sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Eu, Psicóloga: Se sentido desanimado? Conheça 4 dicas que que você pode fazer para se animar, segundo a Neuropsicologia.


Essas recomendações têm explicações comprovadas com base no funcionamento do cérebro, e foram publicadas no livro The upward spiral: using neuroscience to reverse the cause of depression, one small change at a time, escrito pelo neurocientista Alex Korb, da Universidade da Califórnia.


1. Dê uma ajudinha ao cérebro

Se na hora de dormir você fica lembrando todas as situações vergonhosas que já passou na vida, isso pode ser por que seu cérebro está tentando ativar – sem sucesso – o centro de recompensa.

De acordo com Korb, “apesar das diferenças, orgulho, vergonha e culpa ativam circuitos neuronais similares, que incluem o córtex pré-frontal dorso medial, a amigdala cerebelosa, o lobo da ínsula e o núcleo accumbens. Isso explica por que em alguns momentos não conseguimos nos livrar das memórias vergonhosas, já que eles acabam ativando o centro de recompensa do cérebro.

O mesmo acontece com a preocupação obsessiva. A preocupação estimula o córtex pré-frontal e diminui a atividade da amigdala cerebelosa, o que traz certa satisfação. A hipótese do autor é que apesar da preocupação ser reconhecida como um desperdício de energia, aparentemente o cérebro a considera melhor do que não fazer nada quando você está ansioso.

Então o que fazer para controlar melhor as emoções? Segundo Korb, a solução é perguntar a si mesmo: “o que me torna grato?”. Ele explica que o alívio vem porque a gratidão causa a liberação de serotonina. Tentar pensar em coisas que o tornam grato o força a focar em aspectos positivos da vida. Esse simples ato causa a liberação de serotonina.

O melhor de tudo é que mesmo se você não conseguir encontrar um motivo verdadeiramente sincero para sentir gratidão – o que é comum em casos de depressão –, apenas o ato de tentar já traz benefícios. “Um estudo mostrou que isso afeta a densidade neuronal nos córtex pré-frontais laterais e ventromediais. Essa alteração de densidade sugere que conforme a inteligência emocional aumenta, os neurônios nessas áreas ficam mais eficientes. Com maior inteligência emocional, há menos esforço para sentir gratidão.

2. Identifique a causa

Se mesmo assim você se sentir desanimado, o próximo passo é tentar ser mais específico. O que, exatamente, está trazendo essa sensação ruim que você sente? É raiva? Estresse? Tristeza? Solidão? A neurosciência diz que dar nome aos bois faz essa sensação ruim ir embora.

No livro Your brain at work: strategies for overcoming distractoin, regaining focus, and working smarter all day long, do autor David Rock, ele defende que para a sensação ruim passar, são necessárias poucas palavras para descrever uma emoção, preferencialmente em linguagem simbólica. Isso significa usar metáforas e simplificações para descrever a experiência. Fazer isso ativa o córtex pré-frontal, o que reduz a alteração no sistema límbico.

Korb diz que experimentos com ressonância magnética dão suporte à esta ideia, como um em que os participantes viam imagens de pessoas com expressões faciais e tinham a atividade da amigdala cerebelosa avaliada. Ao ver as imagens, a amigdala se ativava, mas quando eles descreviam a emoção, o córtex pré-frontal se ativava e reduzia a atividade da amigdala.

Essa técnica é usada pelo FBI para acalmar os agentes responsáveis por negociações estressantes, como quando há reféns envolvidos.

3. Você decide

Preocupado ou ansioso? Uma ação que pode ajudar é tomar uma decisão sobre o que está causando essa emoção. Essa decisão não precisa ser perfeita, pode ser apenas aproximada.

“Escolher algo ativamente causa mudanças nos circuitos de atenção e como os as pessoas se sentem sobre a ação, e isso melhora a produção de dopamina. Tomar decisões inclui criar intenções e estabelecer objetivos, o que reduz a preocupação e ansiedade”, explica Korb. Decidir-se também ajuda a mudar sua percepção sobre o mundo, já que acalma o sistema límbico.

A chave desse exercício é você mesmo tomar uma decisão ativamente, sem se deixar ser arrastado para uma das opções.

4. O poder do toque

Esta é uma recomendação óbvia, mas antes de tudo, é importante lembrar que você só deve tocar quem deseja este contato. Trocar um abraço com alguém querido, pegar na mão, dar uns tapinhas nas costas ou até um simples aperto de mãos causam a liberação da ocitocina, que reduz a atividade da amigdala cerebelosa.

Korb cita um estudo em que os voluntários sabiam que iam levar um choque a qualquer momento, e a ansiedade era monitorada. Quando alguém estava segurando a mão dessas pessoas, elas mostravam um nível muito menor de ansiedade enquanto esperavam pelo choque.


Mas e se você não tem nenhum companheiro ou amigo por perto para trocar um abraço ou aperto de mão? A boa notícia é que este resultado positivo também é obtido em massagens, que por si só são muito relaxantes. Não tem como errar.

Crianças de Albergaria-a-Velha criam “Hinos da Fruta”

As crianças do 2.º A do Colégio de Albergaria e da Sala 4/5 anos do Centro Social e Paroquial de Santa Eulália - Valmaior estão a participar na 6.ª edição do projeto "Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável". No âmbito da iniciativa nacional, as duas instituições criaram o seu “Hino da Fruta”, que se encontra em fase de votação em www.heroisdafruta.com.

  “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” é uma iniciativa da APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil que visa incentivar o consumo de fruta nas quantidades recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Tem também como objetivo levar às crianças lições importantes sobre alimentação saudável, higiene oral, atividade física, economia e poupança, respeito pelo ambiente e o bem-estar emocional, que as ajudam a crescer saudáveis, ativas e felizes. Atualmente, é o maior programa gratuito de educação para a saúde de âmbito nacional, com uma das maiores taxas de sucesso de sempre em reeducação alimentar infantil em Portugal.

No âmbito do projeto “Heróis da Fruta”, as entidades participantes são convidadas a criar um “Hino da Fruta”, que é depois submetido à votação do público. Após o término da votação a 10 de março, são apurados os 80 hinos finalistas- os três hinos mais votados, bem como os mais partilhados de cada distrito ou região autónoma.

  Cada voto em qualquer “Hino da Fruta” reverte como donativo para a “Missão 1 Quilo de Ajuda”, um fundo social que permite à APCOI distribuir gratuitamente cabazes semanais nas escolas para apoiar a inclusão de fruta no lanche escolar dos alunos mais carenciados do País. Todas as pessoas que votarem nos “Hinos da Fruta” ficam também habilitadas a ganhar prémios, que incluem mil experiências à escolha para parques aquáticos, zoológicos, museus, aquários, centros de ciência viva e parques de diversões. Será também sorteada uma viagem aos Açores.

A 6.ª edição do projeto Heróis da Fruta conta com a participação de 53.399 crianças de 900 jardins de infância, escolas básicas do 1.º Ciclo e IPSS de todos os distritos do País, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. 

I Encontro de Coros "Pedras de Canto" - Outil



I Encontro de Coros "Pedras de Canto" - Outil

Incubadora de Empresas de Albergaria-a-Velha recebe ciclo de workshops para dirigentes associativos

O CLDS 3G “Albergaria IntegraT”, em parceria com o Município de Albergaria-a-Velha e a AIDA – Associação Industrial do Distrito de Aveiro, vai desenvolver um ciclo de workshops destinado a dirigentes de associações, coletividades e IPSS. A primeira oficina tem lugar no dia 22 de fevereiro, às 18h30, na Incubadora de Empresas.

  O ciclo de workshops visa dotar os participantes de conhecimentos e ferramentas para a gestão sustentável das entidades que integram. O CLDS dinamizará uma oficina por mês, até final de maio, em horário pós-laboral. A participação é gratuita.

A primeira sessão, no dia 22 de fevereiro, tem como tema “Ferramentas de Gestão Estratégica em Entidades de Economia Social”. Ao longo de três horas serão abordados diversos assuntos, como o planeamento e a gestão estratégica, a definição de objetivos, a conceção do plano de atividades e a recolha de indicadores de desempenho. Será ainda realizado um caso prático, em grupo.

  Os próximos workshops vão debruçar-se sobre “Gestão da Tesouraria - Planeamento e Controlo” (23 de março), “Estratégias de Marketing e Comunicação” (20 de abril) e “Equipas Orientadas para a Estratégia” (25 de maio).

Para mais informações, os interessados podem contactar o CLDS 3G “Albergaria IntegraT” pelo número de telefone 234 527 068 ou endereço de correio eletrónico sara.amaral@cldsalbergaria.pt. 

Está confirmado. The Cranberries são cabeça de cartaz da Expofacic (27 de julho a 6 de agosto). A banda irlandesa sobe ao palco do certame em 3 de agosto, a culminar a preenchidíssima agenda de uma tournée europeia que inclui atuações em Berlim, Paris, Bruxelas, Amsterdão, Londres, Milão e Madrid, entre outras grandes cidades do velho continente. A avaliar pela força mobilizadora que o grupo tem evidenciado, o concerto de Cantanhede deixa antever uma assistência sem precedentes na Expofacic, tanto mais que a sua sonoridade bem distintiva no panorama da música internacional tem em Portugal uma imensa legião de fiéis seguidores.
No site oficial da banda, a sua biografia refere o seguinte:
The Cranberries foram formados em Limerick City, Irlanda, em 1990. Os membros da banda são a vocalista Dolores O'Riordan, o guitarrista Noel Hogan, o baixista Mike Hogan e o baterista Fergal Lawler. Reconhecidos pela marca "indie" do som da guitarra e o distintivo estilo vocal céltico, The Cranberries ascenderam à fama global de forma meteórica no início dos anos 1990.
Venderam mais de 40 milhões de álbuns em todo o mundo e várias das suas canções são hoje verdadeiros clássicos, como "Linger", "Zombie" e "Dreams." O seu álbum de estreia vendeu mais de cinco milhões de cópias nos Estados Unidos e foi número 1 em diversos países de vários continentes, incluindo o Reino Unido.
Esse álbum reentrou no número 1 das tabelas britânicas em 1994 e os The Cranberries são uma das quatro únicas bandas a ter conseguido esse feito. Em 2016, recebeu um prêmio BMI por a sua canção "Linger” ter atingido os três milhões de peças de rádio nos EUA.
Considerado um dos mais bem-sucedidos grupos de rock da década de 1990, vendeu mais de 15 milhões de álbuns nos Estados Unidos e conseguiu quatro top 20 álbuns no Billboard 200 com ‘Everybody Else Is Doing It, So Why Can't We?’, ‘No Need to Argue’, ‘To the Faithful Departed’ and ‘Bury the Hatchet’. Estes foram seguidos por outros sucessos como 'Wake Up and Smell The Coffee' e 'Roses'.
Oito dos singles da banda estão na lista do prestigioso Modern Rock Charts e as suas canções foram usadas para promover o turismo irlandês, em bandas sonoras de filmes (Missão Impossível, You've Got Mail e Prêt-a-Porter) e em muitas séries de televisão (The Sopranos, Beverly Hills 90210 e Malibu Shores). Na China e no Japão, as suas canções foram traduzidas e executadas por artistas locais.
Depois de um hiato de seis anos, os The Cranberries reuniram-se no final de 2009 e começaram uma tournée norte-americana, seguida de outras pela América do Sul e Europa. Em 2012, apresentaram-se na China, Japão, Filipinas, Austrália e Nova Zelândia, bem como na Europa Continental, Reino Unido e EUA.
O sucesso global dos The Cranberries traduz-se em milhões de fãs em todo o mundo. Nomeada como uma das mais notáveis ​​bandas irlandesas de todos os tempos (com os U2 e Van Morrison), a sua música foi homenageada pela MTV e pelo Juno Award, tendo sido também escolhidos para participar numa Cerimônia de Premiação do Prêmio Nobel da Paz.
Em 2016, os concertos esgotados na Europa e no Perú demonstram que eles ainda são imensamente populares em todo o mundo, como comprovam os mais de 2,2 milhões de escutas mensais no Spotify e mais de 4 milhões de seguidores no Facebook.
The Cranberries regressaram às atuações ao vivo em 2016, tendo esgotado concertos na Europa e América do Sul. No verão de 2017, a banda estará na estrada com uma tournée de Great Hits muito especial. The Cranberries irão executar versões especialmente orquestradas de seus muitos sucessos em cada espetáculo com um quarteto de cordas.
Falando sobre essa tournée, o guitarrista Noel Hogan disse: "Estamos muito animados em fazer essa tournée. Nos últimos meses temos trabalhado com a Irish Chamber Orchestra na Universidade de Limerick, na Irlanda, nas versões de cordas das nossas canções mais conhecidas. Dolores O'Riordan, Noel Hogan, Mike Hogan e Fergal Lawlor também escreveram algum material novo, esperando-se que incluam pelo menos três novas músicas em 2017.

AGIR, Áurea, Diego Miranda, KURA,
Jimmy P e Virgul também confirmados no cartaz
Além da contratação dos The Cranberries, a comissão organizadora da Expofacic já fechou o cartaz para a noite seguinte à da atuação da banda irlandesa e também para 28 de julho.
A 4 de agosto, o palco principal estará por conta de três grandes nomes de quem se espera espetáculos à dimensão dos seus fulgurantes percursos artísticos: AGIR, o autor de Como Ela é Bela, Tempo é Dinheiro e Parte-me o Pescoço faz a sua estreia na Expofacic, apresentando-se com os argumentos artísticos com que venceu o prémio “Best Portuguese Act”, dos “MTV Europe Music Awards 2015”; Áurea, também vencedora de duas edições do "Best Portuguese Act” do “MTV Europe Music Awards e de um Globo de Ouro na categoria de Melhor Intérprete Individual, regressa ao certame para um concerto que deverá incluir os maiores êxitos da carreira e temas da sua última produção discográfica; finalmente, o programa de 4 de agosto encerra com Diego Miranda, um dos mais influentes produtores e DJ’s portugueses, a quem é apontado “o mérito de ter feito a aproximação da música de dança ao mainstream de forma mágica”, tendo adquirido desse modo apreciável notoriedade internacional.
Alguns dias antes, a 28 de julho, a noite será inteiramente dedicada à música de dança, com a atuação de Kura, DJ e produtor que tem vindo a adquirir também significativa projeção internacional, cujo concerto culminará a atuação de dois outros nomes em crescente afirmação artística: Virgul, um dos fundadores dos Da Weasel que há algum tempo se estreou a solo, depois da estimulante experiência por que passou nos Nu Soul Family, a que se seguirá Jimmy P, criativo autor de fusão com influências do hip-hop, reggae, R&B, soul e funk.
Recorde-se que, além destes nomes, haviam já sido anunciados para o cartaz da Expofacic os Dama, Richie Campbell, Mariza, Cuca Roseta, Dengaz e Karetus.

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"Un autre monde - Expo Patchwork", de Anne France, na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede


"Un autre monde - Expo Patchwork", de Anne France, na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede

Motard's de Montargil em doação de sangue


Tal como havíamos noticiado, a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP, em estreita parceria com os Motard's de Montargil, levou a efeito mais uma brigada. Deixamos, desde logo, uma palavra de elogio para todos quantos colaboraram nesta iniciativa.
Rumaram até ao local da colheita – o Centro de Saúde de Montargil – 21 pessoas, nove das quais mulheres. A maioria dos dadores foram da casa , mas também se inscreveram voluntários de Ponte de Sor, Tramaga, Couço, Fazendas de Almeirim, e Porto Salvo (Oeiras).
Uma vez avaliados em termos clínicos, só três dos presentes não puderam colaborar.
O almoço convívio decorreu na sede dos Motard's de Montargil, situada numa margem da albufeira homónima.

Fronteira

As próximas colheitas, agendadas pela ADBSP, vão ter lugar em: Fronteira, no Centro de Saúde, a 25 de fevereiro; Alter do Chão, nos bombeiros, a 11 de março.
Aguardamos a sua imprescindível presença num destes sábados, da parte da manhã!

JR

Macroscópio – A propósito de mais uma semana de Trump, e de menos uma semana para as eleições em França

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!
 
Não, não vou regressar ao tema da Caixa-Geral de Depósitos, pois não há muito a acrescentar ao que já aqui registámos: ninguém duvida do que se passou, do que foi prometido a António Domingues, como ninguém duvida que a maioria não deseja que isso fique claro, barrando o trabalho da comissão de inquérito. É penoso tentar encontrar um comentário ou uma análise não partidária que não chegue a esta conclusão, pelo que passo adiante, para evitar repetir o que já está no Macroscópio do passado dia 13.
 
Em contrapartida as notícias que nos chegam do outro lado do Atlântico mostram que o frenesim Trump não dá sinais de abrandar. Vale por isso a pena tentar fazer um breve ponto da situação, a que acrescentarei algumas referências sobre as próximas eleições em França, aquelas cujo resultado mais preocupa a Europa.
 
Para começar, nada melhor do que uma introdução que é, ao mesmo tempo, um resumo e uma reflexão. Trata-se da nova newsletter de um site que citei aqui muito na contagem decrescente para as eleições Americanos, o FiveThirtyEight, TrumpBeat: So Much News, So Many Distractions. Nesta primeira edição, preparada por Ben Casselman, Kathryn Casteel e Anna Maria Barry-Jester, nota-se algo que me parece muito importante para compreender o aparente caos da administração Trump: “How can we pay attention to the news of the day without losing track of everything else that is happening? How can we distinguish between fact and rumor, especially given the White House’s apparent willingness to mislead? (Trump adviser Kellyanne Conway said Flynn had the “full confidence” of the president just hours before Flynn resigned.) And how can we keep the developments in perspective when even comparatively normal developments are labeled “unprecedented” by Trump’s critics?
 
Não parece haver, para já, uma resposta fácil para estas questões, o que me leva a recomendar duas outras leituras. A primeira é uma reflexão académica, de Heidi Tworek, Fellow da Transatlantic Academy, que me chegou através do German Marshal Fund: Political Communications in the "Fake News" Era: Six Lessons for Europe. É uma leitura bem interessante, que começa por recordar como Margaret Thatcher lidou com a crise comunicacional e política associada a uma greve logo no início do seu governo, e que com base nestes e noutros exemplos procura debater a seguinte questão: “How far did the media determine the results of Britain’s vote to leave the European Union and Donald Trump’s victory in the U.S. presidential election? To answer the questions of whether, how, and why communications matter, this paper draws together a wide spectrum of research from history, psychology, and recent political events in Europe and the United States.”
 
Já em Confrontação, Nuno Garoupa, que regressou à sua universidade nos Estados Unidos, procura no Diário de Notícias encontrar as raízes ideológicas do que podemos designar como o “estilo Trump”. É uma interpretação interessante, mesmo tendo o texto uma parte final sobre Portugal que me parece algo deslocada. Garoupa recorda Bill Richardson, um conservador da Califórnia, hoje com 90 anos, que escreveu há quase 20 anos um livro, Confrontational Politics, que inspirará os estrategas de Trump, Steve Bannon e Jeff Sessions. A ideia desse político é que “A fleuma, o respeito, a preferência por um debate equilibrado e institucional são desvantagens competitivas do conservador. Consequentemente, o conservador tem de abandonar esta forma de intervenção. Tem de passar ao confronto aberto. E esse confronto tem de ser agressivo e sem compromissos ou equilíbrios.”
 
Neste jogo os jornalistas e a imprensa são apanhados numa espécie de fogo cruzado onde é quase impossível não serem também protagonistas, o que motiva uma outra reflexão interessante, a Philip Collins no The Times de Londres: There’s only one way to defeat fake news. Nesse texto defende que “A raucous press that knows the difference between a lie and mere distortion is the best remedy against demagogues”, sendo que não se deve esquecer que “Journalists already rank alongside politicians in the lower reaches of public esteem and “fake news” is an enticing and thoroughly dangerous idea. It begins as the cry of the little man and woman against the corporate behemoths of the mass media but, like all straightforward lies, it rapidly becomes a tool of the powerful. The three most prominent instances of people declaring the news to be fake last week were Donald Trump, Bashar Assad and Vladimir Putin. What they want is not “real” news, but silence.”
 
Acabo este breve apanhado sobre os vertiginosos desenvolvimentos da política em Washington com duas referências a dois textos de influentes opinadores conservadores que já suscitam o tema da substituição de Donald Trump. O primeiro é Richard A. Epstein, que no blogue do Hoover Institute se interroga sobre se não é Time For Trump To Resign?. Isto porque The sharp lines that everyone is drawing in the sand pose a serious threat to the United States. On the one side stand many conservatives and populists who are rejoicing in the Trump victory as the salvation of a nation in decline. On other side sit the committed progressives who are still smarting from an election in which they were trounced in the electoral college, even as Hillary Clinton garnered a clear majority of the popular vote.
As a classical liberal who did not vote for either candidate, I stand in opposition to both groups. And after assessing Trump’s performance during the first month of his presidency, I think it is clear that he ought to resign.”
 
Já Daniel Henninger, no Wall Street Journal (paywall), interroga-se, a propósito da renúncia de Flynn, sobre se Is This Trump’s Watergate?: “Unless Team Trump gets back to the basics of the 2016 election, 1974 could return.” Eis como descreve o ambiente na Casa Branca: “A president’s blood is in the water and another White House staff can only look out the windows as the sharks arrive from miles off.
 

Mas deixemos os Estados Unidos para regressarmos a França, já que as eleições deste ano não deixarão de fazer com que este país tenha presença muito regular no Macroscópio. Ontem as Presidenciais gaulesas foram de resto o tema de mais um Conversas à Quinta, como Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto, que teve como ponto de partida a pergunta que todos fazem: Marine Le Pen pode vencer? É pouco provável. Veja porquê. (o podcast, já sabe, pode ser descarregado aqui). Mas se o registo deste debate foi negativo para as aspirações da líder da Frente Nacional (e auspicioso para o seu adversário hoje melhor colocado, Emmanuel Macron, a quem já iremos), a verdade é a britânica The Economist é bem menos taxativa. Em How Marine Le Pen could win the French presidency registam-se as suas boas sondagens na primeira volta (ver gráfico), e depois explica-se como poderia vencer numa segunda volta onde todas as sondagens a dão como derrotada: “What if voters, however, uninspired by the alternative to Ms Le Pen—whether François Fillon (centre-right), Emmanuel Macron (centre), or Benoît Hamon (Socialist)—decided to stay at home en masse, rather than uniting behind her second-round opponent? In order to gain an absolute majority on the most conservative assumption (9m votes), turn-out would have to collapse to around 40%. If Ms Le Pen managed the higher figure (14.6m votes), turn-out would have to drop to 63%, or some 68% if spoiled ballot papers were included. Since the Fifth Republic was founded by Charles de Gaulle in 1958, this has never happened. Which makes a President Marine Le Pen unlikely—but not impossible.”

 
Sendo assim, ou seja, estando nós perante um cenário improvável para não impossível, é bom conhecer melhor o que defende a filha de Jean-Marie, sendo para isso útil conhecer a entrevista que Ambrose Evans-Pritchard, do Telegraph (paywall), lhe fez: France's Marine Le Pen explains how she aims to smash the European order. Como ele nota, de uma perspectiva bem britânica, “If Marine Le Pen wins France's presidential elections in May, all talk of punishing Britain for the outrage of Brexit will become irrelevant.”
 
Mas se já falámos muito da extrema-direita, é altura de começar a olhar também para aquele que pode vir a ser o seu principal opositor, sendo que na Spectator há para isso um texto bem interessante: Who’s behind the mysterious rise of Emmanuel Macron? Nele Patrick Marnham recorda a rápida ascensão deste líder vindo aparentemente de parte nenhuma, elaborando depois uma teoria que, não ficando muito longe do enredo de uma teoria da conspiração, tem que se lhe diga: “How has this apparently isolated and underfunded individual managed all this in such a short time? It is clear that Macron has powerful supporters behind the scenes, and a clue may lie in the little-discussed fact that some years ago he was identified as a member of ‘les Gracques’ — a discreet centre-left pressure group loosely staffed by influential chief executives and civil service mandarins. They are pro-market socialists who long ago gave up on the Socialist party. Many are fellow ‘énarques’ (graduates of ENA) and every step of Macron’s career could have been directed by them.
 
Se esta tese tiver algum fundamento dificilmente encontraríamos uma melhor demonstração de como a elite – ou o establishment, se preferirem – se consegue defender, mesmo numa altura em que a opinião pública dá sinais de imenso desencanto. Ainda agora foram conhecidas mais sondagens sobre o nível de apoio ao euro e, como se nota na Bloomberg, Only Germans Love the Euro These Days: “A German population that was initially reluctant to give up the Deutsche mark is now firmly wedded to the euro, while support in France and Italy has declined (particularly sharply in Italy's case). But this shift is the logical result of the euro's structural deficiencies.” O gráfico abaixo mostra como evoluiu o apoio ao euro na Alemanha, na França e em Itália entre 2002 e a actualidade, sendo bastante elucidativo. E Marine Le Pen, como se sabe, promete sugeitar a manutenção da França no euro a um referendo.

 
Mas por hoje, e por esta semana, é tudo. Aproveitem o fim de semana para descansar e, já sabem, também para ler. 

 
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CARNAVAL EM MIRA com 600 participantes e cerca de 20 carros alegóricos!

A aposta do Executivo Municipal nas festividades do Carnaval promete ser, mais um ano, um enorme sucesso. Mantendo os moldes dos últimos dois anos, através do estímulo às associações do concelho, conta-se já na presente data com a inscrição de quase 600 participantes e cerca de 20 carros alegóricos, repartidos por 23 associações, entre os quais não poderiam faltar os temidos Caretos da Lagoa.
Esta aposta assenta na convicção de que as tradições carnavalescas reafirmam a identidade cultural, animam e atraem público para o território, e, sobretudo, renovam o espirito de participação, alegrando a população local e quem nos visita por estes dias.
Numa organização do Município de Mira, as vilas de Mira e da Praia de Mira oferecerão momentos de folia e diversão aos curiosos e adeptos dos carnavais de feição popular e tradicional, num total de quatro desfiles.
Na Vila de Mira, serão realizados dois desfiles na Avenida 25 de Abril, um na tarde do dia 19 de Fevereiro (Domingo Magro) e outro na manhã de sexta-feira dia 24 de Fevereiro, contando este segundo desfile com todas as escolas e IPSS´s do Município.
Na Vila da Praia de Mira, as tardes do dia 26 de Fevereiro (Domingo Gordo) e de 28 de Fevereiro (terça feira de Carnaval) oferecerão, a todos os curiosos e visitantes, a alegria e tropelia dos corsos carnavalescos.
O Município propôs este ano, um tema associado às Comemorações do Centenário do Edifício dos Paços do Concelho (1917/2017), pelo que os grupos participantes e devidamente inscritos poderão apresentar temas evocativos dos últimos 100 anos da história local.
Estão assim reunidos todos os ingredientes para vários dias de diversão e comemoração, desejando-se desde já as Boas Vindas a todos aqueles que nos visitarem!

Benfica em xeque no campeonato, FC Porto à prova na Champions

O FC Porto-Tondela desta sexta-feira é o jogo que abre a 22.ª jornada da I Liga. Um duelo entre o segundo e o último da classificação que poderia indiciar um desequilíbrio evidente em campo. Só que a formação beirã, que vai apenas no segundo ano entre os maiores do futebol português, tem um histórico interessante contra os portistas. Em três partidas já disputadas há um triunfo para cada lado e um empate.
A formação agora orientada por Pepa precisa dos pontos para sair da zona vermelha, enquanto a equipa de Nuno Espírito Santo precisa dos pontos para não sair da zona de pressão ao líder Benfica. Isto antes de defrontar a Juventus para a Liga dos Campeões, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Champions.
Os “dragões” são a equipa em melhor forma no campeonato de momento. Não perdem há 18 jogos e somam cinco vitórias consecutivas. Em casa, a última vez que o FC Porto não marcou foi precisamente na recepção ao Tondela, há 14 jogos. O duelo desta noite coloca assim, frente a frente, a melhor equipa a jogar em casa e a que tem pior rendimento fora de portas, pois o Tondela é a única equipa da I Liga que ainda não venceu como visitante nem marcou nas suas últimas quatro deslocações.
No domingo entra em acção o líder Benfica. Já sabedor do que o FC Porto fez frente ao último. Os “encarnados” vão a Braga, naquele que é o jogo grande da ronda - primeiro frente ao quarto. Uma prova de fogo para os benfiquistas que nos encontros mais recentes com os bracarenses até têm tido motivos para sorrir: nos últimos cinco jogos, cinco vitórias. Jorge Simão vive dias difíceis à conta dos maus resultados recentes: derrota na final da Taça da Liga e quatro jogos consecutivos sem vencer. Por isso, um triunfo sobre o líder será o balão de oxigénio perfeito. Já Rui Vitória vai ao Minho com um triunfo na Champions e duas vitórias consecutivas na I Liga.
Quanto ao Sporting, recebe sábado, em Alvalade, um Rio Ave que nos últimos sete jogos para o campeonato apenas venceu um. Mas este triunfo foi… em Braga. Para ver o calendário e as transmissões televisivas desta ronda clique aqui.
A meio da semana regressa a Liga dos Campeões e o FC Porto tem a palavra na quarta-feira. Os portistas recebem a Juventus, líder isolada da Liga italiana e equipa desejosa de regressar ao topo do futebol europeu, depois de anos afastada das luzes da ribalta. Pode encontrar aqui o calendário da semana da Champions e aqui o da Liga Europa.
Lá por fora, num fim-de-semana em que nos principais campeonatos europeus as equipas melhores classificadas enfrentam adversários teoricamente acessíveis, o destaque vai para os oitavos-de-final da Taça de Inglaterra, onde dois emblemas do quinto escalão (Sutton United e Lincoln City) sonham com uma inédita e histórica passagem aos “quartos”. O Manchester United, de José Mourinho, também vai a jogo, defrontando o Blackburn Rovers.
E o Planisférico vai contar a história de Julio Colombo, antigo campeão mundial sub-17 pela selecção francesa e que foi agora condenado a seis anos de prisão por tráfico de droga.
À margem do futebol, termina a Volta ao Algarve e começa a Volta ao Alentejo, enquanto prossegue o torneio das seis nações em râguebi, enquanto para os amantes da Fórmula 1, já quase é possível escutar o roncar dos motores. Por enquanto, arranca a apresentação dos novos monolugares e o da Mercedes é na quinta-feira, no circuito de Silverstone.
A sugestão da semana, desta vez, é visual. Na semana em que foram anunciados os vencedores do World Press Photo nas diversas categorias, deixo-lhes as imagens vencedoras no desporto. A que ganhou o primeiro lugar já a viu. Está mesmo aqui por cima e foi captada por Tom Jenkins. Trata-se da jockey Nina Carberry a voar depois de ter sido atirada para fora da sela do cavalo que montava numa competição de obstáculos, em Inglaterra. As restantes são este mergulho do tenista Gaël Monfils durante um encontro no Open da Austrália (Cameron Spencer), o rosto de Usain Bolt em plena meia-final dos 100m nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (Kai-Oliver-Pfaffenbach), a série fotográfica sobre uma equipa de râguebi masculina assumidamente formada por homossexuais (Giovanni-Capriotti) que compete no Canadá, a série fotográfica sobre os torneios de xadrez para jovens que decorrem na República Checa (Michael-Hanke) e a série fotográfica sobre desporto adaptado praticado por pessoas com deficiências físicas no Canadá (Darren-Calabrese).

Hora de Fecho: Fact Check/ Já há 1 milhão a viver com o salário mínimo?


Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
O líder do PSD garante que no fim de 2016 havia 1 milhão de pessoas com salário mínimo (quando em 2014 eram só 400 mil). E acusa o Governo de promover uma política de baixos salários. Tem razão?
O PSD e o CDS-PP vão avançar com a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da Caixa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou que sempre defendeu a necessidade de os gestores da CGD entregarem as suas declarações Tribunal Constitucional.
Donald Trump pondera destacar cerca de 100.000 elementos da Guarda Nacional para irem atrás dos imigrantes sem documentos nos Estados Unidos. O porta-voz da Casa Branca nega a medida.
Tomou posse há menos de um mês e, desde então, foi três vezes passar o fim-de-semana a Mar-a-Lago, a sua estância na Florida. Segurança do Presidente e da família está a ser uma dor de cabeça.
Foram encontrados dois corpos que estavam enterrados numa Praia de Santa Cruz, Torres Vedras. A investigação está a cargo da Polícia Judiciária.
Ela era a menina bonita da Casa Real espanhola, ele o desportista medalhado. Cristina nasceu num berço de ouro, mas o casamento com Iñaki Urdangarin distanciou-a da família e levou-a à justiça.
Infanta Cristina de Espanha foi absolvida no caso Nóos, mas terá de pagar uma multa de 265.088 euros por ter beneficiado dos crimes. O marido, Urdangarin, foi condenado a 6 anos e 3 meses de prisão.
A infanta Cristina vive num exílio autoimposto em Genebra, mas deverá mudar-se para Lisboa para ficar mais perto do seu marido, agora que a justiça espanhola o condenou a seis anos de prisão.
O processo que abalou a Casa Real espanhola chegou hoje às primeiras conclusões: a absolvição da infanta Cristina e a condenação do marido a pena de prisão. Conheça o caso ao detalhe.
Funções sintáticas, análises morfológicas, figuras de estilo... A gramática é a matemática da Língua Portuguesa: uns amam, outros odeiam. Mas será que passaria num teste de Português? Descubra aqui. 
Opinião

Rui Ramos

O livro de Cavaco Silva mostra como no tempo de Sócrates o presidente ainda foi, dentro do país, o maior contrapeso do governo. Sem Cavaco Silva, teria sido pior. 


Miguel Tamen

Ao descer a escada imaginamos a glória que não tivemos; ou a que teríamos tido se por acaso as nossas melhores ideias nos aparecessem sempre que deviam. 


Maria João Avillez

Trump desconfia de cada um de nós e aponta o dedo acusador; a líder da Frente Nacional quer o fim do nosso mundo; o chefe do Podemos vomita-o com raiva. Tudo no mesmo saco? Sim, o resultado é o mesmo.


Manuel Braga da Cruz

A influência sobre o Primeiro-Ministro, longe dos holofotes da comunicação social, não fazendo oposição, antes ajudando o governo, em cooperação institucional, é demonstrada ao longo destas páginas.


Helena Garrido

2016 termina com a economia a crescer e o défice reduzido para valores que nem o Governo previa. Falta resolver a ameaça financeira que paira sobre Portugal. E a nuvem política gerada pelo caso CGD.


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