domingo, 3 de maio de 2020

Reservas de sangue caíram 40%. Dadores estão a ser chamados por SMS

Consumo está a aumentar mas está a haver uma quebra de colheitas nos últimos meses. Instituto diz que só há reservas para sete dias.

Milhares de dadores estão a receber mensagens eletrónicas para os seus telemóveis (SMS) a pedir-lhes que vão dar sangue, numa altura em que o valor médio diário das reservas nacionais caiu quase 40% devido à pandemia e as necessidades estão a aumentar – e devem aumentar ainda mais com o desconfinamento gradual e com o retomar da atividade cirúrgica.

A notícia, avançada pelo Jornal de Notícias, baseia-se num alerta do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), que indicou que as suas colheitas – que representam mais de metade das feitas no país – caíram 30% em março e 33% em abril. Foi acionado a 16 de março o “alerta amarelo”, numa altura em que as reservas dão para entre cinco a sete dias.

Fonte do IPST admite que pode ser ativado o nível de alerta seguinte, conforme se desenrolar a situação nos próximos dias. O nível de alerta seguinte seria o “vermelho”, onde as reservas só chegam para três dias.

Necessidades a aumentar

"A dádiva de sangue é especialmente necessária neste período em que, gradualmente, a atividade cirúrgica eletiva vai recomeçar. Apelamos a que todos os portugueses a façam, independentemente do género, idade [entre os 18 e os 65 anos] ou origem étnica, e a todos aqueles que, sendo saudáveis, nunca deram sangue", sublinha o instituto.

Onde fazer a dádiva de sangue em Aveiro?

Mais informação disponível no site http://www.adasca.pt/schedule


Bruxelas desaconselha viagens para fora da UE até fim do ano

Comissão Europeia desaconselha viagens para fora da UE até fim do ...
É recomendado o uso máscaras nos voos, mas a Comissão Europeia abdica de lugares vazios.
A Comissão Europeia desaconselha viagens de cidadãos europeus para fora da União Europeia até final do ano ou até a Covid-19 estar “numa situação estável”, com tratamento disponível, visando evitar casos de pessoas retidas em países terceiros.
“Não recomendo que as pessoas considerem destinos fora da UE até não estarmos numa situação estável, como por exemplo com um tratamento ou com uma vacina disponível, e não penso que esse seja o cenário até final do ano”, declarou em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean.
Insistindo desaconselhar que “as pessoas pensem [deslocar-se a] países terceiros nesta fase”, a responsável notou que Bruxelas “não quer voltar a ver cidadãos europeus retidos” fora da UE.
“Essa foi a situação no início da crise e, por isso, tivemos de organizar vários voos para repatriar pessoas que estavam retidas em destinos afastados e que não puderam utilizar transportes para voltar”, ressalvou Adina Vălean, recomendando “cautela nesta questão”.

Não aos lugares vazios e sim ao uso máscaras

A Comissão Europeia recomenda que, quando os voos forem retomados, os passageiros utilizem equipamentos de proteção como máscaras, mas abdica da regra de colocar assentos vazios para garantir distanciamento, reconhecendo que isso afeta a viabilidade económica das operações.
“Utilizar equipamentos de proteção – máscaras, em particular – deve ser uma das condições. É o mínimo que podemos fazer para nos protegermos a nós e aos outros ao pé de nós”, declarou na mesma entrevista.
Numa altura em que o executivo comunitário se prepara para divulgar recomendações sobre a retoma dos serviços de transporte, dado o levantamento das medidas restritivas adotadas para conter a Covid-19, a responsável precisou que outro dos conselhos de Bruxelas é que “seja garantida alguma distância [entre passageiros], o que é mais fácil de assegurar em aeroportos, em estações e mesmo em autocarros e comboios”.
Isto porque, nestes últimos meios de transporte, é possível as composições circularem “com um número mais baixo de passageiros, com indicações para as pessoas se sentarem, mantendo alguma distância entre elas, e com maior frequência”, elencou Adina Vălean.
Para a comissária europeia, a situação muda de figura nos aviões: “Aqui temos de garantir equilíbrio entre a viabilidade económica de um voo e o número de passageiros e claro que é mais difícil manter grandes distâncias, pelo que é um risco que a pessoa assume, apesar de tudo”.
Já questionada pela Lusa sobre a eventual colocação de assentos vazios entre passageiros para garantir o distanciamento social, Adina Vălean afastou esta medida como regra. “Não recomendo, como norma, manter espaços livres [entre passageiros]”, disse.
Acresce que “há pessoas que viajam em grupo e não faz sentido separar membros da mesma família, uma vez que estão juntos”, exemplificou ainda.
A responsável notou que, “dentro da indústria, também há posições diferentes, porque existem alguns que preferiam ter mais regras para assim restabelecer a confiança das pessoas para voltarem a apanhar um voo, e outros estão mais reticentes, afirmando que apanhar um voo corresponde a um risco aceitável”.
Adina Vălean notou que tudo isto será considerado nas recomendações que a Comissão Europeia divulgará em meados de maio sobre o funcionamento dos transportes em altura de pandemia.

Restrições aos voos

Desde meados de março, existem fortes restrições à circulação nas fronteiras externas e internas da UE, devido às medidas de contenção adotadas pelos Estados-membros para tentar conter a propagação da Covid-19.
Em 17 de março passado, os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos em videoconferência, acordaram a interdição de entradas internacionais “não essenciais” em território europeu por 30 dias, como proposto antes pela Comissão Europeia.
Quase um mês depois, em 8 de abril, a Comissão Europeia convidou os Estados-membros a prolongarem esta interdição até 15 de maio, o que se mantém.
Estas restrições de viagens aplicam-se a todos os (22) Estados-membros da UE que fazem parte do espaço Schengen, mas também a Bulgária, Croácia, Chipre e Roménia, assim como aos quatro países associados, nomeadamente Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, num total de 30 Estados (a Irlanda tem uma derrogação).
Para já, não existem datas para levantar tais restrições, tanto a nível europeu como para fora, mas no que toca às viagens internacionais a comissária europeia Adina Vălean admitiu que esta é uma “situação muito complexa”.
“Por um lado, sabemos que existe cooperação e troca de informação ao nível da UE sobre o que acontece em cada Estado-membro, mas para retomar as viagens internacionais teríamos de dar aos viajantes informação suficiente [sobre esses destinos] que não existe exatamente, pelo que teríamos de depender de terceiras partes”, adiantou a romena Adina Vălean.
Lusa

Portugal produz um milhão de máscaras por dia e começa a exportar

Diário As Beiras – Portugal produz um milhão de máscaras por dia e ...
A indústria portuguesa produz diariamente um milhão de máscaras tendo como prioridade o abastecimento do mercado interno, mas está a começar a exportar, revelou hoje o ministro da Economia, enquanto comprava máscaras numa superfície comercial de Lisboa.
Pedro Siza Vieira foi hoje comprar máscaras disponíveis numa superfície comercial para demonstrar como será a nova realidade dos portugueses, que a partir de hoje têm a máscara como novo acessório obrigatório em espaços públicos, como comércio e transportes.
"Nós neste momento já temos em Portugal uma capacidade de produção de máscaras superior a um milhão por dia e cada vez vamos começar a produzir mais máscaras reutilizáveis, ou seja, máscaras que, em vez de se terem que usar uma única vez e deitar fora, podem ser lavadas, mantendo a sua capacidade de proteção", afirmou.
O ministro destacou que a indústria nacional mobilizou-se muito para aumentar a produção e isso deverá nos "próximos tempos baixar os preços" destes equipamentos, para o que também contribuirá a baixa do IVA para 6%, já aprovada na Assembleia da República.
"Neste momento, as empresas portuguesas não só produzem para o mercado nacional como já começam a produzir também para exportação e, portanto, estou convencido que, à medida que vamos tendo mais oferta, o preço vai tornar-se mais acessível", acrescentou, quando confrontado com os preços atuais.
Siza Vieira destacou que esta exportação acontece já "essencialmente para países europeus e ainda em quantidades relativamente reduzidas".
"A prioridade das empresas portuguesas obviamente continua a ser o abastecimento do mercado nacional, mas, à medida que vamos tendo a capacidade de produzir - e como sabem Portugal é um grande produtor de produtos têxteis e de vestuário -, vamos começar a exportar, porque este vai ser um produto que, nos próximos tempos, vai ser muito necessário na Europa, nos Estados Unidos, e não podemos estar dependentes apenas da China, que era tradicionalmente o grande produtor deste tipo de equipamentos", sublinhou.
O ministro referiu ainda a mobilização de um conjunto de produtores da indústria para cumprir normas e especificações de qualidade e de segurança definidas pelo Infarmed, que passam no crivo da certificação do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário.
"Neste momento já temos 135 equipamentos já certificados e as empresas estão a começar a produzir", disse, salientando: "o mais importante para termos abundantemente estes equipamentos disponíveis a um preço acessível é aumentar o mais possível a produção".
Siza Vieira realçou que estão previstos muitos canais de distribuição destes materiais além das farmácias, como a distribuição alimentar, supermercados e máquinas de venda automática, para que estes bens estejam disponíveis como outros produtos de uso regular e comum.
"Aquilo que estamos a tentar assegurar é que, no acesso às escolas, o pessoal docente, o pessoal não docente e os alunos tenham acesso a máscaras disponibilizadas pelo Estado. A mesma coisa sucede obviamente para aqueles que são funcionários que carecem destes tipos de equipamentos de proteção na sua atividade quotidiana: pessoal de saúde das forças de segurança etc.", disse.
Já a população em geral, passará a ter mais um equipamento, ou um produto de vestuário disponível nos supermercados para uso diário, acrescentou.
Em relação aos produtos de higiene à base de álcool, o ministro realçou que também produtores de bebidas alcoólicas e de vários tipos de materiais de desinfeção reorientaram a sua produção para estes produtos.
"Julgo que, também por isso, começaremos a ver este tipo de produtos não apenas em abundância mas também a preço mais acessível", acrescentou.
Lusa

Bispos ou sacerdotes podem proibir a comunhão na boca? Qual é a legislação da Igreja a respeito?

Concílio de Trento – Anônimo, séc. XVI. Museu do Louvre, Paris.
Padre David Francisquini
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 832, Abril/2020
Pergunta — Devido à ameaça de epidemia do coronavírus, o bispo da minha diocese impôs que a Sagrada Comunhão seja distribuída exclusivamente na mão dos fiéis, e não mais na boca. Chama-me a atenção que, no mesmo comunicado, proíbe-se o costumeiro aperto de mão na saudação da paz. Se o contato com a mão transmite o vírus, seria lógico proibir também a comunhão na mão, porque o padre poderia estar contaminado, não é? Essa contradição me leva a suspeitar que alguns bispos estejam querendo aproveitar a crise sanitária para tentar acabar com a distribuição da comunhão na boca, que é o modo tradicional. Há muitos anos sou “mal visto” por vários sacerdotes, por não receber a comunhão na mão, e tenho sido interpelado algumas vezes para “fazer como os demais”. Esses padres alegam que na Igreja primitiva se comungava desse jeito, e que o fato de não se permitir aos fiéis tocar na hóstia, como se fazia antes, estabelecia uma distinção excessiva entre os leigos e o clero, dando a entender que os padres eram virtuosos e os fiéis eram pecadores. Gostaria de saber se isso é verdade, e qual é a legislação da Igreja sobre a distribuição da comunhão.
Resposta — O Concílio de Trento declarou que o costume de o sacerdote celebrante comungar de suas próprias mãos, e depois distribuir a hóstia aos fiéis, é uma tradição apostólica (sess. 13, c. 8). São Basílio (330-379) informou que só era permitido receber a comunhão das próprias mãos em tempos de perseguição ou no caso dos monges do deserto — ou seja, quando não havia nem sacerdote nem diácono para dar a comunhão (Carta 93). Com a paz de Constantino essa exceção acabou, pois foi permitido à Igreja sair das catacumbas. Provavelmente isso era desrespeitado em alguns lugares e cometiam-se abusos, porque no ano 650 o Concílio de Rouen definiu: “Não coloques a Eucaristia nas mãos de um leigo ou de uma leiga, mas unicamente na sua boca”.
De fato, à medida que a Igreja foi tomando consciência de quão augusto é o tesouro que Nosso Senhor lhe deixou com o Sacramento da Eucaristia — seu Corpo e Sangue realmente presentes nas espécies consagradas do pão e do vinho —, Ela foi aos poucos aperfeiçoando seu modo de celebrar a Missa, a assiduidade e o modo de distribuir a Sagrada Comunhão, assim como de conservar e transportar o Santíssimo Sacramento. Basta citar, por exemplo, que os primeiros cristãos celebravam a Missa no mesmo local da refeição fraterna que tomavam em comum (ágape), e logo depois de terem comido. Ainda no século V, São Paulino de Nola testemunha a existência desse tipo de reuniões à mesa, não inteiramente separadas da celebração; e foi somente no segundo milênio que se tornou mais rígida a regra do jejum eucarístico prévio à recepção da Sagrada Comunhão.
Certeza da presença de Jesus na hóstia santa
Concomitantemente foi se impondo o costume de dar a comunhão na boca, pela certeza de que o Corpo de Nosso Senhor estava tão presente numa pequena fração quanto numa hóstia inteira, como belamente escreveu Santo Tomás de Aquino no hino Lauda Sion“Quando a hóstia é dividida, não vaciles, mas recorda que o Senhor encontra-se todo debaixo do fragmento, tanto quanto na hóstia inteira”. Ora, durante a distribuição da Sagrada Comunhão é frequente separarem-se da hóstia pequenos fragmentos, e é por isso que o coroinha deve sempre colocar a patena sob o queixo do comungante, a fim de recolher os fragmentos que eventualmente se desprendem da hóstia. Voltando ao altar, o sacerdote limpa a patena, derramando esses minúsculos fragmentos dentro do cálice a ser purificado mediante as abluções.
Essa consciência crescente da presença miraculosa de Jesus na hóstia, e da necessidade de recebê-Lo com a reverência devida, levou também a Igreja a impor aos fiéis recebê-Lo de joelhos, em sinal de adoração. É um sinal exterior para prestar-Lhe homenagem e saudá-Lo com o nosso corpo, num gesto de humildade. A recepção na boca é também um sinal de infância espiritual, pois da mesma forma que as crianças abrem a boca para receber o alimento, abrimos a boca para receber da mão do sacerdote o nosso alimento espiritual. E o sacerdote celebra a Missa “in persona Christi”, ou seja, ao celebrar, assume a própria pessoa de Cristo. Esses gestos de humilhação se fazem, portanto, diante do próprio Deus; e longe de rebaixar, engrandecem quem os pratica, porque são atos de adoração e de reverência a Deus.
Cumprir com santo zelo os deveres religiosos
O inexplicável é que, depois do Concílio Vaticano II, a comunhão na mão e outros modos de proceder protestante tenham começado a se infiltrar na Igreja Católica.
No século VI, na Igreja de Roma, a santa hóstia já era depositada diretamente na boca dos fiéis, segundo o testemunho de São Gregório Magno ao contar um milagre de Santo Agapito (Diálogos, livro 3°). E foi na Idade Média que se generalizou a recepção de joelhos, como afirma São Columbano, monge irlandês que cristianizou os escoceses.
A partir da Idade Média, os fiéis tiraram grande proveito espiritual desses gestos de reverência diante das espécies eucarísticas. Basta pensar na instituição da festa de Corpus Christi pelo Papa Urbano IV, em 1264. O primeiro grande fruto desse aperfeiçoamento no trato da Eucaristia foi o aumento da fé na Presença Real de Nosso Senhor no pão e no vinho consagrados, que se transformam no Corpo e no Sangue do Salvador. O segundo grande fruto foi o aumento da piedade, sendo reconhecido que a perfeição da virtude da religião produz nas almas um afeto filial para com Deus e uma terna devoção às Pessoas divinas, aos santos, à Igreja, às Sagradas Escrituras, etc., levando-as a cumprir com santo zelo os deveres religiosos.
Infiltração de costumes protestantes na Igreja
Esse movimento de fervor foi crescendo na Igreja Católica ao longo dos séculos e marcadamente a partir do século XVI em oposição às heresias de Lutero e seus sequazes.
Todas as seitas protestantes negam a transubstanciação, ou seja, negam que o pão e o vinho tornam-se o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor, perdendo sua substância e ficando deles somente os acidentes. Algumas seitas dizem que a presença de Cristo é apenas espiritual, enquanto outras sustentam que, durante a cerimônia, seu Corpo e Sangue se unem à matéria das espécies, mas a substância do pão e do vinho permanece íntegra. Negam também o caráter de sacrifício da Santa Missa; e como consequência, negam o sacerdócio como uma ordem sagrada para realizar o sacrifício in persona Christi. Daí a equiparação dos fiéis aos pastores, que são meros pregadores.
O resultado da disseminação dessas heresias foi a transformação do altar numa mesa, colocada na frente ou no meio dos participantes, e o fazerem uma fila para ir pegar eles mesmos com a mão o pão e o vinho diretamente sobre a mesa. Na óptica herética deles, tudo isso se explica porque o culto é principalmente uma pregação; e a “comunhão” é simplesmente partilhar um pão e vinho não transubstanciados onde haveria uma vaga presença espiritual de Cristo.
O inexplicável é que, depois do Concílio Vaticano II, muito desse modo de proceder protestante tenha começado a se infiltrar na Igreja Católica.
O documento crucial para o abandono da maneira tradicional de receber a Comunhão foi a Instrução Memoriale Domini, publicada pela Sagrada Congregação para o Culto divino em 29 de maio de 1969. Ela explicava que um número reduzido de bispos havia pedido a admissão da comunhão na mão; mas, tendo sido interrogados todos os bispos do mundo pelo Papa Paulo VI, apenas um quarto deles aprovaram essa novidade.
A Instrução acrescentava que, em consequência do que se disse acima, “o Santo Padre decidiu não mudar a forma existente de administrar a Sagrada Comunhão aos fiéis”. Porém aduzia duas linhas adiante: “Onde um uso contrário, o de colocar a Sagrada Comunhão nas mãos prevalece”(?!)as Conferências episcopais devem avaliar “qualquer circunstância especial que possa existir”, e “devem tomar quaisquer decisões” para “regular as situações” (ou seja, regularizar os abusos!).
O caráter insincero da Instrução ficou claro numa nota anexa, na qual se dizia que “o rito da comunhão nas mãos deve ser introduzido com discernimento”, “gradualmente”, “começando com grupos mais instruídos e mais bem preparados” por meio de “uma adequada catequese” que “prepare o caminho”.
Como se tratava apenas de um indulto, as Conferências episcopais deviam aprovar uma resolução por maioria de 2/3, fazendo um pedido à Santa Sé. A imensa maioria acabou introduzindo essa forma de distribuição, de maneira que se tornou o costume prevalente na Igreja latina nos cinco continentes.
A formulação mais recente da legalização dessa anomalia é contida na Instrução Geral do Missal Romano de 2002: “Não é permitido que os próprios fiéis tomem, por si mesmos, o pão consagrado nem o cálice sagrado, e menos ainda que o passem entre si, de mão em mão. Os fiéis comungam de joelhos ou de pé, segundo a determinação da Conferência Episcopal. Quando comungam de pé, recomenda-se que, antes de receberem o Sacramento, façam a devida reverência, estabelecida pelas mesmas normas”. E mais adiante: “Se a Comunhão for distribuída unicamente sob a espécie do pão, o sacerdote levanta um pouco a hóstia e, mostrando-a a cada um dos comungantes, diz: O Corpo de Cristo ou Corpus Christi. O comungante responde: Amém, e recebe o Sacramento na boca; ou, onde for permitido, na mão, conforme preferir”.
A liberdade de escolha foi reiterada pela Congregação para o Culto divino em sua Instrução Redemptionis Sacramentum, de 2004, a qual diz, de maneira assaz enviesada: “Ainda que todo fiel tenha sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca, se o que vai comungar quer receber na mão o Sacramento, nos lugares onde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se administrar-lhe a sagrada hóstia”.
Argumentação contra a comunhão na mão
Dois bispos se têm destacado nos esforços para eliminar o abuso da comunhão na mão, argumentando que um “indulto” foi transformado em regra geral; e os que respeitam a regra litúrgica passaram a ser tratados como indultados. Dom Juan Rodolfo Laise, recentemente falecido, proibiu a comunhão na mão em sua diocese de San Luis (Argentina); e Dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana (Cazaquistão), escreveu dois livros sobre o assunto e promoveu uma resolução de sua Conferência episcopal, proibindo a comunhão na mão em toda a região.
No livro Corpus Christi, a comunhão na mão no coração da crise da Igreja, Dom Schneider declara que em nossos dias essa prática é “a mais profunda laceração do Corpo Místico da Igreja de Cristo”, porque acarreta quatro consequências, cada qual mais grave que a outra:
● Minimiza os gestos de adoração visível;
● Nas crianças e nos adolescentes que não conheceram o modo tradicional de recepção, cria a ideia de que a Eucaristia é um alimento comum e apenas um símbolo;
● Permite perdas importantes de parcelas de hóstias, que caem por terra e são profanadas involuntariamente;
● Favorece o roubo de hóstias para atos sacrílegos.
Além do que foi exposto acima, pode-se ainda acrescentar algo a mais: é que essa prática leva os fiéis à indiferença e à perda da fé, pois aquelas mesmas mãos que depositaram o dinheiro na coleta vão tocar a hóstia consagrada. Aos poucos, isso induz a pessoa a colocar o dinheiro e a hóstia no mesmo nível, relativizando o valor infinito da Sagrada Eucaristia.
Devemos ressaltar que Nosso Senhor Jesus Cristo, realmente presente e em pessoa, é a vítima dessas quatro atitudes deploráveis.
Em resposta àqueles que dizem que a obrigação de receber a comunhão na boca violaria seus direitos de “cristão adulto”, Dom Athanasius contesta:
“Esses supostos direitos violam os direitos de Cristo, o único Santo, o Rei dos Reis: Ele tem o direito de receber a excelência das honras divinas, mesmo na pequena e santa hóstia. Todas as razões em favor da prática da comunhão em pé e na mão perdem toda consistência diante da gravidade da situação evidente de minimização do respeito e da sacralidade, diante do descuido pelas parcelas eucarísticas que caem por terra e diante do fenômeno crescente do roubo de hóstias consagradas.
“Acima de tudo, qualquer argumento em favor da manutenção da prática da comunhão na mão perde todo fundamento em consideração da diminuição (para não dizer desaparecimento) da integridade da fé católica na Presença Real e na transubstanciação. Tal prática moderna, que jamais existiu na Igreja sob essa forma exterior concreta, acaba incontestavelmente por enfraquecer a plenitude da fé católica na Eucaristia”.
A lição da aparição do Anjo aos pastorinhos de Fátima
O Anjo apareceu-nos pela terceira vez, trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam dentro do cálice algumas gotas de Sangue. [Foto: Frederico Viotti]
Como recurso de contraste salutar, convém lembrar a terceira aparição do anjo aos três pastorinhos de Fátima. De um lado ela nos mostra a reverência que se deve ter em relação à Sagrada Eucaristia; e de outro, o quanto Nosso Senhor é ofendido pelos sacrilégios. Eis o relato da Irmã Lúcia:
“O Anjo apareceu-nos pela terceira vez, trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam dentro do cálice algumas gotas de Sangue. Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu três vezes a oração: ‘Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação pelos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores’.
“Depois, levantando-se, tomou de novo nas mãos o cálice e a Hóstia e deu-me a Hóstia a mim; e o que continha o cálice, deu-o a beber à Jacinta e ao Francisco, dizendo ao mesmo tempo: ‘Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus’.
“De novo se prostrou em terra e repetiu conosco mais três vezes a mesma oração: ‘ Santíssima Trindade… etc’. E desapareceu”.
Peçamos a Nossa Senhora de Fátima que obtenha o quanto antes de seu divino Filho ser fechada na Igreja, que é o seu Corpo Místico, essa chaga da comunhão na mão, sintoma de tanta indiferença e causa de incontáveis ultrajes.
ABIM

INTERNACIONAL|COLÔMBIA: Continua a matança de dirigentes sociais na Colômbia

Os dirigentes sociais continuam a ser ameaçados e assassinados na Colômbia
Adicionar legendaOs dirigentes sociais continuam a ser ameaçados e assassinados na ColômbiaCréditosGustau Nacarino / theobjective.com
Nos últimos dias foram assassinados mais 3 dirigentes sociais, nos departamentos de Antioquia e do Cauca. Este último destaca-se como o mais violento, com quase 30 mortes registadas desde o início do ano.

Uenseslao Guerrero de La Cruz, de 57 anos, ex-presidente da Junta de Acção Comunal e dirigente comunitário da vereda Curacas, foi morto a tiro por dois homens que seguiam de motorizada e se puseram em fuga de imediato, no município de Mercaderes (Sul do departamento do Cauca).

O facto foi divulgado no dia 1 de Maio pelo autarca de Mercaderes, Fernando Díaz Salamanca, que fez um apelo às autoridades locais e nacionais para que unam esforços na «protecção a dirigentes sociais e dos direitos humanos». Acrescentou que, em menos de dois dias, foram assassinadas cinco pessoas no município.

Referia-se ao facto de, no dia 29 de Abril, o actual presidente da Junta de Acção Comunal, Álvaro Narváez Daza, ter sido morto a tiro por desconhecidos na vereda El Vado. Com ele, foram mortos a sua mulher, um dos seus filhos e a sua neta, de 15 anos. Um outro filho de Narváez Daza ficou ferido e está hospitalizado, informa a TeleSur.

Dois dias antes, a 27 de Abril, foi assassinado no município de Abejorral (departamento de Antioquia) Jairo de Jesús Jiménez, professor, director da Institución Educativa Zoila Duque Baena e defensor das comunidades rurais no município.

Em Fevereiro deste ano, o sindicato de professores de Antioquia alertou para o número crescente de ameaças a docentes no departamento, bem como de assassinatos, revela a Contagio Radio, acrescentando que Jairo de Jesús Jiménez acreditava no papel da Educação e fez questão de trabalhar em zonas rurais, com as camadas mais vulneráveis do município.

Na lista que o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) vai actualizando, estes últimos casos ainda não estão registados – são referidos, sim, na conta de Twitter do organismo.

Pelo menos 87 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados no país sul-americano em 2020. Os departamentos com maior incidência de casos são o Cauca, Antioquia e Putumayo.

abrilabril

Pedro Proença convoca reunião de direção para debater a II Liga

Pedro Proença convoca reunião de direção para debater terça-feira ...
O Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, convocou hoje uma reunião de direção extraordinária para terça-feira, de forma a debater as consequências do final da II Liga, devido à pandemia da covid-19.
Em comunicado, a LPFP avança que a reunião terá três pontos na ordem de trabalhos, o primeiro dos quais debater a “decisão relativa às consequências desportivas do término da competição” da II Liga na época 2019/20.
Os outros pontos prendem-se com a “definição e decisão da verba do orçamento da LPFP para apoio às equipas da LigaPro” e a “aprovação do Regulamento de Apoios cedidas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e LPFP” às mesmas equipas.
O Governo autorizou na quinta-feira a retoma à porta fechada da I Liga, a partir de 30 e 31 de maio, mais de dois meses após a suspensão decretada em 12 de março, e a final da Taça de Portugal, entre FC Porto e Benfica, mas a II Liga não recebeu ‘luz verde’ para poder retomar a competição.
Cumpridas 24 jornadas, de um total de 34, o Nacional (50 pontos) e o Farense (48) estavam em lugar de subida e o Cova da Piedade (17) e o Casa Pia (11) em posição de descida, sendo que, hoje, a FPF indicou o Vizela e o Arouca para subirem do Campeonato de Portugal, competição também dada por terminada, à II Liga.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
Os campeonatos de futebol de França e Holanda foram, entretanto, cancelados, enquanto países como Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal preparam o regresso à competição.
Lusa

Espanha com forte queda diária de mortes e casos positivos

Espanha com forte queda diária de mortes e casos positivos
Espanha registou, nas últimas 24 horas, 164 mortes devido à pandemia de covid-19, o número mais baixo desde finais de março e menos 112 do que no sábado, havendo até agora um total de 25.264 óbitos.
De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, há 838 novos casos positivos, também uma diminuição assinalável em relação aos 1.147 de sábado, elevando para 217.466 o total de infetados confirmados pelo teste PCR, o mais fiável na deteção do vírus.
Os números diários indicam ainda que, nas últimas 24 horas, há 1.654 pessoas curadas, sendo o total de 118.902 desde o início da pandemia.
Confirma-se a tendência geral nos últimos dias para a diminuição do número de casos positivos e de mortes associados à covid-19, com o número de curados a aumentar e um alívio de todo o sistema de internamento hospitalar.
Depois de confinados em casa desde meados de março, o desmantelamento das medidas impostas vai ser realizado em fases até ao final de junho, assim como numa série de países da Europa ocidental que também estão a aprovar o fim progressivo das medidas impostas, para evitar uma nova onda de contaminação.
Apesar da melhoria da situação, o Governo espanhol vai propor ao parlamento o prolongamento por mais duas semanas do estado de emergência em vigor desde 15 de março e que foi sucessivamente dilatado até 09 de maio.
Espanha é o segundo país com mais mortos com a pandemia por cada milhão de habitantes (537 óbitos), depois da Bélgica (677) e antes da Itália (475), Reino Unido (414) e França (379), numa lista em que os Estados Unidos têm 204 e Portugal 100.
Lusa

Hoje quero celebrar consigo um dia muito importante

Norman Rockwell, Freedom of Speech (1943)

Hoje, 3 de Maio, é Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, e por isso quis partilhar convosco este quadro de Norman Rockwell, de 1943, chamado “Liberdade de Expressão”. Não há nele nenhum jornalista, mas há nele tudo o que torna o jornalismo tão importante.

Primeiro aquele homem de pé num ambiente aparentemente hostil podia ser aquilo que todo o jornalista deve ser: aquele que se levanta para colocar as questões incómodas, aquele que não descansa na procura da verdade.

Depois aquele homem sozinho a tomar a palavra mostra o que a imprensa deve garantir: que ninguém deixa de ter voz, que mesmo uma “minoria de um” não é silenciada.

Finalmente há a assembleia que escuta, atenta ao argumento divergente, sinal que ainda vivemos em sociedades onde o jornalismo é capaz de criar o espaço público comum da democracia.

Por gostar muito desta pintura achei mais interessante falar-vos dela do que relembrar tudo o que o Observador fez nestes seis anos de vida e o que tem feito, em assumido serviço público, nesta crise que vivemos.

Por ser Dia Internacional da Liberdade de Imprensa queria recordar-vos que a melhor forma de garantir que temos uma imprensa livre é serem os seus leitores a suportá-la.

Assine o Observador.

Assinatura

José Manuel Fernandes
Publisher

Instituições querem “apontar uma data” para retomar visitas aos idosos

Instituições querem “apontar data” para retomar visitas aos idosos ...
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) defendeu que é preciso "apontar uma data" para a retoma das visitas aos idosos em lares, considerando que "hoje era já um dia bom", com a celebração do Dia da Mãe.
"Com testes feitos [da covid-19], doentes a serem tratados como devem ser tratados, com equipamentos de proteção individual, com distanciamento assegurado, penso que o dia 03 de maio, dia de hoje, era já um dia bom para isso, não é possível, mas é o Dia da Mãe, era uma forma concreta de o podermos celebrar", afirmou à Lusa o presidente da CNIS, Lino Maia, reforçando que tal "não é possível", porque "não está decidido".
Segundo a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ainda não é possível apontar uma data certa para o levantamento da suspensão das visitas em lares, instituições que estão de portas fechadas, a nível nacional, desde 16 de março, situação que se iniciou na região Norte, em 07 de março.
"Primeiro é preciso eliminar riscos, reduzir ao mínimo o perigo de contágio, e é isso que estamos a fazer ao testar todos os funcionários de lares - o perigo vem de fora - e idosos sintomáticos a nível nacional, o que deverá estar concluído daqui a duas ou três semanas", afirmou a ministra Ana Mendes Godinho, na sexta-feira, numa entrevista ao jornal Expresso.
"Soma-se a isso a formação dos trabalhadores em questões de segurança e o reforço dos recursos humanos. E, mesmo assim, só se avançará com datas quando a avaliação técnica da Direção-Geral da Saúde (DGS) o permitir", acrescentou.
Para o padre Lino Maia, presidente da CNIS, deve-se, "pelo menos, apontar uma data" para o levantamento da suspensão das visitas aos idosos que estão em lares, lembrando que a proibição das visitas "foi a primeira medida adotada" no âmbito da pandemia da covid-19, em que "as instituições cumpriram religiosamente e compreendem perfeitamente essa medida", mas "já lá vão dois meses".
"Os idosos estão ali enclausurados", ressalvou Lino Maia, reclamando que "não podem ser esquecidos, não podem ser abandonados".
"Com testes feitos, com equipamentos de proteção individual assegurados, com os doentes covid-19 a ser tratados como devem ser tratados, com identificação de espaços para que só uma visita de cada vez possa ser feita, com distanciamento entre o utente e a visita, com moderação, com programação, penso que era oportuno pensar-se já em visitas", reforçou o presidente da CNIS, em declarações à agência Lusa, acrescentando que os idosos também vão tendo notícias sobre a retoma da atividade económica e a reabertura de escolas e creches.
Assim, as instituições de solidariedade defendem que é "conveniente e necessário" avançar com uma data a partir da qual será possível retomar as visitas nos lares, de forma programada, acautelando que não se trata de "escancarar as portas".
"A data não pode ser muito lá para adiante, não podemos pensar que 01 de outubro é o Dia Mundial dos Idosos, não pode ser para essa data, tem de ser para mais cedo, muito mais cedo", declarou Lino Maia, esperando que a data para levantar a suspensão das visitas nos lares seja "em breve", com todos os cuidados de segurança devido à covid-19.
Com 847 lares no país, a CNIS tem procurado assegurar, permanentemente, os contactos dos idosos com os seus familiares, tarefa que "não é fácil" e acaba por ser insuficiente: "O idoso precisa de ver um sorriso, precisa de partilhar uma lágrima, ainda que não seja e não pode ser em contacto físico, mas visivelmente é importante que isso aconteça".
Sobre iniciativas de lares que estão a organizar visitas, assegurando a distância de segurança entre utentes e familiares, o representante das instituições de solidariedade considerou que "é louvável" a capacidade de ir descobrindo formas de manter idosos e famílias em contacto, mas não se pode "unilateralmente tomar qualquer decisão que antecipe uma decisão vinda de cima".
"É importante que multipliquemos contactos, mas à distância, com os meios que estão facultados, mas a entrada no lar ainda não é autorizada, por isso temos de aguardar", advertiu.
Lusa
Imagem: RR

Media| Marcelo pede apoio transparente e não discriminatório do Estado à comunicação social

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Presidente da República renova apelo para que o Estado apoie a comunicação social, considerando que deve fazê-lo "de forma transparente e não discriminatória".

Covid-19: Presidente da República faz declaração ao país após ...
O Presidente da República renovou este domingo o apelo para que o Estado apoie a comunicação social, considerando que deve fazê-lo “de forma transparente e não discriminatória”, num momento em que se agravou a crise neste setor e que o Governo pré-anunciou um plano de investimento publicitário de 15 milhões de euros nos meios de comunicação social . Marcelo Rebelo de Sousa divulgou esta mensagem no portal da Presidência da República na Internet, numa nota em que assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, e na qual afirma que, sem informação livre e plural, não há democracia”.
O chefe de Estado, que entre segunda e terça-feira irá receber presidentes executivos dos principais órgãos portugueses de comunicação social, refere nesta nota que “a conjuntura veio acentuar uma crise que este setor já vivia“, e para o qual alertou anteriormente.
Depois, assinala que a Constituição da República Portuguesa não só estabelece que “é garantida a liberdade de imprensa”, como determina que “o Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico”.
“Por isso, neste dia quero sublinhar que, em nome do pluralismo e da liberdade de imprensa, o Estado pode e deve estar atento e apoiar a sustentabilidade dos media de forma transparente e não discriminatória; assim como salientar que todos os que defendemos a liberdade e a democracia devemos combater o discurso anti mediático levado a cabo por tantos, incluindo responsáveis políticos de nível mundial, e que só semeia confusão e alimenta populismos”, acrescenta.
Marcelo Rebelo de Sousa argumenta que “uma informação transparente e de confiança é necessária para construir instituições justas e imparciais, construir relações de confiança entre eleitos e eleitores, fiscalizar os poderes e manter uma sociedade esclarecida, plural e vigilante”.
Nos dias que vivemos de combate à pandemia de covid-19, espero que tenhamos percebido isso de forma ainda mais premente. Hoje em dia, de facto, há muitas formas de espalhar e partilhar informação, muitas vezes falsa ou, pelo menos, não segura, pelo que se tornou ainda mais importante termos órgãos de informação jornalística livres, seguros e confiáveis“, considera.
O Presidente da República realça que, “por isso também” fez questão de que, “em todos os decretos de estado de emergência, não houvesse qualquer restrição à liberdade de informar e de estar informado”.
Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que os órgãos de comunicação social que têm permitido aos portugueses “estar bem informados” estejam no atual contexto “a ser vítimas da crise económica associada à crise sanitária“, e adverte que “muitos enfrentam já limites ao seu funcionamento“.
“Sem órgãos de informação livres, plurais e transparentes e sem respeito por essa liberdade não há democracia inteira e completa”, reforça o chefe de Estado.
No dia 30 de abril, o Governo aprovou um decreto-lei que estabelece um regime excecional e temporário para a compra antecipada pelo Estado de publicidade institucional, no montante de 15 milhões de euros, para ajudar o setor da comunicação social, face ao impacto da pandemia de covid-19.
Esta medida, que não abrange a RTP nem a agência Lusa, tinha sido anunciada no dia 17 de abril pela ministra da Cultura, Graça Fonseca.
O Presidente da República ouviu no dia 24 de abril dirigentes da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, do Sindicato dos Jornalistas, da Associação Portuguesa de Imprensa, da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, da Plataforma de Media Privados, da Associação Portuguesa de Radiodifusão, da Associação das Rádios de Inspiração Cristã, da Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan, uma cidade do centro da China, já atingiu 195 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.023 pessoas num total de 25.190 confirmadas como infetadas, e 1.671 doentes recuperaram, de acordo com os dados anunciados no sábado, pela Direção-Geral da Saúde.

CIÊNCIA & SAÚDE Covid-19: Ensaios clínicos com plasma humano vão arrancar em 10 serviços portugueses

Os ensaios vão recorrer ao plasma de sangue de doentes recuperados. Para conseguir mais, será feito um apelo a estas pessoas para doarem sangue.

Ensaios clínicos com plasma de sangue de doentes recuperados da covid-19 vão arrancar este mês em 10 unidades distribuídas pelo país, revelou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

Depois de a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter anunciado na semana passada a criação de uma "task force nacional" para realizar um ensaio clínico alargado para perceber se o uso de plasma humano é seguro no tratamento da infeção pelo SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a covid-19, o IPST já avaliou as capacidades técnicas e logísticas existentes nos serviços de imuno-hemoterapia para a colheita por aférese, um procedimento que permite separar os diferentes componentes do sangue.

"Não só os três Centros de Sangue e Transplantação do IPST - Lisboa, Porto e Coimbra - realizarão esta colheita, como também três serviços de imuno-hemoterapia na região Norte, um na região Centro e três na região Sul", afirmou a presidente do Conselho Diretivo do IPST, Maria Antónia Escoval, em resposta enviada à Lusa.

Além da identificação destes 10 serviços, o IPST garantiu já ter definido um procedimento e "as diretrizes para a seleção de dadores, colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição de plasma convalescente" aos serviços dos hospitais, onde os médicos e as equipas prescritoras vão ter a responsabilidade da realização dos ensaios.

"Durante o mês de maio proceder-se-á ao recrutamento voluntário de doentes convalescentes e à sensibilização dos mesmos através dos médicos assistentes", esclareceu Maria Antónia Escoval, acrescentando que "em simultâneo, um grupo de trabalho, no âmbito do Ministério da Saúde, definirá os critérios mínimos de inclusão e exclusão dos doentes para entrarem em ensaios clínicos".

Ensaios com plasma humano para tratar doentes com covid-19 já tiveram lugar na China e em Itália, denotando resultados promissores, apesar do âmbito restrito dos mesmos. Em Portugal, o arranque do ensaio vai ser feito através de um apelo aos doentes recuperados para a dádiva - embora o IPST tenha admitido que "não é a única" solução disponível –, sendo que a demonstração de vontade de participação poderá ser feita pela internet.

Questionada sobre a existência de riscos associados à transfusão de plasma convalescente para doentes com covid-19, como um hipotético aumento do risco de infeção reportado em casos raros no tratamento de outras patologias, a presidente do Conselho Diretivo do IPST vincou que "os benefícios parecem superar os riscos" e que a minimização destes riscos "está associada à seleção dos dadores".

No lançamento dos ensaios clínicos com plasma anunciados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) estão ainda envolvidos o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e o Infarmed. Questionadas pela Lusa sobre o papel a assumir neste processo, as duas entidades remeteram por agora quaisquer explicações para o IPST, ao qual foi atribuída a coordenação do ensaio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Fonte: Revista Sábado
01.05.2020 09:38 por Lusa

Aviões vão ter de limitar passageiros a dois terços da lotação

Aviões vão ter de limitar passageiros a dois terços da lotação ...
O transporte aéreo de passageiros vai ser limitado a dois terços da lotação normalmente prevista para cada aeronave, definiu hoje o Governo, em portaria publicada em Diário da República, no âmbito das medidas contra a pandemia de covid-19.A portaria n.º 106/2020 "estabelece para o transporte aéreo um limite máximo de passageiros, bem como as exceções a esse limite e respetivos requisitos, por forma a garantir a distância conveniente entre os passageiros e a garantir a sua segurança", prevendo igualmente as exceções à regra geral de 2/3 da capacidade das aeronaves, que entra em vigor já este domingo.
Entre as exceções estão voos específicos para repatriamento de cidadãos; voos comerciais de transportadoras aéreas, nacionais ou estrangeiras, que "sejam aproveitados para efetuar ações de repatriamento ou que sirvam justificadamente esse propósito"; aeronaves com lotação máxima disponível de 19 lugares, em operações de transporte aéreo comercial não regular; e voos comerciais não regulares contratados por empresas para transportar trabalhadores ao seu serviço para países com os quais Portugal mantenha os voos abertos.
Caso não seja necessária a otimização da lotação da aeronave para os voos previstos nas exceções, o regime hoje fixado estipula ainda que os passageiros devem "ser distribuídos por lugares que maximizem as possibilidades de afastamento entre si, em função da capacidade da aeronave e do número de passageiros a transportar.
Contudo, as isenções à regra geral de ocupação máxima de 2/3 do avião estão condicionadas à ausência de passageiros com sintomas da covid-19 e que o país de destino não condicione os voos de chegada por restrição de capacidade e que, por isso, possa recusar voos ou repatriamento de cidadãos.
Simultaneamente, os trabalhadores têm de possuir autorização de residência como trabalhadores imigrantes no país de destino, o seu regresso a Portugal só ocorra pelo menos ao fim de dois meses, e devem aceitar as regras sanitárias exigidas na chegada ao país de destino, como, por exemplo, a aplicação de quarentenas ou rastreio visual e de temperatura através das câmaras térmicas de infravermelhos.
Lusa