segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Banco de sangue do grupo Melo em Braga = Negócio de milhões à vista

Banco de sangue do grupo Melo em Braga = Negócio de milhões à vista


O jornal de Notícias na sua edição do dia 5 de Maio do ano em curso, no espaço Norte-Sul, achou por bem divulgar a noticia que segue em anexo, quiçá porque se trata de um grupo da área da saúde e, até dá uns espaços de publicidade a ganhar, mas, quando se trata de uma associação de dadores de sangue, mandam a mesma ir apanhar favas no quintal qualquer do vizinho, porque não interessa. É a imprensa que temos e merecemos.

Nós sabemos que o sangue que os dadores doam sem contrapartidas, vale ouro, movimenta milhões de euros, basta lermos os milhões que as unidades de saúde públicas e privadas devem durante anos ao IPST, enquanto se reduz os apoios financeiros às associações que desenvolvem as suas actividades nas comunidades onde estão localizadas. Estamos perante uma flagrante injustiça que tarda em ser reparada.

Nós dadores, e por sua vez as associações somos na verdade uma fonte de elevado rendimento, é típico neste mísero País. Onde estão os ditos fervorosos defensores dos dadores em primeira mão e, em segunda das associações vs grupos nelas filiados? A indignação é indescritível. Este mundo da dádiva está inquinado, minado de interesses inconfessáveis. Somos sugados até ao tutano…

Não procurem espetar o dedo muitas vezes nos nossos olhos, porque podem complicar-se as coisas. O IPST abençoa estas golpada? A Fox vai associar-se às campanhas de promoção a favor do Grupo Melo? Os dadores estão ser “devorados”, com umas palmadinhas nas costas, sussurrando-lhes aos ouvidos que é tudo a favor dos doentes, e movidos pelo nobre sentimento solidário lá comparecem para disponibilizar o braço, e através dele é-lhe extraído o que de mais valioso possuem a troco de nada, muitas das vezes de uma ilusão, nem sequer do mísero valor da isenção beneficiam. Sou dador de sangue há umas dezenas de anos, consequentemente fundador e presidente de uma associação de dadores, pelo que sei do que digo.

Não resisto ao impulso de “Apelar” aos dadores e associações daquela região para que abram os olhos, e procurem saber como é que o negócio vai funcionar... mais não digo por agora.
Sou da opinião que os dadores devem efectuar a sua dádiva nas brigadas promovidas pelas associações ou grupos que já conhecem e, nunca num destes hospitais de nos trituram a pouca dignidade que nos resta, que o então ministro da saúde se encarregou de destruir, quando decidiu retirar a isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos, tratando-nos abaixo de alguns animais considerados amigos do homem.

Concluo com profundo sentimento de revolta e desgosto, porque quando um dador é cometido de uma doença grave, ou outra, a primeira diligencia que efectua é junto da associação de dadores mais próxima, mas, enquanto pode doar, por vezes até ofende e critica os dirigentes das associações, por nada fazerem em seu benefício, mediante a reposição dos incentivos á dádiva, no caso da isenção das taxas. Nunca é tarde para acordar! Com esta opinião ponho-me a jeito para ser “devorado”, porque ainda existem dadores incautos… dizem e está escrito.
Não assino pactos com o silêncio, com a injustiça, com conivências, e não gosto de palmadinhas nas costas para me convencerem que não é bem assim, ou que estou enganado.
Não sou contra a dádiva de sangue, bem pelo contrário, o dador é soberano e faz do seu corpo o que quiser. Não aponte o dedo a quem procura defender a sua dignidade.

J. Carlos