terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Macroscópio – Do nosso Orçamento à eternidade de Shakespeare


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

Imagino que a maioria dos leitores do Macroscópio não tenha tido oportunidade, nem paciência, para seguir os debates na Assembleia da República sobre o Orçamento de Estado. Por terem outras ocupações e, porventura, igualmente por fastio. Conhecidas as posições e os argumentos dos partidos, o registo foi mais vezes o de comícios cruzados do que de esclarecimento (pode confirmá-lo nos relatos que fizemos ao minuto, ontem ehoje). Não vou por isso focar-me hoje na análise do que se passou, nem sequer ficar apenas por referências ao debate orçamental, o qual ainda tem algum tempo pela frente, com o trabalho que terá de ser feito na especialidade. Fico-me apenas por três referências, e breves.

A primeira vai para a análise mais completa do OE 2016 que, num registo jornalístico, vi produzida pela imprensa portuguesa: o trabalho de Pedro Romano Que Orçamento é este? E no fim quem fica a ganhar? É um especial do Observador dividido em oito pontos – Ainda há vida para além do défice?; Virar a página da austeridade; Baralhar e dar de novo: para onde vão 2.000 milhões de euros?; Quanto mudou o Orçamento após Bruxelas?; O cenário macroeconómico é credível?; Afinal os impostos sobem ou não?; Quem ganha e quem perde? e O que resta do programa do PS. A análise é muito rigorosa e se nalguns pontos se procura colocar uma pedra sobre alguns debates excessivamente politizados – não, não se “vira a página da austeridade”, mas também não, não haverá mais carga fiscal –, noutros procura-se ir mais longe. Procurando saber, por exemplo, quem mais ganha e quem mais perde com a redistribuição do esforço orçamental. Eis uma síntese da conclusão desse ponto:
O Orçamento dedica claramente mais esforço financeiro à metade ‘de cima’ das famílias portuguesas. Isto acontece porque as medidas com maior peso se destinam a repor salários na função pública, onde a remuneração média é mais elevada do que no sector privado, e a aliviar a sobretaxa – que, por definição, só abrange quem paga IRS. As famílias com menos recursos recebem “apenas” 200 milhões de euros, à conta da actualização das pensões baixas e das mudanças no Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos e Abono de Família. Mas a este valor há ainda que deduzir um corte em despesas de Acção Social, que não está ainda concretizado no Orçamento mas já foi prometido a Bruxelas.

Henrique Monteiro fez no Expresso algumas contas mais simples, até porque partiu do seu exemplo pessoal para ver o que tinha a ganhar ou a perder – e concluiu que, mesmo sendo casado com uma funcionária pública, colocando os números de ambos no calculador online desse jornal o ganho, ao fim de ano, será de cerca de 20 euros. Mas vejamos mais em detalhe as contas que faz em O ridículo fim da ‘austeridade’ (paywall): “O curioso neste Orçamento, segundo se percebe daquilo que é possível simular, é que os maiores beneficiários não são os mais pobres (esses, ainda que não paguem IRS, passam a pagar impostos nos combustíveis maiores e iguais aos ricos e não podem frequentar restaurantes por norma), mas sim os remunerados na camada média-alta. Um casal com 8000 euros mês não ganha nem perde nada. Se ganhar 4000 euros, terá, realmente, um aumento, mas apenas de 10 euros por mês. E se tiver 2000 euros de rendimentos ganha mais 15 euros por mês. Se for 1000 euros serão mais seis euros por mês. Os exemplos são para casados com dois titulares e um dependente. Agora, repare- se: se o vencimento do casal for 600 euros, o aumento ao fim do ano é de 14 euros – um euro por mês.”

A terceira referência vai para um documento da Comissão Europeia, mais precisamente a acta da reunião do Colégio de Comissários que deu luz verde ao orçamento português e que foi agora colocada online. A Lusa fez uma síntese que o Observadordesenvolveu, sendo que considero útil destacar a seguinte passagem, onde se reflecte a posição de alguns comissários (tradução livre para português): “Algumas dúvidas foram, contudo, expressadas acerca da exequibilidade dos esforços anunciados por Portugal e dos compromissos que foram feitos nos últimos dias. Em especial houve alguma deceção em torno do facto de que muitas reformas estruturais do governo anterior, que estavam a começar a produzir resultados, estavam a ser colocadas em causa. Alguns membros avisaram que o novo governo português estaria a colocar em perigo, de forma grave, a estabilidade económica a médio-longo prazo do país.”

O documento recorda que haverá nova avaliação em Abril, nessa altura já com alguns números da evolução da economia portuguesa, assim como da execução orçamental. Até lá muita água passará debaixo das pontes – tal como a que continua a passar quando pensamos no referendo sobre o Brexit, o tema do Macroscópio de ontem. Regresso a ele para acrescentar mais duas referências:
  • A primeira é um trabalho do Financial Times, com um título a evocar um famoso livro de Keynes: What are the economic consequences of Brexit? Trata-se de um trabalho típico daquele diário económico, algo que é assumido logo de entrada com vantagem de nos permitir perceber que se trata de uma aproximação ao debate realizada pelas lentes de economistas, sendo que estes “are generally wary of transitions, fearing that heightened uncertainty over Britain’s relationships with other countries will damage confidence and investment, at least for a few years if Britain were to leave the EU. They are also more likely than many politicians to play down the importance of sovereignty, maintaining there will be a trade-off between sovereignty and the best decision-making authority.”
  • A segunda referência é para o texto de Rui Ramos aqui no Observador, O referendo britânico tem a ver connosco. Nele o autor notou que “Desde o século XIX que a prosperidade na Europa foi tanto maior, quanto maior foi a livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias. O problema que a UE recentemente inventou foi o de fazer depender a livre circulação de uma espécie de Estado europeu. A batalha de Cameron é para separar uma coisa e outra. Costuma dizer-se: a Europa tem de ser mais do que um grande mercado. A questão britânica é: a Europa tem de ser mais do que um grande Estado. Uma vitória de Cameron demonstrará essa possibilidade.”

Vou terminar por hoje com três textos que representam leituras um pouco mais desligadas da actualidade, mas ambos bem interessantes. O primeiro saiu na The Atlantic e chama-se What Made Ancient Athens a City of Genius?, onde se procura saber as razões por que “The tiny, dirty Greek city-state produced more brilliant minds—from Socrates to Aristotle—than any other place the world before or since.” É, reconhecerão, uma pergunta desafiante, e ainda mais se pensarmos na Atenas de hoje. Uma das respostas possíveis já tem alguns anos: “In 1944, an anthropologist named Alfred Kroeber theorized that culture, not genetics, explained genius clusters like Athens. He also theorized why these golden ages invariably fizzle. Every culture, he said, is like a chef in the kitchen. The more ingredients at her disposal (“cultural configurations” he called them), the greater the number of possible dishes she can whip up. Eventually, though, even the best-stocked kitchen runs dry. That is what happened to Athens. By the time of Socrates’s execution, in 399 B.C., the city’s cupboard was bare. Its “cultural configurations” had been exhausted; all it could do now was plagiarize itself.” (Este texto é um extracto do livro de Eric Weiner The Geography of Genius: A Search for the World's Most Creative Places, from Ancient Athens to Silicon Valley.)

Como devem saber, Umberto Eco morreu na passada sexta-feira e, dos muitos textos publicados, um pareceu-me mais original e desafiante: O umbigo do mundo de Umberto Eco era em Portugal, de Clara Silva, que saiu aqui no Observador onde se conta a relação do escritor com o Convento de Cristo, em Tomar: “Se eu conseguia imaginar um castelo templário, assim era Tomar”, acabaria por escrever Eco. Igualmente merecedor de referência é a peça de Bruno Vieira do Amaral, crítico literário e tradutor, O homem que inventou Dan Brown, também editada no Observador, de que destaco a seguinte passagem: “Ao dizer em diversas ocasiões (divertido, mas também chamando a atenção para os pontos de contacto entre O Pêndulo de Foucault e O Código Da Vinci) que tinha inventado Dan Brown estava a certificar a eficácia “factual” do seu livro, da ficção enquanto geradora de factos que, por sua vez, alteram a realidade. É essa a filosofia subjacente aos romances de Eco: se acreditamos numa mentira essa mentira não passa a ser verdade, mas passa a ser real, transforma-se em facto. E os factos podem ser estudados.”

Para fechar hoje com chave de ouro, um texto do grande Mario Vargas Llosa sobre esse gigante que foi Shakespeare. Saiu no El Pais, chama-se El gran teatro del mundo e procura mostrar, a propósito da passagem por Madrid de uma encenação de “Conto de Inverno” que “Todo está en Shakespeare, su época y la nuestra, lo que hay en ellas de idéntico y de diferente, la grandeza de la literatura y los milagros que el arte realiza en la vida de las gentes, así como la manera en que la vida de los humanos destila al mismo tiempo felicidad y desgracia, dolor y alegría, pasión, traición, heroísmo y vileza.”.

E por hoje é tudo. Tenham um bom descanso, resguardem-se do frio que aí vem, e reencontramo-nos amanhã.

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NOVO TRATAMENTO GENÉTICO CONTRA CANCRO TRAZ ESPERANÇA A PACIENTES TERMINAIS DE LEUCEMIA


 
microbeworld / Flickr
Tratamento tradicional da leucemia: células-T do sistema imunitário (ao centro) ligam-se aos grânulos que provocam a divisão celular
Tratamento tradicional da leucemia: células-T do sistema imunitário (ao centro) ligam-se aos grânulos que provocam a divisão celular
Testes de um novo tratamento genético contra o cancro, que “treina” o sistema imunitário a combater o tumor, apresentaram resultados extremamente animadores: 90% dos pacientes em estado terminal entraram em remissão após o tratamento.
Os resultados foram anunciados esta segunda-feira, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em Washington.
O novo tratamento consiste na modificação genética de glóbulos brancos de pacientes com leucemia. As células modificadas para combater o cancro depois são reimplantadas nos seus organismos.
No entanto, os dados dos testes ainda não foram publicados ou analisados de forma independente, e acredita-se que dois pacientes tenham morrido no decorrer de uma resposta imunitária extrema dos seus organismos.
Para os especialistas, os resultados são animadores, mas para já trata-se apenas de um pequeno passo na direção a uma cura para o cancro.
O cientista à frente do novo tratamento, Stanley Riddell, do Centro Fred Hutchinson de Investigação sobre o Cancro, em Seattle, disse que todos os outros tratamentos disponíveis tinham fracassado nos pacientes terminais, que tinham sobrevidas estimadas entre dois a cinco meses.
“Os resultados preliminares do estudo são sem precedentes”, disse Riddell à BBC.
A nova proposta de tratamento envolveu a retirada de células do sistema imunitário de dezenas de pacientes. Conhecidas como t-cells, estas têm a função normal de destruir tecido infectado. Os cientistas modificaram geneticamente as células para que estas passassem a atacar células “doentes”.
“Os pacientes estavam realmente no fim da linha em termos de opções de tratamento, mas uma simples dose deste tratamento pôs mais de 90% desses pacientes em remissão completa – não conseguíamos mais detectar neles as células com leucemia”, descreveu Ridell à BBC.
No entanto, sete pacientes desenvolveram síndrome de libertação de citocinas – uma reposta exagerada do sistema imunitário – e precisaram de tratamento intensivo. Entre estes, dois morreram.
Apesar de estas taxas poderem ser aceitáveis para pacientes em estado terminal, os efeitos colaterais do novo tratamento - por exemplo, a síndrome de liberação de citocinas – mostram-se bem mais fortes que os de tratamentos convencionais, como a quimioterapia e radioterapia, que funcionam na maioria dos pacientes.
Os especialistas alertam ainda para a diferença entre doenças como a leucemia e tipos de cancro com tumores “sólidos”, como o de mama.
“Na maioria dos casos, o tratamento convencional é bastante efetivo, por isso este novo tratamento seria para os casos raros de pacientes em que o tratamento não funcionou”, disse Alan Worsley, investigador do centro britânico Cancer Research UK.
“Este tratamento mostrou resultados promissores no tratamento deste tipo de cancro de sangue. O grande desafio agora é descobrir como fazemos esse tratamento funcionar para outros tipo de cancro”, afirmou à BBC.
ZAP / BBC

SOLUÇOS PODEM SER SINTOMAS DE CANCRO OU DE ATAQUE CARDÍACO


 
Os soluços são quase sempre inofensivos, mas quando se verificam de forma persistente e sem fim à vista, podem indiciar doenças graves como o cancro e um ataque cardíaco.
O alerta é dado por Timothy Pfanner, professor de medicina na Universidade A&M do Texas, nos EUA, no site do Centro de Ciência e Saúde da instituição.
Pfanner salienta que quando os soluços duram mais de 48 horas podem ser sinal de graves problemas de saúde.
“Deve procurar o conselho do seu médico se os soluços evoluírem de uma situação em que acontecem de vez em quando até se tornarem persistentes e intratáveis”, frisa o professor.
Os soluços persistentes são aqueles que duram mais de 48 horas, mas menos de 30 dias, enquanto os soluços intratáveis são classificados como soluços que duram mas de 30 dias.
Os soluços intratáveis podem ser um sintoma de “cancro do cérebro, de nódulos linfáticos ou de cancro do estômago”, realça Pfanner, “e também podem indicar um enfarte ou um tumor no pescoço”.
Segundo o especialista, os soluços podem ainda ser sinais de danos nos músculos cardíacos ou indícios de “um ataque cardíaco iminente“.
O professor explica que os soluços ocorrem quando o diafragma e os órgãos respiratórios experimentam um espasmo súbito e involuntário.
Ao espasmo segue-se, habitualmente, o fecho da glote, de onde resulta o seu som característico.
“Qualquer coisa que leve o estômago a ficar distendido pode causar soluços”, explica Pfanner, “e osfumadores são propensos porque estão constantemente a engolir ar”.
Beber álcool pode induzir soluços porque irrita o esófago e pode resultar na súbita erupção de ácido refluxo”, acrescenta.
As infecções nos ouvidos também os podem provocar. A membrana dos tímpanos “pode ficar irritada por uma infecção, especialmente se um cabelo entrar no ouvido e se alojar perto da membrana”, nota o especialista.
Esta é, segundo Pfanner, uma causa muito comum para os soluços que não desaparecem.
Quanto a truques para acabar com os soluços ocasionais, pode-se “suster a respiração (por um curto período de tempo) ou respirar para dentro de um saco”, diz o professor.
Ou ainda, “colocar uma cotonete de algodão na parte de trás da garganta”, para induzir o reflexo do vómito, gargarejar com água gelada, engolir açúcar granulado, trincar um limão e puxar os joelhos até ao peito para o comprimir.
Pressionar ligeiramente as pálpebras também activa o nervo vago e resulta num reflexo que impede o espasmo do soluço, revela o professor.
SV, ZAP

EXPLODIU SOBRE O ATLÂNTICO O MAIOR METEORITO DESDE CHELYABINSK


 
Um enorme meteorito, com um diâmetro de entre 5 e 7 metros, explodiu no início deste mês no ar, sobre o Oceano Atlântico, a 1.000km da costa do Brasil.
A explosão do meteorito passou quase despercebida, mas de acordo com os registos da NASA, produziu uma energia equivalente a 13.000 toneladas de TNT – igual à explosão da bomba atómica que destruiu Hiroshima em 1945.
Este foi o maior corpo celeste a atingir à Terra depois do meteorito de Chelyabinsk, que em fevereiro de 2013 explodiu sobre a cidade russa, ferindo 1600 pessoas.
O meteorito de Chelyabinsk, com 18 metros de diâmetro, explodiu a 20 quilómetros de altitude, libertando energia correspondente a 500.000 toneladas de TNT – 30 vezes Hiroshima.
De acordo com a revista Nature, cientistas da República Checa e do Canadá analisaram imagens, sons e fragmentos do meteorito, e calcularam que à entrada na atmosfera o corpo celeste pesava 12.000 toneladas.
Três anos depois do incidente, o mais grave dos últimos 100 anos, os cientistas ainda não conseguiram determinar a origem do meteorito de Chelyabinsk.
Alguns cientistas apontam no entanto para a possibilidade de o meteorito ter tido a sua origem no asteróide “2011 EO40“, com 200 metros de diâmetro, descoberto há 2 anos, e que os astrónomos consideram “potencialmente perigoso”.
ZAP

NASA REVELA QUE OS ASTRONAUTAS OUVIRAM “SONS DE OUTRO MUNDO” NO LADO OCULTO DA LU


 
NASA
O lado oculto da Lua
O lado oculto da Lua
Estavam arquivadas nos ficheiros da NASA e só agora são divulgadas gravações inéditas da missão espacial Apolo 10, realizada em 1969, que revelam os astronautas a escutar “sons de outro mundo” no lado oculto da Lua.
Esta “música estranha do outro lado do mundo”, como é apelidada pelo Science Channel, é revelada no âmbito da série do canal “Ficheiros Inexplicados da NASA”.
Os três astronautas da Apolo 10 ouviram estes “sons de outro mundo” durante cerca de uma hora, enquanto estavam no lado oculto da Lua, uma zona que fica fora de contacto por Rádio com a Terra.
“Parecem, sabes, música do tipo de fora do espaço”, ouve-se a dizer na gravação um dos astronautas da missão que se realizou alguns meses antes da Apolo 11, que levou o homem a pousar na Lua pela primeira vez.
Eugene Cernan, Tom Stafford e John Young, os astronautas da Apolo 10, são também ouvidos a discutir se deveriam contar ou não sobre esta experiência ao Controle de Missão.
Um dado que se prende com o facto de os astronautas em missões espaciais viverem, por vezes, situações que são vistas como ilusórias ou psicologicamente confusas.
O que é certo é que a NASA manteve estas gravações como confidenciais durante vários anos e, em 2008, foram arquivadas sem terem sido divulgadas ao público.
“A NASA omitiria informação do público se pensasse que era no melhor interesse do público, refere o astronauta da Apolo 15, Al Worden, na série do Scienche Channel.
A origem dos tais “sons de outro mundo” ainda hoje, é um mistério, havendo diversas teorias, nomeadamente a que aponta para a possibilidade de terem sido partículas no espaço a interferirem com os rádios dos astronautas e a provocarem os tais sons estranhos. Ou terem sido fruto da interferência entre os vários rádios da missão.
Mas o facto de as gravações terem estado classificadas como ficheiros secretos durante tanto tempo e de só terem sido divulgadas ao cabo de 40 anos, alimenta as teses de que seriam mesmo “sons de outro mundo”…
ZAP

NB: através do link indicado acima, os interessados podem visionar dois vídeos. 

ESPIÕES DA NSA OUVIRAM CONVERSAS DE NETANYAHU, BERLUSCONI E ATÉ BAN KI-MOON


 
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon
O portal WikiLeaks publicou esta segunda-feira novos documentos que revelam espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) a líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
No site, a organização fundada por Julian Assange revelou que a NSA fez escutas secretas num encontro entre Ban Ki-moon e a chanceler alemã, Angela Merkel, que já tinha sido seguida pelos serviços de inteligência dos EUA em outras ocasiões.
A WikiLeaks também informou que uma conversa entre o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi alvo de espionagem norte-americana, bem como um encontro entre altos responsáveis na área de comércio da União Europeia e do Japão, além de uma reunião privada entre Berlusconi, Merkel e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.
Segundo os documentos obtidos pela WikiLeaks, Merkel e Ban Ki-moon conversaram sobre como lutar contra as alterações climáticas. Netanyahu pediu a Berlusconi ajuda para lidar com a administração dos EUA, comandada pelo presidente Barack Obama. Sarkozy alertou o ex-primeiro-ministro italiano sobre os perigos do sistema bancário do seu país.
“Será interessante ver a reação da ONU porque se o secretário-geral pode ser alvo de espionagem dos EUA sem qualquer consequência, então qualquer um, desde um líder mundial a um varredor, está em risco“, disse Julian Assange.
Em 2014, a revista Der Spiegel divulgou que a NSA fez “mais de 300 relatórios sobre Angela Merkel“, citando informações do antigo consultor norte-americano Edward Snowden.
O nome da chanceler aparecia entre os 122 chefes de Estado e de Governo sobre os quais a NSA recolhia informações em maio de 2009, entre os quais figuram também os nomes dos presidentes do Peru, da Somália e mesmo da Bielorrússia.
No ano passado, a WikiLeaks tinha também denunciado que a NSA escutou dois ministros da Economia franceses sucessivos e praticou espionagem económica massiva em França, além de ter escutado os últimos três Presidentes franceses, François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac.
http://zap.aeiou.pt/espioes-da-nsa-ouviram-conversas-de-netanyahu-berlusconi-e-ate-ban-ki-moon-102317


BOLIVIANOS DISSERAM “NÃO” A QUARTO MANDATO DE EVO MORALES


 
Evo Morales, o presidente da Bolívia
Evo Morales, o presidente da Bolívia
Com 72,5% dos votos apurados, o “Não” ganhou vantagem no referendo à possibilidade de reeleição de Evo Morales a presidente da Bolívia.
Este domingo, 6,5 milhões de eleitores foram às urnas votar uma mudança constitucional que permitiria ao presidente Evo Morales disputar um quarto mandato presidencial consecutivo, em 2019.
O Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia divulgou esta segunda-feira o resultado parcial do referendo, e segundo os resultados já apurados, 56,5% dos bolivianos votaram a favor do Não e 43,2% peloSim.
Sondagens à boca das urnas dão a vitória ao Não, mas Evo Morales pediu aos bolivianos que esperassem “serenamente” pelos resultados oficiais.
Segundo o presidente, quando forem contadas as urnas no interior da Bolívia e os votos dos residentes no estrangeiro – onde o governo tem mais apoio – o cenário pode mudar.
Morales afirmou já, entretanto, que independentemente do resultado do referendo, vai continuar com as políticas adoptadas desde seu primeiro mandato, em 2006.
O terceiro mandato de Morales termina em 2020. Se a reforma for aprovada, e vier a ser reeleito, poderá manter-se no poder até 2025.
Primeiro presidente indígena da Bolívia, Juan Evo Morales Ayma, de 56 anos, diz que este é o tempo necessário para concluir a sua “revolução”.
Em dez anos de governo, Evo Morales nacionalizou os recursos naturais, reduziu os índices de analfabetismo e de pobreza, e a economia boliviana cresceu em média 5% ao ano.
Apesar de ter assumido recentemente o terceiro mandato consecutivo, transformando-se no presidente que mais tempo governou um país com histórico de instabilidade política e económica, Morales aproveitou o cenário favorável para lançar uma campanha pelo “sim” à reforma constitucional.
A oposição ao presidente Morales, que fez campanha pelo “não”, diz que a falta de alternância política é sinónimo de autoritarismo.
A morte de seis pessoas num protesto e denúncias de que Evo Morales teria favorecido uma ex-namorada com contratos governamentais contribuíram para fortalecer os oposicionistas.
Na noite de domingo, mal terminou a votação, a oposição comemorou o que considera ter sido a primeira derrota de Morales em dez anos de governo.
Mas o vice-presidente Álvaro García Linera, que acompanha o presidente desde a primeira eleição, disse que qualquer festejo é prematuro porque, numa votação tão renhida, todos os votos contam, e “basta um a mais” para ganhar.
ZAP / ABr

DETECTADOS RESÍDUOS TÓXICOS EM TAMPÕES E PENSOS HIGIÉNICOS


 
Uma análise feita às marcas de tampões e de pensos higiénicos vendidos um pouco por toda a Europa detectou a presença de dioxinas, de pesticidas e de um herbicida cancerígeno.
Esta pesquisa do Instituto Nacional do Consumo (INC) francês é publicada na edição de Março da revista 60 Millions de Consommateurs, mas os resultados já foram antecipados por vários órgãos de comunicação.
O INC analisou 11 marcas de produtos de higiene íntima feminina e detectou resíduos “potencialmente tóxicos” em cinco delas, incluindo naquelas que são as mais vendidas em França – aO.B. e a Tampax - e que também são comercializadas em Portugal.
Foram encontrados “vestígios de dioxinas em dois tampões periódicos de grandes marcas em três testados”, sublinha o jornal francês Le Monde, notando ainda a presença de “resíduos de glifosato“, um herbicida que é considerado cancerígeno quando usado com recorrência.
O diário frisa o facto de o estudo evidenciar que estes resíduos tóxicos foram também “encontrados em pensos higiénicos de uma marca que se reivindica bio”.
Embora os níveis revelados sejam “fracos”, conforme se nota no estudo, o INC apela aos poderes públicos para imporem controles mais rigorosos, de modo a que nenhum vestígio tóxico seja encontrado nestes produtos de higiene íntima feminina.
Há poucos dados sobre como se processa a absorção de forma sistemática destas substâncias por parte da vagina, segundo evidenciam os autores da pesquisa.
Depois de há dias se ter noticiado também, que os produtos cosméticos para bebés têm ingredientes de alto risco, a União Federal dos Consumidores (UFC) franceses publicou uma base de dados com os resultados das análises a 185 marcas de cosméticos, muitas das quais vendidas em Portugal, que revelaram os “ingredientes indesejáveis” nas suas composições.
SV, ZAP

EX-PROCURADOR DO MP DETIDO POR SUSPEITAS DE FAVORECIMENTO A ALTAS FIGURAS ANGOLANAS


 
Pedro Moura Pinheiro / Flickr
Procuradoria-Geral da República
O ex-procurador do Ministério Público, Orlando Figueira, foi detido esta terça-feira de manhã por alegadamente ter recebido “luvas” para favorecer altas figuras de Angola.
Orlando Figueira foi titular de vários processos relacionados com políticos angolanos enquanto esteve no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), de onde saiu em Setembro de 2012.
A investigação por suspeitas de corrupção terá detectado “pagamentos de milhares de euros feitos no estrangeiro ao antigo procurador”, considerando que os mesmos “terão sido a contrapartida para as decisões de arquivamento de alguns processos ligados a Angola, já que o rasto do dinheiro aponta para aquele país”, sustenta o Diário de Notícias.
Em causa está o eventual recebimento de “luvas” e o branqueamento de capitais num valor que pode ascender a um milhão de euros.
A Polícia Judiciária procede a buscas esta terça-feira, no âmbito das quais foi confirmada a detenção de Orlando Figueira.
O Diário de Notícias ainda reporta que o cargo do ex-Procurador no BCP, para onde foi trabalhar depois de ter deixado a magistratura do Ministério Público, também está “sob suspeita”.
O MP acredita que terá sido meramente, “uma forma de fazer chegar dinheiro ao antigo magistrado”, aponta o jornal.
ZAP

GOVERNO QUER ALARGAR ADSE PARA DEPENDENTES ATÉ AOS 30 ANOS


 
COD Newsroom / Flickr
A medida consta da proposta do OE2016 e prevê que os filhos dependentes dos funcionários públicos possam usufruir da ADSE até aos 30 anos de idade.
O Governo vai alargar a Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE) aos filhos dos funcionários públicos até aos 30 anos, avança o Correio da Manhã.
Segundo o jornal, esta medida faz parte da proposta do Orçamento do Estado para 2016 que está a ser discutida entre hoje e amanhã.
Desta forma, os filhos dependentes de beneficiários da ADSE, que não exerçam uma atividade remunerada ou tributável, passam a poder usufruir deste sistema durante mais quatro anos do que antes estava previsto (26 anos).
Além disso, os cônjuges dos funcionários públicos também vão poder aderir à ADSE, algo que até hoje não era possível, a não ser que fossem dependentes dos titulares.
De acordo com o CM, nas contas do Orçamento para 2016, o Governo apresenta um acréscimo de40,6 milhões de euros que são justificados com as medidas de alargamento do número de inscritos.
Em janeiro de 2016, segundo o Instituto Nacional de Estatística, o número de inscritos na ADSE era superior a 1,2 milhões.
ZAP

O BANCO BOM FECHOU 2015 COM PREJUÍZOS SUPERIORES A 900 MILHÕES


 
Novo Banco
-
O Novo Banco vai apresentar esta quarta-feira as contas do ano passado, que deverão revelar um resultado negativo superior a 900 milhões de euros.
De acordo com o Público, que avança os números, uma parte do prejuízo da instituição surge com o reconhecimento de novas imparidades associadas a grandes clientes do antigo BES, que deixaram de cumprir com as suas obrigações durante o exercício passado ou estão em dificuldades para saldar as dívidas.
As contas negativas do Novo Banco vêm do primeiro semestre de 2014, quando o antigo BES registou um prejuízo histórico, os piores resultados semestrais de sempre de um banco nacional: 3,6 mil milhões de euros.
Somando-se a este valor os 468 milhões de euros de prejuízo apurados já pelo Novo Banco na segunda metade de 2014, em dois anos o Novo Banco contabilizou uma perda de quase cinco mil milhões.
Este valor evidencia as fragilidades dos cálculos do Banco de Portugal realizados no quadro da Resolução, em agosto de 2014, quando o Novo Banco recebeu uma injeção de fundos de 4,9 mil milhões – considerada então suficiente e com margem de folga.
O número traduz ainda o facto de as autoridades terem classificado como “saudáveis” créditos concedidos a grandes clientes – que os usaram, nomeadamente, para financiar as empresas do GES – que afinal em 2015 entraram em incumprimento.
Cerca de ano e meio depois da medida de resolução aplicada ao BES, estes prejuízos contrastam com os lucros apurados no mesmo período pelo BCP (235 milhões), pelo Santander Totta (291 milhões) e pelo BPI (236 milhões) e que somados, refere o jornal, chegam aos 763 milhões de euros. Apenas a Caixa fechou o ano com as contas no vermelho: 171 milhões negativos.

Nacionalizar?

A divulgação das contas de 2015 do Novo Banco decorre numa altura em que o Banco de Portugal se prepara para iniciar uma segunda tentativa para vender a instituição num clima de indefinição à volta do seu futuro, refere o Público, com vozes com peso político a aparecerem a defender soluções distintas para a instituição.
Este fim-de-semana, o ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, defendeu, em entrevista ao Diário Económico, que a nacionalização é “uma saída possível” para o Novo Banco e que “a venda não será já muito favorável”, já que “estamos num momento de vulnerabilidade da banca, em que os bancos estão todos com o valor de mercado abaixo do valor contabilístico”.
O futuro do chamado Banco Bom, nascido da queda do BES, depende de “uma opção política”, afirma o ex-presidente do BES e do Novo Banco, cabendo ao governo “estudar as várias alternativas” existentes para “ver qual a configuração que seria desejável ou conveniente ou menos disruptiva para a economia e para a sociedade portuguesa daqui por uns anos”.
O deputado do PCP Miguel Tiago anunciou esta manhã, durante o segundo dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2016, que o partido vai dar entrada no Parlamento com uma proposta para a nacionalização do Novo Banco.
“É fundamental que, já que pagámos o banco, ao menos que fiquemos com ele”, atirou o deputado comunista, lançando o repto ao ministro das Finanças, Mário Centeno, para que falasse sobre as medidas do Estado para o sistema financeiro.
Miguel Tiago exigiu saber que políticas tem o Governo pensadas para a banca, nomeadamente para a CGD. “Qual é a avaliação que o Estado faz das necessidades de capital da CGD? Qual o cabimento orçamental que está neste momento preparado para poder ser colocado a disposição de uma capitalização da CGD?”, questionou.
Miguel Tiago frisou que “não pode acontecer um novo caso Banif, caso BES/Novo banco, nos próximos anos. Porque isso revelou o Estado a ser utilizado como instrumento de extorsão dos portugueses para pagar os erros dos banqueiros”.
ZAP

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