sábado, 30 de setembro de 2017

A ORAÇÃO É A FORTALEZA DA ALMA

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"A Oração é a nossa Ligação com Deus, é a Fortaleza da Alma, porque com Ela, toda Tempestade se acalma" Sérgio Moraes

 Palavra de Deus para tua vida hoje:''Orai sem cessar''. I Tessalonicenses 5:17.


Segundo Agostinho em sua definição teológica: “A oração é a fortaleza do homem e a fraqueza de Deus”.
A Internet foi saudada por muitos como meio de se ter acesso a fontes de informações confiáveis de todo o planeta. E até certo ponto isso é verdade – desde que você saiba onde clicar. “O lado bom da internet é que ela tem capacidade de educar um maior número de pessoas em menos tempo do que qualquer outro meio de comunicação. O lado ruim é que ela tem capacidade de tornar mais ignorante um maior número de pessoas em menos tempo do que qualquer meio de comunicação”, disse um editorial do jornal The New York Times.
O editorial acrescentou: “A internet transpira tecnologia, o que faz os de pouca cultura confiarem ainda mais nas informações que ela apresenta. O problema é que não se apercebem de que a internet, quando mal-utilizada, não passa de um esgoto aberto, um escoadouro electrónico por onde passam informações ‘não tratadas’ ‘não filtradas’.” Segundo o editorial, infelizmente não existe programa de software para deletar todo esse lixo.
O cristão ignorante na prática da oração é, uma presa fácil para satanás e seus demônios. 
A alma que não se purifica por meio da riqueza da oração, a sua vida é um monte de lixo. Escreveu o apóstolo João: “O malfeitor continue fazendo o mal, o sujo continue a sujar-se: todavia, que o justo continue praticando a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, trazendo comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo as suas obras”. (Apocalipse 22:11,12).
Um das maiores obras da fé cristã é a oração. Orar por si mesmo, pela Igreja e pelo mundo inteiro, para que haja paz e justiça. 
Assim a sentença cristã: “Muita oração, muito poder. Pouca oração, pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder”.
O mundo é tomado por tamanha crise e conflitos, devido a falta de poder da oração dos cristãos e das igrejas.
Está escrito: “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam”. (Salmo 122:6). “Orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mateus 5:44). “Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e pelas autoridades em geral, para que possam levar uma vida calma e tranqüila, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”. (I Timóteo 2:1-4).
A oração é o principal fator para o homem ser piedoso, digno, salvo e liberto. É agradável ao bom Deus, uma vida de oração. “Somente a oração faz o cristão se oferecer em sacrifício vivo, santo, agradável e perfeito ao grande e Todo Poderoso Deus”. (Romanos 12:1-2).
A oração não só dá a paz de espírito ao ser humano, como tem poder de cura sobre o corpo físico. O doutor Aléxis Carrel, prêmio Nobel em Medicina afirma: “A influência da oração sobre o corpo e sobre o espírito é fácil de ser demonstrada. Os seus efeitos podem ser medidos em termo de resistência física aumentada, maior vigor intelectual, vitalidade moral e uma compreensão mais profunda da realidade humana. Com o hábito de rezar com sinceridade a nossa vida se modifica profundamente. A tranqüilidade e o repouso aparecem até na nossa fisionomia. A força da oração é uma força tão real como a gravidade terrestre”. 
Como médico tenho visto enfermos que depois de tentarem, sem resultado muitos meios terapêuticos, conseguiram libertar-se da melancolia e da doença pelo sereno esforço da oração.
Bem concebida na sua essência, a religião e a oração são atividades amadurecidas, indispensáveis ao mais pleno desenvolvimento da personalidade e a definitiva integração das mais altas fecundidades de que é dotado o ser humano. A fé e as obras, vigiar e orar, tributar louvores ao Senhor Deus, Criador e Redentor, eis o que realiza aquela ampla e harmoniosa conjunção do corpo e do espírito, do eu e do outro, em direção a um mundo melhor. 
A oração é o ideal da realização humana. É a libertação da matéria, o tesouro da alma e o paraíso do espírito.
O ser humano é, nesta terra, o único ser que pode dirigir-se à sua Origem, à sua Fonte primordial. Nossa primeira obrigação para com Deus, nosso amado Senhor, é adorá-Lo e honrá-Lo. É preceito da própria lei natural que todo inferior deve homenagem a seu superior. A oração é essa homenagem. A nossa gratidão ao bom Deus, será sempre a oração do coração.

Pastor Jocemar de Lima.
http://pastorjocemarlima.blogspot.pt/

REFLEXÃO POLÍTICA

Autor: Sérgio Moraes (Pilar-AL)
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A Política é importante na construção de uma sociedade, nas relações institucionais e humanas, sendo o eixo do mundo, porque todos os Países, Estados e Municípios dependem da Política, pois se a política de um determinado país vai mal, afeta a vida das pessoas em qualquer lugar do mundo. Exemplo: Se a bolsa de valores despenca na Ásia ou nos Estados Unidos, isso nos afeta. Se o preço do barril de petróleo dispara ou se o dólar aumenta, isso também nos afeta. 

Tudo isso é Política.
Infelizmente em nosso País, a Política se tornou “uma doença que precisa ser tratada”, pois muitos políticos ruins são como um vírus, que contaminam todo o sistema e muitas vezes o certo paga pelo errado, onde ao invés de separarmos o joio do trigo, temos o costume de generalizar, em virtude dos incontáveis absurdos praticados por diversos políticos.

Em ano eleitoral, observa-se que, muitas vezes a “Ganância”, a “fome do poder”, o “Status” e as “Vantagens” vale mais do que a “Família e as Velhas e Boas Amizades”. É assim que se vive nas disputas políticas: 
- Famílias brigando e se dividindo por causa da política; 
- Amigos destruindo velhas e boas amizades por causa da política; 
- É um tal sou mais esse... Sou mais aquele... 
- Desentendimentos... Ódio... Perseguições... 
- Palavras Ofensivas... Fofocas... E até Violência.... 

Muitas vezes, até quando você está só conversando com amigos, os fofoqueiros de plantão já julgam e dizem: “Fulano estava conversando com sicrano que é do outro lado”. “O candidato tal tava na casa da fulana”. E por aí vai...

São tantas mazelas, mesquinharia, fofocagem, olhares maldosos, inveja, pré-julgamento e falta de respeito, que faz com que os cidadãos fiquem cada vez mais desacreditados e enojados com essas situações. 

Agora é momento de fazermos a nossa “REFLEXÃO POLÍTICA” e perguntarmos a nós mesmo: “Será que vale a pena eu me distanciar da minha família e perder as boas amizades por causa da política ?”

Vamos aprender a não misturar as coisas e saber conviver políticamente em harmonia, pois quando a política afeta o convívio familiar e as amizades, Ela passa, mais as marcas e feridas profundas ficam para sempre. 

A Política é importante quando é feita sem demagogia e desentendimentos.

A Família e os Amigos são muito mais, pois é o Elo que nos une a DEUS.

Não deixe que a “politicagem” afete os seus relacionamentos.

Exerça a sua cidadania sem denegrir a imagem de ninguém.

As eleições passam, mas a família e as boas amizades ficam no coração.

REFLITA E PENSE BEM !

Uma reflexão sobre a escolha da abordagem teórica em Psicologia Clínica

Escolher uma abordagem teórica para exercer a atividade clínica nem sempre é uma tarefa fácil, e pode ser, inclusive, bastante complexa e angustiante para os estudantes de Psicologia que se encontram nesta etapa da graduação. Este artigo se propõe a oferecer uma reflexão sobre este momento de escolha tão importante para os estudantes que pretendem atuar na clínica, ou mesmo para terapeutas já formados que, por alguma razão, não se sentem confortáveis atuando com determinada abordagem e consideram a possibilidade de mudar.
Para que a leitura possa se tornar mais leve a interessante, optou-se por abordar o tema de forma menos técnica, dando ênfase a algumas experiências do autor no que se refere a sua própria escolha por uma abordagem. Entretanto, serão considerados alguns pressupostos básicos da Análise do Comportamento que se relacionam com o assunto aqui tratado. Neste sentido, compreende-se que o sujeito que ingressa no curso de Psicologia carrega consigo um conjunto de aprendizagens ou experiências prévias que irão influenciar, em algum nível, o seu comportamento de escolha por uma determinada abordagem. Este conjunto de aprendizagens ou experiências prévias é denominado de “história comportamental” (Cirino, 2001). Por exemplo, ter visto determinados filmes, lido determinados livros, assistido determinadas aulas e conversado com determinadas pessoas no passado, são eventos históricos que formam o que convencionou-se chamar de “visão de mundo”, mesmo que o indivíduo não tenha consciência disso.
Esta visão de mundo, construída historicamente, exerce controle sobre uma ampla classe de comportamentos do indivíduo, inclusive sobre o seu comportamento de escolha. A especificidade do curso de Psicologia requer, de certo modo, que o estudante opte por uma “visão de mundo” – que são as diversas abordagens teóricas da área – com a qual irá exercer a sua atividade profissional. Esta adoção de uma determinada visão de mundo fica mais evidente quando a área que se pretende atuar é a clínica, uma vez que tal área constitui-se como a mais tradicional onde as teorias psicológicas são aplicadas.
Diante da diversidade de abordagens e das suas marcantes diferenças conceituais, é comum o surgimento de conflitos e dúvidas na hora da escolha. Isso pode ocorrer, por exemplo, em função de duas ou mais abordagens serem reforçadoras para o estudante e o mesmo ter que optar por apenas uma (Skinner, 1953/2003). Nesta condição de escolha, o comportamento do estudante fica sob controle de esquemas de reforço concorrentes, onde duas respostas – escolher entre duas abordagens – incompatíveis são mantidas por diferentes esquemas de reforço (Todorov & Hanna, 2005). Sustenta-se, aqui, que a escolha por uma única abordagem é coerente com a posição de que o ecletismo teórico gera confusão e pode interferir negativamente na prática.  Um efeito emocional decorrente desta situação é a ansiedade. Isto ocorreu com o autor quando duas abordagens distintas – comportamental e humanista – exerceram função de reforço e a escolha deveria ser por apenas uma delas.
Outras variáveis importantes relacionadas ao comportamento de escolha referem-se ao atraso e a magnitude do reforço. Estas variáveis, por sua vez, estão relacionadas a comportamentos designados como impulsivos ou autocontrolados (Hanna & Ribeiro, 2005). Neste contexto, se a escolha por uma determinada abordagem teórica produzir reforço mais imediato – por exemplo, elogio dos colegas – e de maior magnitude – por exemplo, maior compreensão dos seus conceitos – a probabilidade de escolher por tal abordagem aumenta de forma significativa, o que não indica, necessariamente, que a escolha foi a mais apropriada. Isso porque a imediaticidade e a magnitude do reforço podem interferir na discriminação de outros aspectos que seriam mais relevantes para uma escolha adequada. Por exemplo, escolher uma abordagem apenas porque os colegas elogiam ou também a escolhem, ou porque os seus conceitos são mais fáceis de compreender, pode gerar insatisfação, a longo prazo, se o estudante perceber que não está sendo coerente com aquilo que realmente acredita, não obtém bons resultados profissionais ou sente que seu trabalho não é significativo.
Para reduzir as chances de uma escolha equivocada, é fundamental que o estudante tenha um bom grau de autoconhecimento. Isto significa que, diante da situação de escolha, o estudante deve ser capaz de descrever o que está escolhendo e porquê está escolhendo (Brandenburg & Weber, 2005). Estas respostas verbais descritivas irão indicar as variáveis que estão controlando o comportamento de escolha e se esta escolha está sendo feita em função do que tem valor para o estudante e não em função de outros eventos irrelevantes. Um estudante que escolhe, por exemplo, uma abordagem porque está “na moda” ou porque lhe disseram que tal abordagem irá lhe trazer mais retorno financeiro, mas não acredita na sua proposta teórico-prática, pode estar se equivocando se o que ele valoriza não é o “modismo” ou a “questão financeira”, e sim trabalhar com algo que faça sentido para si.
É comum que a escolha por uma abordagem seja consideravelmente influenciada pelo professor que ministra a disciplina desta abordagem. Neste caso, temos um conjunto de estímulos que podem exercer controle sobre o comportamento de escolha. Por exemplo, a relação professor-aluno, a forma como o professor transmite o conteúdo, o domínio que ele demonstra do conteúdo e o entusiasmo com que o transmite. Além disso, o próprio comportamento do professor pode ser uma fonte de controle importante na hora de escolher uma abordagem. Ou seja, o professor pode atuar como um modelo de comportamento onde o estudante o admira e desejaria “ser como ele”. Segundo Baum (1994/2006), uma vez que o comportamento é influenciado desta forma, ele pode ser reforçado e modelado até atingir formas mais evoluídas. Assim, agir como o professor pode produzir consequências reforçadoras para o estudante e para a sua comunidade verbal que irão fortalecer a ideia de que “é esta abordagem mesmo que devo escolher”.
Esta condição descrita acima foi vivenciada pelo autor. Ou seja, na presença de um conflito entre duas abordagens, como mencionado anteriormente, o fato de um dos professores exercer uma influência extremamente forte sobre o autor, este optou pela abordagem ministrada por este professor, mesmo não tendo total clareza sobre a coerência da proposta teórico-prática da abordagem e o seu sistema de crenças e valores. Na realidade, havia uma certa consistência entre estas duas variáveis – a proposta teórico- prática da abordagem e o sistema de crenças e valores do autor – no entanto, após a graduação, tendo contato mais profundo com outra abordagem relacionada, mas com diferenças teóricas marcantes (desconhecida praticamente durante a graduação), o autor se identificou com a última e concluiu que ela “se encaixa” dentro daquilo que acredita em termos de como o ser humano funciona.
É evidente que as variáveis que controlam o comportamento de escolher uma abordagem teórica são múltiplas e por vezes difíceis de identificar, pois não se trata apenas de considerar o ato de escolher, mas sim o ato de escolher em um dado contexto e com uma história prévia de aprendizagem. Pretendeu-se aqui, destacar algumas condições que estão envolvidas nesta escolha importante na vida do estudante de Psicologia e, como se viu, também para aqueles que optam por outra abordagem após formados, quando, por exemplo, entram em contato mais profundo com outras proposições em um curso de pós-graduação. Para finalizar, é altamente provável que o estudante faça uma escolha adequada e satisfatória se dispuser de um bom repertório de autoconhecimento e discriminar quais as variáveis que estão relacionadas a sua escolha por esta ou aquela abordagem e se estas variáveis são, de fato, as que dão sentido a sua prática clínica.

Referências:
Baum, W. M. (1994/2006). Compreender o Behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artmed.
Brandenburg, O. J., & Weber, L. N. D. (2005). Autoconhecimento e liberdade no behaviorismo radical. Psico-USF, vol. 10 (1), pp. 87-92.
Cirino, S. (2001a). O que é história comportamental. Em H. J. Guilhardi, M. B. B. P. Madi, P. P. Queiroz, & M. C. Scoz (Orgs.), Sobre Comportamento e Cognição, vol. 7, pp. 153-158. Santo André: ESETec.
Hanna, E. S., & Ribeiro, M. R. (2005). Autocontrole: Um caso especial de comportamento de escolha. Em J. Abreu-Rodrigues & M. R. Ribeiro (Orgs.). Análise do Comportamento: Pesquisa, teoria e aplicação. Porto Alegre: Artmed.
Skinner, B. F. (1953/2003). Ciência e comportamento humano (J. C. Todorov, & R. Azzi, trads.). São Paulo: Martins Fontes.
Todorov, J. C., & Hanna, E. S. (2005). Quantificação de escolhas e preferências. Em J. Abreu-Rodrigues & M. R. Ribeiro (Orgs.). Análise do Comportamento: Pesquisa, teoria e aplicação. Porto Alegre: Artmed.
Fonte: Comportese

VALE VER... E VALE TER UM BOM FIM DE SEMANA...


Um video muito interessante ...
NATIONAL GEOGRAPHIC PAGOU 1 MILHÃO DE DÓLARES
À PESSOA QUE FILMOU ESTE VÍDEO
"Video worth a look
National Geographic paid 1 Million Dollars to the person who filmed this video.
View full screen and Sound on. "
(VÊR COM ÉCRAN NO MÁXIMO E COM SON)

http://www.woodsmall.com/wolf-and-the-smarter-dog.mp4

NTERNACIONAL Milhares de pessoas manifestam-se pela unidade de Espanha

Na Praça Urquinaona, milhares de pessoas exibindo a bandeira espanhola manifestam-se contra a realização do referendo pela independência da Catalunha

“Catalunha embrião de Espanha”,
 lê-se no cartaz de um unionista,
 em Barcelona. “Aqui cheira a Franco”, reage um apoiante da independência
FOTO LLUIS GENE/AFP/GETTY IMAGES
O referendo pela autodeterminação catalã, convocado para amanhã à revelia do governo espanhol, levou esta tarde milhares de pessoas à Praça da Urquinaona, numa grande manifestação a favor da unidade do país. Os manifestantes, que exibem maioritariamente bandeira de Espanha, mas também da Catalunha e da União Europeia, entoam palavras de ordem a favor da unidade do país e cantam 'Trapero dimisión', 'Viva la Guardia Civil', 'Puigmont a prisión' e incentivam os catalães a não irem votar amanhã “o referendo ilegal”.
Segundo o La Vanguardia, a praça de Sant Jaume de Barcelona também acolheu uma das manifestações organizadas pela La Fundación de Defensa de La Nación Espanhola (Denaes), em várias cidades do país vizinho. o jornal avança que estão concentradas na praça Sant Jaume 350 pessoas, que proclamam a unidade de Espanha e o Estado de direito contra o “processo de soberania catalão e o referendo”.
Na Praça Cibeles, em Madrid, 10 mil pessoas, segundo o Governo, manifestam-se também pela unidade de Espanha e a defesa do Estado de Direito.

RAJOY VAI ACOMPANHAR REFERENDO EM CONTACTO COM O REI

O presidente do governo espanhol irá acompanhar os acontecimentos na Catalunha no Palácio da Moncloa, onde estarão ainda a vive-presidente Soraya Sáenz de Santamaría, e o porta voz do governo Íñigo méndez de Vigo. Mariano Rajoy seguirá os acontecimentos de domingo em contato permanente com Filipe VI.
Em contagem decrescendo para o referendo que divide o país, Espanha enfrenta um dos seus maiores desafios dos últimos 35 anos, encontrando-se ainda 163 colégios ocupados dos 1300 que foram escolhidos para assembleias de voto, de forma a garantir a abertura das urnas amanhã às 8 horas.
Fonte: Expresso

Cibersegurança. Ataques a multibancos aumentaram 20% em 2016 a nível mundial | Cibersegurança. Ataques a multibancos aumentaram 20% em 2016 a nível mundial

ciberataques
Estudo da Kaspersky Lab sobre o setor financeiro em 15 países concluiu que metade dos bancos admitiram que os clientes já foram vítimas de ciberataques.

Quase um quinto (19%) das instituições financeiras mostra um nível de preocupação bastante baixa com a proteção informática das caixas multibanco (ATM, na sigla em inglês). Isto apesar de este tipo de ataques ter aumentado 20% em 2016 a nível mundial. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre Novas tecnologias, novas ciberameaças – análise do estado da segurança das TI no setor financeiro, realizado pela empresa de cibersegurança russa Kaspersky Lab, juntamente com a B2B International com base num inquérito a 841 responsáveis de instituições financeiras de 15 países. Portugal ficou de fora mas a lista inclui os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Itália, Rússia, México, Brasil, China, Índia, Austrália, Japão e Turquia.

De acordo com os resultados do inquérito, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, quase metade (46%) dos bancos admitiu que os seus clientes já foram vítimas de tentativas de ataques de phishing (envio de e-mails não solicitados com o objetivo de induzir o utilizador a fornecer dados pessoais e/ou financeiros).

O aumento dos ataques de phishing e de engenharia social (ataques que dependem da interação humana e que passa por levar uma pessoa a quebrar procedimentos de segurança) fez que os bancos “reconsiderassem” os seus esforços ao nível da segurança nesta área. O estudo revela que 61% das respostas aponta a melhoria da segurança de aplicações e de páginas web utilizadas pelos seus clientes como uma das principais prioridades de segurança, seguida, por uma percentagem semelhante (52%), da implementação de sistemas de autenticação e verificação da informação de acesso mais complexos.

Não obstante as preocupações existentes face aos ataques crescentes de phishing e outras ferramentas utilizadas contra os seus clientes, “os bancos estão muito mais preocupados com os ataques direcionados”, concluiu o estudo. Isto porque as entidades financeiras reportam menos incidentes de segurança do que empresas de dimensão semelhante noutros setores, com uma única exceção – ataques direcionados e malware (vírus que impede os utilizadores de acederem aos dispositivos ou ficheiros infetados).

Ainda assim, uma fatia de 59% das empresas financeiras ainda não implementou soluções de informação de ameaças de terceiros. “Partilhar informação sobre ameaças ajuda os bancos a identificar com rapidez todo o tipo de ameaças novas e emergentes, um ponto importante a ter em conta considerando os baixos níveis de preocupação dos bancos face a alguns dos seus dispositivos mais vulneráveis, como é o caso dos ATM”, defendem os autores do estudo.

O inquérito concluiu ainda que os clientes têm um papel cada vez mais importante na denúncia dos ataques, com quase um quarto (24%) das instituições financeiras a afirmar que algumas das ameaças que enfrentaram em 2016 foram identificadas e comunicadas por um cliente. Banca gasta o triplo.

O estudo realizado pela empresa russa revela que os bancos gastam três vezes mais em segurança informática do que as empresas não financeiras – em média, o orçamento anual de um banco para TI é de 253 milhões de dólares, dos quais um quarto em segurança – e que 83% das instituições preveem aumentar as despesas em segurança das TI nos próximos dois anos.

“Embora os bancos coloquem os seus esforços e orçamentos na segurança do seu perímetro contra ciberameaças conhecidas e desconhecidas, proteger a amplitude das suas infraestruturas TI que agora existem – de tradicionais a especializadas, ATM e terminais de pontos de venda – tem-se provado difícil. O vasto e dinâmico cenário das ameaças, juntamente com o desafio de melhorar a segurança dos hábitos dos seus clientes, tem dado aos hackers mais pontos de vulnerabilidade a explorar”, alertam os autores do estudo, que destacam os riscos emergentes associados aos serviços bancários móveis.

O inquérito revelou que quase metade (47%) dos clientes bancários recorre a serviços móveis e 42% preveem mesmo que este será o principal meio de interação com os bancos no espaço de três anos. O estudo concluiu que 78% dos responsáveis destas instituições estão preocupados com as implicações de segurança do crescimento dos serviços móveis e online, uma vez que 10% têm “sérias preocupações”, não só com os ataques de phishing ou engenharia social mas também com o facto de os clientes serem “descuidados”.

*O jornalista viajou a convite da Kaspersky Lab
“Não entendemos a decisão do governo dos EUA”

Alfonso Ramírez, diretor-geral da Kaspersky Lab Iberia

O governo norte-americano decidiu proibir os sistemas antivírus da Kaspersky Lab por suspeitas de ligações às operações de ciberespionagem da Rússia. Como comenta?
Não entendemos. Somos uma empresa privada e o nosso objetivo há 20 anos é lutar contra o cibercrime.

A decisão de retirar os produtos Kaspersky da administração pública norte-americana, sem apresentar uma prova evidente de que estamos a fazer algo que vá contra o código ético de qualquer empresa de segurança, baseia-se simplesmente em presunções e temas geopolíticos.

Não há sistemas 100% seguros e há cada vez mais ciberataques e cada vez mais globais. Como se combate isto?
Os últimos ataques globais que ocorreram, como o WannaCry [um ciberataque que afetou este ano empresas e organizações em quase uma centena de países], foram detetados por nós e todos os clientes estavam protegidos. Mas de facto nenhum sistema é 100% seguro. E por isso é que tem de haver a consciência de que é preciso dar formação de segurança aos seus empregados.

Mas acha que têm a real consciência das ameaças?
Das ameaças sim. O problema é que as empresas, com os orçamentos que têm para a segurança informática, não podem fazer tudo o que é necessário.

“Maioria dos ataques da série Mr. Robot é perfeitamente possível”

Dani Creus, membro da equipa de elite da Kaspersky Lab Iberia

Na série Mr. Robot há um engenheiro de segurança informática que consegue corromper todo o tipo de redes, para, entre outros objetivos, eliminar as dívidas das pessoas ao sistema financeiro. Isto será possível na vida real?
É perfeitamente possível. Deixando de parte o aspeto hollywoodesco, a maioria dos ataques que aparecem no Mr. Robot são reais e são utilizados em programas reais de intrusão.

Temos visto cada vez mais cibertaques, que são cada vez mais maciços e globais. Esta tendência é para continuar?
Sim, sim. Mas depende muito dos grupos que estão por trás. Os grupos que procuram dinheiro e infetam os sistemas de maneira maciça são globais. Noutro cenário, há grupos que querem informação muito concreta e estes querem passar despercebidos. São os casos de espionagem empresarial e industrial e até política. Procuram alvos muito específicos como aconteceu com o ataque ao comité democrático dos EUA em plenas eleições.

Como é possível isto acontecer num dos países mais avançados do mundo?
É dos mais avançados mas, paradoxalmente, quanto mais avançado tecnologicamente amplia-se as possibilidades de aceder [aos sistemas] porque depende cada vez mais da tecnologia.

Fonte: Dinheiro Vivo

Autarcas que levantaram o país do chão

O Portugal de 1976 era um país onde "faltava tudo". Ruas por pavimentar, bairros sem luz, água canalizada que não existia, esgotos a céu aberto. O DN viajou pelo país de então com quatro dos primeiros presidentes eleitos de câmaras municipais para fazer o retrato do que foram essas primeiras eleições autárquicas e das prioridades políticas que cada um deles teve para os seus concelhos. Perante a imensidão dos problemas, todos pediam tudo, recordam. E garantem que eram tempos de política pura
Ruas por pavimentar, bairros sem luz, água que não chegava às torneiras, esgotos a céu aberto, transportes inexistentes e gentes sem casas. O Portugal de 1976 era o retrato de um país sem os mínimos de uma vida digna para muitos dos seus cidadãos, herança pesada de uma ditadura que gostava de ter os portugueses pobres e remediados. É este país que vai a votos a 12 de dezembro de 1976 para eleger, pela primeira vez em democracia, os seus órgãos autárquicos. Quase 41 anos depois, o DN percorreu essas ruas com quatro protagonistas eleitos nesse dia, autarcas que ajudaram o país a levantar-se do chão.
Fernando Gomes, 71 anos, eleito pelo PS aos 30 presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, conduz o DN até um bairro social que nasceu no seu primeiro mandato. À passagem pelas Caxinas, perto do limite norte da cidade, vai apontando para os arruamentos. "Não havia uma única rua alcatroada, não havia iluminação pública", recorda, "era fazer tudo do zero". Talvez um pouco mais que zero.
Alda Santos Victor
  |  MARIA JOÃO GALA / GLOBAL IMAGENS
Com mais ou menos variações, os exemplos repetem-se. "Faltava tudo", concorda Alda Santos Victor, uma das quatro mulheres eleitas presidentes da câmara em 304 municípios. Aos 95 anos, quase 96, eleita com 55 pelo CDS, a antiga presidente da Câmara de Vagos constata que "fez-se alguma coisa, fez-se o saneamento, que não havia".
Em 1970, no primeiro recenseamento da habitação conclui-se que mais de metade da população não tem água canalizada em casa. Em 1960, a água canalizada chegava a 28% das habitações do país, o duche ou banho a 19%, só 42% dispunham de instalações sanitárias, 41% de eletricidade e 38% tinham ligação a esgoto. O progresso do Portugal de hoje deve ser "cotejado com a situação de real atraso" que o país vivia na década anterior ao 25 de Abril, como descrevia António Barreto no seu texto Mudança social em Portugal: 1960-2000, que sintetizava aqueles dados do Censo de 1960.
Este retrato é a descrição de Évora feita por Aníbal Fernandes, 79 anos, eleito aos 38, pela FEPU (hoje a CDU): "Évora era um concelho sui generis, como ainda é, com um um centro histórico muito consolidado, com património, tendo à volta, logo junto às muralhas um mundo rural." Para lá das muralhas, existiam vários "bairros de génese clandestina" e na "maior parte" desses "não havia luz, água, esgotos, recolha de lixo". "Perante uma imensidade de problemas a resolver, todos pediam tudo: um queria uma lâmpada, outro a recolha do lixo ou transportes."
Aníbal Fernandes
  |  MARIA JOÃO GALA / GLOBAL IMAGENS
A realidade repetia-se bem mais a norte, em Vila Real, como recorda Armando Moreira, eleito com 37 anos pelo PSD. Hoje aos 78 anos lembra a "realidade" que encontrou quando chegou à autarquia: "Falta de estradas, de pavimentos, de luz eletrificada, só havia 20% de água canalizada."
Eram tempos em que se construía tudo em simultâneo: os alicerces, as paredes e os telhados. "Não havia legislação", constataram à vez cada um dos quatro antigos autarcas. "Era tudo muito incipiente", confirma Armando Moreira. Sem lei das finanças locais (a primeira é de 2 de janeiro de 1979, quase no final do primeiro mandato autárquico), "os contactos pessoais iam resolvendo", lembra ao DN o antigo autarca de Vila Real. À falta de enquadramento legislativo, o Gabinete Coordenador das Obras Municipais (Gecom) reunia com presidentes da câmara de um distrito para ir avaliando as necessidades e os projetos. "O diretor era de Sabrosa", concelho vizinho de Vila Real. "Tive a sorte de apresentar projetos, apesar de tudo não faltou dinheiro", vai contando Armando Moreira.
Armando Moreira
  |  MARIA JOÃO GALA / GLOBAL IMAGENS
Segundo Fernando Gomes, "antes da primeira lei das finanças locais, os recursos eram transferências da administração central - e foi assim até haver lei". "Conheciam-se as pessoas, o próprio governo não tinha ainda leis, quem tinha relações conseguia alguns apoios", aponta o antigo presidente de Vila do Conde, recordando ainda as reuniões com os autarcas eleitos nos governos civis - os órgãos administrativos que representavam os governos nos distritos - para ensinar a legislação democrática.
Para Abílio Fernandes, "a lei das finanças locais surge porque foi aprovada a Constituição da República Portuguesa, em 1976, que trouxe as balizas fundamentais", consagrando "a autonomia administrativa e financeira do poder local democrático". Mas "a primeira grande martelada que tivemos foi o não cumprimento por parte de todos os governos, PS, CDS, PSD, durante anos e anos nenhum cumpriu a lei das finanças locais".
Alda Santos Victor é taxativa, ao desfiar as suas memórias ao DN: "Quando precisava de dinheiro ia lá abaixo." Lá abaixo era Lisboa. "Eu ia a Lisboa buscar primeiro o dinheiro, depois quando se fazia a obra já tinha o dinheiro para pagar. Era por isso que todos os construtores queriam trabalhar aqui", em Vagos, recorda. E acrescenta o episódio em que foi recebida pelo "secretário da Administração Local que era Miranda Calha". "Eu tinha uma audiência marcada e ele pergunta-me "onde é que fica Vagos?". Não ficou bem, se eu viesse aqui de improviso, compreendia, mas assim o senhor já devia ter informação onde é Vagos, a população que tem, os meios que tem." E avisou o governante: "Eu daqui não vou sem dinheiro."
Do governo da casa ao concelho
Eram tempos de impreparação, ingenuidade, pureza e entusiasmo. Alda Santos Victor tem a história mais improvável na forma como chegou à presidência da Câmara Municipal de Vagos. Sentada numa salinha da sua casa em Soza, às portas da sede de concelho, passado o rio Boco, recorda: "O meu marido é que é desta vilória, eu sou de Aveiro" - e ao lado do portão da casa a placa toponímica indica Rua Conselheiro Santos Victor.
"Casei-me em 1940, o meu marido era magistrado, andámos 14 anos pela província até chegar a Lisboa. Eu estava em casa a fazer o que se fazia nessa altura, tinha pessoal. E fui eleita sem sair de casa, nunca tinha feito nada sem ser dona de casa, não se usava. Mas eles disseram-me que me ensinavam." Eles eram os do CDS, que foram até Lisboa procurar convencer Alda: "Depois do 25 de Abril, apareceu-me lá uma comissão daqui de Vagos a perguntar-me se eu me importava de ser presidente da Câmara de Vagos." Respondeu como achou: "Eu não me importo só que eu não sei nada." "Nunca pensei ser eleita, não me passou pela cabeça."
Vivia em Lisboa, na sua casa no bairro de São Miguel, onde soube dos resultados eleitorais, e passados estes anos a antiga autarca acha que os centristas "tinham a certeza" que o seu marido "não aceitava porque era juiz conselheiro". "Não podia ser candidato quem tivesse tido algo no antigo regime. E eles devem ter pensado se não pode ser ele, pode ser ela."
Não saber nada não a desmotivava. "Estou habituada a governar a casa, só temos uma filha, não faz mal, eu vou governar a câmara como se tivesse aqueles filhos todos. E foi o que eu fiz." Pelo caminho, aprendeu o ofício: "Tinha um belíssimo chefe de secretaria, o senhor Trindade. E aprendi muito com os vereadores que me ajudaram muito. Não os escolhi, mas ajudaram-me muito."
Antes da campanha eleitoral, "nunca tinha falado em público" e acho que a melhor maneira era subir ao púlpito e dizer a verdade, de que se fosse eleita "ia fazer o possível e que ia aprender".
Na noite de 12 de dezembro de 1976, a filha informou-a da sua eleição. "Mãe, estás presidente da câmara de Vagos", disse-lhe. "Que disparate", reagiu. Mas ao ver a televisão confirmou: "Estou presidente", que foi interpelada pelo marido: "Então o que vais fazer?" "Então o que é que hei-de fazer: primeiro vou mandar um telegrama a agradecer terem-me eleito. E depois vou tomar posse." Foi eleita com maioria. "Então, como é que havia de ser?!", e solta uma gargalhada. "Sou muita voluntariosa. Ter aceite foi pensar se era capaz de fazer alguma coisa."
Nos primeiros tempos, dividia o tempo entre Vagos e Lisboa, onde o marido continuava no Tribunal de Menores. "Passava cá até à sexta e depois pegava no carro, até que tive mesmo que vir viver para Vagos."
Desses tempos de presidente da autarquia, diz que "não é difícil fazer as coisas, é preciso resolver". "Guardo muito boas recordações", acrescenta, ela que "nunca fez caso dos partidos". Talvez por isso o CDS lhe tenha tentado "pregar uma partida", não a convidando para um terceiro mandato (tinha sido reeleita em 1979). "Julgavam que me ficava", e foi ter com o PPM de Gonçalo Ribeiro Telles, para ganhar uma terceira e última vez a câmara.
Miudagem que ganhou credibilidade
Fernando Gomes não foi apanhado desprevenido, a política já borbulhava antes do 25 de Abril. "Já tinha alguma atividade no campo democrático", recorda ao DN no largo fronteiro ao edifício dos paços do concelho de Vila do Conde, que se encheria na tomada de posse dos primeiros autarcas eleitos. Em 1974, feita a Revolução, o então jovem de 28 anos esteve à frente da comissão administrativa que geria o município até às primeiras eleições autárquicas. "As comissões administrativas foram praticamente constituídas pelo MDP/CDE", recorda. "Vila do Conde foi uma das exceções." Numa "terra com pergaminhos democráticos", onde "o general Humberto Delgado ganhou" e existia "um ambiente muito favorável à oposição à ditadura", pessoas ligadas ao PS promoveram "listas de cidadãos que não estavam afetas ao PCP e MDP.
Uma equipa de sete pessoas "acabou por se entender para gerir o concelho até às primeiras autárquicas". "Exigia-se uma rutura com o passado, mas foi fundamental para ganhar as eleições algumas coisas carismáticas que foram feitas." Fernando Gomes vai à memória do "tempo de ocupações de casas devolutas e vazias" para recordar que "não houve uma única que fosse ocupada abusivamente em Vila do Conde", ali numa cidade em que "a quantidade de casas vazias era enorme" porque tem muitas "casas de fim de semana e de praia".
Vila do Conde não tinha nenhuma piscina municipal ou pública e numa enorme quinta, em frente ao mar, de um antigo empresário têxtil, havia "uma piscina absolutamente fantástica". Fernando Gomes acrescenta este outro episódio. "A comissão de moradores da zona da praia veio dizer que a piscina tinha de ser tornada pública e nós entendemos que não podia ser assim. Resolvemos jantar em casa desse senhor engenheiro, tornámos público e não aconteceu", a tomada da piscina. Tratou-se, segundo o antigo autarca, de um "indicador muito importante": "Procurámos a tranquilidade dos indivíduos de direita e a segurança das gentes de esquerda e centro-esquerda."
Para o socialista, "termos mostrado autoridade, sem basismos, sem demagogia, sem facilitismos, caiu muito bem num concelho que tinha dado provas de que entendeu muito bem o que era a democracia: o 25 de Abril não trouxe só direitos, também trouxe obrigações".
Ainda houve a casa e espólio do escritor José Régio que conseguiram que ficasse para o município, com o apoio da Gulbenkian. "Vem para aqui esta canalha", nome dado por aquelas terras aos miúdos, e consegue algo de "valor incalculável". A miudagem conseguiu com estes episódios ganhar "credibilidade".
O professor que se deixou envolver
Também Abílio Fernandes já andava na política. Nasceu em Moçambique, estudou em Lisboa e estava em Évora, onde dava aulas no Instituto Superior Económico e Social de Évora (ISESE). Antes do 25 de Abril, "era do MDP e continuei depois do 25 de Abril mas antes de ser candidato já tinha aderido ao PCP".
No Alentejo, "a reforma agrária tinha um grande impulso" e encontrou no PCP um partido "que acompanhava com bases sólidas" as lutas dos trabalhadores. "No início de 1976 estávamos a ver quem tinha disponibilidade de assumir" a candidatura à câmara e Abílio Fernandes aceitou "para fazer um mandato de três anos". Ficou 24. "Fui envolvido. Depois fui envolvido, essa é que é a parte rica e impressionante", recorda, sentado numa sala da Associação Povo Alentejano, que hoje dirige, no edifício que foi das comissões da reforma agrária, paredes meias com a Rua Cinco de Outubro, por onde caminham muitos turistas entre produtos regionais, livraria, gelados, caminho da Praça do Giraldo para a Sé e para o Templo Romano, todo entaipado.
"O envolvimento de toda a gente era impressionante", retoma o fio à meada. "Ao fim de três anos estava na grande caminhada, não havia nenhuma preparação, nenhuma, nenhum de nós ia saber o que aí vinha, era o desconhecido", descreve.
Esse desconhecido "era uma imensidade de problemas a resolver" e os primeiros dez anos foram dez anos de resposta a esses problemas". "Isto deu-nos a necessidade de planificar: que respostas? Que prioridades?" As perguntas deram origem a uma resposta que fez de Évora "a primeira câmara de Portugal a elaborar um plano diretor municipal", "Não havia lei mas o plano tinha de ser feito, para todo o território" do município, aponta o antigo autarca, espreitando notas que trouxe consigo.
"O plano foi elaborado durante dois anos, o primeiro para ouvir tudo e todos, instituições, empresa, populações, um ano de audição da população em geral, outro em que a equipa elaborou propostas e definiu prioridades." "Essa foi uma grande aprendizagem para mim e todos os eleitos", conclui.
Um currículo com artigos de jornal
Também professor, Armando Moreira estava docente por acaso. "Era um dos chamados retornados", explica ao DN. Diretor do Banco Pinto & Sotto Mayor em Angola, veio de férias e quando se apresentou de novo no banco já não era diretor. No verão quente de 1975, o ensino foi a escapatória: "Tinha concorrido de lá ao ensino, a minha mulher era professora do ensino primário, foi a minha salvação", conta. Ontem como hoje, foi primeiro colocado em Mirandela e no dia seguinte na sua Vila Real.
"Vim para o ensino, atividade que não tinha desempenhado." Era licenciado em ciências sociais e política ultramarina, pelo antigo ISCSPU (hoje caiu o U de Ultramarina) e como na escola ia ser lecionada uma nova disciplina de ciências sociais, a sua licenciatura ajudou a que ficasse diretor do grupo de 12 professores dessa disciplina. "Ganhei alguma projeção na escola", admite ao DN. "Além das aulas, tinha tempo para fazer outras coisas", como o "apoio aos retornados". E recorda como à falta de habitação lançaram um projeto de cooperativa de habitação. Fizeram-se "350 casas aqui e mais 300 em Chaves". "Projetou-me na vida social".
É então que a política se cruza na sua vida, ele que "não tinha tido contactos com partidos". "Alguém do partido", do PPD de então abordou-o para diretor do FAOJ, organismo de apoio ao associativismo juvenil. "Quinze dias depois disse-me: "o FAOJ não interessa, queríamos que fosses candidato à Câmara de Vila Real". Eu tinha publicado dois artigos de opinião no Expresso", que chamaram a atenção, "tinha currículo", sorri. Moreira "estava disponível".
Como presidente da autarquia sentiu-se acarinhado. As pessoas diziam que gostavam "muito do senhor presidente da câmara porque tinha a porta aberta para os receber". "Eu não tinha muito para lhes dar, mas tinha para os ouvir", argumenta Armando Moreira.
Com as eleições autárquicas de 1976 completava-se o ciclo de eleições que tinham dado forma ao Estado democrático português. Fernando Gomes, que anos mais tarde seria presidente da Câmara do Porto e depois ministro da Administração interna, recorda-se que "foi preciso andar por aí", a explicar "como é que os portugueses tinham que fazer o recenseamento". Ele que é o "eleitor número 1" de Vila do Conde ("mantenho o meu velho bilhete de identidade para votar aqui"), recorda-se que "montar as eleições não foi fácil".
Foi preciso ir às secções de voto "explicar as coisas", fizeram-se reuniões de formação, para saberem "o que tinham de fazer" os membros das mesas. "Não havia facilidade em telefonar", diz, recordando uma evidência de um tempo em que os telefones eram fixos. "Havia gente a circular pelas mesas, para explicar se se podia votar ou não acompanhado", exemplifica. Nesse tempo, "era uma espécie de elevação social participar nas mesas, hoje é um castigo", compara, entre risos. "E o apuramento dos resultados, antes da uma da manhã não se sabia." Os resultados das meses eram recolhidos na câmara e daí seguiam para o governo civil, que por distrito agrupavam os votos. "Correu muitíssimo bem", lembra, eram tempos de "uma política pura, ingénua".
Abílio Fernandes sublinha que "foi uma aprendizagem" todo aquele tempo. O mais caricato que experimentou foi, uma vez eleito, chegar à câmara e os trabalhadores da câmara terem um abaixo assinado "contra o presidente comunista". Hoje frustra-o terem ido "sempre centralizando o poder" quando "o poder local podia resolver problemas".
Com a mesma sinceridade desarmante, Alda Santos Victor olha para os seus mandatos: "Ajudei as pessoas, nunca tive o gabinete fechado, quem queria ia falar." "Trabalhei muito, quando não se sabe muito tem de se trabalhar mais."
"Era tudo novo, não havia dificuldade em fazer campanha", acrescenta Armando Moreira. A primeira povoação onde fez campanha foi Carro Queimado, lembra. "A câmara estava a começar a abrir a estrada, íamos a pé, dois, três quilómetros, até lá", recorda. "Julgo que não choveu na campanha, era inverno. Tínhamos era de estar preparados para beber uns copos", completa com um sorriso. "As pessoas recebiam-nos bem." Afinal, remata, "havia uma grande esperança que as coisas fossem mudar".
Fernando Gomes
A memória mais recente recorda Fernando Gomes como presidente da Câmara do Porto, eleito em 1989, e interrompido em outubro de 1999, quando foi nomeado para ministro adjunto e da Administração Interna do XIV Governo Constitucional. Esteve menos de um ano no cargo. Em Vila do Conde esteve de 1974 a 1981, primeiro a presidir à comissão administrativa até às eleições autárquicas de 1976, quando foi eleito presidente da câmara. "Abdicava do meu vencimento, entregava o vencimento a uma IPSS", recorda. "Fiquei colocado como economista numa empresa" e podia abdicar do salário. "Nessa altura não havia incompatibilidades, não havia limitação."
Alda Santos Victor
Aos 95 anos, Alda Santos Victor vive em Soza, às portas de Vagos, a autarquia que liderou por três mandatos. Os dois primeiros foram em nome do CDS, o terceiro pelo PPM, depois dos centristas optarem por outra candidatura. Com um amargo de boca: Alda Victor foi bater na porta ao lado, o PPM (que era parceiro do CDS na Aliança Democrática), e ganhou de novo. "Francamente, não sei porque o CDS me fez essa partida", diz, hoje, sem ponta de azedume. Nos dois primeiros anos não recebeu nada de salário. Agora está reformada há muito e ri-se quando fala dos 400 euros que lhe garantiu de reforma a sua passagem pela autarquia do distrito de Aveiro. "A vida aqui é mais saudável e mais gratificante", diz.
Abílio Fernandes
Abílio Fernandes elege o abastecimento de água à cidade de Évora como uma das medidas emblemáticas dos seus primeiros anos de autarca. Mas para lá das muralhas estava o grande desafio, uma imensidade de problemas por resolver. Definidos os critérios de intervenção, ganhou-se em transparência, argumenta hoje. Sem olhar a quem: "O critério de não distinguir qualquer cidadão trouxe um grande equilíbrio." Depois de perder as eleições em 2001, ainda foi deputado do PCP de 2005 a 2007, por Évora. Seria substituído por João Oliveira, que é hoje o líder da bancada comunista.
Armando Moreira
Armando Moreira não teve contactos partidários anteriores ao convite do PPD para se candidatar à Câmara de Vila Real. "A filiação" agradava-lhe. "Sou Sá Carneiro", diz, referindo-se ao fundador do PPD/PSD. "A minha relação com o dr. Sá Carneiro foi sempre muito intensa", recorda. No 10 de junho de 1979 teve o "governo inteiro durante dois dias" em Vila Real. "Sempre tive uma relação fantástica" com o poder central, acrescenta. E por vezes com governos de outro partido "era mais fácil". Eleito em 1976, preparou a sua saída com antecedência. "Dois anos antes pedi uma audiência ao professor Cavaco Silva para lhe dizer isso: não vou continuar, estou cansado." Saiu em 1994 para ocupar o cargo de governador civil, em cuja antiga sede foi agora fotografado. "Foi um cargo gratificante", sublinha.
Fonte: DN

Uma viagem retro até Miami, a extraordinária vida de Nelo e o sucesso da cozinha portuguesa

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Fugas
 
 
  Alexandra Prado Coelho  
Foi no Retrojet, o avião retro da TAP, com as hospedeiras vestidas com as icónicas fardas da companhia desenhadas por Louis Féraud e um menu a recordar tempos idos, que a Andreia Marques Pereira viajou até Miami. E, para não destoar, fez também aí uma viagem no tempo para descobrir, entre muitas outras coisas, que foi um casal comunista - sobretudo a mulher, Barbara Capitman - quem "salvou" South Beach (SoBe), protegendo os hotéis Art Déco e, assim, permitindo que estes se tornassem a imagem de marca de Miami.
Numa visita guiada por um voluntário da Miami Design Preservation League, a Andreia percorreu as ruas e as histórias "de como um território inóspito se tornou numa meca do turismo, tornada meca de reformados, tornada meca da criminalidade, tornada meca da moda, tornada na meca latino-americana dos Estados Unidos". E, sim, esta história passa também por Miami Vice - e até por Scarface e Al Pacino. Mas leva-nos ainda a Wynwood, com a sua arte de rua, e ao Design District. Porque Miami está a piscar cada vez mais o olho à cultura numa mistura entre passado e presente a que, como escreve a Andreia, "os locais se refeririam como 'it's sooo Miami'. 
E, do hedonismo e kitsch de Miami passamos, guiados por Sousa Ribeiro, para a sobriedade de uma cidade europeia: Danzig (hoje Gdansk), a antiga "cidade livre", cenário de infância de Oskar, personagem - uma das mais marcantes da literatura do século XX - de O Tambor, obra de Günter Grass. E, quem vai a Gdansk não deve deixar de completar o triângulo que a cidade faz com Dgynia e Sopot e que, aconselha Sousa Ribeiro, se deve visitar pelo menos uma vez na vida. 
O Protagonista desta semana, trazido por Luís Octávio Costa, é uma personagem surpreendente. Manuel Ramos, mais conhecido como Nelo, começou com uma fábrica de 50 metros quadrados e acaba de inaugurar em Vila do Conde outra que "parece um hangar de aviões - com 16 mil metros quadrados e 110 funcionários". O que faz? Caiaques. E é relevante sabermos que nos últimos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, só um caiaque sem a marca Nelo é que ganhou uma medalha. Os outros eram todos deste homem que faz a visita guiada à linha de montagem numa bicicleta (com o Nelson Garrido a fotografá-lo). E que é um viajante entusiástico, como vão descobrir. 
Na secção de gastronomia, tanto eu como o José Augusto Moreira entusiasmámo-nos ao assistir a dois momentos em que a cozinha portuguesa fez sucesso noutros países. O José Augusto foi até Silicon Valley para conhecer a fantástica história de Jéssica e David, o casal de cozinheiros que abriu o Adega, em San José, Califórnia, apostando na comida e nos vinhos portugueses e que em menos de um ano conquistou uma estrela Michelin.
Eu fiz um voo mais pequeno, até Düsseldorf, na Alemanha, para uma feira da Makro, na qual mais de uma dezena de chefs portugueses foi mostrar coisas diferentes, como moreia frita, ovas de polvo ou "caril do mar", surpreendendo todos os que passaram pelo stand de Portugal. 
Fomos também conhecer a Frutaria, um novo bar de Lisboa que aposta na fruta para saladas, sumos, smoothies ou sandes. A Cristiana Moreira ouviu a história de Pedro Oliveira, que acaba de abrir este espaço na Rua dos Fanqueiros, e conheceu o menu. 
Nos vinhos, Pedro Garcias volta a um tema polémico: a forma como prémios menores são noticiados com evidente exagero pela comunicação social. "E o melhor vinho do mundo é... português, claro" é o título da crónica, onde se analisa a influência excessiva das agências de comunicação no trabalho dos jornalistas. 
Vale a pena voltar aqui



Os cozinheiros andam a brincar com o fogo

Um jantar (quase) à luz da fogueira no meio de uma horta. Ljubomir Stanisic, João Rodrigues e Manuel Maldonado a cozinhar “sem rede” no Sublime Comporta.