segunda-feira, 20 de junho de 2016

PRODUTORA DE FILMES PORNOGRÁFICOS DEVE 1 MILHÃO AO BCP


 
Hotgold Portugal / Facebook
A produtora portuguesa de filmes pornográficos Hotgold está a tentar evitar a insolvência, com um processo de recuperação judicial que revela que o Banco Comercial Português (BCP) é o principal credor da empresa, tendo a haver cerca de um milhão de euros.
Jornal de Negócios atesta que “o BCP representa 40% da dívida total” da Filmes Hotgold que tem pagamentos em falta da ordem dos 2,5 milhões de euros.
A produtora está, neste momento, em Processo Especial de Revitalização, com o intuito de evitar a insolvência. Um processo despoletado pela Autoridade Tributária que reclama o pagamento de umadívida de 321 mil euros. Em causa estão valores de IVA e IRC por pagar.
Quando ao BCP, o Jornal de Negócios especifica que estão em causa diferentes contratos de empréstimo, nomeadamente um feito através da linha de crédito PME Crescimento 2013 em que o Banco alega ter a receber 140,6 mil euros.
Há ainda outro empréstimo de do BCP à HotGold de 626 mil euros correspondente a um contrato de locação financeira imobiliária e outro de 254 mil euros num contrato de “cessão continuada de créditos”, que diz “respeito aos adiamentos efectuados pelo BCP por conta dos créditos cedidos”, de acordo com o diário económico.
Por fim, há também um cartão de crédito com dívidas de 3,7 mil euros.
No PER não haverá garantias anexadas aos diferentes créditos da produtora, mas pode haver imóveis para suportar as dívidas, segundo o Jornal de Negócios.
A produtora que é dona do canal Hot TV deve ainda dinheiro a empresas por direitos de transmissão televisiva e a antigos funcionários.
ZAP

15 ANOS DEPOIS, REALIZOU-SE O FUNERAL DE UM BOMBEIRO MORTO NO 11 DE SETEMBRO


 
Bombeiro pede reforços, atentado de 11 de Setembro de 2001, World Trade Center
Bombeiro pede reforços, atentado de 11 de Setembro de 2001, World Trade Center
Um dos bombeiros desaparecidos em serviço no combate às chamas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, teve o seu funeral esta sexta-feira, quase 15 anos depois do seu desaparecimento.
A família de Lawrence Stack, que teria hoje 58 anos, organizou o funeral, sem esperanças de o voltar a encontrar, depois de ter recuperado duas amostras de sangue do bombeiro, que ele deu para ser dador de medula óssea.
O funeral realizou-se em Long Island, em Nova Iorque, e teve a presença de centenas de bombeiros, do presidente da Câmara Nova Iorque, Bill de Blasio, e do chefe dos bombeiros de Nova Iorque,Daniel Nigro.
“Ele sobreviveu ao colapso da torre sul e continuou a ajudar corajosamente outros. Estava a ajudar um cidadão quando foi destruída a torre norte, matando os dois”, disse Nigro no discurso de homenagem.
O casaco do bombeiro de Nova Iorque, antigo militar da Marinha dos Estados Unidos, ex-veterano da guerra do Vietname, foi encontrado no local, mas sem vestígios do corpo.
(dr) FDNY
Lawrence Stack
Lawrence Stack
A 11 de setembro de 2001, dezanove elementos da rede terrorista Al-Qaida perpetraram ataques coordenados, incluindo o sequestro de dois aviões de passageiros que embateram contra as torres do WTC.
Um terceiro avião embateu contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa norte-americano, em Washington, enquanto um quarto aparelho caiu num campo na Pensilvânia (este), quando os passageiros tentaram impedir os terroristas de o controlar.
Os atentados fizeram quase três mil mortos, mas só 1.637 das vítimas foram encontradas e identificadas.
Dos bombeiros que tentaram ajudar na tragédia, 343 morreram e 127 nunca chegaram a ser encontrados.
ZAP / Lusa

MICROSOFT DESENVOLVE SOFTWARE PARA INDÚSTRIA DO CANÁBIS


 
A Microsoft anunciou que vai atuar na indústria do cultivo e comercialização legal de canábis nos Estados Unidos.
Assim, a empresa fechou um acordo com a Kind Financial, uma startup de Los Angeles que desenvolve um software para empresas relacionadas com o ramo do canábis, permitindo que os produtores tenham total controlo das plantações de ervas até o ponto de venda, “da semente à venda”.
O papel da Microsoft será ajudar a startup a melhorar o software “Agrisoft Seed to Sale”, desenhado para facilitar as trocas comerciais da planta nos estados onde o seu consumo médico ou recreativo está legalizado.
“O objetivo desta parceria é alavancar os recursos de cada empresa para fornecer aos estados e autarquias soluções criadas especialmente para a tecnologia de rastreio”, afirmou a startup em comunicado.
Além disso, a Kind Financial também oferece quiosques, estilo multibanco, que facilita a venda da canábis ao público, já que muitas lojas que vendem canábis são, de certa forma, prejudicadas pela falta de vontade dos bancos para lidar com o dinheiro vindo desse nicho.
O software da Kind Financial vem, assim, “encerrar lacunas entre os empresários do negócio de marijuana, as agências regulatórias e as instituições financeiras”.
Este mercado é visto como tendo um grande potencial, já que o uso recreativo e medicinal da planta é permitido em 20 estados, abrindo um leque de oportunidades para a empresa, principalmente no setor da tecnologia.
De acordo com o analista financeiro Matthew Karnes, o mercado do canábis nos Estados Unidos aqueceu ainda mais a economia do país.
Em 2015, esta indústria movimentou cerca de 4,8 mil milhões de dólares e, este ano, esse número pode saltar para 6,5 mil milhões de dólares. Até 2020, a previsão é que chegue a 25 mil milhões de dólares.
No entanto, o movimento foi considerado arriscado pelos investidores, devido ao estigma ainda associado ao consumo de canábis, mesmo nos estados norte-americanos em que é legal.
ZAP / Canal Tech

NASA DESCOBRIU QUE A LUA TEM UM IRMÃOZINHO


 


NASA
A Terra vista da Lua por Bill Anders, astronauta da missão Apollo 8
Parece que a Lua não é a única companheira cósmica da Terra. O recém-descoberto asteróide 2016 HO3 orbita o Sol de tal forma que não se desvia muito da Terra, tornando-se assim um “quase-satélite” do nosso planeta.
“Um outro asteróide – 2003 YN107 – seguiu um padrão orbital semelhante, durante algum tempo, há mais de 10 anos atrás, mas partiu para longe da nossa vizinhança”, disse Paul Chodas, do Centro de Estudos dos Objectos Próximos da Terra, da NASA, em comunicado.
O novo asteróide, por sua vez, possui uma órbita mais fechada com a nossa. “Os nossos cálculos indicam que 2016 HO3 tem sido um quase-satélite estável da Terra por quase um século, e vai continuar a seguir esse padrão como companheiro da Terra nos Séculos que virão”, referiu ainda Paul Chodas.
Há mais quatro corpos terrestres que se tornaram “Luas temporárias” da Terra – os asteróides 2003 YN107, 2004 GU9, 2001 GO2 e 2002 AA29. Mas, contrariamente ao 2016 HO3, estes asteróides estiveram próximos da Terra apenas durante dezenas de anos, o que significa muito pouco tempo em termos espaciais.

Ao nosso lado

O asteróide foi descoberto em 27 de Abril passado por cientistas usando o telescópio Pan-STARRS 1, no Havai.
O tamanho exacto do objecto espacial não é conhecido, mas os pesquisadores pensam que ele possui entre 40 a 100 metros de largura.
À medida que a rocha espacial orbita o Sol, faz um giro em torno da Terra também, metade do tempo à frente do planeta e e atrás na outra metade.
A órbita de 2016 HO3 é ligeiramente inclinada em relação à da Terra, de modo que o asteróide também balança para cima e para baixo através do plano orbital do nosso planeta.
O caminho de 2016 HO3 tende a mudar ao longo do tempo, mas a força gravitacional da Terramantém o asteróide numa passagem mais ou menos estável: ele nunca chega mais perto de 14,5 milhões de quilómetros do nosso planeta, e nunca se afasta mais de 38,6 milhões de quilómetros de nós.
“Com efeito, este pequeno asteróide está preso numa pequena dança com a Terra“, afirmou Chodas.
E essa dança não é perigosa: o 2016 HO3 não representa uma ameaça para o planeta.
ZAP / HypeScience

O MAIS ANTIGO COMPUTADOR DO MUNDO ERA USADO PARA PREVER O FUTURO


 
Marsyas / Wikimedia
Máquina de Anticítera
Máquina de Anticítera
Desde a sua descoberta, em 1901, a Máquina de Anticítera tem fascinado investigadores do mundo todo. Só recentemente o seu funcionamento foi desvendado, mas a sua finalidade ainda era um mistério.
Segundo um estudo recente, que levou mais de uma década, o mecanismo de Anticítera, datado de 87 a.C., não era afinal utilizado pelos astrónomos para prever eclipses.
Na semana passada, um grupo de investigadores anunciou o resultado da análise de pequenas inscrições encontradas em várias partes do mecanismo. Com algumas letras a medir meros 1,2 mm, foram necessárias técnicas especiais para revelar o texto escrito nas 82 diferentes partes que sobreviveram do mecanismo.
O que os investigadores revelaram é fascinante: os 3.500 caracteres decifrados mostram que o mecanismo não era apenas um computador para calcular eclipses e a posição dos astros, mas sim uma ferramenta para prever o próprio futuro, considerando o excerto sobre a cor de um futuro eclipse e o seu significado.
“Ainda não estamos bem certos de como interpretar isto, mas pode ser que remeta a sugestões de que a cor de um eclipse era algum tipo de presságio ou sinal”, conta Mike Edmunds, professor de astrofísica na Universidade Cardiff.
“Certas cores podem indicar um futuro melhor do que outras. Se for assim, e se estivermos a interpretar isto corretamente, então este é o primeiro caso de um mecanismo com uma referência real à astrologia em vez de astronomia”, conclui ele.
Os investigadores apontam que, mesmo assim, o objetivo principal do mecanismo era astronómico, e não astrológico – era como um livro de estudo.
“Não era uma ferramenta de pesquisa, algo que um astrónomo usaria para fazer cálculos, ou mesmo um astrólogo para fazer prognósticos, mas algo que usaríamos para ensinar sobre o cosmos e o nosso lugar no mesmo”, acrescenta Alexander Jones, um historiador da Universidade Nova Iorque.
“É como um manual de estudo de astronomia como era entendida na época, que ligava os movimentos do céu e dos planetas às vidas dos antigos gregos e ao seu ambiente”.
Outras coisas que os investigadores descobriram era que, aparentemente, o mecanismo foi construído na ilha de Rodes, e não foi o único.
Pequenas variações nas inscrições sugerem que pelo menos duas pessoas estiveram envolvidas na criação do instrumento, mas é provável que outros tenham sido recrutados para fazer as engrenagens.
Com tantas cabeças envolvidas, seria provavelmente resultado da produção de uma pequena oficina, e não de uma única pessoa.

Usuarios de Movistar podrán usar red 3G en el Tren Ligero de Guadalajara


by Yesica Flores
Guadalajara, Jalisco, 20 de junio de 2016. Un total de 16 estaciones subterráneas del Tren Ligero de Guadalajara ya cuentan con cobertura 3G, lo que permitirá a los usuarios de Movistar hacer llamadas y utilizar sus datos con una mayor velocidad, mejor calidad y sin interrupciones durante su trayecto en el medio de transporte, tanto en los andenes como en el interior de los túneles, así lo dio a conocer Omar Calvo, Director de Redes de Telefónica México.
La tecnología permitirá a los usuarios descargar contenidos con una velocidad de hasta 8 megabits por segundo (Mbps), en tanto que para el envío de información podrán contar con una velocidad de hasta 1.5 Mbps.
La implementación del sistema representa la culminación del proyecto nacional de cobertura de estaciones subterráneas del transporte público, que contempló un total de 145 estaciones y más de 150 de túneles en la Ciudad de México, Monterrey y Guadalajara, explicó Calvo.
En este sentido, el directivo destacó que “la intención de Movistar, es ofrecer a nuestros usuarios el mejor servicio de voz y datos, sin importar el lugar en el que se encuentren”.
Acerca de Telefónica
Telefónica es una de las mayores compañías de telecomunicaciones del mundo por capitalización bursátil y número de clientes. Apoyándose en las mejores redes fijas, móviles y de banda ancha, así como en una oferta innovadora de servicios digitales, la Compañía se está transformando en una ‘Telco Digital’, lo que le posiciona muy favorablemente para satisfacer las necesidades de sus clientes y capturar el crecimiento en nuevos ingresos.
Presente en 21 países y con una base de clientes de 321.9 millones de accesos, Telefónica tiene una fuerte presencia en España, Europa y Latinoamérica, donde concentra la mayor parte de su estrategia de crecimiento. Telefónica es una empresa totalmente privada que cuenta con más de 1,5 millones de accionistas directos. Su capital social está dividido en la actualidad en 4.657.204.330 acciones ordinarias que cotizan en el mercado continuo de las bolsas españolas y en las bolsas de Londres, Nueva York, Lima y Buenos Aires.
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Yesica Flores | junio 20, 2016 a las 2:35 pm 

Livro. AUTORES E ESCRITORES DE ANGOLA (1642 - 2015)

473 anos de livros escritos por angolanos

VOCÊ TAMBÉM ESTÁ LÁ?
Finalmente, depois de um longo, exaustivo e nobre percurso de pesquisa, já está no prelo o livro de Tomás Coelho, “Autores e Escritores de Angola (1642-2015)”. 

Quem publicou algum livro até ao final de 2015, e tiver nascido em Angola, está certamente nele incluído. 

O lançamento está previsto para Setembro, em Angola e em Portugal. 

As reservas devem ser feitas por aqui:
 http://loja.autores.club/index.php?controller=contact

OC

ÁFRICA: ELETRICIDADE OU OBSCURIDADE

Rui Peralta, Luanda

São centenas de milhões de pessoas, no continente africano, que não têm acesso á electricidade. De facto, segundo as estatísticas da UA, são mais de 645 milhões de africanos sem acesso á electricidade. Para superar este panorama o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) desenvolve diversos programas como, por exemplo, o Ilumina e Acende África, com o objectivo de proporcionar o acesso universal á energia eléctrica no continente no próximo decénio. O programa pretende atingir os seus objectivos através da expansão da rede eléctrica e para isso serão investidos cerca de 12 mil milhões de USD nos próximos cinco anos.
África tem o direito a desenvolver-se e o acesso á energia é um passo importante, fundamental e impulsionador, para a criação de riqueza e de bem-estar. Nesse sentido o continente não pode estar sujeito a regimes rígidos de cortes de emissão de gases ou a outras medidas retiradas das cimeiras climatéricas internacionais, que a serem aplicadas em África, de forma inconsequente, serão obstáculos ao desenvolvimento. O acesso á energia é uma prioridade para o continente africano e não podem ser descuradas quaisquer fontes e alternativas.

As energias renováveis e as alterações climáticas são questões importantes e pertinentes, às quais o continente não pode ficar alheio. O problema é se estas questões serão uma prioridade para África. Para se industrializarem segundo os novos parâmetros energéticos os países africanos seriam obrigados, por exemplo, a ocuparem largas centenas de hectares com centrais solares ou eólicas, por fábrica, para obterem a potência necessária. Não é apenas uma questão do fluxo de financiamento necessário ou de transferência de tecnologia.

As alterações climáticas são reais e de Norte a Sul do continente concorda-se por unanimidade que África é vítima desse fenómeno, sem o ter provocado. Torna-se necessário que o continente africano receba apoio financeiro para adaptar-se às consequências negativas das alterações climáticas mas, ao mesmo tempo, esses fluxos de financiamento devem desempenhar um papel-chave nos esforços de desenvolvimento. O fluxo irregular dos recursos financeiros disponibilizados (e não concretizados) para adaptação e compensação dos novos compromissos energéticos, mais o ténue compromisso assumido pelos países industrializados na redução de emissões de gás carbono são duas questões que colocam duvidas, apesar dos países africanos terem apoiado plenamente o acordo climático de Paris.

Mas existe, ainda, uma outra questão fundamental nesta problemática das redes eléctricas em África: a ineficiência dos serviços públicos, incapazes de proporcionar o acesso universal á energia e de proporcionar energia fiável, necessário para o esforço de desenvolvimento. Esta ineficiência advém de múltiplos factores (corrupção, incompetência, burocracia, etc.), que nada tem a ver com o facto de os serviços serem públicos. Não é a privatização que vai resolver essa questão, conforme apregoam por aí alguns “reformadores estruturantes”. Se esses serviços forem privatizados as coisas pioram e muito. Torna-se, pois, necessária uma reforma desses serviços e uma nova filosofia de gestão pública baseada na excelência do serviço público, para optimizar a prestação de serviço às populações e torná-lo um instrumento de desenvolvimento e uma ferramenta de equidade.

Até lá persistirá a neocolonização dos electrões e o consequente sofrimento por parte dos cidadãos africanos.

NOVO ALERTA SOBRE AS BACTÉRIAS “INVENCÍVEIS”

Mutações genéticas podem tornar ineficazes até mesmo os antibióticos de “último recurso”. Por que o uso irresponsável destes medicamentos – inclusive para alimentação do gado – tem de ser proibido sem demora
Martin Khor* - Outras Palavras - Tradução: Cauê Ameni

A resistência aos antibióticos – um processo em que eles perdem o efeito, porque as bactérias tornaram-se resistente – está ganhando nova importância na agenda global, devido à crescente consciência da imensa ameaça que representa à saúde e a sobrevivência humanas. No entanto, ainda não há ações suficiente para enfrentar tal crise, que foi debatida no encontro dos ministros da Saúde na ONU, entre  23 e 28 de maio.

O encontro foi precedido por uma noticia recente e perturbadora. Cientistas descobriram um gene, o MCR-1, que cria resistência à colistina, um poderoso antibiótico usado como último recurso para tratar de infecções quando outros medicamentos não funcionam.

Ainda mais preocupante: o gene tem a característica de ser capaz de mover-se facilmente de uma cepa de bactérias a outras espécies. Isto produz uma ameça: muitas infeccções podem tornar-se intratáveis, o que nos aproximaria do pesadelo de uma era sem antibióticos efetivos. A Malásia foi um dos primeiros países em que os cientistas encontraram o gene MCR-1. Por isso, e preciso tomar providências ainda mais serias, incluive a possivel proibição do uso de colistina na alimentação animal.

O gene foi descoberto durante um estudo realizado na China. Em novembro de 2015, Yi-Yun Liu e seus colegas publicaram um artigo na revista The Lancet Infectious Diseases, em que revelaram ter encontrado o MCR-1 em 166 de 804 suínos em abate que haviam testado; em 78 de 523 amostras de carne de frango de porco a venda no varejo; e em 16 de 1.322 pacientes hospitalares.

O estudo indica que há uma cadeia na disseminação da resistência. Ela começa a partir do uso de colistina na alimentação animal e propaga-se para os animais abatidos, os alimentos e os seres humanos.

Um dos autores, o professor Jian-Hua Liu, da Universidade de Agrilcutura do Sul da China, foi citado em matéria no Guardian. Afirmou que os resultados eram extremamente preocupantes, por revelarem o surgimento do primeiro gene de resistência à polimixina, que é facilmente transmitida entre bactérias comuns, tais como E. coli e K. pneumonia.

Este resultado sugere que “a progressão da resistência extensiva a drogas — que se da quando uma bactéria é resistente a diversos fármacos – para a resistência generalizada a drogas [pandrug resistence] é inevitável”, acrescentou Liu.

A colistina pertence a uma categoria de antibióticos conhecida como polimixinas. No passado, não eram utilizados largamente, por terem efeitos tóxicos. Mas, agora, são empregados como um último recurso, quando outros antibióticos não funcionam devido a resistência.

“Todos os principais elementos estão agora reunidos, para que um mundo sem antibióticos efetivos tornese uma realidade”, disse outro co-autor do estudo, o professor Timonthy Walsh da Universidade de Cardiff, ao site da BBC News. Ele pressegue: “Se o MCR-1 tornar-se global — o que parece mais uma questão de quando que de se — e se o gene se alinhar com outros genes de resistência a antibióticos, o que sera inevitável, teremos atingido, provavelmente, o início da era sem antibióticos. Neste ponto, se um paciente estiver gravemente doente — digamos que com E. coli –, não haverá nada que se possa fazer”.

Suspeita-se que a principal razão para o surgimento e a propagação do gene seja seu o descomedido de colistina para alimentar o gado e induzir seu crescimento. De acordo com o artigo de Liu e seus colegas, grande parte do uso mundial anual do antibiótico na alimentação animal — cerca de 12 mil toneladas — está concentrado na China.

O documento menciona que, além da China, o gene MCR-1 também foi encontrado na Malásia e Dinamarca. Cientistas malasianos chegaram ao sequenciamento do DNA da bactéria em dezembro de 2014, utilizando genes que parecem ao MCR-1. A possibilidade de que o E. coli com o gene MCR-1 tenha se espalhado pelo Sudeste Asiático é “profundamente preocupante”, disseram os autores.

Depois que o documento foi publicado, novas informações revelaram que o gene MCR-1 foi encontrado em amostras de bactérias em muitos outros países: Tailândia, Laos, Brasil, Egito, Itália, Espanha, Inglaterra, País de Gales, Holanda, Argélia, Portugal e Canadá.

O aspecto mais assustador sobre o MCR-1 é a facilidade com que pode propagar sua resistência a outras espécies de bactérias por meio de um processo conhecido como transferência horizontal de genes.

Alguns anos atrás, houve um susto semelhante sobre NDM-1, um gene capaz de saltar de uma bactéria para outras espécies, tornando-as altamente resistentes a todas as drogas conhecidas — exceto duas, entre elas colistina.

Se o MCR-1 resistente a colistina se combinasse com a NDM-1, a bactéria com os genes combinados seria resistente a quase todos os fármacos.

Em 2010, foram encontrados apenas dois tipos de bactérias com o gene NDM-1 – E. coli e Klebsiella pneumonia. Apos alguns anos, o NDM-1 foi encontrado em mais de vinte espécies diferentes de bactéria.

A descoberta do NDM-1 e agora do MCR-1 acende o alerta vermelho para a tarefa de enfrentar a resistência anti-microbial.

Em 2012, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, alertou que todos os antibióticos já desenvolvidos estavam em risco de se tornarem inúteis. “Uma era sem antibióticos significa um ponto final na medicina moderna como a conhecemos. Doenças comuns como faringite estreptocócica ou um ferimento profundo no joelho de uma criança poderiam matar novamente”.

Uma ação imediatamente necessária a ser tomada é proibir o uso de colistina na almimentação do gado. A conceituada revista Lancetpublicou um comentário em fevereiro de 2016, segundo o qual é prciso exigir das autoridade políticas a restrição ao uso de polimixinas (incluindo a colistina) na pecuária — ou estaremos diante de um número cada vez maior pacientes aos quais será preciso dizer: “Desculpe, mas não há nada que eu possa fazer para curar sua infecção”.

Outros antibióticos que são usados pelos seres humanos também deveriam ser proibidos ou rigidamente restritos para a pecuária, especialmente se são usados como indutores de crescimento.

Um Plano de Ação Global contra o risco do colapso dos antibióticos deve incluir cinco objetivos: usar medicamente apropriados na saúde humana e animal; reduzir as infecções por meio de medidas de saneamento, higiene e prevenção; reforçar a vigilância e estimular as pesquisas; educar o público tão bem quanto os médicos, veterinários e fazendeiros, sobre o uso adequado de antibióticos; e aumentar o investimento no desenvolvimento da novos remédios, ferramentas de diagnósticos e vacinas.

Martin Khor é diretor executivo do South Centre, uma organização intergovernamental de países em desenvolvimento, com sede em Genebra. É jornalista, economista e antigo diretor da Third World Network. É ativo nos movimentos da sociedade civil.

Divulgação Semanal CAE Portalegre


10 anos de CAE Portalegre

Divulgação Semanal
Programação do Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre

Mais info em: http://caeportalegre.blogspot.pt/
Facebook : https://www.facebook.com/CAEdePortalegre
1 JUL. SEX. 23H
The Jack Shits
Rock| CC | 3€ | M/12 anos
10 anos de CAE Portalegre


Os The Jack Shits são uma banda de garage rock que junta Jack Legs (Diogo Augusto), Jack Straw (Samuel Silva) e Jack Suave (Nick Nicotine). “The Fine Art of Bleeding” foi o EP de estreia da banda, quatro temas crus, sem esquisitices e diretos ao assunto, características que são a imagem de marca da banda.
Depois do primeiro LP, de 2014,“Chicken Scratch Boogie”, em 2015, soltam o seu novo álbum "Tape Ex Machina", com 12 temas garage rock delicioso, e que por ironia do destino, nunca foi apresentado ao vivo. Neste Verão de 2016, arranca a tour de apresentação deste energético trabalho, e a coisa promete.
CINEMA CAEP.
Morada: Praça da Republica nº 39, 7300-109 Portalegre
Tel: 245 307 498 Blog: http://caeportalegre.blogspot.pt/
Facebook: https://www.facebook.com/CAEdePortalegre
                
                                                                         
CAE Portalegre · Praça da Republica,39 · 7300-109 Portalegre · Portalegre 7300-109 · Portugal 

Câmara de Pombal

A Câmara de Pombal já definiu a calendarização da edição deste ano do Orçamento Participativo, cujo regulamento se encontra disponível em http://www.pombalparticipa.pt
As propostas que irão ser submetidas a análise pela Comissão Técnica deverão ser apresentadas até ao dia 31 de Julho através do mail pombalparticipa@cm-pombal.pt ou on-line no portal http://www.pombalparticipa.pt. Há também a possibilidade de apresentar as propostas de forma presencial nas Assembleias Participativas, nas sedes das Juntas de Freguesia ou no edifício dos Paços do Concelho. As propostas submetidas presencialmente são posteriormente inseridas no portal de participação pela equipa do Orçamento Participativo.
Até ao dia 31 de julho vão decorrer as Assembleias Participativas, estando a primeira já marcada para hoje, dia 20 de junho, na Junta de Freguesia de Almagreira. Seguem-se depois São Simão de Litém (21 de Junho), União das Freguesia de Ilha, Guia e Mata Mourisca (24), Meirinhas (27), Louriçal (29), Santiago de Litém (1 julho), Carnide (4 Julho), Albergaria dos Doze (6 Julho), Vermoil (8 Julho), Abiul (12 Julho), Carriço (14 Julho), Vila Cã (15 Julho), Pombal 19 Julho), Pelariga (20 Julho).
As Assembleias Participativas são espaços de esclarecimento, apresentação informal e discussão de propostas e podem realizar-se independentemente do número de participantes.
A avaliação técnica e a publicação dos projetos provisórios está marcada para 31 de Agosto.
Segundo a calendarização prevista, a votação dos projetos decorrerá de 21 a 30 de Setembro, período durante o qual os proponentes poderão também apresentar as suas propostas.
A seleção e apresentação dos projetos vencedores decorrerá a 5 de Outubro.
O Orçamento Participativo é uma estratégia deste Executivo e tem como objetivo incentivar e fomentar uma cidadania ativa e práticas de construção coletiva. Pretende ainda ser um contributo para a modernização dos serviços municipais e a sua respetiva abertura à Sociedade Civil.
Na edição de 2015 foram apresentadas 17 propostas, sendo que apenas três foram selecionadas: Parque Arborismos de Albergaria dos Doze, Parque de Atividades para adultos e Crianças e o Plano de Aproveitamento e Desenvolvimento da Serra de Sicó.

Apps de cine


by Yesica Flores
Si eres una de esas personas que aman y se apasionan con el cine, déjame darte una buena noticia; esta actividad no se limita únicamente a una sala cinematográfica y esta pasión puede extenderse tanto como tú lo quieres, y para ello en la actualidad existen muchas apps que te ayudan a vivir la magia del cine fuera de una de estas salas.
Las apps de cine no propiamente te ayudan a hacer películas o te permiten ver cintas, en realidad las apps de cine no te muestran el cine de esa manera, sino más bien te dan la información necesaria que complementa esa experiencia, con información, notas técnicas, detalles, hechos, curiosidades, videos y trailers; de esta manera puedes ver el cine en su completa extensión y mis apps de cine favorita son estas.

Apps de cine

IMDb te permite entrar y acceder a toda la información que tiene IMDb sobre cine
TodoMovies 3 te ayuda a encontrar toda lo que necesitas sobre una película
Movie Quizzle pone a prueba tus conocimientos sobre cine, lo malo es que esta en inglés y con muchas películas de habla inglesa.
Yesica Flores | junio 20, 2016 a las 8:00 am 

Macroscópio – O dia em que os britânicos também votam o nosso futuro

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!
 
O referendo de quinta-feira sobre a continuação do Reino Unido na União Europeia é um daqueles momentos que podem mudar mais do que a história de um país. Pode influenciar profundamente a história da Europa e ter um impacto que poucos se atrevem a medir sobre a tímida recuperação económica não apenas no Velho Continente, mas a uma escala mais geral. É também um daqueles momentos em que uma campanha por vezes bem rasteira (e que pode degenerar em momentos de violência, como o do assassinato da deputada trabalhista Jo Cox) é capaz coexistir, e coexiste, com um debate político e intelectual realmente interessante. Neste Macroscópio vamos tentar dar algumas pistas para seguir esse debate com um pouco mais de elevação.

Antes contudo de seguirmos para a imprensa inglesa deixem-me fazer referência a um pouco do que em Portugal tem sido publicado sobre este referendo e a perspectiva de um Brexit. Eis alguns dos textos mais relevantes:
  • A Rainha, a diferença britânica e o Brexit, de André Azevedo Alves no Observador, que recorda a história do Reino Unido para lembrar que “ao contrário do que acontece em muitos outros países, ao longo dos últimos séculos o sistema político britânico conseguiu evoluir gradualmente, num processo de sucessivos ajustamentos adaptativos por tentativa e erro, sem nunca ficar refém desses extremistas e loucos”.
  • O meu voto pelo Remain, de Fausto de Quadros, Professor Catedrático de Direito Constitucional Europeu, também no Observador, onde defende que “O melhor que poderia sair do referendo do dia 23, inclusive para nós, portugueses, seria a permanência do RU na UE e, simultaneamente, um revigoramento da UE no sentido da sua melhor adaptação aos tempos atuais e do seu aprofundamento.”
  • O referendo no Reino Unido e o seu impacto na realidade política europeia, de Francisco Assis, agora no Público, onde o eurodeputado do PS manifesta a esperança de que “um acontecimento tão traumático como seria a saída do Reino Unido [possa] ter o efeito de libertar energias até agora aprisionadas. Quer na França, quer na Alemanha, têm surgido importantes vozes políticas, do centro-esquerda e do centro-direita, a propor a criação de uma espécie de vanguarda europeia inspirada no modelo federalista.”
  • A call to Britain, de José Ribeiro e Castro, igualmente no Público, em que o autor manifesta a esperança de que os britânicos fiquem na Europa porque concorda com muitas das suas críticas à “contínua deriva centralizadora e ao modo autocrático ou oligárquico que prevalece nas instituições europeias”. Por isso o referendo deveria, para ele, “ser o novo Dia D, o dia em que os britânicos dizem isto: “Sim, somos europeus. Mas queremos uma União Europeia diferente; e vamos trabalhar para isso.” Na Europa, há centenas de milhões de cidadãos comuns à espera disto.”
  • O dia seguinte, de Miguel Monjardino no Expresso (paywall), onde se defende que “No dia 24, Lisboa deveria tomar uma iniciativa política — falar com a sociedade portuguesa sobre o futuro do país. Isso deverá suceder independentemente do resultado do referendo no Reino Unido sobre a União Europeia. Porquê? Sobretudo por causa do que tem vindo a acontecer ao nível euro-atlântico”.
  • Referendo britânico e eleições em Espanha: Em defesa do compromisso e da moderação, de João Carlos Espada, de novo no Observador, que nota que “Ao contrário do que tem sido dito por muitos analistas, devemos saudar o facto de a divisão sobre o referendo ter fundamentalmente passado pelo interior do partido conservador — o mais antigo partido de todas as democracias ocidentais, convém recordar.”
  • Contra o brexit marchar, marchar, de Leonídio Paulo Ferreira, no Diário de Notícias, que apesar do título da crónica, desdramatiza: “Prefiro sem dúvida uma União Europeia com os britânicos, mas, mesmo que no dia 23 ganhe o brexit, a geografia e a história continuarão a mantê-los europeus. E de certeza nossos aliados para o que der e vier, depois do choque inicial. É assim há pelo menos 600 anos”.
  • Reinos desunidos, “finis Europae”?, de José Manuel Sardica na Renascença, um texto onde o historiador faz o contrário e dramatiza bastante a sua posição: “Se a Grã-Bretanha sair, será o princípio do fim da UE. No imediato, obrigará a criar cenários e instrumentos nunca previstos nos quadros legais comunitários. (…) A médio prazo, abrir-se-ia o terrível precedente de que é possível… sair. Outros países pensariam no mesmo (…). A lógica da Europa foi sempre a da bicicleta: parar é cair, por isso a rota é em frente e para mais integração.”
  • Uma voz no Brexit, de Lucy Pepper, uma inglesa a viver há muitos anos em Portugal e que no Observador olha para a terra onde nasceu e nota que “o país se está a rasgar em duas partes (no momento em que escrevo, as sondagens dão 50/50), como o fervor nacionalista está a vir ao de cima, e perguntamo-nos se ainda pode ser pior: o país onde nascemos e crescemos está a tornar-se numa coisa que já não reconhecemos. Pelo menos, eu já não o reconheço.”

Realizado este rápido “tour d’horizon” da imprensa portuguesa, cruzemos o Canal da Mancha para destacar alguns textos cuja densidade e seriedade, defendendo posições bem diferentes, me chamaram a atenção. Começo por três que defendem a saída do Reino Unido da União Europeia e o fazem em termos que nada têm a ver com o histerismo da campanha ou o extremismo de alguns cartazes anti-imigração.


O primeiro desses textos é o editorial da velhíssima e muito respeitada revista Spectator, que tomou partida pela saída, o "Leave". Em Out – and into the world: why The Spectator is for Leave recorda-se que a publicação ficou muitas vezes isolada no passado e não teme estar de novo em minoria entre as elites. É um texto longo e bem argumentado onde se sublinha a excepcionalidade britânica e se defende a importância da soberania e das instituições: “The value of sovereignty cannot be measured by any economist’s formula. Adam Smith, the father of economics, first observed that the prosperity of a country is decided by whether it keeps its ‘laws and institutions’ healthy. This basic insight explains why nations thrive or fail, and has been the great secret of British success: intellectual, artistic, scientific and industrial. The principles of the Magna Carta and achievements of the Glorious Revolution led to our emergence as a world power. To pass up the chance to stop our laws being overridden by Luxembourg and our democracy eroded by Brussels would be a derogation of duty to this generation and the next.

Uma das vozes mais articuladas da campanha pelo Brexit é a do antigo secretário da Educação, Michael Gove, de que cito o texto publicado na Standpoint, Brexit Would Save Us And Set Europe An Example. É um texto centrado na defesa da ideia de que o acordo negociado por David Cameron para conseguir algumas excepções para o Reino Unido é insuficiente. Escreve ele, em defesa do Brexit: “From a British point of view, we would regain control of our borders, regain control of the £350 million of gross public expenditure which the EU supervises every week, regain control of trade so we could forge agreements with the rising nations of the East and the developing nations of the South, regain control of security so we could lead in the fight against extremism and regain control over our politicians by making them genuinely accountable once more for their actions.”

Tenho citado muitas vezes no Macroscópio o influente colunista de assuntos económicos do Telegraph, Ambrose Evans-Pritchard, e julgo que vale a pena voltar aos seus pontos de vista, agora expostos em Brexit vote is about the supremacy of Parliament and nothing else: Why I am voting to leave the EU. Este é um dos argumentos clássicos do debate britânico, presente tanto à esquerda como à direita e só compreensível se entendermos o respeito que os britânicos têm pelo “governo do Parlamento”, algo que para eles é regra desde a Gloriosa Revolução de 1689. Pequena passagem: “It is a quarter century since I co-wrote the leader for this newspaper on the Maastricht summit. We warned that Europe's elites were embarking on a reckless experiment, piling Mount Pelion upon Mount Ossa with a vandal's disregard for the cohesion of their ancient polities. We reluctantly supported John Major's strategy of compromise, hoping that later events would "check the extremists and put the EC on a sane and realistic path." This did not happen, as Europe's Donald Tusk confessed two weeks ago, rebuking the elites for seeking a “utopia without nation states" and over-reaching on every front.” (Já agora vale também a pena conhecer melhor as palavras de Donald Tusk, pelo que recomendo a leitura de Tusk blames 'utopian' EU elites for Eurosceptic revolt and Brexit crisis).

Passo agora a referir textos onde se defende de forma vigorosa e inteligente o “Remain”, começando também por um editorial de uma revista quase tão vetusta como a Spectator, mas porventura ainda mais respeitada: refiro-me à The Economist. Em Divided we fall faz-se uma defesa vigorosa de que “A vote to leave the European Union would diminish both Britain and Europe”. Eis um dos seus argumentos: “Even if Britain can leave the EU it cannot leave Europe. The lesson going back centuries is that, because Britain is affected by what happens in Europe, it needs influence there. If Germany is too powerful, Britain should work with France to counterbalance it. If France wants the EU to be less liberal, Britain should work with the Dutch and the Nordics to stop it. If the EU is prospering, Britain needs to share in the good times. If the EU is failing, it has an interest in seeing the pieces land in the right place.” (A revista publica também um ensaio mais longo e informativo, Europe: Between the borders, que também merece leitura atenta.)

Assumindo a sua condição de historiador, Antony Beevor (autor de obras como EstalinegradoParis Após a Libertação 1944-1949ou A Guerra Civil de Espanha), lembra a relação do Reino Unido com a Europa ao longo do século XX para defender, no Guardian, que o Brexit would make Britain the world’s most hated nation. É um texto escrito num registo bastante didático: “The origins of the EU lie in the second world war, but not in the way many people on both sides of the debate assume. Brexiters try to imply that European unification descends from Napoleon and Hitler, even though membership has hardly been imposed at the point of a bayonet. At the same time, defenders of the EU like to believe that it somehow prevented a third world war, when in fact peace depends rather more on good governance. Proper democracies do not fight each other.”

O Financial Times tem sido um dos mais vocais defensores da permanência do Reino Unido na União Europeia, o que não surpreende. De entre os muitos textos aí publicados, começo por fazer referência ao mais recente do seu colunista de assuntos europeus, Wolfgang Munchau, European values are more important than economics. Assumido europeísta, Munchau escreve que “So if you, like me, distrust the vastly exaggerated and implausible economic claims made by the Remain campaign, then consider an alternative line of reasoning: our values are under threat from people like Russian president Vladimir Putin, from Donald Trump if he were elected US president, and from bigots everywhere. They are under threat from global corporations that avoid paying taxes, and from countries that fail to respect climate agreements. (…) EU membership is not fundamentally about economics. It is about our way of life.”

Um registo bastante diferente é o do seu comentador económico do FT, o conhecido Martin Wolf, em Brexit imperils the confidence of strangers, um texto onde defende que “The uncertainty caused by a vote to leave the EU might trigger a sharp turnround in capital flows”. Mais: “The consequences of Brexit are unlikely to be limited to the UK. The direct impact of British economic instability on the world might not be large, though the eurozone is not in a good position to cope with negative shocks. But the indirect effects might be sizeable. Outsiders might view the UK’s departure as a sign that the EU is a sinking ship. Inside the EU, nationalists and xenophobes would take heart. Brexit might, in such ways, prove an important blow to the EU. (…) Yet perhaps the most important consequence might be as a signal of the sheer power of populist forces. If the UK can choose Brexit, maybe Donald Trump will become president of the US.”

No fim-de-semana, depois da morte de Jo Cox, as sondagens, que estavam a dar o “Leave” em alta, parecem ter começado a reflectir a tendência inversa. Mas todos sabemos como as sondagens costumam enganar-se no Reino Unido, provavelmente mais do que em qualquer outro lugar. Por isso, seja qual for a nossa inclinação, estes dias são e serão de enorme expectativa. É que mesmo considerando catastrofistas alguns dos cenários que nos têm vindo a ser apresentados, o tempo é de incerteza – e esta pode ser uma incerteza mais informada com a leitura de alguns dos Especiais que o Observador publicou nos últimos dias dedicados a uma abordagem mais aprofundada do Brexit: Brexit. O seu dinheiro está seguro?Caras e coroa. Quem é a favor e contra o "Brexit"; e Será assim tão "real" o risco de Reino Unido sair?

Tenham bom descanso e melhores leituras.

 
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