quarta-feira, 3 de julho de 2019

Associação ambientalista preocupada com construção da Barragem do Pisão no Crato

Associação ambientalista preocupada com construção da Barragem do Pisão no Crato


Crato, Portalegre, 01 jul 2019 (Lusa) -- A associação ambientalista GEOTA manifestou-se hoje preocupada com a construção da Barragem do Pisão, no concelho do Crato (Portalegre), sem que antes tenha sido elaborado um estudo de impacte ambiental e respetivos processos de consulta pública.

"Pelas conclusões do relatório que foram emitidas em despacho no Diário da República, não se justifica a viabilidade da barragem sem que seja feito o estudo de impacte ambiental", disse Daniel Demétrio da GEOTA, em declarações à agência Lusa.

No início de junho, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou no Crato que a construção da Barragem do Pisão, projeto hidráulico de fins multiplos, prevê um investimento total de 168 milhões de euros, devendo a obra estar concluído em 2027.

Num comunicado hoje divulgado, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) manifesta-se preocupado com os impactes que as barragens podem provocar, nomeadamente ao nível da eutrofização e perda de qualidade da água e biodiversidade.

Estes impactes "não estão presentes" nas conclusões do relatório elaborado pelo grupo de trabalho que avaliou a viabilidade técnico-financeira da Barragem do Pisão.

"Nós não sabemos se a barragem é ou não viável. Não podemos tomar uma posição, nem o Governo deve tomar uma posição, sem que antes seja estudado. Achamos que é obrigatório e essencial que esta barragem seja estudada com calma, até porque é um assunto que anda a ser falado há vários anos", disse.

Os ambientalistas do GEOTA mostram-se também preocupados por não terem sido consultadas entidades, como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, pelo grupo de trabalho, que, no espaço de dois meses, concluiu sobre a viabilidade do projeto.

O GEOTA disse "não compreender" como a inundação de "cerca de sete quilómetros quadrados" de zonas naturais pode ser visto como "vantajoso" para a observação de aves, já que esse alagamento "potencia a eliminação" do seu habitat.

Segundo o Governo, além do investimento total de 168 milhões de euros, valor com necessidade de financiamento, acresce ainda um outro investimento de 50 milhões de euros para regadio, que deverá abranger uma área de "10 a 12 mil hectares".

A Barragem do Pisão, que vai contar com um espelho de água de sete quilómetros quadrados, poderá produzir energia suficiente para abastecer 75% da população do distrito de Portalegre.

O projeto apresentado prevê que a água de abastecimento público terá mananciais anuais de cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos.

A energia elétrica produzida através de central solar fotovoltaica com potência de 150 megawatts (MW) será capaz de gerar cerca de 275 gigawatt-hora (GWh) com entrega à rede através da linha de alta tensão existente, referiu o Governo.

Trata-se, segundo o resultado apresentado pelo grupo de trabalho, de um empreendimento "técnica-financeira-ambiental" e "socialmente viável", que projeta uma área de rega de 12 mil hectares, dispondo de 67 mil metros cúbicos de água anuais para esse efeito.

"Produzirá 275 GWh/ano e perspetiva uma receita de 25,2 milhões de euros/ano, através de uma central solar fotovoltaica a ser instalada numa área de dois quilómetros quadrados", concluiu o grupo de trabalho.

Em despacho conjunto publicado a 07 de junho em Diário da República, o Governo determinou o início dos trabalhos para a concretização da Barragem do Pisão, que envolvem, no imediato, a elaboração de estudos e projetos, avaliação de impacte ambiental e a compatibilização necessária com instrumentos de gestão territorial.

"O despacho identifica a barragem do Pisão como financeiramente viável, com uma Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de 4,9% de 20 anos de operação, um Valor Atualizado Líquido (VAL) para uma taxa de atualização de 4% de 14,7 milhões de euros e um tempo de amortização do investimento para uma taxa de atualização de 4% de 22 anos", lê-se no documento.

O relatório propõe ainda que, independentemente da forma de financiamento a ser decidida na altura de execução, "seja criada" uma entidade pública para fazer a "promoção/gestão global" do aproveitamento, através da "atribuição da concessão" da exploração e gestão da barragem.

O grupo de trabalho foi constituído por um representante do ministro Adjunto e da Economia, que coordenou, e elementos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Direção Geral de Energia e Geologia, Grupo Águas de Portugal, Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo.

O projeto hidroagrícola prevê a submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes.

A barragem já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

in https://www.dn.pt/lusa/interior/associacao-ambientalista-preocupada-com-construcao-da-barragem-do-pisao-no-crato-11064357.html

Nacional | ANEPC promove campanha nacional de sensibilização para medidas de autoproteção em caso de incêndios rurais

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Proteção Civil promove campanha nacional de sensibilização para medidas de autoproteção em caso de incêndios rurais

No âmbito da campanha global sobre incêndios rurais “Portugal Chama”, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) promove entre 3 de julho e 2 Agosto, a campanha de sensibilização sobre medidas de autoproteção previstas nos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”. A iniciativa tem como objetivo incentivar a consciência coletiva de que a proteção é uma responsabilidade de todos, sensibilizar para a necessidade de implementação de estratégias de proteção dos aglomerados populacionais e informar as populações sobre os comportamentos a adotar em caso de ocorrência de incêndios rurais.

A Campanha materializa-se em 13 spots para televisão e um para rádio e Web, com diferentes mensagens de sensibilização que visam prevenir e mitigar os efeitos dos incêndios rurais.

Os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”, promovidos pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), enquadram-se na prossecução da Resolução do Conselho de Ministros nº 157-A/2017, de 27 de outubro, a qual estabeleceu um conjunto de medidas que o Governo resolveu adotar no sentido de introduzir “uma reforma sistémica na prevenção e combate aos incêndios rurais, estendendo-se a outras áreas da proteção e socorro”.

A execução dos programas "Aldeias Seguras" e "Pessoas Seguras" resulta de um protocolo assinado entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).

Os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” estão já implementados em 1909 aldeias, tendo sido designados 1507 Oficiais de Segurança Local e identificados 1466 locais de abrigo/refúgio. O Oficial de Segurança Local tem como missão transmitir avisos à população, organizar a evacuação do aglomerado em caso de necessidade e fazer ações de sensibilização junto da população.

Esta conjugação de esforços entre o Poder Central e o Poder Local pretende:

- Incentivar a participação das populações e reforçar a consciência coletiva de que a proteção e a segurança são responsabilidades de todos;
- Apoiar o poder local de forma a promover maior segurança;
- Contribuir para a salvaguarda de pessoas e bens;
- Implementar estratégias de proteção de aglomerados populacionais face aos incêndios rurais;
- Criar dinâmicas e hábitos com base no conceito de autoproteção;
- Familiarizar as populações sobre as condutas a adotar em caso de necessidade de evacuação ou confinamento, treinando-as para esse efeito;
- Sensibilizar para a adoção de práticas e comportamentos que minimizem o risco de incêndio rural e aumentem a segurança das comunidades.

Alcina Coutinho

Proença-a-Nova | Pão de medronho chega ao mercado no final do ano



O pão de medronho, produto desenvolvido por Rui Lopes, com ligações à aldeia de Maljoga, vai ser colocado no mercado no final deste ano, numa fase inicial em vários pontos nos distritos de Leiria, Castelo Branco e Lisboa, prevendo-se o seu alargamento nos próximos anos ao território nacional. “O projeto encontra-se neste momento na fase de conclusão dos processos produtivos, em colaboração com a Padaria Ritus do Pão, de Monte Redondo, em Leiria. É um pão de aspeto rústico, com farinhas não corrigidas, de longevidade superior, mantendo a frescura e macieza interna até ao sexto dia de vida útil”, revela Rui Lopes, estudante finalista da Licenciatura em Dietética e Nutrição da Escola Superior de Saúde, membro colaborador do Centre for Innovative Care and Health Technology e estudante de Mestrado em Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar da Escola Superior Turismo e Tecnologia do Mar, do Instituto Politécnico de Leiria. “É sempre com orgulho que percebemos que um proencense se destaca e promove um recurso endógeno, como é o medronho, acrescentando-lhe valor e mostrando as potencialidades que se podem e devem extrair dos nossos territórios, como demonstra o Rui Lopes com a sua vertente empreendedora, desejando continuado sucesso com este novo produto”, afirma o presidente da Câmara Municipal, João Lobo. “O Município é e será sempre parceiro e agente dinamizador de produtos/ideias que contribuam para a geração de riqueza”. 

Rui Lopes, que tem colaborado com o projeto Bioaromas e com o Município na dinamização de sessões de cozinha ao vivo, tem trabalhado o pão de medronho há já cinco anos e disponibilizar este pão aromático no mercado pretende dar resposta aos consumidores que procuram produtos alimentares mais naturais e saudáveis. “É um pão que apresenta um perfil nutricional diferenciador em comparação com outros pães do mercado, do qual se destaca o baixo teor de sódio, a presença de vários minerais provenientes do fruto e rico em fibras; destaca-se também a presença de vários ácidos orgânicos voláteis e contém ainda diferentes compostos antioxidantes como os flavonoides provenientes do medronho. Estes compostos revelam interesse nutricional pela sua ação anti-inflamatória, na proteção da função cardiovascular, na diminuição do risco de cancro e da oxidação celular, diminuição dos radicais livres, entre outros aspetos relevantes da saúde”, adianta Rui Lopes. 

O investigador destaca ainda que, no decorrer dos trabalhos, foram encontradas soluções tecnológicas que irão contribuir de forma decisiva para a resolução de alguns problemas no processamento do medronho na indústria de transformação alimentar. “Esta evolução permitirá ajudar a fileira do medronho a reorganizar as estratégias agroindustriais e, deste modo, contribuir para a economia das populações do interior de Portugal onde este fruto poderá ter forte expressão económica agroflorestal e na preservação dos habitats naturais”. 

O Pão de Medronho foi apresentado publicamente pela primeira vez na conferência dedicada ao Medronho que o Município de Proença-a-Nova organizou no dia 12 de outubro de 2018 como um dos possíveis usos deste fruto. Recentemente, o pão de medronho foi distinguido no 4º Concurso de Ideias Agriempreende com um terceiro lugar, evento realizado no âmbito do Fórum de Empreendedorismo e Inovação da Feira Nacional de Agricultura, que decorreu em Santarém.

Faisal Karim apresenta “A Conspiração do Tempo” na Biblioteca


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A Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira recebe, no sábado, às 17:00, a apresentação do livro “A Conspiração do Tempo”, de Faisal Karim, no âmbito do projeto Biblioteca Multicultural.
A obra, segundo o autor paquistanês, aborda a história de “um menino rebelde vindo das montanhas de Karakoram [que] encontra o sentido da vida nas ruas de Lahore, moderno Paquistão, a partir do momento em que conhece uma menina alemã enquanto esta fazia fotografias num local sagrado”, sendo “uma história de amor baseada em factos reais vividos” pelo escritor.
Descendente da tribo Burusho das montanhas do Paquistão, Faisal Karim começou a escrever aos 14 anos de idade e, desde então, não parou de expor as suas ideias e inspirações através de textos e poemas.
Morou no Brasil e, atualmente, vive na região de Leiria.
O projeto Biblioteca Multicultural tem como objetivo dar a conhecer os artistas de vários quadrantes geográficos e culturais que vivem e enriquecem a nossa região, aportando um património imaterial que torna a comunidade mais multicultural e inclusiva.

Condicionamentos de trânsito e estacionamento da Feira de São Mateus têm início a 8 de julho

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Período de condicionamentos da circulação automóvel e estacionamento é o estritamente indispensável e prolonga-se até à conclusão das desmontagens do evento.
Em virtude das necessidades de instalação e montagem de infraestruturas expositivas, logísticas e de luz decorativa da Feira de São Mateus, o Campo de Viriato e as artérias adjacentes estarão vedados à circulação automóvel e ao estacionamento, a partir desta segunda-feira, dia 8 de julho.
Até dia 30 de setembro, o trânsito será interdito no troço que atravessa o Campo de Viriato, em ambos os sentidos. Em alternativa, os condutores que circulam no sentido Avenida Emídio Navarro-Avenida da Bélgica terão de virar à direita, pela Rua do Coval, para optar por outras direções. Já os condutores que circulem pela Avenida da Bélgica ou pela Avenida Capitão Homem Ribeiro encontrarão o trânsito vedado junto à Porta de Viriato e aí poderão inverter a marcha na rotunda junto ao Café Paris.
Na Rua Ponte de Pau (Estação Funicular) e junto ao Fórum Viseu e na Rua Padre Costa (exceto moradores e veículos autorizados), junto ao Multiusos de Viseu, a circulação automóvel será também interdita.
Os condutores que circulem pela Rua D. José da Cruz Moreira Pinto terão a possibilidade de, em alternativa à saída pela Rua Ponte de Pau, virar à esquerda e continuar a circulação pela Rua Serpa Pinto.
Este ano, o estacionamento em frente ao Quartel da Paz e à Igreja N.ª S.ª da Conceição terá dez lugares reservados a pessoas portadoras de deficiência, criando um único ponto para este efeito, próximo da entrada da “Porta de São Mateus”. Os condutores deverão entrar junto à Rotunda do Coval.
Estes condicionamentos, que se encontrarão devidamente sinalizados nos locais, deverão prolongar-se devido aos procedimentos de desmontagens das estruturas do evento. O evento decorre entre 8 de agosto e 15 de setembro.
Qualquer dúvida decorrente destes condicionamentos deve ser reportada para os contactos de apoio da equipa de Coordenação de Segurança da Feira de São Mateus, através do e-mail segurancaeventos@viseumarca.pt ou do número 962 550 000.

Torres Vedras | “Venha tirar dúvidas sobre a Doença de Alzheimer”


Conversas no Campus sobre Saúde - 13 de Julho de 2019 - Torres Vedras

O Campus Neurológico (CNS) organiza, no próximo dia 13 de Julho, mais uma sessão das Conversas no Campus sobre Saúde, esta sessão terá como tema “Venha tirar dúvidas sobre a Doença de Alzheimer”, que irá decorrer nas instalações do Campus Neurológico em Torres Vedras.

A doença de Alzheimer é uma doença crónica e comum que se associa ao envelhecimento. As alterações no cérebro dos doentes com doença de Alzheimer surgem anos antes do início das manifestações clínicas, daí que a fase pré-clínica e fases iniciais da doença sejam atualmente os alvos para o estudo de terapêuticas novas que podem mudar a evolução desta doença.

Não existe ainda um tratamento curativo disponível, mas existem tratamentos sintomáticos para manejo da doença.

Na próxima sessão das Conversas no Campus, Sábado, dia 13 de Julho às 10h30 no CNS Torres Vedras, venha tirar as suas dúvidas e saber como pode participar em estudos para desenvolver medicamentos que tentam prevenir a doença de Alzheimer.
A sessão contará com a participação da Dra. Anabela Valadas, Dra. Camila Nóbrega e Dra. Joana Morgado, Neurologistas do CNS.

O Campus Neurológico é um centro português especializado em doenças neurológicas e neurodegenerativas, nomeadamente Doença de Alzheimer e outras Demências e Doença de Parkinson, que tem por objetivo conciliar uma atividade clínica de qualidade com a condução de projetos de investigação e formação de profissionais de saúde, nas mesmas áreas médicas onde desenvolve atividade assistencial.

A inscrição para assistir a esta sessão é gratuita e poderá ser efetuada através do 261 330 701 ou do e-mail unidadeinternamento@cnscampus.com

Para mais informações: 
comunicacao@cnscampus.com
261 330 708



 

Estarreja | “Há Festa na Quinta” convida a explorar a Quinta do Marinheiro, em Avanca [12 a 14 julho]



“Há Festa na Quinta” convida a explorar a Quinta do Marinheiro, em Avanca

No tempo de Egas Moniz, a Quinta do Marinheiro era uma festa. Sempre que ele chegava a Avanca, a quinta ganhava vida e as atividades culturais e de lazer sucediam-se. É esse lado carismático da personalidade do neurocientista que inspira o evento “Há Festa na Quinta”.

Entre 12 e 14 de julho, em comemoração do 51.º aniversário da abertura da Casa-Museu Egas Moniz, celebra-se o legado que o único Prémio Nobel português da área das ciências fez questão de deixar à sua terra. Na Casa do Marinheiro, Egas Moniz viveu a sua infância e passava as suas férias.

Agora convida-se a população a visitar os jardins e espaços naturais outrora percorridos pelo médico investigador, abrindo-se os portões da Quinta do Marinheiro para um conjunto de atividades ao ar livre, numa programação pensada especialmente para famílias.

É o caso da sugestão para a primeira noite do programa “Há Festa na Quinta”. As crianças com mais de 5 anos e suas famílias podem passar “Uma Noite no Museu…”, num acampamento que inclui uma sessão de contos com a contadora de histórias Rita Sineiro.

Durante o fim de semana, entre atividades como insufláveis, pinturas faciais, exibição de aves de rapina, jogos tradicionais e passeios de moliceiro, pode mergulhar no romântico lago que o Rio Gonde alimenta, com canoagem e stand up paddle, aproximando a quinta ao tempo de Egas Moniz, que utilizava constantemente o lago para os seus passeios de barco em família, primeiro com os irmãos e mais tarde com os sobrinhos-netos.

A sessão de yoga para famílias, no sábado à tarde, é outra forma de usufruir dos belos jardins que circundam o museu de Avanca.

14 de julho é o dia de aniversário da Casa-Museu Egas Moniz, que abriu ao público em 1968 conforme desejo expresso do professor e da sua mulher, Dona Elvira. A dança, a música e a poesia envolvem os espaços e contam “pedaços” de uma história, vivida pelo Homem criador deste ambiente, nas visitas encenadas, às 14h30 e 16h30, nos dias 13 e 14.

As entradas são gratuitas e algumas atividades requerem inscrição.

… Tudo se passa em torno da casa do Marinheiro… donde a família provém. Ali todos se juntavam em dias festivos; templo de confraternização, amizade e harmonia que sempre viveu a minha gente.
Egas Moniz, “A Nossa Casa”, 1950

:: programa

12 JULHO | SEXTA-FEIRA
[20H00] UMA NOITE NO MUSEU…
(noite do pijama para famílias/versão acampamento)
Sessão noturna de contos por Rita Sineiro

+info/inscrição biblioteca.municipal@cm-estarreja.pt / t. 234840614
(Crianças com mais de 5 anos e obrigatório o acompanhamento por um adulto)
Colaboração do Agrupamento dos Escuteiros de Avanca

13 JULHO | SÁBADO
[11H-13H] CANOAGEM
[A PARTIR DAS 14H] INSUFLÁVEIS E PINTURAS FACIAIS
[14H30 e 16H30] VISITAS ENCENADAS*
[14H30-18H30] PADDLE BOARD
[15H] SESSÃO DE YOGA PARA FAMÍLIAS*
Crianças entre os 3 e 10 anos
 [14H30 e 15H30] PASSEIOS DE MOLICEIRO*

14 JULHO | DOMINGO
[11H-13H] CANOAGEM
[A PARTIR DAS 14H] INSUFLÁVEIS E PINTURAS FACIAIS
[14H30 e 16H30] VISITAS ENCENADAS*
[14H30-18H30] PADDLE BOARD
[15H] AVES DE RAPINA E JOGOS TRADICIONAIS (ACRAP)
[15H e 16H] PASSEIOS DE MOLICEIRO*


*Inscrições museuegasmoniz@cm-estarreja.pt até ao dia 10

Carla Miranda

Câmara de Cantanhede aprovou voto de pesar pelo falecimento de Carlos Saro Negrão

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A Câmara Municipal de Cantanhede aprovou, por unanimidade, na reunião ordinária de 2 de Julho, um voto de pesar pelo falecimento de Carlos Saro Negrão, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, em 29 de junho, na sequência do seu internamento de urgência motivado por um episódio súbito de paragem cardiorrespiratória ocorrido dois dias antes, no decurso da sessão da Assembleia Municipal de Cantanhede, da qual fazia parte enquanto representante da CDU – Coligação Democrática Unitária.
Submetida pela presidente da autarquia, Helena Teodósio, a proposta de voto de pesar assinala a circunstância de a ocorrência que vitimou Carlos Saro Negrão ter acontecido momentos depois de ter concluído a leitura de uma declaração de voto a propósito de uma matéria em discussão no plenário, “tendo a sua morte deixado um sentimento geral de profundo pesar e consternação por tão inesperada fatalidade, o que, considerando a elevação e o sentido de responsabilidade com que desempenhou as suas funções, justificou a determinação de luto municipal nos dias 30 de junho e 1 de Julho”. O texto sublinha ainda “a nobreza de carácter de Carlos Saro Negrão e a forma afável, leal e íntegra como se entregou à defesa dos interesses do concelho de Cantanhede.”
Carlos José Ferreira Saro Negrão nasceu a 13 de novembro de 1958 no Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, no seio de uma família proprietária de uma livraria e de uma tipografia. Estudou em Cantanhede e Coimbra, tendo cumprido serviço militar na Figueira da Foz, após o que iniciou a carreira de profissional de seguros que exerceu durante 36 anos, da qual se retirou em 2016. Passou então a dedicar-se mais intensamente à atividade política em que esteve envolvido desde muito jovem, como ativista do Partido Comunista Português e da CDU – Coligação Democrática Unitária, cujas listas de candidatos aos órgãos autárquicos do Município de Cantanhede integrou várias vezes.
No voto de pesar pode ler-se que, “com um desempenho a todos os títulos assinalável, Carlos Saro Negrão deixou no órgão deliberativo do Município de Cantanhede a marca de um agente político profundamente identificado com os ideias de progresso e desenvolvimento económico e sociocultural do concelho, apontando constrangimentos e obstáculos e indicando caminhos e soluções sempre com a veemência, a frontalidade e a liberdade de espírito que o caracterizavam”. A este propósito é também lembrado que “defendia sempre as suas causas com posições muito bem fundamentadas, quer em termos técnicos, quer do ponto de vista político, tendo honrado as suas funções com intervenções amplamente aclamadas pelos seus pares”.
O texto refere também a “vasta cultura de Carlos Saro Negrão e as suas grandes preocupações com as fragilidades sociais do país”, enfatizando a sua “extrema dedicação à família e os muitos amigos que tinha na política, de todas as orientações ideológicas, os quais considerava ‘adversários, nunca inimigos’”.


Parlamento Europeu | Ursula von der Leyen. Médica, ministra da Defesa e a escolha para liderar a Comissão Europeia

Ursula von der Leyen, escolhida nesta terça-feira, 2 de julho, para assumir a presidência da Comissão Europeia, chega a Bruxelas com um controverso balanço no ministério da Defesa, mas com uma imagem de europeia consolidada.
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Público
Apoiada pelo presidente francês Emmanuel Macron, com quem demonstrou entender-se bem no salão internacional aeronáutico de Bourget, em junho, esta francófila é apreciada pelo governo francês, especialmente pela boa cooperação em assuntos franco-alemães.
Chefe das forças armadas alemãs há seis anos, esta mulher enérgica de 60 anos foi por um alguns tempo considerada a sucessora da chanceler Angela Merkel, que a nomeou ministra em cada um dos seus quatro governos (2005-2019).
No entanto, uma série de escândalos atingiram o Exército e o seu ministério por causa de material obsoleto, baixos investimentos e o aumento da extrema-direita na instituição. O veredito dos alemães é duro: segundo uma sondagem recente do jornal Bild, Ursula é considerada como uma dos dois ministros menos competentes do governo.
Apesar da imagem afetada, Ursula von der Leyen chegará em Bruxelas, a cidade onde nasceu e cresceu até o começo da adolescência, com um trunfo importante: tem a confiança de França e Alemanha, num momento em que Macron e Merkel parecem não se entender.
Além do alemão, Von der Leyen fala francês e inglês. Aperfeiçoou-se em inglês na Califórnia, onde o seu marido foi professor por anos na prestigiada universidade de Stanford.
A carreira política de "Röschen", o seu apelido familiar, é espetacular, mesmo para a filha de um homem forte da política regional alemã, Ernst Albrecht.
Em 2002, depois de viver nos Estados Unidos, Ursula von der Leyen lançou-se como candidata para um mandato local na região de Hanover. Três anos mais tarde já era ministra do Trabalho.
Mulher enérgica e tenaz, alguns dirão cortante, a sua personalidade não era bem aceite no mundo muito masculino do exército.
Também foi mal vista na hierarquia militar por denunciar as "debilidades" e o "espírito de corpo" não pertinente após a detenção, em 2017, de um oficial suspeito de preparar um atentado contra estrangeiros.
A ministra também foi suspeita em 2015 de plágio no seu doutorado, um tema muito sensível na Alemanha que causou a queda de vários políticos.
Tendo sido a primeira mulher a ocupar o posto de ministra da Defesa, Ursula von der Leyen também sacudiu a venerável instituição.
Impôs o fim à tradição de honras aos oficiais que trabalharam para Hitler, como o general Erwin Rommel, conhecido pela sua campanha no norte de África durante a Segunda Guerra Mundial.
A ministra também realizou muitas visitas às forças alemãs no Afeganistão e no Iraque.
Ursula von der Leyen é médica de formação e mãe de sete filhos. Num país onde continua a ser difícil para uma mulher conciliar a carreira profissional e filhos, apareceu com frequência nas capas dos jornais com eles até o ponto de ser acusada de instrumentalizar a prole.
No partido cristão-democrata (CDU), opôs-se a seu próprio campo em alguns assuntos, como ao reivindicar quotas femininas na direção das grandes empresas.
Num país afetado pelo envelhecimento da população e onde a natalidade está em forte queda, Ursula von der Leyen é também a "mãe" do salário parental do qual podem beneficiar os alemães durante os 14 meses depois do nascimento.
*Por Yannick Pasquet/AFP

Moçambique | Dívida Pública Interna aumenta para 172 biliões, Governo continua a vender novos Títulos do Tesouro

O Governo de Filipe Nyusi que clama estar a realizar uma “gestão rigorosa da dívida pública” continua a endividar os moçambicanos, condicionado pelos empréstimos ilegais em buscar financiamento no estrangeiro colocou no mercado mais 1,2 bilião de Meticais em Títulos dos Tesouro e elevou a Dívida Interna Pública, que em 2015 totalizava apenas 69 milhões de Meticais, para 172 biliões de Meticais.
Após três leilões de Títulos quase sem procura pelos investidores da Bolsa de Valores de Moçambique na véspera do Dia da Independência o Executivo conseguiu vender sem problemas, com muita procura diga-se, mais 1,2 bilião de Meticais em Obrigações do Tesouro da 6ª Série, 8ª Série e ainda lançou novos títulos da 9ª Série.
Nos primeiros três meses de 2019 o Executivo emitiu Obrigações do Tesouro da 1ª Série, 2ª Série, 3ª Série, 4ª Série e 5ª Série no montante global de 8,9 biliões de Meticais e ainda Bilhetes do Tesouro no valor de 18 biliões de Meticais.
O @Verdade apurou que a emissão de Obrigações e de Bilhetes do Tesouro tem sido a principal forma do Governo de Filipe Nyusi financiar o Orçamento do Estado de 2019 que tem o défice de 93 biliões de Meticais, é que no estrangeiro Moçambique é um país caloteiro desde que foram descobertas as dívidas ilegais em 2016 e mesmo os Parceiros mais amigos só podem disponibilizar linhas de financiamento altamente condicionais devido a insustentabilidade de Dívida Pública Externa.
Relatório de Execução Orçamental Janeiro a Março de 2019
De acordo com o banco central o stock da Dívida Pública Interna contraída com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique aumentou até Junho para 131,5 biliões de Meticais.
Dívida Interna Pública ascende a 172,9 biliões de Meticais
Os principais investidores que compram Títulos do Tesouro são os bancos comerciais, análises do @Verdade aos Relatórios e Contas de 2018 apuraram que o Millenium Bim tem na sua carteira de activos 49,3 biliões de Meticais em Dívida Pública Interna, o Standard Bank detém 30,5 biliões, o Banco Comercial e de Investimentos possui 23 biliões e o Barclays Bank 9,8 biliões de Meticais.
Contas feitas pelo @Verdade, a partir do Relatório de Execução Orçamental do 1ª trimestre de 2019, somando a reestruturação e consolidação de dívidas do passado, endividamento do sector empresarial, divida aos fornecedores e ainda financiamento bancário do Estado elevam o stock total da Dívida Interna Pública para 172,9 biliões de Meticais.
Projecções do Fundo Monetário Internacional indicam que até ao fim do ano a Dívida Interna Pública deverá representar 20 por cento do Produto Interno Bruto de Moçambique.
O mais recente Relatório de Riscos Fiscais elaborado pelo Ministério da Economia e Finanças alerta sobre a exposição da carteira da dívida pública as mudanças nas taxas de juro do mercado.
“Em 2017, 90,4% da carteira total tinha taxa de juro fixa, no entanto, em 2018, 17 por cento dos passivos passaram de taxa de juro fixa a flexível o que incrementará o serviço da dívida. O risco é alto na dívida interna onde 33,9 por cento dos passivos alteram sua taxa de juro em 2018, sendo que o tempo médio de alteração é de 4 anos. Esta vulnerabilidade afecta consideravelmente a previsão do serviço da dívida e pode ter um impacto adverso na gestão orçamental”, indica o documento do Ministério da Economia e Finanças.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Moçambique | “Férias” da Assembleia da República alargadas até ao dia 10


A Assembleia da República decidiu alargar as “mini férias” que está a fazer até ao próximo dia 10. Formalmente a IX Sessão Ordinária deveria ter encerrado no passado dia 23 de Maio mas ainda tem 12 matérias para apreciar sem incluir o dossier da Paz e o último Informe de Filipe Nyusi sobre o Estado da Nação neste seu 1º mandato.

A sessão final da VIII Legislatura, suspensa em finais de Maio, deveria recomeçar nesta quarta-feira (03) no entanto a “Casa do Povo” informou, através de um comunicado de imprensa, que as “mini-férias” foram alargadas até ao próximo dia 10 de Julho pois os deputados “encontram-se ainda a trabalhar nos respectivos círculos eleitorais em cumprimento da agenda política”.

A IX Sessão Ordinária iniciou a 28 de Fevereiro e estava prevista apreciar e votar 30 matérias até 23 de Maio. Até ao momento em que foi suspensa haviam sido apreciadas 18 matérias em agenda.

Para além das matérias agendadas a sessão irá receber pela última vez Filipe Nyusi que fará, previsivelmente em Agosto, o balanço do seu 1º mandato como Presidente da República.

É ainda expectável que a Plenária da Assembleia da República aprecie e chancele o terceiro Acordo de Paz que se aguarda em Moçambique antes das eleições de 15 de Outubro.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Moçambique | Nyusi em Portugal para dinamizar comércio mas terá de lidar com o desaparecimento de Sebastião

O Presidente Filipe Nyusi inicia nesta terça-feira (02) a sua 2ª visita oficial à Portugal para dinamizar as trocas comerciais que nunca foram muito significativas, as exportações de Moçambique em 2018 para o antigo colonizador foram de apenas 41 milhões milhões de Dólares enquanto as importações cifraram-se em 209 milhões de Dólares norte-americanos. Mas o desaparecimento do cidadão português Américo Sebastião poderá ensombrar a visita que deveria ser de dois dias mas estende-se até a próxima segunda-feira (08).
“Nós temos excelentes relações com Portugal mas nós queríamos agora dinamizar a parte da diplomacia económica, sobretudo com o sector privado moçambicano e português” disse à jornalistas a vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Manuela dos Santos Lucas, após despedir-se do Chefe de Estado.
Apesar dos laços históricos que unem os dois países, das relações políticas que se tem estreitado nas últimas décadas e da significativa presença portuguesa no sector financeiro, construção civil e restauração as trocas comerciais não tem sido significativas e nem mesmo a Cimeira Bilateral criada para parcerias estratégicas, cuja IV edição vai acontecer esta semana, parece dar resultados.
O @Verdade apurou na Balança de Pagamentos do Banco de Moçambique e nos dados do Comércio Externo compilados pelo Instituto Nacional de Estatística que dos 5,1 biliões de Dólares em exportações de Moçambique em 2018 apenas 41 milhões tiveram como destino o antigo colonizador que comprou muito camarões e outros crustáceos, açúcar e tabaco não manufacturado.
No sentido contrário o nosso país importou apenas 209 milhões dos 6,1 biliões de Dólares que gastos no ano passado principalmente em cimento, medicamentos e livros.
Mas a falta de resultados em torno do desaparecimento em 2016 do empresário português Américo Sebastião e principalmente a falta de vontade das autoridades moçambicanas em receber ajuda das forças policiais lusas poderá ensombrar a visita que a Assembleia da República aprovou para os dias 2 e 3 mas Filipe Nyusi decidiu alarga-la até ao dia 8 de Julho.
De acordo com a Deliberação 19/2019 de 28 de Maio a Comissão Permanente da Assembleia da República decidiu "Autorizar Sua Excelência o Presidente da República a efectuar visita de Estado à República Portuguesa, de 2 a 3 de Julho de 2019".
Portanto os restantes cinco dias que Filipe Nyusi e comitiva vão permanecer no país europeu não deveriam ser pagos com dinheiro do povo, contudo o Chefe de Estado usa abusivamente as suas deslocações oficiais para outras finalidades como por exemplo reunir com os membros do seu partido e até mesmo para acções de campanha eleitoral.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Opinião | O Panteon da nossa sociedade liberal fracassou e os conservadores estão brigando por causa disso



John Horvat II
Um grande debate está pegando fogo entre os conservadores sobre o futuro de seu movimento. O que está em jogo é a clássica tradição liberal, que criou a nossa sociedade pluralística. Esse modelo de sociedade prega a ideia de que publicamente a moral tem de ser neutra. Ela estabelece um indiferentismo religioso que evita os grandes temas que dariam significado e finalidade à nossa vida. Esse sistema é feito de um consenso laico e estéril, que propaga que cada indivíduo goza de uma absoluta autonomia dentro de si.
Em teoria, um sistema assim deveria facilitar o relacionamento entre todos e permitir-lhes competir livremente no mercado de ideias e religiões. Mas, na prática, os conservadores sociais cristãos estão justamente se queixando de que o sistema liberal levou à erosão de tudo o que é moral, certo e sagrado.
No debate que está se dando agora, a Cristandade não está sequer sendo tratada como um dos tantos deuses do Panteón liberal. Tudo o que é cristão (como cruzes em lugares públicos), tem de ser removido. Os conservadores alegam que algo enérgico deve ser feito se se deseja que os ideais cristãos sobrevivam.
Eles têm razão. Há algo errado nesse sistema que promoveu nos últimos séculos uma maciça prosperidade material, mas também um grande desabamento espiritual. As regras não estão funcionando mais. Não adianta tentar voltar atrás no tempo ou nas fórmulas antigas que antes pareciam dar certo. A atual fase do projeto liberal chegou a tal ponto de podridão que a crise não pode mais ser resolvida dentro de um quadro em pedaços.
A natureza dos Panteons
Talvez se possa encontrar a raiz do problema na própria natureza de um Panteón, pois é isso que a ordem liberal se tornou. Panteons eram templos dedicados a todos os deuses como uma maneira de aplacar todo o mundo, mas raramente satisfazer alguém. Esse Panteón é uma ficção da imaginação liberal, que evita o absurdo de dizer que não existe Deus, aceitando qualquer coisa que um indivíduo diga que é deus. Dessa maneira, ele defende a tese de que não existe uma lei moral para todos, mas somente aquela que o indivíduo quer que seja lei moral.
Essa situação se assemelha ao que fizeram os antigos que construíram Panteons para aplacar os deuses daqueles tempos. Qualquer pessoa que se deu ao trabalho de estudar os deuses míticos sabe que eles eram seres imperfeitos — personificando muitas das paixões e vícios humanos que causaram tanta destruição. No templo antigo qualquer deus poderia ter seu lugar, desde que ele não reivindicasse ser o único Deus Verdadeiro.
Assim os antigos viveram suas vidas marcadas pelos vícios mais repugnantes e crueldade com os outros. Em qualquer lugar onde existiram civilizações pagãs, havia ídolos que refletiam as negras misérias de nossa natureza humana e uma total ignorância da caridade e da justiça que mais tarde brilhariam sobre o mundo.
Jesus Cristo vence os deuses
A Encarnação de Jesus Cristo, o único Deus Verdadeiro feito homem, mudou tudo isso. Cristo não poderia ter sido colocado no Panteon como qualquer outro deus. Sua Divindade e perfeição moral infinita tinha uma infinita incompatibilidade com os deuses pagãos. De fato, Cristo não quis entrar no Panteon, e especialmente, os deuses não O queriam no meio deles.
Em qualquer lugar onde Cristo e Seus enviados se mostravam, os ídolos e seus oráculos ficavam mudos ou explodiam de fúria. Onde quer se propagou a Cristandade os deuses pagãos e seus sacerdotes incitavam ódio e violência contra o Príncipe da Paz. Os deuses eram tão intolerantes contra Cristo que os mártires romanos foram mortos simplesmente por se recusarem a negar a Sua divindade. Mais tarde os missionários pagaram com suas próprias vidas por levar a Boa-Nova dos Evangelhos a todos os povos.
Com o tempo, Nosso Senhor Jesus Cristo prevaleceu no Ocidente. Quando finalmente Ele entrou no templo consagrado como Igreja, todos os deuses pagãos estavam vencidos. Populações inteiras abandonaram a adoração de árvores, sacrifícios humanos e rituais estranhos que escravizavam tantas populações na ignorância e na superstição. Júpiters, Thors, Apolos desapareceram quase sem luta, e agora são lembrados apenas pelas ruínas ou antigas lendas.

A ação civilizadora da Igreja
Hospital de Beaume (França), para atender os pobres na Idade Média
Dessa maneira, a ação civilizadora e santificante da Igreja se fez sentir. A Civilização Cristã foi o fundamento do progresso do Ocidente. Enquanto nestes nossos dias politicamente corretos tantos condenam o Ocidente, eles não podem deixar de reconhecer a grande dívida que nós temos ao triunfo da Cristandade sobre o Panteon pagão.
Se hoje nós nos orgulhamos de nossos hospitais e da medicina, é porque a Igreja foi quem criou o primeiro sistema de saúde da história, fruto de sua prática da caridade cristã. Se aplaudimos a erudição dos estudiosos modernos, é porque a Igreja fundou o sistema universitário em sua busca da sabedoria eterna, o que deu origem à educação e ao conhecimento sistematizado. Nessa civilização centrada em torno do único Deus Verdadeiro, nós temos um conjunto de princípios ordenativos que nos trouxeram tantas instituições e conceitos que estão agora infelizmente se apagando — a primazia da lei, a liberdade na ordem, a dignidade humana, o governo representativo, a família tradicional e a subsidiariedade, isto é, a liberdade das instituições intermediárias. Mesmo hoje em dia, tantas instituições modernas só podem ser entendidas à luz de suas origens cristãs medievais.
A Modernidade e a construção do novo Panteon
A Modernidade surgiu da decadência da sociedade cristã e de uma arrogante rejeição de seus princípios fundamentais. Isso levou à construção de um novo Panteon.
Embora o Iluminismo rejeitasse a civilização cristã, a Cristandade, ainda reinava nos corações de muitos. A civilização ocidental ainda vivia do capital social acumulado e dos princípios ordenativos de seu passado cristão. Isso deu ensejo a uma grande prosperidade e progresso.
Pode-se dizer que Cristo era relutantemente permitido de reinar dentro do templo inicial do sentimento religioso. Por isso muito disseram que os EUA foram fundados como uma nação cristã. De fato, durante a maior parte de sua história, o consenso liberal americano declarou que o Deus da nação era cristão. Os Fundadores, incluindo aqueles que eram deístas, aceitaram que a moral cristã deveria guiar o país, pois mesmo John Adams dizia que somente “um povo moral e religioso” poderia salvaguardar a Constituição. Na medida em que os EUA estiveram unificados em torno desse vago consenso cristão, nós prosperamos. Infelizmente os modernistas solaparam esse consenso, dando boas-vindas aos ídolos seculares pela porta dos fundos. Foram eles que tornaram o templo em um novo Panteon.
Os deuses desse Panteon secular moderno — individualismo, o materialismo, a liberdade sexual incontrolada, a diversidade e a utopia tecnológica, entre tantos outros — agora dominam. De fato, eles abriram as portas ao retorno dos antigos deuses pagãos, na forma da magia e do oculto. Eles trouxeram de volta os vícios antinaturais, os sacrifícios humanos na forma de aborto e experiências alucinógenas.
Exatamente como os antigos deuses, os novos deuses personificam os vícios que escravizam povos inteiros. Como os antigos, eles não podem tolerar Cristo com toda a Sua perfeição moral e glória. Ou Cristo se adapta aos tempos modernos, para se parecer como os outros ídolos, ou Ele deve ser brutalmente expulso.
Esse é o ponto onde estamos agora. Essa é a causa do fracasso dos princípios liberais. Os ídolos estão a exigir que Cristo e sua Lei mudem. Mas Ele jamais mudará.
A falência dos deuses
Alguns podem dizer que a falência da ordem liberal é, portanto, um problema para os conservadores e que eles devem resolver isso entre eles mesmos. O resto da nação poderia continuar na sua alegre atitude liberal, ignorando os cristãos descontentes. Mas essa conclusão está muito longe da verdade.
A verdade é que os novos ídolos não satisfizeram ninguém. A sua cacofonia nos fragmenta e divide. Um grande vazio desceu sobre a Terra e deixou a muitos aflitos com o stress, a ansiedade e o desconforto de viver em um mundo sem Deus. Está frustra a tentativa de apaziguar os deuses neopagãos que estão torturando as pessoas e destruindo a sociedade. Estamos voltando a uma época de escuridão. À medida que nos aproximamos da Grande Crise, estamos órfãos em um mundo sem direção e sem guia.
Por todas essas razões é fácil ver que o debate real transcende o modelo liberal. Ele chama para temas que há muito tempo estão sendo evitados, a respeito das raízes da crise na qual estamos submersos.
ABIM
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Fonte: Artigo publicado originalmente no site da TFP americana (https://www.returntoorder.org/), traduzido por João Carlos Leal da Costa.