segunda-feira, 3 de maio de 2021
DESTAQUE: Mais de 100 jornalistas despedidos em Portugal desde início da pandemia
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Galiza diz que portugueses continuam proibidos de entrar (salvo exceções)
Vigilância é acionada no dia 15 na Praia de Mira. Bandeira Azul pelo 35.º ano seguido
A Câmara de Mira volta a acionar o Serviço de Prevenção ao Afogamento, no dia 15, à semelhança do que fez em 2019 e 2020, nomeadamente na Praia de Mira, que conquistou o galardão Bandeira Azul pelo 35.º ano consecutivo.
A Praia de Mira viu confirmada na listagem de 2021 o estatuto de recordista do galardão Bandeira azul, sendo a única zona balnear do mundo a receber, sem interrupções, a Bandeira que todos os anos distingue a qualidade das praias, no âmbito do Programa Bandeira Azul.
É um orgulho enorme e um desígnio municipal. Todo o concelho se empenha para as Bandeiras Azuis, porque é um trabalho de todos conseguirmos ter esse símbolo. E quer a praia de Mira, quer a praia do Poço da Cruz, são imagens de marca da qualidade ambiental e da segurança das praias, além da limpeza e da manutenção que está associada a Bandeira Azul”, disse o presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, à agência Lusa.
A vigilância balnear volta a ser assegurada aos banhistas da Praia de Mira e da Praia do Poço da Cruz a partir do dia 15, no âmbito do protocolo celebrado em parceria entre a autarquia e a Associação Adamastor.
O serviço de vigilância começa mais cedo e é assegurado para lá do fim da época balnear. Em 2019 e 2020, o seu proveito ficou demonstrado aquando dois turistas foram resgatados do mar já fora do período balnear considerado normal.
“Graças ao serviço de prevenção ao afogamento, atuaram rapidamente e, se não tivéssemos este serviço, poderia ter tido outras consequências”, sublinhou Raul Almeida.
No âmbito do protocolo, a equipa de nadadores salvadores pode ser ativada em períodos que haja condições apropriadas à prática balnear, em situações nas quais sejam necessários elementos para prevenção aquática, situações que sejam classificadas como tendo risco de afogamento, ou qualquer outro enquadramento válido, por forma a prestar assistência e a minimizar ao máximo as probabilidades de ocorrências em meio aquático ou até afogamentos".
O acordo engloba a “cedência de uma moto-quatro pelo município à associação, o pagamento do combustível para o seu funcionamento, dois nadadores-salvadores, bem como o restante material necessário para o exercício das funções”.
Durante o período oficial da época balnear, a segurança dos banhistas será assegurada por 14 nadadores salvadores, pelos meios tradicionais, em articulação com o Instituto de Socorro a Náufragos.
Lusa
Imagem: CM
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Lusa
Polícia alemã desmantela rede de pornografia infantil com mais de 400 mil membros
A polícia judiciária alemã anunciou hoje que desmantelou uma rede de pornografia infantil na 'Darknet' apresentada como uma "das maiores do mundo" e com mais de 400.000 membros.
MUNICIPIO DE SILVES APOSTA NA DEFESA DA FLORESTA
A autarquia de Silves tem realizado um conjunto de ações de planeamento e prevenção, que vão desde a criação de faixas de descontinuidade na vegetação, entre as zonas habitadas e a área florestal/rural, num total de 100 hectares e a manutenção de caminhos florestais, para garantir o acesso em segurança a meios de vigilância e combate a incêndios rurais.
Esta operação contou com a coordenação do Serviço Municipal de Proteção Civil e Florestas, cujas equipas de sapadores florestais, apoiadas por meios pesados da Unidade de Máquinas e Viaturas, assumiram um papel fundamental.
De referir adicionalmente que, foram aprovadas duas candidaturas ao Fundo Ambiental, no valor de 200.000 euros destinados aos seguintes projetos:
» “Condomínio de Aldeias – Programa de apoio às aldeias localizadas em territórios de floresta”, este programa visa garantir uma segurança acrescida no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios nas localidades da Roupa Branca, Pinheiro e Garrado, Canhestros e Cumeada, num total de 57 hectares.
» “Adaptar o território às alterações climáticas valorizar a paisagem das Serras de Monchique e Silves apoios à reabilitação e regeneração”, com o objetivo de intervir em zonas críticas para a progressão de grandes incêndios (a jusante da barragem do Odelouca e junto à Quinta Pedagógica de Silves), procurando criar áreas de oportunidade e impedir a aproximação a zonas mais densamente habitadas, localizadas a sul. Este projeto assenta na criação de dinâmicas de descontinuidade de combustíveis, associados a valorização de linhas de água e instalação de espécies florestais e agrícolas procurando fomentar o retorno económico aos proprietários.
Importa relevar o importante trabalho de todas as entidades públicas e privadas com responsabilidade nesta área, pelas inúmeras intervenções realizadas que permitiram operacionalizar mais de 800 hectares de faixas e mosaicos na Serra de Silves.
A estratégia municipal de defesa da floresta contra incêndios e Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios possibilitaram a execução de um conjunto de ações de prevenção, nomeadamente junto de aglomerados populacionais nas freguesias de Silves, São Marcos da Serra e São Bartolomeu de Messines.
Pois só com a aplicação do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios será possível preparar o território para a época de incêndios florestais e desta forma tentar minimizar as suas implicações.
Assista ao vídeo aqui: https://youtu.be/Nzby5JtgK0M
A DGS CONFUNDE-NOS
O primeiro-ministro tem afirmado repetidamente que vamos seguir a opinião técnica sobre as vacinas contra a COVID-19. Tem repetido que vamos seguir as orientações das autoridades de saúde, dos técnicos.
Creio que todos percebemos bem a decisão do governo. O que as autoridades de saúde decidirem, devemos seguir e confiar. Aliás, como tem dito António Costa, não somos especialistas em vacinas e, por isso, devemos seguir a orientação dos técnicos. Acho que posso dizer que temos estado alinhados com esta recomendação do chefe do governo. E nisso confiamos.
É por isto que não entendo a decisão que nos foi comunicada agora pela Direção Geral da Saúde. “A DGS deixa a decisão sobre a segunda dose nas mãos dos cidadãos.” Li bem? Agora dizem-nos que temos que ser nós a decidir se tomamos a vacina? “Nós”, cidadãos comuns que nada percebemos de vacinas, de doenças, muito menos saberemos qual a vacina que devemos tomar! Nós só devíamos ter uma decisão a tomar: confiar ou não na nossa autoridade de saúde! Não temos a quem mais recorrer para saber que vacina devemos tomar e quando! A DGS diz-nos agora que teremos que saber e decidir!?! Temos que ser médicos de nós próprios?! Quase parece que nos está a recomendar a automedicação! Estou a exagerar ou isto é mau demais para ser verdade?! Eu não tenho conhecimento técnico para decidir que vacina devo tomar, ou quando! Não tenho que saber! Para isso há os médicos, os técnicos de saúde!
Valha-nos Deus! Porque os ‘deuses’ devem estar loucos!
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
Deliberada a adjudicação da obra da Loja do Cidadão em Castelo de Paiva
Exposição de fotografias de Renato Roque na Biblioteca Municipal de Cantanhede
No âmbito do 100.º aniversário do nascimento do escritor
A Biblioteca Municipal de Cantanhede tem patente ao público, até ao dia 31 de maio, uma exposição de fotografias, sob o tema “Escrito com cal e com luz. Ensaio fotográfico sobre a poética de Carlos de Oliveira”.
Constituída por um espólio de vinte fotografias da autoria do fotógrafo Renato Roque, a mostra apresenta registos capturados pelo artista na Gândara, a propósito da obra poética de Carlos de Oliveira.
Em exposição encontram-se, igualmente, alguns livros do escritor gandarês editados em várias línguas, o troféu Prémio da Imprensa 1971, na categoria Literatura, atribuído no âmbito da obra Entre duas memórias, além de uma pintura abstrata realizada pelo próprio autor, artigos que fazem parte integrante do acervo da Casa Carlos de Oliveira, em Febres.
A exposição “Escrito com cal e com luz. Ensaio fotográfico sobre a poética de Carlos de Oliveira” é uma das várias iniciativas culturais que o Município de Cantanhede tem programadas para o ano 2021, para assinalar o centenário do nascimento de Carlos de Oliveira (1921-2021).
Renato Roque nasceu no Porto em 1952, onde reside. Licenciado em Engenharia de Telecomunicações pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), possuiu o Mestrado em Multimédia, Sistemas Digitais e Computadores pela mesma universidade, onde apresentou o projeto fotográfico “Espelhos Matriciais”, sobre retrato fotográfico e identidade.
Desde o início dos anos 80 que Renato Roque exerce uma atividade regular em fotografia, tendo participado em várias exposições desta modalidade, de forma individual e coletiva, e noutros projetos artísticos. Publicou vários livros de fotografia, de ensaio e de ficção, e alguns, como ele próprio classifica, “de género difícil de definir”.
Sobre Escrito com cal e com luz. Ensaio fotográfico sobre a poética de Carlos de Oliveira
“Escrito com Cal e com Luz”, foi escrito com a cal e com a luz da Gândara, enaltecidas pela escrita brilhante de Carlos de Oliveira: uma cal que floresce em “corolas de ténues flores”, uma luz que “abrirá o escuro da noite que nos cerca como um muro”. Foi essa luz que nos guiou até à Gândara, em torno da casa de família do escritor em Febres, onde ele habitou durante a infância e a juventude, e onde colecionámos imagens desse real, que inspirou toda a escrita de Carlos de Oliveira. Uma luz, feita de palavras, uma luz que iluminou imagens que capturámos ou que nos capturaram a nós. Imagens que a poesia de Carlos de Oliveira revela, porque é, em absoluto, uma poesia visual: “Carlos de Oliveira é um poeta essencialmente visual, e a imagem percetiva detém uma função determinante na sua poesia” (Rosa Maria Martelo, Carlos de Oliveira e a Referência em Poesia).
É uma poesia feita quase sempre de materiais rudes e precários, de pedra e de cal, de vento e de areia, de árvores e de musgo, vestígios das suas paisagens-memórias da infância e juventude na Gândara. Muitas vezes parece ser quase fotográfica na sua brevidade. Revela-se-nos como memórias guardadas ao longo de um tempo antigo, como estalactites capturadas no tempo breve de um poema, quase fotogramas de frações de segundo num filme de sais de prata.”
Câmara de Cantanhede aceita candidaturas às Bolsas de Inovação Científica Professor Doutor António Lima-de-Faria
1.ª fase decorre até 15 de maio
Até ao próximo dia 15 de maio, decorre o período de candidaturas às Bolsas de Inovação Científica Professor Doutor António Lima-de-Faria, programa de incentivo e apoio à investigação científica inovadora instituído no âmbito de um acordo do cientista patrono com a Câmara Municipal de Cantanhede. Conforme consta da deliberação camarária aprovada para o efeito, durante os próximos cinco anos, serão concedidas duas bolsas anuais, no valor de 1.000 euros cada, uma delas patrocinada pela autarquia, outra por António Lima-de-Faria, eminente geneticista, académico e investigador há muitos anos radicado na Suécia.
As duas prestações pecuniárias anuais destinam-se a comparticipar os encargos inerentes à participação num congresso nacional ou internacional ou à realização de um estágio de curta duração num laboratório, em Portugal ou no estrangeiro, o que implica, num e noutro caso, a demonstração do mérito por parte dos candidatos, através do resumo da apresentação ou do plano de trabalhos.
Serão admitidos resumos ou planos de trabalhos de qualquer área ou ramo científico da autoria de jovens estudantes do ensino secundário ou do ensino superior (1.º, 2.º ou 3.º ciclos), dos 15 aos 35 anos de idade. A avaliação das candidaturas estará a cargo de um júri constituído por Manuela Grazina, docente da Faculdade de Medicina da Universidade, que preside, Helena Teodósio, líder do executivo camarário cantanhedense, e os académicos e professores universitários Carlos Fiolhais, Rodrigo Cunha e Manuel Castelo Branco.
O regulamento está disponível no portal do Município de Cantanhede (https://cm-cantanhede.pt/mcsite/documento/5127/bolsas-de-inovacao-cientifica--lima-de-faria--regulamento) e as candidaturas podem ser entregues em mãos na Divisão de Educação e Juventude da Câmara Municipal, na Casa Francisco Pinto, ou enviadas por correio, dirigias à Professora Doutora Manuela Grazina, Coordenadora de Gestão Científica das Bolsas de Inovação Científica Professor Doutor António Lima-de-Faria para a seguinte morada: Câmara Municipal de Cantanhede / Praça Marquês de Marialva / 3060-133 Cantanhede.
Além de patrocinar as Bolsas de Inovação Científica e de assegurar o pagamento de uma delas, o Professor António Lima-de-Faria dá o nome ao prémio pecuniário instituído pelo Município de Cantanhede que desde 1991 distingue o aluno do concelho com melhor média final no ensino secundário, tendo também doado à autarquia, há alguns anos, um valioso acervo da sua biblioteca científica que inclui livros sobre diversas áreas do conhecimento e uma importante coleção de mapas de Portugal, alguns datados do século XVI.
António José Cortesão Lima-de-Faria nasceu em Cantanhede a 4 de julho de 1921 e doutorou-se em genética pela Universidade de Lund (Suécia), onde, desde o início da década de cinquenta do século passado, se destacou como proeminente cientista e docente.
Com uma carreira reconhecida a nível mundial pelo seu contributo para o avanço da ciência, particularmente no campo da citogenética molecular, do seu currículo académico e científico salienta-se a vasta atividade em algumas das mais prestigiadas universidades e institutos da sua área de investigação, nomeadamente nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, bem como o seu trabalho como membro e consultor de influentes organismos e comités internacionais no domínio da pesquisa científica.
CENTRO MUNICIPAL DE MARCHA E CORRIDA DE SILVES RETOMA ATIVIDADES DESPORTIVAS
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Salvini em Coimbra no final do mês para Congresso do Chega
Webinar – “A Violência na Deficiência: Abordagem Jurídico-Criminal”
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) está a promover um ciclo de sessões online, dedicadas à prevenção de fenómenos de violência na deficiência. O segundo webinar é subordinado ao tema “A Violência na Deficiência: Abordagem Jurídico-Criminal” e vai realizar-se no dia 14 de maio, pelas 18h00.
Inscrições gratuitas em:https://forms.gle/yFn7zLfWnQA49j4h7
Prazo preferencial para responder aos Censos 2021 pela Internet termina hoje
Lusa
Anadia promove nova hasta pública para alienação do projeto Varandas do Parque
Privilégios concedidos pela Santíssima Virgem
Nossa Senhora das legítimas e harmônicas desigualdades é Nossa Senhora dos privilégios. Devemos ser anti-igualitários até no que diz respeito à vida espiritual. Falar de privilégio é falar de desigualdade. Logo após o relato de um milagre ocorrido em 1224 em Alenquer (Portugal), transcrevem trechos de uma conferência, em 7-1-1977, de Plinio Corrêa de Oliveira.
“No ano de 1224 deu-se no convento dos franciscanos de Alenquer, Portugal, um fato miraculoso que passou aos anais da Ordem. Houve nesse convento um noviço de vida inocente, ao qual o superior ordenou certo dia, em penitência de leve culpa, que não se afastasse do altar de Nossa Senhora, na sala do capítulo, enquanto Ela mesma não lhe revelasse qual oração, dentre as que ele estava rezando, era a mais aceita das que Lhe eram dirigidas. Ele o fez para colocar à prova a humildade e obediência do noviço, ou então movido por superior inspiração, para que ficasse notório aos devotos o efeito que se conseguiu.
“O santo noviço perseverou de joelhos todo o dia. Quando já era alta noite, do profundo da alma prorrompeu nestas palavras, com grande afeto, devoção e lágrimas: ‘Ó Virgem Santíssima, Mãe de piedade, humildemente vos rogo que manifesteis a este vosso servo o que meu superior me mandou perguntar-Vos, por obediência. Mãe Santa, daqui não hei de me afastar sem lhe levar a resposta’.

“Ó caso maravilhoso! Inclinada, a Rainha dos Anjos atendeu a seus rogos; do altar em que estava, respondeu-lhe: ‘Vai, amantíssimo filho, e afirma que o hino Ó Gloriosa Domina, que a Igreja me canta, de todas as orações é a que mais me é aceita. E para provar o que te digo, este meu filho Jesus, que até agora tive no meu braço direito, eu o passo para o esquerdo. Vai confiante, pois vendo o mundo tão extraordinária maravilha, a tudo dará crédito. Convida o superior e os demais religiosos para vir visitar-Me’.
“O santo noviço, obediente e consolado com tão grande favor, depois de agradecer a Nossa Senhora foi referir tudo ao superior. Alvoroçado como os outros religiosos, foram todos à sala do capítulo. Vendo tão manifesto milagre, creram o que o noviço afirmava da oração O Gloriosa Domina. Daquele dia em diante cresceu nos fiéis a devoção a Nossa Senhora, que até hoje persevera. Conserva-se também o Menino mudado, sendo evidentíssimos, como testemunho da verdade desse acontecimento, os sinais que ficaram no lugar em que tinha estado o Menino.
“Para comemorar esse prodígio, todos os sábados, depois de Completas, tocado o sino grande, vai a comunidade em procissão ao capítulo, com círios acesos. E com solenidade e devoção cantam o hino O Gloriosa Domina.
“Parece que foi desse fato que nasceu em Santo Antônio de Lisboa a grande devoção que tinha a esse hino. Valeu-se dele em suas maiores necessidades, como numa noite em que o demônio quis afogá-lo, furioso com o grande fruto que produziu na Itália a sua pregação. Com a oração desse hino, afugentou-o”.

Todos podem imaginar um bom noviço de alma cândida, varonil, inocente, que se apresenta ao superior, e inclinando-se, diz: “Padre Mestre, eu cometi uma falta”. Cônscio de que toda falta é grave para os olhos de quem sabe ver bem, pediu um castigo. O superior, para prová-lo, aplicou-lhe o castigo acima mencionado.
E o noviço postou-se de joelhos diante da imagem — entre meio esperançoso e meio perturbado pela natureza do castigo — naturalmente levando na alma a pergunta que qualquer criatura humana nessa emergência tem que levar. Por mais que ele gostasse de rezar diante de Nossa Senhora, por mais que fosse objeto de manifestações de agrado d’Ela, não podia imaginar o que ia acontecer. Então ele rezou, rezou, rezou. Poderíamos imaginar o silêncio que se vai fazendo no convento, a noite que baixa, os ruídos caseiros que desaparecem, o rapaz sentindo-se sozinho, impassível diante da imagem.
Em determinado momento ele sente um auge de piedade e devoção, e faz a Ela o pedido: Eu estou aqui preso pela obediência. Vós sabeis o que é a obediência, eu não posso sair. Então eu Vos peço: Abri-me as portas para eu poder voltar à comunidade humana. Dizei Vós, ó minha Mãe, a palavra de auxílio e de misericórdia que possa me libertar. Indicai qual é a oração de que Vós mais gostais.

Certamente ele preparou longamente, pela oração, o pedido que fez. Ao final, provavelmente quando chegou a uma dessas situações críticas, em que ele não aguentava mais, colocou o pedido dele, sabendo bem que a hora crítica, a hora em que tudo parece não ter solução, é bem a hora em que as soluções surgem.
Qual não foi sua surpresa quando Nossa Senhora falou, e depois viu a imagem se movimentar, tomar amorosamente o Menino Jesus e mudá-lo de braço, em seguida dizer: Meu filho, eis aqui o sinal. Pode-se imaginar com que expressão de fisionomia a imagem, olhando para ele, disse aquelas palavras trasbordantes de amor.
Como contraste, pode-se imaginar o terrível olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo para Judas! Quão triste foi o olhar d´Ele para São Pedro! Quão inefável foi o olhar d’Ele para Nossa Senhora, quando agonizava no Calvário.
Mas no caso deste milagre, podemos imaginar o que seria o olhar cheio de proteção e afeto d’Ela, sorrindo diante da inocência daquele noviço, e falando com ele comprazida, como quem lhe dá uma graça espantosa, e como quem o escolhe como portador de um recado. Pode-se imaginar o timbre de voz da Virgem Santíssima e a graça que esse noviço recebeu naquele momento.
Tarde da noite, ele vai recolhido contar o milagre: Padre, Nossa Senhora comunicou-me que a canção que Ela prefere é ‘O Gloriosa Domina’. [vide quadro ao lado ou à p. XX] O padre superior manda chamar os outros irmãos, manda tocar o sino. A comunidade religiosa se reúne em fila, e vai cantando o hino O Gloriosa Domina até a sala do Capítulo, e aí encontra a prova: o Menino Jesus não estava mais do lado direito. A imagem é conhecida como Nossa Senhora do Capítulo. Vemos assim as mil coisas que Maria Santíssima faz para aqueles que A amam.
Lembro-me do tempo em que frequentávamos a Ordem Terceira do Carmo, e o coro cantava a plenos pulmões um hino a Nossa Senhora do Carmo, cujo estribilho é: “Oh Maria, aos carmelitas dai privilégios”.

A correlação entre o privilégio e o carmelita — e de modo mais geral entre o privilégio e a devoção à Santa Mãe de Deus — sempre me encantou muito, e me pareceu um elemento fundamental da devoção a Ela. Privilégio deriva do latim, privata lex (lei privada). Ou seja, a lei que é para um, ou para determinado grupo, mas não para outros. A Ordem do Carmo tem o privilégio carmelitano do escapulário, ao qual está ligada a promessa sabatina: quem morrer usando o escapulário, no sábado seguinte sua alma sairá do Purgatório.

Nossa Senhora, como Mãe que é, não trata os filhos de acordo com as regras gerais. Ela possui regras gerais, é evidente; mas sabe sempre, para todo e qualquer filho, abrir uma exceção e abrir um privilégio. Cada filho de Nossa Senhora, em função d’Ela, é um privilegiado por algum lado. Trata-se de compreender por que lado cada um é um privilegiado.
Na história do noviço franciscano de Alenquer, Ela abriu um privilégio para ele, para o convento e para toda a Ordem Franciscana: uma conclamação a cantar aquele hino, para se unirem mais especialmente a Ela. Para isso operou o milagre.
Cada um deve ter uma noção do privilégio que lhe corresponde, estudando as graças que o tocaram mais profundamente. Estudando o fio condutor dessas graças, percebe-se que elas têm um sentido. Assim se compreende o privilégio, pelo qual se escapa da regra geral. Maria Santíssima sabe ter, para cada pessoa, uma pena que Ela não teve com ninguém. É o privilégio individual. Assim Ela poderia ser invocada como Nossa Senhora dos Privilégios.
Devemos ser anti-igualitários até no que diz respeito à vida espiritual, e falar de privilégio é falar de desigualdade. Nossa Senhora das legítimas e harmônicas desigualdades é Nossa Senhora dos privilégios. Nossa Senhora dos privilégios é nossa Padroeira.

Senhora gloriosa,
bem mais que o sol brilhais.
O Deus que vos criou
ao seio amamentais.
O que Eva destruiu,
no Filho recriais;
do Céu abris a porta
e os tristes abrigais.
Da luz brilhante porta,
sois pórtico do Rei.
Da Virgem veio a vida.
Remidos, bendizei!
Ao Pai e ao Espírito,
poder, louvor, vitória,
e ao Filho, que gerastes
e vos vestiu de glória. Amém.
(Hino composto por São Venanzio Fortunato (530-609), bispo de Poitiers (França).
ABIM