É com gratidão e orgulho que celebramos o 46º aniversário do 25 de Abril, data marcante e das mais relevantes da história de Portugal.
As cerimónias habituais - solenes, festivas e justas - através das quais se assinala o Dia da Liberdade, são este ano necessariamente diferentes em função do distanciamento social que a atual crise pandémica nos impõe. Neste contexto de dificuldades e de combate ao coronavírus, os valores e ensinamentos de Abril são-nos mais úteis hoje do que alguma vez o foram desde então. A união, a solidariedade e a coragem, tão decisivas em 1974, voltam a ser essenciais em 2020. Somos todos chamados a ser agentes de saúde pública, desde os profissionais de saúde que estão na primeira linha deste combate, às forças de segurança ou serviços públicos que nunca descuraram a sua missão, não esquecendo todos os que prestam serviço nas instituições de apoio social ou os que se voluntariam para altruisticamente ajudar os mais frágeis da sociedade. A este esforço unido e concertado junta-se a decisiva disciplina que os cidadãos em geral têm revelado no escrupuloso cumprimento das orientações dadas pelas autoridades de saúde, quer quanto às medidas de higiene a respeitar, quer no distanciamento social ou no rigoroso confinamento domiciliário. Unidos e solidários, todos vamos resistir às adversidades sanitárias, económicas e sociais que inevitavelmente se abatem sobre o nosso concelho, o país e o mundo.
Durante a vigência da ditadura em Portugal, muitas mulheres e muitos homens, covilhanenses corajosos, foram exemplos de resistência contra o fascismo e heróis insubmissos na luta pela liberdade. Merecem a nossa eterna homenagem e gratidão, tanto quanto os Capitães de Abril que concretizaram a Revolução dos Cravos em Lisboa. Para todos eles, a felicidade chegou no dia 25 de Abril de 1974, após duras e longas décadas de luta e resistência.
46 anos volvidos, neste abril de 2020, lutamos novamente para ser livres. Queremos ser livres para sair à rua, para retomar as nossas atividades económicas, para recuperar as rotinas e a normalidade possível das nossas vidas. Talvez seja o desejo mais simples, mas também o mais importante: queremos ser livres para abraçar sem medo aqueles de quem gostamos.
Ainda não sabemos quando venceremos esta luta pela saúde pública. Mas vamos, seguramente, vencer. Hoje como ontem, vamos ser livres.
Fazemos votos para que, no próximo ano, já nos seja possível celebrar o Dia da Liberdade novamente nas ruas. Partilhando cravos. Novamente juntos.
Recorrendo às palavras poéticas de Manuel Alegre, vamos voltar a ter “um Abril na Praça, Abril de Massas/ (…) um Abril na rua, Abril a rodos/ Abril de sol que nasce para todos”.
Apesar de celebrado de maneira diferente, 25 de Abril, sempre!
Viva a Liberdade!
Viva a Covilhã!
Viva Portugal!
João Casteleiro
Presidente da Assembleia Municipal da Covilhã
Vítor Pereira
Presidente da Câmara Municipal da Covilhã