quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Macroscópio – Duas histórias portuguesas (mais duas que só vão no adro)

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


O tema do Macroscópio de hoje podia bem ser o da pergunta a que o Observador dedicou hoje o melhor da sua atenção: O que faz uma mãe arrastar os filhos para a morte?, uma trabalho da Rita Ferreira e do Tiago Palma. Ou seja, o tema do dia, o tema que também levou a Alexandra Campos do Público a procurar perceber estas Mães que matam filhos porque acreditam que os poupam a futuro de sofrimento. Tal como podia ser a forma como uma juiza está a dirigir as audiências de um caso muito mediático – Juíza “censurou” Bárbara Guimarães. Associação de Mulheres Juristas preocupada – mas sobre este caso fico-me apenas por uma remissão, para um texto de Isabel Stilwell no Jornal de Negócios que me pareceu especialmente pertinente –Um país onde a justiça trai as crianças“Uma criança confia numa juíza, que lhe garante sigilo. A conversa é capa de revistas. Que País é este onde a Justiça trai e ataca, sem que ninguém diga nada?”

Mas julgo que as discussões que estes casos suscitam apenas agora começaram. Talvez possa, e deva, regressar a elas mais tarde, como mais “munições”, isto é, opiniões e argumentos. Vou por isso focar-me noutros dois temas onde, sem pretender ser exaustivo, gostava de deixar algumas reflexões: a controvérsia em torno dos voos da TAP a partir do Porto e o regresso do chamado “caso Liliana Melo”.

Começo pela TAP e pelo Porto, até porque esse foi tema do encontro que o presidente da Câmara, Rui Moreira, teve hoje com António Costa (um Rui Moreira que, é bom não esquecer,tem outros dossiers, ou reivindicações, em aberto e que terá de negociar com o Governo). Não vou multiplicar as referências, até porque muitos dos argumentos são semelhantes. Cinjo-me por isso a textos que sintetizam bem o que está em causa.

Do lado dos que defendem que a TAP não deve abandonar as ligações directas entre o Porto e Barcelona, Milão, Bruxelas e Roma o texto que escolhi foi o de Manuel Carvalho, no Público,A Carochinha a voar na TAP. Eis um dos seus argumentos, que questiona as opções de gestão da administração da companhia aérea: “Se transportar directamente 190 mil pessoas para as quatro cidades europeias em causa dá prejuízo, não se percebe como há-de dar lucro enfiá-las num avião da ponte aérea, desembarcá-las em Lisboa e reembarcá-las para Milão ou Roma.”

Já Vital Moreira, que não pode ser acusado se um defensor de Lisboa, e muito menos do centralismo de Lisboa, considerou no blogue Causa Nossa que boa parte do problema começa quando se discute em termos políticos a gestão de empresas privadas ou que têm de competir em mercados concorrenciais. Fê-lo em três posts – EquívocoEquívoco (2) e Equívoco (3) –, mas julgo que o argumento central está logo no primeiro desses textos, onde lembrava que a TAP não é uma empresa a que o Governo possa dar ordens, sobretudo não é uma empresa a que deva dar ordens: “Mesmo enquanto empresa pública, a TAP era uma empresa que operava num mercado concorrencial, pelo que a sua gestão devia guiar-se por critérios comerciais. Impor a empresas públicas que operam no mercado a realização de operações contrárias à gestão comercial sempre constituiu uma das piores pechas da gestão pública, com pesados encargos para os contribuintes.”

Já Ricardo Costa, no Expresso Diário, defende em O que o Porto nos pode dizer sobre a TAP (paywall) que o caso do Porto “é o exemplo perfeito de um debate entre a autonomia de gestão - que pretende encerrar rotas que defende não serem viáveis - e o interesse estratégico nacional, que pretende consolidar o Porto como centro de turismo europeu.” Quando se souber quem ganhou este debate ficaremos também a saber, caso “as rotas pura e simplesmente fecharem, (…) que o novo acordo [do Governo de Costa] pouco mudou a empresa, a não ser ao nível do discurso político” ou se, caso vençam os argumentos políticos, que “contas e acordos jurídicos à parte, o novo acordo obriga a TAP a estar condicionada a vontade do Estado”.


Enquanto ficamos à espera desta resposta, que pode demorar, mudo de tema e passo, de novo, para a decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEHD) sobre o chamado “caso Liliana Melo”, pois este condenou o Estado português a pagar 15 mil euros à mãe a quem foram tirados sete filhos. O caso começou em 2007, envolveu uma mãe de origem guineense que teve dez filhos, sendo que em 2012, por ordem do Tribunal de Sintra, sete deles lhe foram retirados para serem entregues a instituições de acolhimento. Pelo meio houve uma outra ordem para que Liliana Melo aceitasse laquear as trompas, uma operação a que rejeitou submeter-se por ser muçulmana. A história é bem recordada por Andreia Sanches, do Público, que acompanhou o caso desde que se tornou conhecido: está tudo em Tribunal Europeu condena Portugal no caso da mãe a quem foram retirados sete filhos. Nesse texto citam-se alguns dos argumentos do TEDH, nomeadamente que "o recurso à esterilização nunca pode ser uma condição para [alguém] conservar os seus direitos parentais".

Devo dizer que na altura acompanhei este caso com bastante atenção e escrevi uma crónica para o Público, onde então assinava a coluna “Extremo Ocidental”: Liliana e os seus dez filhos, uma parábola sobre o que distingue uma sociedade decente. Passaram três anos mas julgo que o que aí escrevi se mantém actual, pelo que recordo a forma como concluía essa reflexão:
Uma sociedade decente não é uma sociedade com muito "Estado social", muitos serviços públicos de assistência, muitas instituições de acolhimento e muita burocracia. É sim uma sociedade que sabe olhar para os seus vizinhos e ajudá-los, que respeita e valoriza as famílias e que só se intromete no espaço de liberdade dos cidadãos quando isso é mesmo inevitável. Não me parece que numa sociedade decente o Estado e os seus agentes se comportem como neste caso da Liliana. 

Na mesma altura Henrique Monteiro também escreveu no Expresso um artigo que ia na mesma direcção, “Como se chamam juízes que roubam filhos a uma mãe?” e que agora recorda em nova crónica, Liliana e a pobreza do nosso Estado. Pequena passagem onde ele recorda a forma como o seu primeiro texto (e um segundo que publicou quando os tribunais portugueses validaram a decisão da primeira instância) foi recebida: “Enche-me de medo recordar a quantidade de pessoas que na altura, nas redes sociais e nos comentários na Internet, me insultaram a mim e a outros para defender a Segurança Social. Lembro-me da quantidade de gente que acha que se pode retirar filhos a uma mãe só porque ela é pobre, ou está desempregada e não consegue – no linguajar dosjuízes, “ter desafogo material”. Enche-me de medo a quantidade de pessoas que nunca põe em causa os critérios do Estado. Foram ideis assim que fizeram deste país o que foi e é – provinciano, salazarista, egoísta, sem alma”.

Hoje, em editorial, também o Público se juntava a este tipo de inuietações, notando a Má sorte ser negra e pobre: “Estamos no século XXI e não na Idade Média, o Estado de direito pressupõe um quadro jurídico assente na igualdade da lei para todos os cidadãos e leis cuja aplicação deve ser feita por tribunais capazes de ponderar a equidade e o equilíbrio social. Infelizmente, sabemos que a Justiça nem sempre é justa, mas é seu dever tentar sê-lo, sendo capaz de reconhecer o erro e emendar a mão. Se não fosse pobre e negra, sofreria Liliana o mesmo calvário?”

Às vezes são histórias como esta, ou como a do que se passou naquela praia de Caxias, ou até o relato de uma sessão de tribunal numa disputa entre famosos, que nos dizem mais e melhor sobre o país que somos – que ainda somos – do que muitos debates políticos. Por isso mesmo lhes deixo hoje este Macroscópio um pouco diferente, certo que estas histórias, e estes debates, não terminaram. São parte da nossa vida e da sociedade em que vivemos.

Tenham bom descanso, melhores leituras, que nos reencontramos amanhã.

 
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MITO DA CAVERNA E CRISTIANISMO


"Platão é aquela ambiguidade e fascinação chamada de Ideal, que possibilitou as naturezas mais nobres da antiguidade entenderem mal a si próprias e tomarem a ponte que levou a cruz", Nietzsche, Crepúsculo dos Ídolos, "O que devo aos antigos",$2 
"O Cristianismo é um platonismo para o povo", Nietzsche, Além do Bem e do Mal, Prólogo 


Nenhuma filosofia foi tão bem explorada e adaptada ao cristianismo do que o platonismo. O mito da caverna platónico foi usado inteligentemente pelo cristianismo para dar uma base filosófica à explicação para a vida após a morte, onde a vida aqui na terra seria o mundo das sombras platónico enquanto a verdadeira vida estaria no céu, quando da libertação da alma pelo corpo, o qual é cheio de vícios e pecados. Desta feita, o homem deveria em sua vida preocupar-se tão somente com a libertação da caverna e preparar-se para a vida eterna após esta libertação, ou seja: após a morte.

O VALOR DA VIDA HOJE


Há uma crise de valores que vem afectando praticamente toda a humanidade, sem distinção de credo, raça, modelo económico ou orientação religiosa. Todos parecem sofrer do mesmo problema, embora algumas sociedades sofram mais do que outras. A causa disso eu não sei exactamente. Talvez seja uma conjunção de factores, uma vez que o mesmo problema afecta os mais distintos povos. Quanto a essa crise, ela parece bem clara: a vida, tão valorizada nos últimos séculos, já não significa mais como há algumas décadas. É como se em duas ou três décadas ela perdesse um valor conquistado durante séculos. Usando um jargão financeiro, é como se fosse a moeda de um país que, ao passar por uma grave crise económica, perde completamente o valor. Parece que é mais ou menos isso que está acontecendo. As sucessivas crises económicas pelas quais a maioria dos países enfrentou e vem enfrentando desde os anos 90, devido a globalização, afectou não só o valor dos bens materiais, como o valor da própria vida, a qual não deveria jamais ser equiparada a qualquer outro bem. A vida do outro parece valer muito pouco, isso quando vale alguma coisa. Durante milhares de anos, até o advento da modernidade, matava-se por qualquer coisa. E sobreviver, principalmente os que não tinham nada ou muito pouco, era uma questão de sorte. Era uma verdadeira luta pela sobrevivência, digna da teoria darwiniana. Hoje tem-se a impressão da volta desse terrível período de nossa história. E uma das causas desse desprezo pela vida é fruto da perda de força e significado da religião. Como o próprio Nietzsche afirmou há quase 150 anos, “Deus está Morto. Nós o matamos”. O cristianismo não rege mais o dia a dia dos cristãos, assim como o Judaísmo a dos judeus e o islamismo a dos muçulmanos embora a presença dessa última seja muito maior na vida dos muçulmanos do que o cristianismo e o judaísmo na dos cristãos e judeus. E mesmo aqueles que ainda acreditam num deus, na vida após a morte, lidam com a religião de forma muito diferente daquela que os nossos antepassados lidaram durante mais de 1.000 anos. E o que sobrou dessas crenças, tanto no cristianismo como nas demais religiões monoteístas, foi o que de pior havia nelas: o fundamentalismo. Aliás, este não é nada mais nada menos que fruto da perda de poder das mesmas. Ou seja: uma luta desesperada pela sobrevivência. Assim, cada uma trata a outra e as demais crenças como inimiga, como um mal que deve ser eliminado, usando os mais desprezíveis artifícios. E para isso deve-se antes de mais nada eliminar o indivíduo, alguém que não é como nós e por isso sua vida não tem valor. Essa é uma das principais causas do desprezo pela vida actualmente. Mas não é só isso. O materialismo sem limites, o consumismo como fonte de felicidade, uma felicidade inalcançável diga-se de passagem, também é responsável por isso. O homem hoje transformou o dinheiro em poder, o qual deve ser buscado a qualquer custo. E se para isso tiver de tirar o seu semelhante do caminho, não pensará duas vezes. Isso aliás é uma das principais causas no aumento dos latrocínios, das mortes por encomenda, da corrupção e dos crimes financeiros. Em nome do dinheiro tudo vale. Esse capitalismo selvagem que se pratica desde o fim dos anos 80 é fruto do fim da ameaça comunista. Desde o fracasso do socialismo, um regime que pelos seus próprios erros cometeu atrocidades mas que por outro lado segurava o cabresto do capitalismo, contendo o seu lado selvagem e desumano, o mundo vem se tornando escravo do capital, o qual surge como o novo deus, cultuado a cada dia mais por mais gente. E embora “o valor da vida não possa ser medido” como afirmou Nietzsche, hoje ela é negociada por qualquer bagatela. Enfim. O que tem valor hoje é o capital e o que ele pode comprar, o resto é supérfluo, inclusive a vida. 




Hora de Fecho: Euro. Plano de "sábios" alemães ameaça nova crise

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
CRISE DA DÍVIDA 
Grupo de 5 conselheiros recomenda plano que, na opinião do único dissidente, "é a forma mais rápida de acabar com o euro". Portugal seria dos primeiros na linha deste plano (em que Schäuble se revê).
ORÇAMENTO 2016 
Agência de "rating" decisiva para Portugal diz que está "preocupada" com as políticas do governo e com a subida dos juros. Mas diz que Governo prometeu que haverá mais medidas caso o défice derrape.
EFISA 
Miguel Relvas vai ser chamado a prestar esclarecimentos ao Parlamento sobre as ligações ao Banco Efisa. Ao Observador recusa dizer se aceita ou não esclarecer as dúvidas dos deputados.
CASO BANIF 
O PCP exige a audição de Passos Coelho, Durão Barroso, Maria Luís Albuquerque e Mário Centeno na comissão de inquérito ao Banif. Do lado do PSD, deputados chamam António Costa.
CAXIAS 
Uma mulher lançou-se ao rio em Oeiras. Os filhos iam pelo seu braço. O que leva uma mãe a pôr fim a tudo? Os psiquiatras falam em suicídio piedoso – e o Observador lembra quatro casos semelhantes.
TRAGÉDIA EM CAXIAS 
A Polícia Judiciária deteve esta quarta-feira a mulher que se terá atirado ao Rio Tejo numa praia de Caxias, com as duas filhas. Há "fortes indícios da prática de dois crimes de homicídio"
IMPRESA 
O atual diretor do Jornal Expresso vai assumir o novo cargo de diretor-geral de informação do grupo Impresa. Eventuais alterações na direção do semanário podem ser decididas até dia 6 de março.
LESADOS DO BES 
António Costa acusa o Banco de Portugal de não ter um comportamento responsável na questão dos lesados do BES e de com isso atrasar uma solução de reposição dos direitos destas pessoas.
CASO JOSÉ VEIGA 
Banco de Portugal anula contrato de Novo Banco com José Veiga. Observador confrontou ontem regulador com entendimento do MP de que o contrato assinado pela administração do Novo Banco é ilegal
ASAE 
A Associação Sindical da ASAE publicou um vídeo intitulado "Toda a verdade" sobre as ações inspetivas. As imagens "reais, não editadas e não divulgadas" podem chocar as pessoas.
RESTAURANT WEEK 
Mais de 100 restaurantes em todo o país entram em saldos a partir de 18 de fevereiro. O motivo? Mais uma edição da Portugal Restaurant Week. Saiba quais são os restaurantes que se estreiam no evento.
Opinião

Luís Aguiar-Conraria
Gramaticalmente, Esteves Cardoso tem razão. Mas a questão não é gramatical. É saber se usar o masculino como neutro é ou não depreciativo para as mulheres. E se queremos ou não continuar a fazê-lo.

Maria João Marques
Era o que faltava a comunicação social querer dar notícias que contem verdades. E que permitam às mentes maldosas criar a ideia de que há quem à esquerda não saiba lidar com a liberdade de expressão.

Maria João Avillez
Sim, mais impopular que Vítor Gaspar é impossível. Paciência. Daqui a uns anos, quando de novo cumprirmos a tradição e entrarmos em estado de necessidade, falamos (já que nunca tivemos outra vida).

Laurinda Alves
Num país com 56 mil organizações sociais e mais umas 20 mil iniciativas público-privadas de resposta a problemas sociais, contam-se pelos dedos das mãos o número de projectos de prevenção ao suicídio.

José Conde Rodrigues
Mais do que combater o mal em abstrato (a desigualdade em abstrato) é fundamental evitar cada mal em concreto (reduzir desigualdades que afetam a integridade humana e o respeito pela sua consideração)
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GOVERNO VOLTA A REVER CONTAS DO ORÇAMENTO DO ESTADO


 
Depois da errata publicada na semana passada, o Ministério das Finanças publicou esta terça-feira uma nota explicativa onde revê os números para o Orçamento de Estado de 2016, nomeadamente valores de despesas com pessoal, contribuições e prestações sociais das Administrações Públicas.
Em resposta às dúvidas levantadas pelo Conselho de Finanças Públicas e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do Parlamento, o Governo faz assim mais uma correção à proposta orçamental, desta vez sob a forma de nota explicativa – e com apenas duas páginas, em vez das 46 da errata que identificou várias incorreções no relatório do Orçamento do Estado entregue na Assembleia da República.
Uma das questões levantadas pela UTAO foi o inexplicável aumento da despesa com pessoal da ordem dos 300 milhões de euros quando foi anunciada uma redução de 10 mil funcionários e uma poupança de 100 milhões de euros.
Diário Económico explica que o cálculo das contribuições imputadas à Caixa Geral de Aposentações (CGA) esteve na origem deste último erro, que ajuda a explicar os aumentos de despesas que não estavam suficientemente justificados até agora – e até “números que causavam estranheza a técnicos do próprio Ministério”.
As Finanças explicam que as “contribuições sociais imputadas dos empregadores representam a contrapartida das prestações sociais pagas diretamente pelos empregadores (estando inscritas quer como despesas com pessoal quer como prestações sociais propriamente ditas)”.
A nota explicativa das Finanças indica, assim, que “as despesas com pessoal deverão aumentar 357 milhões de euros face a 2015″, mais 1,8%, mas que nas contribuições sociais “perspectiva-se um crescimento de 3,1%”, ou 637 milhões face a 2015.
Esta revisão, no entanto, “não tem reflexos nas dotações orçamentais previstas para a receita e a despesa”, sendo que a meta do défice fica na mesma: 4.125 milhões de euros, que equivale a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
ZAP

CRISTAL DO TAMANHO DE UMA MOEDA ARMAZENA 360 TERABYTES DURANTE 13 MIL MILHÕES DE ANOS


 
Optoelectronics Research Centre / University of Southampton
Um só disco do tamanho de uma moeda pode armazenar a história da Humanidade
Um só disco do tamanho de uma moeda pode armazenar a história da Humanidade
Cientistas britânicos conseguiram criar um cristal do tamanho de uma moeda capaz de armazenar grandes quantidades de dados por milhões de anos.
Esqueça os CDs, DVDs, pendrives e qualquer outro meio de armazenamento de dados. Um só disco minúsculo pode agora armazenar (quase para sempre) toda a história da Humanidade.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, criou um cristal do tamanho de uma moeda, capaz de armazenar 360 terabytes de dados durante 13 mil milhões de anos – sem perda de qualidade.
A proeza foi alcançada graças a um processo de gravação e recuperação de dados digitais, baseado num novo formato de dados digitais a 5 dimensões, que os cientistas designaram Eternal 5D.
Os investigadores usaram um feixe ultra-rápido que produziu pulsos de luz extremamente curtos e intensos.
Estes pulsos gravaram os dados em três camadas de pontos nano-estruturados, com apenas 5 micrómetros de distância entre si – o equivalente a 5 milionésimos de um metro.
Graças aos pontos nano-estruturados, a forma como a luz atravessa o cristal é alterada, modificando a sua polarização. O cristal pode assim ser lido por um microscópio óptico combinado com um polarizador.
Os cientistas chamaram Eternal 5D à nova tecnologia devido à sua enorme durabilidade e às suas“cinco dimensões” – tamanho, polarização e três posicionamentos diferentes de nano-estruturas.
“Estamos a desenvolver uma forma muito segura e estável de memória portátil, usando vidro, que pode ser muito útil para organizações com grandes quantidades de arquivos”, explicou Jingyu Zhang, investigador do Centro de Pesquisas em Optoeletrônicos e líder da equipa de cientistas.
“Neste momento, as empresas e instituições têm de fazer backup dos seus arquivos de cinco em cinco anos, devido ao curto tempo de vida dos discos rígidos”, diz Zhang.
Cada um destes discos de cristal pode gravar até 360 terabytes de dados, e a técnica já foi usada para guardar alguns documentos históricos, como a Magna Carta, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e uma versão da Bíblia Sagrada.
O cristal é tão resistente que demoraria 13,8 mil milhões de anos, a temperaturas de 190ºC, até se decompor.
Actualmente, o sistema de armazenamento de dados mais resistente é baseado em CDs revestidos com uma película de ouro, capazes de manter as suas propriedades durante algumas dezenas de anos.
“É emocionante pensar que podemos criar algo que provavelmente sobreviverá à espécie humana“, destacou o professor Peter Kazansky, supervisor do grupo de investigadores.
“Esta tecnologia pode um dia ser o último testemunho da nossa civilização”, concluiu.
ZAP / CanalTech

AGÊNCIA BRITÂNICA PUBLICA MAPA INÉDITO DA SUPERFÍCIE DE MARTE


 
O mapa foi feito a pedido especial de um cientista britânico que participa na equipa que quer levar um veículo de exploração a Marte em 2019.
A agência britânica Ordnance Survey divulgou recentemente um mapa inédito da superfície de Marte, revela a BBC.
Esta é a primeira vez que esta organização especializada em mapas traçou o território de um outro planeta.
O mapa foi criado a partir de dados disponibilizados pela NASA e foi posteriormente publicado na conta do Flickr desta agência britânica.
De acordo com a BBC, o mapa representa uma área de 10 milhões de quilómetros quadrados, o equivalente a cerca de 7% da superfície do planeta vermelho.
Segundo o cartógrafo Chris Wesson, inicialmente foi “difícil interpretar os dados” mas depois o processo de construir este mapa foi bastante “idêntico ao de um mapa da Terra ou de qualquer outro já feito pela OS”.
“Há grandes áreas que pareciam ser planas, mas na verdade são bem montanhosas e desniveladas. Essa foi a parte mais difícil do mapa: mostrar isso, mas sem perder a sua proporção em relação a essas gigantescas crateras”, explicou.
O mapa teve uma única cópia impressa e tem como destino as mãos do cientista britânico Peter Grindrod.
O cientista, da Universidade de Londres, faz parte da equipa que está a planear o envio do European ExoMars para terras marcianas em 2019.
O britânico revela que sempre gostou dos mapas da OS, uma vez que incluem muita informação mas que, ao mesmo tempo, não se tornam demasiado complexos.
“É maravilhoso ver o mesmo estudo aplicado a Marte, especialmente a uma região tão fascinante daquele planeta”, afirma Grindrod.
ZAP / BBC

CIENTISTAS DESCOBREM FLOR INTACTA EM FÓSSIL COM 15 MILHÕES DE ANOS


 
George Poinar
As flores, batizadas de Strychnos electri, estavam incrivelmente bem conservadas, o que facilitou seu estudo
Investigadores da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, descreveram uma nova espécie de planta graças à descoberta de flores fossilizadas dentro de pedaços de âmbar com pelo menos 15 milhões de anos.
As duas flores estavam entre os 500 fósseis recolhidos numa expedição realizada em 1986 pelo professor George Poinar, um famoso entomologista.
A maioria das amostras recolhidas era de insectos mas, depois de quase 30 anos de investigação o professor começou a analisar as flores.
Poinar percebeu que estas estavam praticamente intactas, algo muito difícil de acontecer com plantas presas em âmbar: regra geral, restam apenas fragmentos.
Em 2015, Poinar enviou fotos em alta resolução para Lena Struwe, da Universidade Rutgers, em Nova Jérsei.
“Parecia que essas flores tinham acabado de cair de uma árvore. Pensei que poderiam ser flores Strychnos“, conta Pionar.
Ao receber as amostras presas em âmbar, Struwe comparou a estrutura física de todas as 200 flores conhecidas da espécie Strychnosanalisando coleções inteiras de museus e acervos – e comprovou a descoberta do colega.
A professora explica que as características usadas para identificar espécies de Strychnos estão na morfologia da flor, e “por sorte era o que encontramos nesse fóssil”.
“Analisei cada amostra de espécie do Novo Mundo, fotografei e medi, e então comparei com a foto que George me mandou e fui-me perguntando: ‘Como são os pelos nas pétalas? Onde estão situados?’, e assim por diante.”
A descoberta foi publicada na revista especializada Nature Plants.

Veneno

George Poinar
As flores datam do fim do período cretáceo
As flores datam do fim do período cretáceo
A nova planta, batizada de Strychnos electri, pertence ao género de arbustos tropicais e árvores conhecidos por produzir a toxinaestricnina.
Para os animais do fim do período cretáceo que conviveram com ela, a planta era um perigo.
“Espécies do género Strychnos são quase todas tóxicas de alguma forma”, explica George Poinar.
“Cada planta tem os seus próprios alcalóides com efeitos variados. Algumas são mais tóxicas do que outras e pode ser que tenham sido bem-sucedidas porque os seus venenos ofereciam algum tipo de defesa contra os animais herbívoros”, acrescentou.
O mais famoso desses alcalóides, a estricnina, é uma toxina usada comobase de muitos venenos contra ratos.
Esta toxina também é citada em muitos trabalhos de ficção, como o filme Psicose, de Alfred Hitchcock. A estricnina era uma das armas do personagem de Norman Bates.
Contudo, essas plantas são também da família das asterídeas, que inclui mais de 80 mil plantas floríferas – até mesmo muitas que são de consumo humano, como a batata, o café e o girassol.
A descoberta destas flores quase intactas e tão antigas é um novo elemento muito importante no registo de fósseis desta família, que ainda não é totalmente compreendida pelos cientistas.
ZAP / BBC

EXPLICOLÂNDIA Noticias

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EXPLICOLÂNDIA em destaque no Jornal Diário de Noticias (Escola tempo inteiro, 10/2/2016)
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Aveiro . Amadora. Évora . Guimarães . Lisboa – Alvalade . Lisboa - Laranjeiras . Leiria . Oeiras . Reguengos de Monsaraz . Sacavém . Torres Vedras - Mais informações em www.explicolandia.com ou facebook.com/explicolandia

Magnata indiano acusado de ajudar a mulher a matar enteada


Um dos maiores magnatas dos meios de comunicação da Índia foi formalmente acusado do homicídio da enteada, num caso que está a abalar o país.
Peter Mukerjea, ex-presidente executivo do gigante da comunicação social Star India, foi também acusado de rapto, destruição de provas e de falsas declarações, segundo um funcionário do Departamento Central de Investigação (CBI) da Índia.
"Ele foi alvo das mesmas acusações", disse a mesma fonte à agência AFP, sob a condição de anonimato, referindo-se aos processos que envolvem a mulher de Mukerjea, Indrani, e outras pessoas.
Indrani Mukerjea é acusada, com o motorista e ex-marido, de ter estrangulado Sheena Bora até à morte antes de levar o corpo para uma floresta e de o incendiar.
Sheena Bora, de 22 anos, era filha de Indrani de um anterior relacionamento.
A jovem foi morta em abril de 2012 e o corpo queimado foi descoberto no mês seguinte.
Indrani foi detida em agosto por suspeita da morte da jovem, que mantinha um caso com um filho de Peter Mukerjea de um anterior casamento.
Foram apontados diversos motivos para o crime, incluindo uma disputa financeira em torno dos negócios imobiliários ou a antipatia em relação ao relacionamento de Bora com o filho de Peter Mukerjea.
Presidente executivo do Star India, detido pela Fox, entre 1997 e 2007, antes de deixar o grupo para montar a sua própria televisão, Peter Mukerjea é visto como um dos mais bem-sucedidos magnatas da comunicação social.
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Fonte: JN
Foto: facebook

Comentários polémicos de juíza sobre Bárbara Guimarães podem ser alvo de inquérito

O Conselho Superior de Magistratura poderá agir. Joana Ferrer criticou Bárbara por não ter apresentado queixa mais cedo contra Manuel Maria Carrilho.
O Conselho Superior de Magistratura poderá vir a abrir um inquérito à juíza do processo em que Bárbara Guimarães acusa o ex-marido, Manuel Maria Carrilho, de violência doméstica.
O colectivo feminista Maria Capaz publicou uma carta aberta criticando o comportamento da juíza. “Quando os sistemas de resposta à violência (saúde, apoio social, justiça) reforçam crenças promovidas por agressores estamos perante uma situação definida como vitimação secundária”, criticam as subscritoras da carta.
Esse documento será entregue ao Conselho Superior da Magistratura, o que poderá desencadear a abertura de um processo disciplinar.
Em causa está a forma como a juíza Joana Ferrer criticou Bárbara Guimarães e tratou a apresentadora apenas pelo nome próprio, Bárbara, enquanto se dirigiu ao réu, Manuel Maria Carilho, sempre por “professor”.
De acordo com o jornal “Público”, na primeira sessão do julgamento, na sexta-feira em Lisboa, a juíza perguntou a Bárbara Guimarães quando é que as coisas “mudaram”. “Confesso que estive a ver fotografias do vosso casamento”, disse Joana Ferrer, e tudo parecia maravilhoso. “Parece que o professor Carrilho foi um homem, até ao nascimento da Carlota [a segunda filha do casal], e depois passou a ser um monstro.” Ora, “o ser humano não muda assim”, disse a juíza.
Joana Ferrer criticou durante o julgamento a alegada vítima de violência doméstica por não ter apresentado queixa contra o então marido, logo quando ocorreu a primeira agressão.
A actuação da juíza foi também criticada publicamente pela Associação Portuguesa de Mulheres Juristas. Em comunicado, a associação diz que "não quer deixar de expressar publicamente a sua preocupação pelo que estas revelam sobre a persistência de prejuízos desconformes com o legalmente estipulado sobre o modo de agir com vítimas de violência doméstica”.
O antigo ministro socialista da Cultura Manuel Maria Carrilho, que se separou de Bárbara Guimarães em 2013 após um casamento de mais de dez anos, é acusado de violência doméstica. Segundo a apresentadora, os maus-tratos físicos ocorreram entre finais de 2012 e 2013.
Fonte: rr.sapo.pt

Abono de família chegou a 1.078.754 crianças em Janeiro, menos 46.750 face a Dezembro

O abono de família foi atribuído a 1.078.754 crianças e jovens em janeiro, menos 46.750 relativamente ao mês de Dezembro, representando uma quebra de 4,3%, revelam dados do Instituto da Segurança Social (ISS).
As estatísticas da Segurança Social, atualizadas a 16 de Fevereiro e sujeitos a atualização, referem que em relação ao mês homólogo de 2015 houve uma descida de 5,1% no número de beneficiários desta prestação social.
Segundo os dados do ISS, em Janeiro do ano passado 1.134.654 crianças e jovens beneficiaram desta prestação, mais 55.900 do que em Janeiro deste ano.
Lisboa é a região do país com o maior número de abonos de família atribuídos (213.397), seguindo-se o Porto (212.643), Braga (97.973) e Setúbal (83.525).
Em Janeiro, 731.250 crianças e jovens pediram para receber abono de família, enquanto em dezembro tinham sido 767.378.
Os aumentos dos abonos de família e dos abonos de família pré-natal entraram em vigor a 01 de fevereiro, trazendo subidas que variam entre os 2% e os 3,5%.
Em declarações recentes, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou que a atualização do valor do abono de família irá beneficiar 1,1 milhões de crianças, enquanto a majoração para famílias monoparentais, beneficiárias do abono de família, chegará a 270 mil agregados familiares.
Nas prestações familiares, que vão pesar mais 0,02% este ano face 2015, o Governo prevê a atualização do abono de família de 3,5% no primeiro escalão, de 2,5% no segundo escalão e de 2% no terceiro escalão.
Tem igualmente impacto no pré-natal, apesar de ser menor, por este ser indexado ao abono de família. É ainda reforçada a majoração para famílias monoparentais beneficiárias do abono pré-natal, aumentando em 15 pontos percentuais a taxa de majoração em vigor, passando para 35%.
O montante do abono de família varia de acordo com a idade da criança ou jovem e com o nível de rendimentos de referência do respetivo agregado familiar.
O valor apurado insere-se em escalões de rendimentos estabelecidos com base no Indexante dos Apoios Sociais (IAS).
Fonte: Lusa