O Brasil registou 904 mortes e 27.075 mil casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde.
Ao todo, o Brasil já confirmou 672.846 casos e 35.930 mortes provocadas pela covid-19.
No sábado, o Governo brasileiro confirmou que realizou mudanças na divulgação dos dados consolidados sobre casos e mortes provocadas pela pandemia.
Após quase 24 horas fora do ar, o site do Ministério da Saúde no qual se divulga os números de infeções, mortos e outros informações relevantes sobre a pandemia regressou ao ar com informações parciais, que excluem o número total de mortos e o total de casos da doença registados no Brasil.
Dessa forma, o Governo brasileiro passou a relatar apenas o número de casos e de óbitos registados nas últimas 24 horas.
Além da suspensão da divulgação de parte dos dados consolidados, o Presidente, Jair Bolsonaro, também confirmou que o Governo informará os números após as 22:00, horário local, muito depois dos horários em que os números eram divulgados desde que o vírus chegou ao país.
"Para evitar subnotificação e inconsistências, o @minsaude optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo", escreveu o chefe de Estado brasileiro na sua conta na rede social Twitter.
A mudança na metodologia causou protestos em diferentes setores, que acusaram o Governo brasileiro de dificultar o acesso à informação.
A alteração também foi associada à intenção de impedir que as informações sejam divulgadas nos noticiários noturnos da rede Globo, que têm a maior audiência do país, e nas edições impressas dos jornais brasileiros.
Na sexta-feira, em declarações aos jornalistas, o próprio Bolsonaro disse que, com a mudança, a rede Globo deixaria de ser a "TV Funeral".
O ex-ministro da Saúde do Brasil Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo por discordar do Presidente brasileiro sobre as melhores ações para o combate à pandemia, afirmou hoje durante uma transmissão ao vivo na internet que a decisão de suspender a divulgação do número total de mortes e infetados no país "é uma tragédia".
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde, que reúne autoridades de saúde dos 27 estados brasileiros, emitiu uma declaração afirmando que as mudanças juntamente com a sugestão de executar uma revisão de dados consolidados por governos regionais enviados diariamente ao Ministério da Saúde visam "dar invisibilidade aos mortos".
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) informou, por sua vez, que "enquanto o número de mortos e contaminados atinge níveis recordes no país, devastando a vida de milhares de brasileiros, o Governo de Bolsonaro escolhe dificultar o acesso a informações sobre o progresso do vírus".
No início da noite, a Defensoria Pública da União (DPU), órgão governamental que indica gratuitamente advogados aos carenciados (advogados oficiosos), informou que avançou com um pedido judicial para exigir que o Ministério da Saúde volte a divulgar os números suprimidos no portal que relata dados da doença.
Os Estados Unidos registaram 749 mortos devido à covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para quase 110 mil óbitos desde o início da pandemia, segundo a contagem realizada pela Universidade Johns Hopkins.
De acordo com os números contabilizados diariamente pela Universidade Johns Hopkins, sediada em Baltimore (leste), até às 20:30 de sábado (01:30 de hoje em Lisboa) os Estados Unidos superaram atingir 1,9 milhões de casos de contágio, sendo que cerca de 500 mil pessoas foram dadas como curadas.
O país tem o maior número de vítimas fatais e de casos confirmados em todo o mundo.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que os Estados Unidos "superaram amplamente" a pandemia da covid-19 e voltou a apelar aos governadores a suspenderem o confinamento e outras restrições ainda em vigor.
De acordo com uma média de nove modelos epidemiológicos produzidos por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, o número de mortes por covid-19 deve atingir as 127 mil no país até 27 de junho.
Embora a pandemia tenha desacelerado nos Estados Unidos desde o pico atingido em meados de abril, os profissionais de saúde estão preocupados com um agravamento ao nível de casos e de mortes nas próximas semanas, devido aos atuais protestos contra o racismo e a brutalidade policial.
Lusa