domingo, 20 de dezembro de 2020

FC Porto não deixa Sporting e Benfica descolarem


Primeira parte consistente e a segunda, a controlar um Nacional que nunca ofereceu perigo...

Dragões continuam a quatro pontos do líder Sporting e a dois do Benfica

O FC Porto derrotou esta noite o Nacional, por 2-0, em jogo realizado no Estádio do Dragão, a contar para a 10.ª jornada da I Liga.

Sérgio Oliveira abriu o marcador aos 21 minutos, na cobrança de uma grande penalidade, com Marega a dilatar a vantagem, aos 39.

Com o triunfo, os dragões passam a somar 22 pontos, dois atrás do Benfica e a quatro do líder Sporting.

Lusa

Portugal bloqueia entrada a estrangeiros ou não-residentes que venham do Reino Unido


A medida foi tomada após descoberta da nova variante do coronavírus, que é 70% mais contagiosa.

O Governo anunciou este domingo que a partir das 00h00 desta segunda-feira apenas são autorizados a entrar em território nacional os passageiros de voos provenientes do Reino Unido que sejam cidadãos nacionais ou com residência em Portugal.

As medidas foram tomadas na sequência da descoberta da nova variante do coronavírus. Os passageiros que cheguem do país terão de apresentar um teste negativo. Caso não tenham, terão de realizar o rastreio no aeroporto.

Leia o comunicado do governo na íntegra

"Na sequência da evolução da situação epidemiológica no Reino Unido, o Governo determinou hoje as seguintes medidas, em vigor a partir das 00h00 de dia 21 de dezembro, segunda-feira:

- Apenas são autorizados a entrar em território nacional os passageiros de voos provenientes do Reino Unido que sejam cidadãos nacionais ou cidadãos legalmente residentes em Portugal;

- Estes passageiros têm de apresentar, à chegada a Portugal, comprovativo de realização de teste laboratorial para rastreio da infeção por SARS-CoV-2, com resultado negativo;

- Os cidadãos que não sejam portadores de comprovativo de realização de teste laboratorial com resultado negativo são encaminhados pelas autoridades competentes, à chegada a território nacional, para a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito;

- Neste caso, os cidadãos terão de ficar em isolamento, nos termos definidos pelas autoridades de saúde.

Esta medida será atualizada de acordo com a evolução da situação.

Em Portugal, não se confirma a circulação desta variante do SARS-Cov-2 identificada no Reino Unido, de acordo com os dados obtidos até ao momento pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge que já englobam análise de amostras do mês de novembro e da segunda vaga."

TSF


Reino Unido com quase 36 mil novas infeções num dia


Maior aumento diário de casos de Covid-19 desde o início da pandemia no país surge num momento de preocupações acrescidas com nova estirpe detetada no sudeste de Inglaterra.

O Reino Unido registou nas últimas 24 horas o maior aumento de infeções por Covid-19 desde o início da pandemia, com 35.928 novos casos diagnosticados desde ontem, avançou o Ministério da Saúde britânico este domingo.

A atualização diária da situação epidemiológica surge numa altura de crescentes preocupações com uma nova variante da Covid-19 de mais rápida transmissão que estará por trás de novos picos de infeções em Londres e no sudeste de Inglaterra.

Ao longo do dia, vários países europeus, incluindo a Alemanha e Itália, anunciaram a suspensão das ligações aéreas com o Reino Unido por causa da nova estirpe. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já pediu à União Europeia que aperte os controlos.

A nova estirpe, que é 70% mais transmissível, já foi entretanto detetada em várias partes do Reino Unido à exceção da Irlanda do Norte, adiantaram entretanto os especialistas, havendo já casos detetados em vários países europeus.

"Este aumento súbito e elevado de novos casos é motivo de séria preocupação", diz à Sky News Yvonne Doyle, da Direção-Geral da Saúde britânica.

"A maioria dos novos casos registados hoje estão concentrados em Londres e no sudeste de Inglaterra", nota a especialista, indicando contudo que "ainda é muito cedo" para fazer uma ligação direta com esta nova estirpe do coronavírus.

Por causa desta nova estirpe, que o Governo britânico admitiu hoje estar "fora de controlo" dada a sua elevada taxa de transmissibilidade, Boris Johnson anunciou esta semana novas restrições ao Natal e Ano Novo, impondo medidas acrescidas em Londres e no sudeste de Inglaterra e declarando novamente confinamento geral no país.

Escócia e País de Gale também apertaram restrições.

Lusa


Nova estirpe obriga a reunião entre Paris, Berlim e UE


A nova estirpe de covid-19 detetada no sul de Inglaterra obrigou hoje a uma reunião 'online' entre a França, Alemanha e União Europeia (UE), sobretudo depois de vários países europeus terem suspendido os voos oriundos do Reino Unido.

Segundo um comunicado da Presidência francesa, a reunião contou com a participação do chefe de Estado da França, Emmanuel Macron, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem que tenham sido ainda anunciados resultados.

Os três líderes europeus analisaram a nova situação provocada pela variante do novo coronavírus detetada no sul de Inglaterra, depois de os Países Baixos, Bélgica e, mais tarde, Itália, terem anunciado a suspensão dos voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido.

A Alemanha, por seu lado, através de um comunicado divulgado a meio da manhã pelo Ministério da Saúde, indicou que estava a analisar "seriamente" a mesma intenção.

Tal como Portugal, em que uma fonte do Ministério dos negócios estrangeiros disse hoje à Lusa estar a aguardar por uma posição por parte da UE, a Espanha foi mais longe, e pediu a Bruxelas uma resposta comunitária coordenada para proibir o tráfego aéreo com o Reino Unido, evitando-se uma medida "unilateral".

Antes, Itália juntou-se aos Países Baixos e à Bélgica na "unilateralidade" da medida e suspendeu os voos procedentes do Reino Unido para "proteger" a população italiana da nova estirpe de covid-19, mas não adiantou a partir de quando irá vigorar a medida.

Segundo relatos da imprensa italiana, hoje está prevista a chegada a Itália de cerca de duas dezenas e meia de voos oriundos do Reino Unido, onde residem mais de 327 mil cidadãos italianos -- dados oficiosos apontam para cerca de 700 mil.

Em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, indicou à cadeia de televisão VRT que a suspensão será pelo menos de 24 horas, podendo, porém, ser prolongada, e que começa às 23:00 de hoje.

Em Berlim, fonte do Ministério da Saúde alemão indicou que o Governo está a encarar "seriamente" a suspensão dos voos provenientes do Reino Unido e ainda da África do Sul, o país africano com maior número de infeções, podendo juntar-se também aos Países Baixos cuja decisão foi igualmente tomada hoje e que se prolonga até 01 de janeiro.

As restrições do tráfego aéreo proveniente do Reino Unido e da África do Sul "são uma séria opção" que está a ser analisada por Berlim, acrescentou a fonte.

Nos Países Baixos, um comunicado do Ministério da Saúde holandês recomenda que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, "limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido".

As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

Lusa

Ana Cabecinha sagra-se campeã nacional e garante lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio



Pela sétima vez, Ana Cabecinha sagrou-se campeã nacional dos 20 quilómetros marcha e e garantiu um lugar nos Jogos Olímpicos de 
Tóquio. Será a quarta participação da atleta portuguesa nos Jogos olímpicos.

A atleta Ana Cabecinha tornou-se hoje a 36.ª portuguesa com marca de qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 pela pandemia da covid-19, ao conseguir os mínimos nos 20 quilómetros marcha.

Ao vencer os campeonatos nacionais em 1:30.18, em Olhão, a marchadora do Clube Oriental de Pechão garantiu uma quarta presença consecutiva nos Jogos, depois do oitavo lugar em Pequi2008, do nono em Londres2012 e do sexto no Rio2016.

Ana Cabecinha, de 36 anos, reforça a liderança do atletismo entre as modalidades com maior número de presenças asseguradas, agora num total de oito.

O maior destaque na comitiva vai para João Vieira, que, aos 43 anos, tem marca de qualificação nos 50 km marcha e deverá estar pela sexta vez em Jogos, tornando-se o segundo luso com mais presenças, a uma do velejador João Rodrigues.

Pedro Pichardo tem marca no triplo salto, assim como Patrícia Mamona e Evelise Veiga, com Carla Salomé Rocha e Sara Catarina Ribeiro a terem mínimos na maratona e Auriol Dongmo no lançamento do peso.

Maria Martins vai estrear o ciclismo de pista como disciplina olímpica para Portugal, depois de se ter qualificado através do 'ranking' de omnium.

No ciclismo de estrada, Portugal vai ter duas vagas em Tóquio, por via do 23.º lugar no 'ranking' olímpico, que dá a Portugal o direto a ter dois ciclistas na prova de fundo, um dos quais com entrada para o contrarrelógio.

O oitavo lugar de Nelson Oliveira no contrarrelógio dos Mundiais de 2019 permite a Portugal ter pela primeira vez dois ciclistas no 'crono' em Jogos Olímpicos.

Tal como para o Rio2016, os velejadores Jorge Lima e José Luís Costa foram os primeiros a assegurar uma presença portuguesa nos Jogos, ao garantirem uma quota - não obrigatoriamente ocupada por esta dupla - em 49er, durante o Mundial de Classes Olímpicas em Aarhus, na Dinamarca.

Na canoagem, seis atletas garantiram a qualificação nos Mundiais de velocidade de 2019, entre os quais Fernando Pimenta, medalha de bronze em K1 1000 em Szeged, na Hungria.

O K4 1000, composto por Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista e David Varela, e Teresa Portela (K1 200) também já têm presença em Tóquio, tal como Antoine Launay (K1) no slalom.

Lusa

Foto: Comitê Olímpico Portugal

Estudo luso-espanhol ajuda a compreender e a prever os efeitos das alterações climáticas na biodiversidade do solo

 

Os investigadores Jorge Durán, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e Manuel Delgado-Baquerizo, da Universidad Pablo de Olavide (Sevilha, Espanha), avaliaram, pela primeira vez, de que forma e por que razão a variabilidade espacial da biodiversidade do solo muda em ecossistemas terrestres a uma escala global.

A variabilidade espacial, ou seja, a distribuição desigual das propriedades do solo, desempenha um papel essencial no controlo das principais características e serviços dos ecossistemas, como o desempenho das plantas, a produtividade dos ecossistemas, as interações tróficas ou a ciclagem de nutrientes do solo.

Os resultados deste estudo, publicado na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature, são essenciais «para melhorar a nossa capacidade de compreender e prever os complexos efeitos das alterações climáticas na biodiversidade do solo, bem como para projetar medidas de deteção e mitigação precoces mais eficazes», afirma Jorge Durán.

«Sabemos que a variabilidade espacial das propriedades e funções do solo é controlada pela interação de vários atributos biológicos, químicos e físicos. No entanto, pouco se sabe acerca dos fatores que controlam a variabilidade espacial dos organismos subterrâneos. O que não deixa de ser surpreendente porque a biodiversidade do solo é um fator essencial em múltiplas funções do ecossistema. Embora a investigação na última década tenha sido capaz de identificar os fatores ambientais mais importantes que controlam a biodiversidade dos organismos do solo, um aspeto que tem sido negligenciado nesses estudos é sua variabilidade espacial», explica o investigador do Centro de Ecologia Funcional da FCTUC.

Este estudo visou precisamente colmatar estas lacunas no conhecimento. Os investigadores analisaram uma grande base de dados, de solo e vegetação, de 87 locais diferentes de todos os continentes (exceto Antártica), atingindo uma ampla gama de condições climáticas, tipos de vegetação, idades e origens do solo.

Os resultados obtidos, afirmam Jorge Durán e Manuel Delgado-Baquerizo, «mostram que a variabilidade espacial dos principais grupos de organismos do solo (bactérias, fungos, protistas e invertebrados) está altamente correlacionada nos diferentes ecossistemas, sugerindo fortes ligações entre os diferentes grupos, e que qualquer fator ou distúrbio que afete um grupo, afeta provavelmente o resto dos grupos de organismos do solo de maneira semelhante».

Observou-se também que a variabilidade espacial dos organismos do solo «é controlada principalmente pela estrutura da vegetação, que, por sua vez, é influenciada pela aridez e por diferentes atributos do solo. Assim, áreas com baixa cobertura vegetal, mas alta heterogeneidade espacial das plantas, estão consistentemente associadas a altos níveis de variabilidade espacial da biodiversidade do solo. Além disso, o nosso estudo sugere a existência de vínculos significativos e não descritos entre a variabilidade espacial da biodiversidade do solo e importantes funções do ecossistema, como o sequestro de carbono, a ciclagem de nutrientes ou produtividade vegetal».

As implicações destes resultados, segundo os autores do estudo, são amplas num contexto de alterações climáticas, «pois indicam que as reduções no coberto vegetal (por exemplo, via desertificação, aumentos na aridez ou desmatamento) são suscetíveis de aumentar a variabilidade espacial dos organismos do solo, o que poderia comprometer a capacidade dos diferentes ecossistemas de realizar funções importantes e manter serviços ecossistémicos chave».

Cristina Pinto

Criança de dois anos morre por afogamento em piscina em Famalicão


Um menino de dois anos de idade morreu sábado, vítima de afogamento numa piscina na freguesia de Joane, concelho de Famalicão (Braga), disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operação de Socorros (CDOS) de Braga.

Em declarações à Lusa, fonte do CDOS de Braga disse que o alerta de afogamento de uma criança de dois anos numa piscina em casa foi dado pelas 12:40 de hoje e para o local foi enviada uma ambulância com dois elementos da Associação de Bombeiros Voluntários Famalicenses.

Fonte dos Famalicenses adiantou à Lusa que quando chegaram ao local o menino estava “fora da piscina” e que a vítima recebeu manobras de reanimação durante cerca de uma hora.

A criança foi dada como morta no local pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Famalicão que se deslocou ao local, disse a mesma fonte dos bombeiros Famalicenses,

O corpo da criança foi transportado para a morgue de Famalicão.

Segundo informação da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), “o afogamento em Portugal continua a ser a segunda causa de morte acidental nas crianças” e em 2028 morreram sete crianças por afogamento, segundo se lê no sítio da Internet da APSI.

Este ano em junho, morreram duas crianças, com uma diferença de cerca de 48 horas, por afogamento em piscinas.

Os dados mais recentes (até 2018), publicados pela APSI mostram que nos últimos oito anos, em média, por ano, nove crianças morreram na sequência de um afogamento, e 26 foram internadas, sendo que o maior número de afogamentos ocorre até aos quatro anos.

Até aos nove anos, as piscinas são o primeiro local de ocorrência de afogamentos e entre os 10 e os 18 anos passam a ser os rios, ribeiras e lagos os locais onde se regista o número mais elevado deste tipo de acidente.

Lusa

SÃO DOMINGOS DE SILOS

 

São Domingos de Silos entronizado como bispo – Bartolomé Bermejo, séc. XV. Museu do Prado, Madri.

Grande taumaturgo do século XI, foi conselheiro de bispos e reis. Reformou o mosteiro de São Sebastião, um dos mais famosos da Espanha medieval. Sua festa litúrgica é celebrada neste dia 20 de dezembro.

  • Plinio Maria Solimeo

Natural de Cañas, em La Rioja (Espanha), Domingos nasceu pelo ano 1000. Quando pequeno, apascentava o gado do pai e era muito caridoso. Muitas vezes oferecia leite das ovelhas para andarilhos pobres que passavam pela região.

Ele amava os estudos, e seus pais o confiaram ao pároco local, cuja escola ficava ao lado da igreja, e nela fez os estudos que lhe permitiram seguir a carreira sacerdotal. Aos 26 anos, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Nájera.

Esmoleiro, mestre de obras, beneditino

Domingos sentia o atrativo da vida monástica, então em seu apogeu. Porém, antes de entrar num mosteiro, quis experimentar a vida eremítica, praticando a oração e penitências na solidão durante 18 meses. Depois dessa experiência, decidiu ingressar no mosteiro beneditino de Santo Emiliano de la Cogolla.

Muito dotado, logo se tornou mestre dos jovens que estudavam no mosteiro. Confiaram-lhe depois a reforma do priorato de Santa Maria de Cañas em sua cidade natal, passando ele um ano com a família. Para cumprir tal missão, teve que tornar-se esmoleiro para conseguir os recursos necessários à obra. Nela também trabalhou como pedreiro e mestre de obras, fazendo todo o possível para reconstruir o mosteiro arruinado a fim de receber novos candidatos à vida religiosa beneditina. Depois de terminada a obra, sua maior surpresa e alegria foi ver entre os candidatos à vida religiosa seu próprio pai e alguns outros parentes.

Voltando para Santo Emiliano, foi nomeado prior pelo abade Garcia, em 1038. Depois tornou-se abade do mosteiro.

Deposição abusiva e exílio

Depois de ser desterrado por Dom Garcia Sanchez III, rei da Navarra (acima), São Domingos é acolhido pelo rei de Castela e Aragão, Fernando I, o Magno, que o recebeu em seu palácio (quadro abaixo).

Na muito conturbada época de São Domingos, estava-se em plena Reconquista espanhola, e todos os príncipes espanhóis lutavam para retomar as terras sob domínio dos muçulmanos.

Grande parte do esforço de guerra era bancado pelos mosteiros e igrejas, por vezes muito ricos devido às doações de príncipes e nobres. No ano de 1030, Dom Garcia Sanchez III, rei da Navarra, exigiu os tesouros do mosteiro de Santo Emiliano para manter sua guerra. Alegava para isso que a maior parte deles havia sido dada pelos seus antepassados. Os monges estavam dispostos a ceder, mas o santo abade deu uma recusa – humilde, mas categórica – que contrariou muito o príncipe. Foi tão grande sua cólera, que obrigou os monges a deporem o abade, e o desterrou do reino de Navarra.

Fernando I de Castela acolhe São Domingos de Silos – Bartolomé Bermejo, séc. XV. Museu do Prado, Madri

Domingos exilou-se em Burgos, capital de Castela. Por seus dotes intelectuais e de reformador, atraiu logo as simpatias do bispo local e do rei de Castela e Aragão, Fernando I, o Magno (1035-1065), que o recebeu em seu palácio. Mas o santo preferiu retirar-se para um eremitério fora da cidade.

O monarca, querendo servir-se desse grande talento para o bem da Igreja, no dia 14 de janeiro de 1041 propôs a Domingos que assumisse a reforma do mosteiro de São Sebastião de Silos, em lastimável estado.

Origens de São Sebastião de Silos

O mosteiro remontava à época visigótica (século VII), mas quase desaparecera com a ocupação muçulmana. No século X, quando o conde Fernán González governava Castela, o mosteiro conheceu novo esplendor, antes de cair novamente em decadência durante as invasões de Almazor. Quando São Domingos assumiu sua direção, a casa abrigava apenas seis monges e estava em péssima situação espiritual e financeira.

Um dos problemas mais dolorosos na Península Ibérica, quando parcialmente ocupada pelos árabes, eram os cristãos que gemiam sob seu jugo. Quase todos os santos espanhóis do período dedicaram muito de seu trabalho e energia ao resgate dos escravos cristãos. Com sua vigorosa disposição, Domingos se notabilizou pelos benefícios prestados aos cristãos prisioneiros dos muçulmanos, além de restaurar a vida monástica.

Vista do Mosteiro de São Domingos de Silos

Restaurando uma joia da arte românica

A igreja românica do mosteiro e o resto das dependências monacais foram reerguidas pelo santo. O claustro foi edificado após sua morte, e perdura como uma joia da arte românica. A abadia reconstruída existe ainda hoje, e é considerada um dos grandes tesouros da arquitetura espanhola.

Domingos organizou também o scriptorium, ou sala dos copistas, onde se criou uma das mais completas e ricas bibliotecas da Espanha medieval. Reuniu grande número de escritos visigóticos, e conseguiu que alguns monges se tornassem bons letrados para estudá-los. A imprensa não havia ainda sido fundada, e os livros eram manuscritos. Foi de fundamental importância o papel dos copistas dos mosteiros, que deixaram para a posteridade todo o acervo cultural dos tempos antigos e medievais.

Em pouco tempo o mosteiro se tornou renomado pelos livros, pela arte das iluminuras e pelos trabalhos em prata, além de importante centro espiritual. Multiplicou-se rapidamente o número de monges, exigindo a ampliação da casa para abrigá-los.

São Domingos tinha cuidado especial com os pobres, socorrendo-os em todas as suas necessidades. Ensinava também aos camponeses a agricultura e ofícios vários.

Três coroas oferecidas por um anjo

         Domingos restabeleceu o louvor divino diurno e noturno. Seu contemporâneo Grimaldo, também monge de Silos, afirma que um anjo, para animar o santo, prometeu-lhe em sonhos três coroas: uma por ter abandonado o mundo perverso e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado a castidade perfeita; e a terceira pela restauração do mosteiro de Silos.

De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos em que São Domingos foi abade do mosteiro de São Sebastião de Silos, este se tornou centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o mundo. Aos poucos o Abade tornou-se grande taumaturgo e um dos homens mais populares da Espanha.

Outro Domingos, também santo

Naquele tempo vivia na Espanha outro Domingos, eremita muito preocupado com os peregrinos. Estes se deslocavam por caminhos cheios de acidentes, a fim de visitar o célebre santuário de Santiago de Compostela. Uma das grandes dificuldades era atravessar o rio Oja, e ele construiu uma ponte sobre o rio e uma ladeira para facilitar o deslocamento dos peregrinos. Daí lhe veio o nome com que ficou na história: São Domingos da Calçada, sendo festejado no dia 12 de maio.

O primeiro Domingos encorajou muito este segundo em sua obra, demonstrando assim que o trabalho dos monges tem também grande valor social.

Frontal da sepultura de São Domingos de Silos

Morte e glorificação, respeitado por reis e rainhas

O abade de Silos morreu no dia 20 de dezembro de 1073, entre seus numerosos filhos espirituais, assistido pelo bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro do seu mosteiro. Multiplicando-se os milagres por sua intercessão, o mesmo bispo transferiu o corpo para a igreja do mosteiro de São Sebastião, que foi perdendo seu nome e acabou adotando o de São Domingos.

Muito amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, São Domingos operou em vida muitos milagres, e prosseguiu depois da morte, daí ser chamado ‘Taumaturgo do século X’.

A popularidade adquirida pelo santo foi tão ampla, que depois de sua morte foi inscrito seu nome ao lado de Cid Campeador, o famoso herói da Espanha medieval. Também o primeiro poeta castelhano de nome conhecido, Gonzalo de Berceo, traçou sua biografia na Vida de Santo Domingo de Silos, escrita no século XIII.

O nome de Domingos identifica cerca de cinquenta igrejas na Espanha. As regiões meridionais honravam-no especialmente por causa dos cativos libertos. As futuras mães invocavam-no para terem bom parto. Quando uma rainha da Espanha estava prestes a ser mãe, o abade de Silos levava para o palácio real o báculo de São Domingos, e esta relíquia lá permanecia até se dar o feliz nascimento.

Por volta de 1170, a beata Joana Aza de Gusmão foi rezar em Silos, para ter um bom parto, e depois deu o nome do santo protetor ao filho que lhe nasceu – Domingos de Gusmão, fundador dos Padres Dominicanos.

Até hoje os monges de São Domingos de Silos estão entre os melhores intérpretes do canto gregoriano em todo o mundo.

ABIM

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Fontes consultadas:

– http://www.santiebeati.it/dettaglio/90512

– https://santo.cancaonova.com/santo/sao-domingos-de-silos-sacerdote/

– https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-sao-domingos-de-silos/426/102/

– https://es.wikipedia.org/wiki/Monasterio_de_Santo_Domingo_de_Silos

– https://www.biografiasyvidas.com/biografia/d/domingo_de_silos.htm

Tomada de Posse dos novos Comandantes Operacionais Distritais e dos novos Adjuntos de Operações

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) realiza amanhã, segunda-feira, dia 21 de dezembro, pelas 13:30h, a cerimónia de designação dos Comandantes Operacionais Distritais de Aveiro, Évora, Faro, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, bem como de dois Adjuntos de Operações, a qual contará com a presença de Sua Excelência a Secretária de Estado da Administração Interna.

 

Os sete novos Comandantes Operacionais Distritais e os dois novos Adjuntos de Operações designados, todos originários do sistema de proteção civil com comprovada experiência e adequada formação para o desempenho das suas funções, vão ser:

 

- Como Comandante Operacional Distrital de Aveiro: Ana Paula Ramos. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Licenciatura em Segurança Comunitária. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros e presta serviço na ANEPC desde 1997.

 

- Como Comandante Operacional Distrital de Évora: Maria João Rosado. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Licenciada em Proteção Civil. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros e presta serviço na ANEPC desde 2007.

 

- Como Comandante Operacional Distrital de Faro: Abel Gomes. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Com formação em Riscos, Planeamento e Proteção Civil. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros e presta serviço na ANEPC desde 2006.

 

- Como Comandante Operacional Distrital de Lisboa; Hugo Santos. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Licenciatura em Gestão de Segurança e Proteção Civil. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros e presta serviço na ANEPC desde 1999.

 

- Como Comandante Operacional Distrital do Porto: Albano Teixeira. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Licenciatura em Engenharia de Proteção Civil. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros.

 

- Como Comandante Operacional Distrital do Santarém: David Lobato. Atual 2.ª Comandante Operacional Distrital. Licenciatura em Segurança e Higiene no Trabalho. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros.

 

-  Como Comandante Operacional Distrital de Setúbal: João Pinto. Licenciado em Proteção Civil. Presta serviço na ANEPC desde 2003.

 

Os novos Adjuntos de Operações designados, vão ser:

 

- O Atual Comandante Operacional Distrital de Lisboa, Carlos Mata. Mestre em Sistemas de Informação Geográfica e Modelação Territorial Aplicados ao Ordenamento. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros.

 

- O Atual Comandante Operacional Distrital de Santarém, Mário Silvestre. Com Mestrado em Riscos e Proteção Civil. Tem experiência no exercício de funções de comando em corpo de bombeiros e presta serviço na ANEPC desde 2013.

 

Os concursos relativos a estes cargos serão submetidos à CReSAP.

 

 

Local: Sede da ANEPC em Carnaxide

Pedidos de ajuda de emigrantes carenciados “aumentaram imenso” em Paris


Ilda Nunes é desde setembro a nova provedora da Santa Casa da Misericórdia de Paris, num momento em que os pedidos de ajuda "aumentaram imenso", apesar de ainda haver "uma certa vergonha" na comunidade portuguesa em pedir apoio.

"[Os pedidos] aumentaram imenso, muito. [...] Há pessoas que estavam com contrato de duração determinada e ficaram sem trabalho e mesmo que tenham subsídio de desemprego é muito curto. E muitas pessoas que trabalham sem declarar e, a partir do momento em que não há trabalho, acabou-se. Não têm rendimentos", afirmou Ilda Nunes, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Paris, em entrevista à agência Lusa.

A provedora não gosta de falar em números, mas arriscou um "aumento entre 25 a 30%" dos pedidos de ajuda "em tempo normal" entre a comunidade portuguesa em França.

Ilda Nunes chegou a França aos 15 anos e é atualmente professora de Francês, sendo uma figura ativa na comunidade portuguesa na região parisiense. Em 2011 tornou-se secretária-geral da Santa Casa da Misericórdia e, este ano, foi eleita a nova provedora da instituição.

"É uma bela causa, porque vejo a Misericórdia como uma instituição que se preocupa com os outros. A Misericórdia é equivalente a partilha, solidariedade e empatia com as pessoas que sofrem", indicou a provedora eleita no mesmo ano em que a organização de apoio à comunidade portuguesa comemorou 25 anos.

Para além da ajuda alimentar a cerca de 1.000 famílias na região parisiense, a Santa Casa da Misericórdia de Paris dá apoio social, jurídico e psicológico à comunidade portuguesa, com um número de emergência que está ativo 24 horas.

Os pedidos chegam com "receio", mas os membros da organização respondem sem preconceitos.

"Qualquer pessoa seja ela de que origem for, seja ela emigrante ou não, é evidente que é difícil. E os portugueses tiveram sempre também esse receio de dizer que precisavam", notou Ilda Nunes.

E sublinhou: "Sobretudo (...), com uma certa vergonha de não terem sido tão bem sucedidos como outros e aí, é a nós, membros da Santa Casa, de pôr as pessoas à vontade e de mostrar que nós não estamos a fazer nada de especial".

A instituição possui ainda dois jazigos em Enghien-les-Bains, na região parisiense, onde sepulta cidadãos portugueses sem família. No Natal, a Santa Casa da Misericórdia apoia também os reclusos de origem portuguesa em França enviando-lhes um cheque de 50 euros.

Ilda Nunes lamentou que os consulados tenham perdido ao longo dos anos o papel de apoio aos mais necessitados.

"Nós temos uma boa relação com o consulado e trabalhamos em parceria. Se houvesse um serviço social, como já houve, muitos dossiers que nos chegam à Santa Casa seriam resolvidos pelos assistentes sociais do consulado. Infelizmente, foram acabando, pouco a pouco", frisou.

Para levar a cabo esta obra social, a instituição apoia-se nas quotas pagas pelos cerca de 400 membros e nos donativos dos benfeitores, muitos deles empresários portugueses em França.

O aumento dos pedidos de ajuda este ano, foi seguido pelo aumento das contribuições dos benfeitores.

"Há sempre pessoas muito atentas às dificuldades dos outros e está a acontecer muito isso este ano, com as pessoas a pensarem mais em solidariedade. As pessoas estão-se a mobilizar e estamos a ter bons retornos", disse Ilda Nunes.

Mas não é suficiente. Com necessidades constantes, a provedora apelou aos emigrantes portugueses em França que possam ajudar para aderirem à instituição.

"O apelo que faria é que as pessoas aderissem à Santa Casa, a quota é de 25 euros e isso permite que essas verbas possam ser usadas para comprar alimentos quando já não houver", concluiu.

França registou mais de 2,4 milhões de casos e 60.418 mortos por covid-19 desde o início da pandemia.

Lusa

Proposta de Estatuto do Artista está concluída, diz a ministra da Cultura


A ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou hoje, no Porto, que a proposta de estatuto do trabalhador da cultura está concluída e “será agora vertida num decreto-lei autorizado” pela Assembleia da República.

“Naturalmente, caberá ao Governo aprovar e é esse processo que se iniciará a partir do início de janeiro”, disse Graça Fonseca, que hoje participou numa conferência de imprensa de apresentação de um projeto-piloto do Coliseu do Porto que permitirá levar o seu espetáculo de natal de circo às salas de cinema da rede NOS.

Considerando que “ninguém tem dúvidas de que 2020 foi dos anos mais difíceis da nossa vida contemporânea, em muito setores e em especial para o da cultura”, a ministra destacou, em jeito de balanço, a “resiliência, resistência extraordinária e a adaptação” que este setor demonstrou.

“Não tínhamos experiência de sermos obrigados a ficar em casa, foi um ano particularmente difícil. Fizemos tudo o que foi possível fazer, no diálogo com todos, procurando dar resposta aos tempos que estávamos a viver, sem nunca perder a capacidade de pensar o pós-pandemia”, referiu.

O estatuto do artista é, em seu entender, “um bom exemplo” desse trabalho, na medida em que “era algo que já vinha sendo pensado e planeado, mas que cujo trabalho foi muito em março/abril de 2020, precisamente com a noção de que é importante para o futuro”.

Ou seja, acrescentou, “para que as situações de precariedade que se tornaram mais visíveis com a pandemia, não se repitam e para que todos estejam protegidos em situações de paragem ou dificuldade de trabalho”.

Destacou ainda “a forma extraordinária como os equipamentos culturais em todo o país se adaptaram aos novos horários, permitindo que o público pudesse continuar a ir aos espetáculos, o que acontece em poucos países europeus”.

“Mesmo em circunstâncias muito difíceis conseguimos que a cultura não pare. Continuarmos, por exemplo, com o circo de Natal do Coliseu do Porto ao final destes anos todos é um bom sinal de esperança para 2021”, considerou.

Lusa