se encontra na Venezuela, Augusto Santos Silva garantiu que esta é a principal preocupação do governo.

"Temos procurado manter todos os canais com a nossa comunidade portuguesa residente na Venezuela e com os luso-descendentes e esse nosso cuidado vê-se, por exemplo, no facto de a nossa transportadora aérea ser das poucas que viaja regularmente para a Venezuela".

E adiantou: "É importante que se mantenham todos os canais de comunicação com a nossa comunidade e com as autoridades venezuelanas porque a nossa obrigação número um é para com os portugueses e os luso-venezuelanos que vivem na Venezuela".

Sobre um eventual apoio extraordinário aos portugueses que estão a regressar da Venezuela, o ministro disse estar a trabalhar com as autoridades madeirenses "com grande espírito de solidariedade recíproca".

"As autoridades madeirenses ficaram de proceder a uma estimativa precisa e rigorosa de eventuais sobrecustos que estejam a incorrer", afirmou, adiantando que "há já processos em curso em várias áreas".

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto Lusa

White Trash Work | NA DÚVIDA, BOMBARDEIE A CHINA


Pepe Escobar | Asia Times

O colapso atual do mundo unipolar, com a emergência inexorável de quadro multipolar, está deixando correr solta uma subtrama aterradora – a normalização da ideia de guerra nuclear.

A prova mais recente disso apareceu sob a forma de um almirante dos EUA que diz a quem queira ouvi-lo que está pronto a obedecer ordens do presidente Trump de disparar um míssil nuclear contra a China.

Esqueçam o fato de que guerra nuclear no século 21 que envolva as grandes potências será A Última Guerra. Nosso almirante, almirantemente chamado Swift [“rápido”, “veloz”], só está preocupado com minúcias democráticas tipo “todos os membros das forças armadas dos EUA fizeram um juramento de defender a Constituição dos EUA contra todos os inimigos estrangeiros e domésticos e obedecer aos oficiais superiores e ao presidente dos EUA como comandante-em-chefe e chefe de todos nós.”

É pois questão de lealdade ao Presidente e controle civil sobre os militares – sem considerar o risco de incinerar massas incontáveis dos chamados cidadãos civis, norte-americanos inclusive (porque haverá inevitável resposta chinesa).

Swift, mais uma vez, acorre em socorro: “Esse é o núcleo da democracia norte-americana e sempre que um militar se afasta do foco e entrega-se a controle civil, nesse caso, sim, temos um grave problema.”

Não importa que o proverbial porta-voz da Frota dos EUA no Pacífico – nesse caso, Charlie Brown (nome adequado?) – rapidamente abraçou o controle de danos, fazendo pouco da premissa da questão nuclear, para ele, “ridícula”. Ambas, pergunta e resposta, são muito reveladoras.

MacArthur’s park is melting in the dark [“A praça MacArthur derrete na escuridão”]

Para acrescentar nuances extras no “controle civil sobre os militares”, um flashback até setembro de 1950 e a Guerra da Coreia, com uma pequena ajuda de Korea: The Unknown War [Coreia: A Guerra Desconhecida] de Bruce Cumings e John Halliday, pode ser qualquer coisa, exceto “ridículo”. Especialmente agora que facções do Partido da Guerra em Washington andam pressionando a favor de bombardear (bomba atômica) não a China, mas a própria Coreia do Norte.

É fundamentalmente importante relembrar que, à altura de 1950, o presidente Truman já emitira uma ordem de “controle civil sobre os militares” para lançar duas bombas atômicas sobre o Japão em 1945 – primeira vez, um marco histórico.

Truman se tornara vice-presidente em janeiro de 1945. FDR tratou-o com desdém máximo. Não tinha nem notícia de algum “Projeto Manhattan”. Quando FDR morreu, Truman tivera apenas 82 dias na vice-presidência, e tornou-se presidente dos EUA sem saber coisa alguma de política externa ou da nova equação militar/nuclear.

Truman teve cinco anos, depois de bombardear o Japão, para aprender tudo sobre o assunto, e já em serviço. Agora, a ação estava no front coreano. Mesmo antes do desembarque dos carros anfíbios em Inchon, liderada pelo general MacArthur – o maior desembarque desde o Dia D na Normandia, em 1944 –, Truman já autorizara MacArthur a avançar além do paralelo 38. Há substancial debate histórico, segundo o qual ninguém informara MacArthur detalhadamente sobre o que fazer – porque ele estava vencendo. Perfeito para um homem que gostava de citar Montgomery: “Os generais nunca recebem diretivas adequadas”.

Apesar disso, MacArthur recebeu de Truman um memorandum top secret reforçando que operações ao norte do paralelo 38 só estavam autorizadas se “não houvesse forças soviéticas ou comunistas chinesas na Coreia do Norte, nenhum aviso de entrada planejada, nem ameaça de contraofensiva às nossas operações militares “.

E então, MacArthur recebeu mensagem a ser lida exclusivamente por ele, do chefe do Pentágono George Marshall: “Queremos que se sinta desimpedido taticamente e estrategicamente para avançar para o norte acima do paralelo 38.”

MacArthur continuou indo. Tinha certeza de que a China não interviria na Coreia: “Se os chineses tentassem descer para Pyongyang seria o maior massacre.” Bem, MacArthur errou. As forças dos EUA capturaram Pyongyang dia 19 de outubro de 1950. Exatamente no mesmo dia, nada menos de 250 mil soldados do 13º Grupo do Exército Voluntário Popular Chinês cruzaram o rio Yalu e entraram em território coreano. A inteligência dos EUA não tinha nem ideia do que o historiador militar S.L.A. Marshall descreveu como “um fantasma sem sombra”.

MacArthur foi-se descontrolando dia a dia, inclusive requerendo bombas atômicas a serem usadas contra a Coreia do Norte. Ele tinha de ir. A questão era como. Os civis – Dean Acheson, Averell Harriman – eram a favor de ir. Os generais – Marshall, Bradly – eram contra. Mas também se preocupavam, porque “se MacArthur não pudesse ir, grande segmento de nosso povo diria que as autoridades civis já não controlavam os militares”.

Truman já se decidira. MacArthur foi substituído pelo general-tenente Ridgway. Mas a loucura da guerra persistia, refém da “ameaça” sino-soviética de “dominação comunista mundial”. Foram mortos mais de dois milhões de civis norte-coreanos. E o que o general Curtis LeMay – um Dr. Fantástico [Dr. Strangelove] da vida real – disse adiante sobre bombardear o Vietnã “até devolvê-lo à idade da pedra” foi realmente feito pelos EUA, contra a Coreia do Norte.

Toda a indústria e toda a infraestrutura do norte foram completamente destruídas. É impossível compreender as ações da liderança em Pyongyang ao longo das últimas décadas, sem considerar o quanto aquela destruição física e humana ainda permanece viva na mente dos norte-coreanos.

Assim, o que o almirante Swift realmente disse, em código, é que, se vier uma ordem civil, os militares dos EUA iniciarão a 3ª Guerra Mundial (ou a 4ª Guerra Mundial, se se contabiliza a Guerra Fria), aplicando devidamente a doutrina de primeiro-ataque, do Pentágono. O que Swift não disse é que o presidente Trump também tem o poder de dar uma de Truman e demitir qualquer doido com ambição de ser clone de MacArthur.

- em Pátria Latina

White Trash Work | EUA COORDENOU OPERAÇÃO INTERNACIONAL CONTRA A VENEZUELA

‘Cuba afirma que foi lançada uma operação internacional bem coordenada’ contra a Venezuela

As autoridades de Cuba afirmaram na segunda-feira (31) que os EUA começaram um ataque internacional contra a Venezuela, apoiados pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Após as eleições para a Assembleia Constituinte, realizadas na Venezuela, os EUA introduziram sanções contra o presidente Nicolás Maduro, acusando o líder de “minar a democracia”. Todos os ativos de Maduro sob a jurisdição dos EUA foram congelados, enquanto os cidadãos norte-americanos são proibidos de fazer negócios com Maduro. O presidente dos EUA, por sua vez, qualificou o dirigente venezuelano como “ditador” que tomou o poder absoluto no país.

“Cuba afirma que foi lançada uma operação internacional, coordenada por Washington com o apoio do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que tem por objetivo fazer calar o povo venezuelano sem reconhecer sua vontade, fazer com que ele desista através de ataques e sanções econômicas”, diz um comunicado da chancelaria cubana.

De acordo com as autoridades de Cuba, no país conhecem muito bem essa “práticas de intervenções”.

O Ministério das Relações Exteriores do país sublinhou que apenas os venezuelanos têm o direito de decidir como superar seus problemas e definir seu futuro. “Basta de intervenções, ajuntamentos ilegais e traições ao espírito bolivariano”, declarou a chancelaria.


WHITE TRASH WORK | James Petras: EUA esmagam o Brasil para dominar a América Latina


Os Estados Unidos estão ganhando posições na América Latina com a queda forçada de governos progressistas, avalia o sociólogo e analista político norte-americano James Petras. "Trata-se de uma grande ofensiva que enfraquece a soberania da América Latina, é a integração regional que está em jogo."

Em entrevista a Ariel Noyola Rodríguez, publicada no site da RT, o especialista em política externa dos EUA e América Latina afirmou que a prisão do ex-presidente Lula "poderia mudar a correlação de forças em todo o continente latino-americano".

"Uma vez que os Estados Unidos consigam controlar o Brasil de maneira definitiva, como já aconteceu com a Argentina sob a presidência de Mauricio Macri, então será muito mais fácil levar adiante a dominação de todo o continente", apontou.

Para Petras, a condenação sem provas de Lula a nove anos e meio de prisão faz parte dessa ofensiva que, ao que se refere ao Brasil, teve sua primeira parte no impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.

"No plano internacional, essa ofensiva significa a subordinação do Brasil aos mandos de uma potência imperial, e não me refiro somente aos EUA, mas também à União Europeia", disse.

Segundo o analista, o período de governo da esquerda na região "foi uma tática usada pelos EUA para se reorganizar, acumular forças e, chegado o momento indicado, lançar um contra-ataque", uma vez que os países não foram capazes de "desafiar abertamente os Estados Unidos".

Ele acredita ainda que Washington pretende criar uma versão latino-americana da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) "para vencer qualquer tipo de resistência que ponha em questão sua hegemonia". "Os Estados Unidos travam uma guerra de conquista contra a região", destacou.


O dinheiro é seu mas retêm-no | UE quer congelar contas para travar corridas bancárias


Tyler Durden

Se houver uma corrida a um banco, qualquer banco na UE, será melhor estar entre os primeiros a sacar o dinheiro. 

Embora o dinheiro seja seu, a UE quer congelar contas para impedir corridas a bancos fracassados .

Estados da União Europeia estão a considerar medidas que lhes permitiriam travar temporariamente a retirada de dinheiro das suas contas para impedir corridas bancárias , revelou um documento da UE revisto pela Reuters.

A medida destina-se a ajudar a resgatar prestamistas considerados insolventes ou provavelmente insolventes, mas críticos dizem que isto poderia abalar a confiança e pode mesmo acelerar retiradas aos primeiros rumores de perturbação num banco.

A proposta, que tem estado em elaboração desde o princípio deste ano, verifica-se menos de dois meses após uma corrida aos depósitos no Banco Popular ter contribuído para o colapso daquele prestamista espanhol.

Dar aos supervisores o poder de bloquear temporariamente contas bancárias de prestamistas aflitos é "uma opção factível", reconhece um documento preparado pela presidência estoniana da UE, reconhecendo que os estados membros estavam divididos quanto à questão.

Os países da UE que já permitem uma moratória a nível nacional sobre desembolsos de bancos em procedimentos de insolvência, como a Alemanha, apoiam a medida, disseram responsáveis.

"O desejo é impedir uma corrida bancária, de modo que quando um banco estiver numa situação crítica não seja empurrado para o abismo", disse uma pessoa familiar com as ideias do governo alemão.

A proposta estoniana foi discutida por representantes da UE em 13 de Julho mas não foi tomada qualquer decisão, disse um responsável da UE. As discussões deverão continuar em Setembro. A aprovação de legisladores da UE seria exigida para qualquer decisão final.

De acordo com o plano discutido pelos estados da UE, os desembolsos poderiam ser suspensos durante cinco dias úteis e o bloqueio poderia ser estendido até um máximo de 20 dias em circunstâncias excepcionais, diz o documento estoniano.

Clientes assustados

Estive com Charlie Bannister da Association for Financial Markets in Europe (AFME), que afirma: "Acreditamos fortemente que isto incentivaria depositantes a fugirem de um banco numa fase primária".

Por que os clientes podem querer fugir? 

Empréstimos incumpridos 

Notas 

Não sei porque os gráficos por vezes utilizam códigos de país diferentes do que aparecem na primeira coluna. Onde há diferença, mostro ambos os símbolos. A lista de códigos de país é mostrada abaixo. 

O rácio Forb representa o rácio de tolerância (forbearance). 

O rácio Cov representa o rácio de cobertura: (Empréstimos – Reserva no balanço)/Montante total de empréstimos não cumpridos. É uma medida de quão preparado está um banco para perdas.

A Itália, Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda têm uma soma de €606 mil milhões de empréstimos não cumpridos.

Todo o sistema bancário europeu está super alavancado, sub-capitalizado e apoiado pelas Facilidades Quantitativas do BCE. Dito simplesmente, o sistema bancário da UE está insolvente.

O facto de a UE ter de considerar medidas tão drásticas prova isso. 

29/Julho/2017


O original encontra-se em www.zerohedge.com/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 
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Portugal | RANKINGS OU CORRIDA DE CAVALOS


Joana Mortágua* | jornal i | opinião

Longe de contribuírem para qualquer melhoria no sucesso educativo, os rankings têm como única função estigmatizar as últimas escolas e criar uma corrida às primeiras

Agosto não é só férias, praia e despreocupações. Por estes dias, milhares de famílias interrompem ou adiam o início de férias para tratar das matrículas das suas crianças nas respetivas escolas. É uma burocracia necessária e relativamente simples, sobretudo se o petiz tiver sido colocado num dos estabelecimentos pré-indicados como de preferência.

A única coisa que estorva esta rotina estival é a frustração das famílias que não conseguem matricular os filhos nas escolas pretendidas. Quando essas escolas correspondem à área de residência e os alunos acabam preteridos por critérios duvidosos ou por fraude ao sistema, a frustração transforma-se em legítimo protesto.

A polémica instalou-se recentemente com os casos de duas escolas de Lisboa, a D. Filipa de Lencastre e a Pedro Nunes, mas o problema é mais antigo e a solução muito mais complexa do que fiscalizar a veracidade da morada indicada pelos encarregados de educação. Todas as suspeitas devem ser investigadas, claro, mas a pergunta para um milhão de euros é outra. Como se impede que a escola pública seja contaminada pela lógica do privado e do mercado da educação?

Quando fizemos o debate sobre o abuso dos contratos de associação havia dois argumentos em cima da mesa. O primeiro, que se tornou consensual, condenava a transferência de dinheiro público para colégios privados nos locais onde existia oferta pública. O segundo, de mais largo alcance, desmontava a falácia da “livre escolha” que nos levaria a sistemas como o “cheque-ensino” e à criação de escolas de primeira e de segunda.

Esse deve ser levado a sério, a bem da preservação da equidade como princípio fundamental da escola pública. Não é casual que os protestos mais recentes tenham ocorrido no Pedro Nunes e no Filipa, duas das escolas secundárias mais bem “cotadas” no maldito ranking que compara notas de exames.

Longe de contribuírem para qualquer melhoria no sucesso educativo de quem quer que seja, estes rankings têm como única função estigmatizar as últimas escolas e criar uma corrida às primeiras. Cria-se a ilusão de que as escolas são ilhas sem contexto social, produtoras de boas ou más médias por algum processo milagroso, desgarrado da realidade de origem dos alunos.

As consequências são desastrosas. As escolas desligam-se da comunidade onde estão inseridas, deixam de representar a sua diversidade e tornam-se cada vez mais homogéneas social, cultural e economicamente. Em última instância, a competição para entrar numa escola do topo do ranking cria um processo de seleção social que se resume àquilo que todos criticam aos privados: “no colégio não entram todos”.

A fiscalização pode ajudar a combater este problema. Mas o essencial é desconstruir a ideia de que as escolas podem ser seriadas num ranking. A educação não é uma corrida de cavalos. Nos últimos anos, o reconhecimento da função social da escola pública tem vindo a diluir-se nesta competição desenfreada pelas notas. Cada vez mais se valoriza simplisticamente o ponto de chegada e se ignora o progresso dos alunos e a aprendizagem de competências não “examináveis”.

Ironicamente, tendo uma importância absoluta no acesso ao ensino superior, a função das médias esgota-se aí. Há milhares de outros critérios que fazem uma boa escola, todos nós sabemos a diferença entre uma média alta e uma educação de qualidade que contribuiu para educar cidadãos conscientes e emancipados. Talvez seja tempo de identificar essa contradição e expurgar da escola pública o que não lhe pertence: a lógica do mercado.

*Deputada do Bloco de Esquerda

PELO MENOS 250 MIL EUROS INDEVIDOS PARA A MÁFIA LARANJA | É FARTAR VILANAGEM!


Associação de dirigente do PSD recebeu fundos públicos indevidamente

Tribunal de Contas concluiu que a associação Instituto do Território (IT) fundada por Rogério Gomes, diretor de gabinete de estudos do PSD até 2016 e coordenador do programa eleitoral do partido, recebeu, pelo menos, 250 mil euros a que não tinha direito. O dito instituto foi lançado em 2012 com “apadrinhamento” de Passos Coelho.

A auditoria do Tribunal de Contas (TdC) (a que pode aceder aqui (link is external)) analisou o financiamento público do “Instituto do Território, Associação”, “designadamente através de fundos comunitários, bem como a legalidade dos contratos celebrados com o Estado”.

O TdC concluiu que o IT “não preenchia as condições para ser considerado “organismo de direito público”, não sendo elegível como beneficiário do POAT, pelo que a Autoridade de Gestão deste Programa Operacional pagou indevidamente ao IT cerca de € 249,8 mil”.

O TdC aponta também que a “Autoridade de Gestão” não avaliou os resultados do investimento realizado” e que, “relativamente ao financiamento público nacional e aos contratos celebrados pelo Estado”, houve “não observância de normas legais por parte de algumas entidades públicas”, nomeadamente de “LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude e ainda de outras entidades públicas que se tonaram associadas do IT”.

O TdC recomenda “a recuperação do financiamento comunitário indevidamente pago, no montante de € 249.798,88”, que o LNEC avalie “a necessidade da participação” no IT e que o IPDJ “deve exercer o direito de reaver todas as quantias pagas devido à não realização culposa dos fins essenciais dos programas de desenvolvimento desportivo”. A auditoria na íntegra está disponível aqui(link is external).

Passos Coelho “apadrinhou” Instituto do Território, Associação

O IT foi lançado em 2012, presidido pelo dirigente do PSD Rogério Gomes, que o considerou um “action tank”. Como titulou então o jornal “Expresso”, Passos Coelho “apadrinhou”(link is external) o lançamento do IT.

Em abril de 2015, o “Diário de Notícias” noticiou(link is external) que o presidente do IT, Rogério Gomes, “contratou serviços a associações suas, no valor de quase 242 mil euros”. O jornal sublinhava então que Rogério Gomes “preside a associação que adjudica trabalhos e projetos a entidades criadas e geridas por si e pela sua mulher”.

O jornal noticiou também que o IT “contratou, por duas vezes, em setembro de 2012, serviços à associação Urbe - Núcleos Urbanos de Pesquisa e Intervenção, criada por Rogério Gomes, no valor de quase 145 mil euros em ajustes diretos”, que em dezembro de 2013 “adjudicou à IC - Identidade e Cultura, outra associação fundada por Rogério Gomes e pela sua mulher (…) um serviço por ajuste direto no valor de quase 26 mil euros” e que “uma empresa de que é sócio-gerente, a AUT, foi também contratada por 71 mil euros, em janeiro de 2013, mas o contrato foi revogado por incumprimento”.

O DN salientava ainda que “as relações entre o IT e organizações que têm Rogério Gomes como elo comum e organismos governamentais têm-se multiplicado”, assim como os ajustes diretos.

Rogério Gomes, ex-patrão de Passos Coelho

Rogério Gomes foi presidente da associação Urbe, desde a sua fundação em 1988 e durante 24 anos, segundo o Diário de Notícias (link is external), e contratou, em 2003 e 2004, Passos Coelho para “diretor do Departamento de Formação e coordenador do Programa de Seminários”. Nesse período, o líder do PSD trabalhava também na Tecnoforma, nas mesmas áreas.

Quando foi eleito presidente do PSD, em 2010, Passos Coelho incluiu Rogério Gomes na Comissão Política do partido e nomeou-o diretor do Gabinete de Estudos. Em 1 de outubro de 2011, Rogério Gomes fundou a sua associação IT, que foi lançada em janeiro de 2012 na Fundação Gulbenkian em ação “apadrinhada” prlo líder do PSD.

Esquerda.net | Foto de Estela Silva/Lusa

Título PG

Portugal | O POPULISMO COMO MODO DE VIDA


Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

"É um apoio social que deve ser transitório e não um modo de vida". Foi uma das frases que o líder parlamentar do CDS-PP usou para justificar a sua "preocupação" com novas regras que facilitam a atribuição do rendimento social de inserção (RSI).

A posição do CDS sobre a pobreza e, em particular, o RSI é tudo menos inocente. O partido de Assunção Cristas tem-se esforçado ao longo dos anos por estigmatizar os seus beneficiários, usando e abusando de um discurso populista sobre o "parasitismo" ou a "preguiça" dos pobres.

É precisamente essa ideia que, de forma mais polida, se encontra subjacente na frase acima transcrita. O que Nuno Magalhães no fundo quer dizer é que se se removerem as barreiras criadas pelo Governo de PSD/CDS no acesso ao RSI, há pessoas que irão ver a prestação como um "modo de vida", em vez de procurar um trabalho. Magalhães alia esta ideia à da transparência, dando a entender que a fraude no RSI é imensa.

Acontece que a pobreza não só não é uma escolha como, infelizmente, também raramente é transitória. A pobreza reproduz-se, trespassa gerações deixando profundas marcas nos percursos educativos, na integração social, no exercício da cidadania, na relação com o Estado. Portugal tem 20% de pobres. Não falamos de um fenómeno transitório, mas de um profundo problema social que o RSI muito tem contribuído para minimizar.

Mais, o "modo de vida" de que fala o CDS são 90euro mensais em média por beneficiário, sendo que, imagine-se, a larguíssima maioria destas pessoas são crianças ou adultos que já trabalham, mas que não ganham o suficiente para ultrapassar o limiar da pobreza.

Finalmente, é preciso lembrar que as preocupações do CDS com a transparência fizeram com que o valor do RSI para as famílias mais numerosas fosse cortado em 30% enquanto muitas outras eram excluídas. À medida que aumentava a pobreza infantil em Portugal, o Governo de PSD/CDS retirava a prestação a mais de 50 mil crianças.

Não é a atribuição de dinheiros públicos ou a eficácia do RSI que preocupa o CDS. A sua luta é puramente ideológica. Demonstrou-o bem quando cortou apoios sociais no período de crise e pôs em prática um conjunto de medidas caritativas, como as cantinas sociais. Ao invés do Estado social preferiu dar a uma rede de instituições privadas de solidariedade social o poder para administrar e gerir, de forma muitas vezes discricionária e clientelar, a atribuição de dinheiros públicos aos mais pobres. "Transparência" e "rigor" seria, já agora, fiscalizar todo esse processo de transferência de competências, poder e recursos.

Historicamente, a erradicação da pobreza esteve no centro do programa democrata-cristão. Mas no populismo do CDS, os mais pobres já só entram como suspeitos de fraude e abuso.

* Deputada do BE

EUA | O HOMEM DO LIXO NA LIXEIRA BRANCA | White Trash

O presidente dos EUA anda muito distraído ou então é conivente com os que tiram as palas aos cavalos para as usarem nos norte-americanos mais predispostos a não verem em redor que o país e as políticas que vigoram nos EUA são uma enorme lixeira. Mas não para Trump, que declarou que a lixeira é a Casa Branca. A tal que é branca por fora, quase imaculada exteriormente, mas em cujo interior a trampa se acumula há mais de dois séculos. Talvez com maior incidência a partir do século 20. Melhor e mais exatamente saberão os historiadores.

Fiquemos então com a Lixeira Branca (por fora e nauseabunda no interior), tal qual foi declarado por Trump, ele, um verdadeiro chefe do lixo, atascado nele até ao pescoço, tal qual como os seus antecedentes no cargo.

MM | PG

Trump diz que "a Casa Branca é uma autêntica lixeira"

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse a membros do seu clube de golfe em Nova Jérsia que passava tanto tempo fora de Washington porque a Casa Branca era uma "autêntica lixeira".

A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário da agência AP sobre a notícia, que apareceu num extenso artigo colocado no sítio da internet golf.com.

A história sobre o gosto de Trump pelo golfe também apareceu na revista "Sports Illustrated".

No texto conta-se um episódio no qual Trump está a trocar impressões com alguns membros do clube. O atual presidente dos EUA disse a estes que aparece tantas vezes na sua propriedade em Bedminster, no Estado de Nova Jérsia, porque, justificou, "a Casa Branca é uma autêntica lixeira".

Trump passou praticamente todos os fins de semana da sua presidência a visitar várias propriedades que possui ou tem arrendado, incluindo Bedminster.

Jornal de Notícias | Foto: SHAWN THEW/EPA

Eu, Psicóloga: Será que a timidez pode trazer vantagens?



Se um dia você for tomado por uma sensação de insegurança, lembre-se deste episódio ocorrido com a escritora britânica Agatha Christie, a famosa autora de livros de suspense.
Em 1958, convidada para uma festa em um luxuoso hotel de Londres para comemorar o sucesso de sua peça A Ratoeira, Christie foi barrada por um porteiro que não a reconheceu. Em vez de mandar o clássico "Você sabe quem eu sou?", ela humildemente se virou e foi se sentar sozinha no lobby. Apesar de ser a escritora que mais vendia livros na época, ela ainda se sentia paralisada por "uma timidez cruel, horrível e inevitável".

Como alguém tão bem-sucedido pode se sentir tão inseguro? Essa é a contradição abordada no livro Shrinking Violets (expressão usada para denotar pessoas extremamente tímidas), que acaba de ser lançado na Grã-Bretanha. Nele, o historiador Joe Moran explora a timidez na política, na literatura e na psicologia.

Moran conta que é tímido desde que se conhece por gente. E seus sentimentos podem ter influenciado sua carreira antes mesmo de ele dedicar suas pesquisas acadêmicas ao assunto. Seus livros anteriores exploraram as minúcias do cotidiano, como a história de objetos e rotinas do dia a dia e os hábitos televisivos dos britânicos.

"A timidez pode transformar alguém em um psicólogo amador, de tanto que a pessoa se coloca na posição de observadora", afirma.

Em Shrinking Violets, ele volta sua atenção para os pensamentos e sentimentos sobre os quais muitas pessoas têm vergonha de conversar. A natureza estranha e contraditória da timidez foi o que chamou sua atenção para a riqueza do assunto.

'Campos minados'

Muitos de nós acreditamos que a timidez é algo que permeia todo tipo de situação. Mas, para Moran, ela "avança e recua" dependendo do contexto
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O próprio historiador se diz mais à vontade dando uma aula para centenas de alunos do que respondendo a perguntas de um punhado deles, por exemplo. Ou fica inseguro quando se vê diante de várias rodinhas em uma festa. Pequenos espaços comuns, como elevadores e salas de espera, também são campos minados para o tímido.

Moran relembra o caso do duque de Portland, um aristocrata do século 19 que era tão tímido e reservado que mandou construir um labirinto de túneis sob sua mansão para não ter que ficar cara a cara com seus empregados.

Mas nem todos os tímidos são introvertidos. Susan Cain, autora do livro O Poder dos Quietos, acredita que as duas personalidades são, na realidade, bastante diferentes: enquanto os introvertidos precisam de um tempo sozinhos e não ligam para o que os outros pensam deles, os tímidos podem se sentir carentes de companhia e ficam ansiosos quanto à opinião dos outros.

O livro de Moran explora o amplo espectro da timidez. Ele cita exemplos como o biólogo Charles Darwin, que se dizia alguém "sem a menor sofisticação social" e "um orador terrível"; a atriz Keira Knightley, que afirma não conseguir começar uma conversa em uma festa; o autor e neurologista Oliver Sacks, o ex-presidente francês Charles de Gaulle e o cantor Morrissey, dos Smiths.

Algumas dessas personalidades acabam tirando partido de um recurso chamado Maskenfreiheit - termo em alemão que expressa a liberdade sentida ao se usar uma máscara ou representar um personagem.

Essa sensação de "irrealidade" ajuda o próprio Moran quando ele tem que falar em público, por exemplo. Mas a timidez e a ansiedade voltam assim que a pessoa percebe que sua verdadeira personalidade está exposta.

Estratégia de sobrevivência

Está claro que a timidez não é um empecilho para o sucesso. Mas será que ela traz algum benefício palpável? Alguns biólogos evolucionistas argumentam que se trata de um sentimento que vem de comportamentos pré-históricos que ajudavam na sobrevivência.
Já estudos recentes sobre a personalidade de animais avaliaram o grau de timidez e extroversão de indivíduos de várias espécies, observando que frequentemente a timidez e a ansiedade têm suas compensações.

Enquanto animais mais corajosos podem ter mais parceiros para acasalar e mais comida, os tímidos, relegados a segundo plano, conseguem evitar serem atacados - nos dois casos, trata-se de estratégias evolucionárias bem-sucedidas.

Para Moran, no entanto, a timidez não é apenas um traço primitivo. "Temos a capacidade de virarmos a atenção para nós mesmos enquanto estamos cientes de que deve haver outras pessoas que pensam em nós", diz.

Por vivermos em grandes grupos, começamos a dar importância ao que os outros acham de nós - mesmo se isso traz sensações desconfortáveis, como a vergonha e o nervosismo.
"Criamos esses estranhos ciclos viciosos em que nos achamos tímidos e sentimos vergonha disso", afirma o autor.

As falhas na linguagem

Moran acredita que a timidez humana pode ser agravada por problemas de linguagem. "Quando falamos, estamos emitindo algo muito próximo de nossos sentimentos. Os tímidos estão mais cientes disso", explica.

A consequência disso pode ser o chamado "efeito da escada" - a tendência a rememorar o que foi dito e o que deveria ter sido dito.

Trata-se de uma condição altamente frustrante, mas que pode ter seu lado bom. "Muitas das obras de arte e literatura que menciono em meu livro vieram dessa sensação de que a palavra ou o contato pessoal são imperfeitos ou fracassam", afirma Moran. "Os artistas acabam conseguindo se expressar por meio de suas obras."

O autor explora ainda a diferença com que a timidez é expressa e avaliada em várias culturas. Enquanto em países como a Finlândia, por exemplo, a timidez tem uma conotação mais positiva por evocar a ideia de modéstia, em outros, como os Estados Unidos, a timidez pode agora ser diagnosticada como um distúrbio psiquiátrico. A decisão foi condenada por muitos psicólogos, que acreditam se tratar de uma tentativa de "tratar" ou "corrigir" qualquer aspecto que saia da norma.

Moran se diz dividido em relação ao assunto. "A timidez pode ser debilitante, pode ser uma dor e um fardo. Certamente, há casos extremos em que a pessoa não consegue viver normalmente, sofrendo de uma ansiedade social extrema. Mas acho que temos uma tendência a dar remédios e tratamentos para coisas que podem ser apenas parte da experiência humana", diz.

“Patrulheiros” utilizam bicicleta para vigiar a floresta e apoiar peregrinos em Albergaria-a-Velha


O Município de Albergaria-a-Velha está a desenvolver um projeto-piloto em Portugal de vigilância da floresta e apoio a peregrinos com o recurso à bicicleta. Os “Patrulheiros” são jovens voluntários que vão deslocar-se pelo território, sobre duas rodas, reportando ocorrências nas áreas florestais e auxiliando os peregrinos do Caminho de Santiago e de Fátima na sua passagem pelo Concelho. Numa primeira fase, a Câmara Municipal irá disponibilizar cinco bicicletas para patrulhamento, bem como formação para os jovens.

  A criação dos “Patrulheiros” é um dos três pilares do MOB*A, um projeto de implementação de mobilidade ciclável e suave, que visa contribuir para a melhoria do ambiente e da qualidade de vida dos cidadãos, promovendo a utilização da bicicleta nas pequenas deslocações. Para além dos “Patrulheiros”, o MOB*A – Mobilidade Operação Bicicleta de Albergaria-a-Velha – inclui ainda o desenvolvimento de ações de sensibilização nas escolas (POP – Programa Operacional Pedalar) e um suporte integrado de utilização partilhada de bicicletas.

O POP vai ser desenvolvido nos Jardins-de-Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Concelho no próximo ano letivo e engloba diversas atividades em que os mais novos aprendem a utilizar, com segurança, a bicicleta. Para esta vertente, vão ser disponibilizadas 60 bicicletas para crianças dos quatro aos nove anos. As escolas terão também acesso a um “Kit Trânsito”, com sinalética, coletes e capacetes, bem como um “Kit Skills”, com vários suportes para exercícios de agilidade e destreza.

 Para a comunidade em geral, o MOB*A contempla a utilização gratuita e partilhada de bicicletas, que estarão acessíveis no módulo MOB*A, a ser colocado no centro urbano de Albergaria-a-Velha. O módulo funcionará como centro de visitas e oficina, sendo possível fazer o rastreio das bicicletas através de uma aplicação. A pensar na população sénior, nos comerciantes e turistas a Autarquia irá disponibilizar Cargo Bikes e bicicletas elétricas.

“Este é um projeto diferenciador, com identidade própria, que foi concebido tendo em conta a realidade do Concelho”, refere António Loureiro, Presidente da Câmara Municipal. Para além dos benefícios para o ambiente e para a saúde dos munícipes, o autarca destaca a componente formativa nas escolas, com a qual espera alterar mentalidades.

O projeto MOB*A conta com a parceria da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior e o seu sucesso “passa por um envolvimento estreito com a sociedade civil, desde os agrupamentos de escolas, escuteiros e associações ligadas à natureza, às forças de segurança e proteção civil, tais como a GNR e Bombeiros Voluntários, bem como as coletividades locais e empresas do setor”. 

Guiné-Bissau visita o Baixo Vouga Lagunar e a sua produção tradicional

O Município de Estarreja recebeu, na segunda-feira à tarde, a visita de uma delegação da Guiné-Bissau, promovida pela ACTUAR – Associação para a Cooperação e Desenvolvimento, no âmbito de um “intercâmbio de conhecimentos sobre a certificação de produtos alimentares relacionados com a valorização do território”, explicou Joana Dias, representante da ONG.

A comitiva constituída por técnicos da Guiné Bissau (região de Cacheu), do Diretor Geral de Agricultura da Guiné Bissau, Carlos Amarante, e por representantes da ACTUAR foi recebida no Edifício dos Paços do Concelho pelo Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina, para uma reunião de trabalho sobre o sistema hidráulico do Baixo Vouga Lagunar. O encontro contou ainda com a presença de João Magalhães Crespo, Chefe da Delegação de Aveiro da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, ao qual se seguiu uma visita ao terreno.

A deslocação ao território estarrejense teve como foco principal mostrar o sistema hidráulico e infraestruturas utilizadas na zona do Baixo Vouga Lagunar. Em comum, as duas regiões têm a produção de arroz. “Tinha que ser este o primeiro momento”, referiu a representante da ACTUAR, uma vez que Salreu é a zona mais a norte do país onde se produz arroz e onde existe uma “valorização dos conhecimentos tradicionais associados à produção”.

Com a finalidade de entrar com o arroz biológico de Cacheu no mercado europeu, tendo como porta de entrada Portugal, o Diretor Geral de Agricultura da Guiné Bissau, Carlos Amarante, referiu que a sua comitiva vem inteirar-se das várias fases do processo em Portugal tendo levado a“boa experiência” de Estarreja.

Depois de explicar o sistema de valas do Baixo Vouga Lagunar onde, de “uma forma muito natural, sem consumo de energia e de equipamentos, é possível manter um regadio sem rega, gerindo bem e controlando a água”, Magalhães Crespo acrescentou que é através da “partilha de conhecimentos que nascem ideias e luz sobre o que se deve fazer”, realçando a importância do “intercâmbio com técnicos de outros países”.

O roteiro por Portugal decorre até ao final da semana e passará por zonas de produção e transformação do arroz. Para além de Estarreja, Coimbra (Alqueidão), Salvaterra de Magos, Montemor-o-Novo e Alcácer do Sal.

A ACTUAR, uma organização não-governamental portuguesa, “trabalha com os diferentes países de língua portuguesa na área da segurança alimentar e nutricional”, adiantou Joana Dias, tendo como objetivos promover o desenvolvimento e o combate à pobreza e a proteção e promoção dos Direitos Humanos.


CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

Praça Francisco Barbosa - 3864-001 Estarreja
Tel. (+351) 234 840 612 (Ext. 404) 

Apoios a empresas de Turismo afetadas pelos incêndios apresentados em Figueiró dos Vinhos



No seguimento de um conjunto de iniciativas promovidas pela ADXTUR, decorreu hoje na Casa da Cultura, em Figueiró dos Vinhos, a apresentação de apoios para o setor do turismo afetado pelo incêndio de 17 de junho.

De entre as várias medidas apresentadas, destacou-se a apresentação da Linha de Apoio à Tesouraria e Fundo de Maneio das empresas da Região, promovida pelo Turismo Portugal, e dos diversos apoios existentes na área da Segurança Social, apresentados pelos serviços competentes. Estes apoios podem converter-se num importante auxílio, numa lógica de facilitação da atividade da empresa a curto prazo, através do financiamento sem juros da tesouraria da empresa e da isenção/deferimento de prestações sociais.

Esta iniciativa contou com a presença do Turismo de Portugal, Turismo do Centro, ADXTUR, CCDR, Segurança Social e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, tendo contado com um significativo número de participantes.

André Miguel Santos & Mob Ensemble animam "Noites do Parque" em Torres Vedras

O ciclo Noites do Parque prossegue em Torres Vedras no próximo dia 5 de agosto, pelas 22h, no Parque do Choupal, com um concerto de André Miguel Santos & Mob Ensemble.

Numa busca constante por novas sonoridades e cores, surgiu esta formação liderada por André M. Santos que é composta por alguns dos músicos mais virtuosos e promissores da nova geração musical portuguesa. A sua música não é pop, jazz ou erudita, caracterizando-se por elementos melódicos simples e cativantes, improvisação e contraponto. Música por música, onde o verdadeiro objetivo é simplesmente fazer música.

O ciclo Noites do Parque chega ao fim este ano no próximo dia 12 de agosto com um concerto de Chão da Feira.

Ficha Técnica:
André Miguel Santos: Guitarra e composição 
João Barradas: Acordeão
Miguel Veríssimo: Clarinete 
Óscar Torres: Contrabaixo 
Marco Fernandes: Vibrafone 
a definir: Bateria


Câmara Municipal de Torres Vedras